terça-feira, 7 de setembro de 2010

Os estreantes de dez anos atrás

É sempre bom voltar ao passado e ver como as coisas funcionavam e quando você presenciou os fatos, não importando se foi in loco ou à distância, sempre terá uma opinião mais firme sobre os fatos.
No grid de largada para o GP da Austrália de 2000 havia três jovens estreantes, mas dois desses, em especial, carregavam uma futura esperança que as suas nações automobilísticas depositavam neles: o inglês Jenson Button e o alemão Nick Heidfeld. O terceiro debutante era o argentino Gaston Mazzacane. Com relação a Luciano Burti, este fez apenas a corrida da Áustria pela Jaguar em substituição a Irvine que estava doente, então não cabe como análise esta sua única participação em 2000.
Os dois primeiros eram jovens e velozes e tinham um destino que, suas respectivas nações, acreditavam que eles eram os salvadores da pátria. Para Jenson significava levar a Inglaterra ao topo da F1 novamente, que já que estes não tinham um piloto de classe desde a aposentadoria de Nigel Mansell e que Damon Hill, mesmo vencendo o mundial de 96, nunca tinha inflado a torcida como nos tempos do “Leão”. Já para Nick, este era apontado como o sucessor natural de Schumi quando este aposentasse e suas qualidades mostradas em duas belas temporadas na F3000 (vice em 98 e campeão em 99) e sendo assistido pela Mercedes, tanto que foi piloto de testes da Mclaren nestes dois anos, deixava a crítica alemã totalmente certa que ali estava a figura de um campeão. Mazzacane não teria grandes aspirações, pois era o mais velho dos três e seu currículo pré-F1 não empolgava multidões.
Destes três Button, então com 20 anos, tinha sido o mais privilegiado ao estrear pela Williams que estava se reestruturando com a chegada da BMW para o fornecimento de motores. Ele também teria como companheiro Ralf Schumacher, que por mais que fosse jovem também, apenas 24 anos, tinham já em suas costas três temporadas completas e de alguma forma isso seria um grande aprendizado para o inglês. Ele teve sua idade questionada quanto a pouca experiência em monopostos, que era resumida a dois anos de F-Ford (98) e F3 (99) todas na Inglaterra, mas isso dissiparia no decorrer do daquele mundial. Heidfeld, com 23 anos, foi correr na Prost Grand Prix sendo talvez uma péssima escolha e teria a companhia do veterano Jean Alesi. Gaston estava na Minardi e como todos sabem a equipe não tinha muito a oferecer-lhe, a não ser experiência em corridas de F1.
Jenson Button, em Spa, na sua melhor apresentação naquele ano

Nick Heidfeld teve inúmeros problemas na Prost naquele ano e vários acidentes

Mazzacane só fez figura durante aquele ano e foi superado com facilidade pelo seu companheiro Marc Gené. Das 17 provas daquele ano, largou treze vezes em último

A primeira temporada deles foi até previsível. Button, com um carro melhor, conseguiu surpreender os críticos e fez frente à Ralf em algumas situações, como conseguir largar por cinco vezes na frente do alemão. Entre estas conquistas foi de se destacar a suas classificações em Spa, quando fez o terceiro tempo, e em Suzuka, ao largar em quinto, quando todos já sabem que são os dois circuitos mais técnicos e desafiadores do calendário. Marcou 12 pontos, terminando o mundial em oitavo e sua melhor classificação numa corrida foi em Hockenheim, quando terminou em quarto. Nick teve dias complicados na Prost, como já era de se esperar. Motores Peugeot com pouca potência e a bagunça interna na equipe, não deram nem a ele e Alesi a chance de trabalharem e mostrem resultados, principalmente para ele que era um estreante. Vale lembrar também que ele se envolveu em vários acidentes naquela temporada, num número elevado que poderia ter sepultado seu futuro na F1 desde já. Não marcou um ponto se quer naquele ano e sua melhor posição de chegada foi a oitava colocação em Mônaco.
Passados dez anos, Button e Heidfeld tiveram suas carreiras quase que esquecidas dentro da categoria, simbolizando um fracasso do que poderiam ter conseguido com o talento que os reservava. Jenson passou pela Renault em 2002, esquentando lugar para Fernando Alonso, e em 2003 desembarcou na mutante BAR (que mais tarde tornar-se-ia Honda, BrawnGP e agora MercedesGP) onde viveu o céu e o inferno. Ótimas temporadas em 2003, 04 e uma mediana em 2005. Em 2006, ano que a equipe se tornou Honda, venceu na Hungria mas o campeonato foi complicado e pioraria ainda mais nos dois anos seguintes. A estréia arrasadora do seu compatriota Lewis Hamilton em 2007, deixou Button ainda mais esquecido entre fãs e imprensa britânica. A sorte lhe sorriu quando a Honda saiu e deu lugar a BrawnGP, onde conseguiu o seu campeonato mundial em 2009. Heidfeld sempre foi discreto e mesmo sendo mais rápido que seus companheiros desde a sua entrada na Sauber em 2001, sempre ficou para trás os vendo conquistar vitórias e títulos, Foi assim com Kimi Raikkonen em 2001 e Massa em 2002, superou-os com tranqüilidade, mas ficou pelo caminho quando estes foram para equipes melhores, com Raikkonen indo para a Mclaren em 2002 e Massa saindo para ser piloto de testes na Ferrari e voltando em 2004 pela Sauber muito mais experiente. Nick ainda correu pela Jordan em 2004 e pela Williams em 2005, onde obteve até hoje seu melhor resultado geral na categoria ao marcar a pole para o GP da Europa em Nurburgring. Voltou para a Sauber em 2006 e assim como em outros tempos, foi suplantado por Kubica que estava muito melhor que ele nos dois últimos anos da associação BMW Sauber. Sem emprego, foi ser piloto de testes da Mercedes e neste segundo semestre, foi escolhido pela Pirelli para testar seus pneus que serão usados em 2011.
Mazzacane ainda correu 4 provas pela Prost Grand Prix em 2001. Depois saiu da F1 e vagueou por outras categorias, entre elas a já extinta ChampCar e a Fórmula Truck brasileira, atualmente corre em categorias do seu país natal, a Argentina.

domingo, 5 de setembro de 2010

GP da Itália, 1971

Ronnie Peterson (March), Peter Ghetin (BRM), François Cevert (Tyrrel), Howden Ganley (BRM) e Mike Hailwood (Surtees) travaram um duelo dos melhores nas voltas finais do GP da Itália, disputado em Monza. Utilizando o vácuo dos adversários, este cinco se revezaram na liderança do GP na últimas voltas e na volta final Peterson ultrapassou Cevert na entrada da Parabólica, mas como de costume, acabou derrapando um pouco para fora da curva deixando a parte de dentro para Ghetin emparelhar com e ele e vencer a prova por míseros 10/1000!
A diferença entre ele e Ganley, quinto colocado, foi de 0''61/10 e de quebra havia sido a prova mais veloz da história com a média de 241,61 Km/h, superado 32 anos depois por Schumi que venceu em Monza 2003 com a média de 247,58 Km/h. De se destacar que em 71 foi o último ano da prova no traçado original. A partir de 72 a pista recebeu as chicanes no final da reta dos boxes e o "S" na curva Ascari, dimunuindo assim sua velocidade alucinante.
Abaixo o resumo deste GP com áudio natural, sem narração:

Resultado do teste

O piloto na foto acima se trata de Eddie Irvine, que testou o Onyx ORE-1- Cosworth numa sessão de testes feita no circuito francês de Paul Ricard no ano de 1989.
Naquele mesmo ano, Irvine disputou o campeonato de F-3000 pela equipe Pacific e obteve o nono lugar na classificação final com 11 pontos.
Sobre o capacete, Eddie era fã de Ayrton Senna e por isso mandou criar um casco com o mesmo design que o usado pelo piloto brasileiro na F1. Interessante é que Irvine, quando estreou na F1 no GP do Japão de 1993 ao volante do Jordan 193, acabou levando um soco de seu ídolo Senna por ter-lhe fechado a passagem quando o brasileiro ia colocar uma volta nele. Naquela altura o piloto irlandês já usava seu capacete nas cores vermelho e verde, mas com o desenho ainda lembrando o que Ayrton usava.

sábado, 4 de setembro de 2010

Tragédias Monzianas

Desde que me entendo por gente e acompanho a F1 desde o final do anos 80, sempre achei o circuito de Monza um dos que tem o ar mais carregado. Não apenas de suas históricas provas, mas também, principalmente, pelas tragédias que ali aconteceram. Em quase 90 anos de existência, que será completada em setembro de 2012, Monza foi palco de vários acidentes fatais. Eis alguns:


GP de Monza, 1933- Após um carro ter derramado óleo na curva Sul durante a disputa da primeira bateria, Giuseppe Campari, pilotando seu Alfa, escorrega na poça de óleo que foi mal coberta pelos comissários com o uso de areia (!!!!) e acaba capotando seu carro, morrendo esmagado por este. Na tentativa dos outros pilotos em escapar desta poça, Borzacchini rodou e capotou seu Bugatti que foi deslizando pela borda da curva. Morreria horas mais tarde quando dava entrada no hospital. Na nona passagem, no mesmo local, o Conde polonês Stanislav Czaikowisk também escaparia por causa do óleo e capotaria seu Maserati que incêndiou-se a seguir. De se lembrar que Campari, para ter um carro mais leve durante a disputa, preferiu correr sem os freios dianteiros que, de alguma forma, poderia tê-lo salvado. Este era seu último GP, já que havia anunciado sua retirada das competições para se dedicar ao canto liríco.


GP da Itália, 1961- Numa disputa, ainda no início da prova, Von Trips que estaa na briga pelo título daquele ano, acaba por tocar rodas com o novato Jim Clark no final da reta Parabólica. Seu carro é lançado contra um barranco que serve de catapulta, indo de encontro a uma multidão. O carro saiu desgovernado e passou que nem um foice, matando além de Von Trips, mais 14 pessoas. O título ficou com seu compenheiro de Ferrari Phil Hill. Talvez o destino de Trips estivesse traçado, pois o avião que o conduziria de volta a Alemanha caiu matando todos os passageiros e tripulantes.


Treinos para o GP da Itália , 1970- Emerson Fittipaldi já havia tomado um susto quando perdeu o freio de seu Lotus 72 no final da parabólica, batendo na traseira do Ferrari de Giunti e decolando. Com o carro de Emerson lá foi Rindt treinar. Sem a asa traseira, para ganhar mais velocidade de reta, e sem o uso de cintos de segurança (ele temia sofrer algum acidente a ficar preso nos cintos, como aconteceu com seu amigo Piers Courage, morto em Zandvoort naquele ano) Rindt chegou ao final da Parabólica e passou por Denny Hulme e quando buscou o freio do Lotus, não achou. O carro guinou para a esquerda indo bater no guard-rail, que estava mal fixado naquele ponto. A frente do carro desintrou-se e Jochen, que estava sem o cinto, deslizou e teve sua garganta degolada pelo vidro do painel. Rindt ainda ganharia aquele mundial, tornando-se o único campeão post-mortem da F1.


GP da Itália, 1978- Com os carros ainda alinhando, a sinal para a largada foi dada para a largada e quando os carros se afunilavam para a entrada da primeira chicane, Patrese deslocou seu Arrows de forma brusca o que forçou Hunt a também fazer o mesmo movimento. Nisso Peterson, que já havia batido pela manhã no warm-up e destruido sua Lotus 78, vinha de trás e acabou sendo jogado contra ao guard-rail. O carro teve a frente totalmente destruída e em seguida incendiando-se. O fogo foi apagado e Ronnie retirado do carro com a ajuda de outros pilotos e comissários. Ele foi atendido na pista e levado para o hospital, onde foi operado. Morreu horas depois, por conta de uma embolia múltipla.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Teste

Espero que seja bem difícil. Adivinham que é o piloto, carro, pista e o ano que foi feito a foto? O resultado sai apenas no domingo. Divirtam-se!

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Stefan Bellof, 25 anos atrás

Há 25 anos atrás, numa disputa contra Jacky Ickx, o jovem piloto alemão Stefan Bellof morria após embater seu Porsche 956 contra o guard-rail na subida da Eau Rouge em Spa. Desaparecia assim umas das grandes promessas do automobilismo alemão e que com tempo, seria uns dos maiores da F1. Em breve farei um post sobre ele e Ayrton Senna. Abaixo um vídeo tributo a Bellof.

Algumas linhas sobre o fim do kartódromo de Natal

Deveria ter escrito este texto alguns dias atrás, mas a falta de tempo não me deixou fazer isso. Escrevo sobre o triste fim, mais um, de uma pista de corridas aqui no Brasil. Trata-se do kartódromo de Natal, no Rio Grande do Norte, que será destruído em breve para a construção de um estádio para a Copa do Mundo de 2014.
Acho que a prefeitura de Natal, ou diabos que seja, se inspirou na palhaçada do governo carioca que mutilou o belo autódromo de Jacarepaguá para o Pan-Americano de 2007, resolveu seguir o mesmo caminho ao anunciar esta atrocidade com o kartódromo. Onde estão os homens da CBA que nada fazem? É um tanto estranho. Ficam quietos e enquanto isso uma pista de onde deveria sair novos talentos está condenada a dar lugar a um estádio. Aposto que têm vários outros terrenos desocupados, baldios que poderiam servir para este fim, mas assim como em outra ocasião, acham mais fácil destruir um para dar lugar ao outro. Será que eles vão prometer construir outro kartódromo, assim como Rio prometeu construir outro autódromo, para que a crítica fique mais branda? Acho difícil e assim como São Tomé, só acredito vendo.
Dr. Paulo Scaglione, ex-presidente da CBA, fez uma cruzada para tentar barrar a destruição de Jacarepaguá, mas estando sozinho nesta empreitada, seus esforços foram por água abaixo. E agora, com a nova presidência, nada foi feito. Ora é apenas um kartódromo e ainda por cima no nordeste, talvez pensem assim.
Bom, está escrito. Talvez isso não passe de uma crítica mesmo, afinal este pobre blog não tem tanta força assim, mas meus amigos que lêem meus devaneios e que talvez não saibam deste acontecimento ficaram indignados com que está para acontecer, assim como estou me expressando neste texto.
E mais uma vez o automobilismo brasileiro perde, mais uma vez.

O kartódromo de Natal inaugurado em 1990 e que depois teve seu nome modificado para Geraldo Neto, seu idealizador, será demolido em breve paa dar lugar a um estádio que será construído para a Copa de 2014

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Análise do dez primeiros- GP da Bélgica 2010

Lewis Hamilton- A melhora da Mclaren ajudou muito, mas ele estava intocável na prova belga. Largaria da pole se não fosse a chuva que o atrapalhou no final do treino, mas nem precisou. Largou bem, abriu boa vantagem, superou as condições variáveis da pista e ainda escapou de ficar encalhado na brita. Um final de semana genial dele que foi coroado com vitória e liderança no mundial de pilotos.


Mark Webber- Baita sorte no treino e na corrida também, pois não acreditava que terminaria no pódio após sua péssima largada. Mas aproveitou o final confuso para passar Kubica no pit-stop e assumir o segundo lugar na prova. Agora dependerá mais da equipe do que dele para tentar conquistar seu primeiro mundial.


Robert Kubica- Em Spa a Renault, e muito menos ele, esperavam algo, Mas o uso do duto frontal foi fundamental e ele pode se manter entre os primeiros a corrida inteira. Mas ele e a equipe se atrapalharam no último pit-stop, e isso lhe custaram à segunda posição. Mas num todo foi um fim de semana mágico do polonês.


Felipe Massa- Bom classificatório ao sair na frente de Alonso e na prova se manteve no meio dos dez pontuáveis. Não ameaçou ninguém e também não foi ameaçado. Uma prova tranqüila do brasileiro.


Adrian Sutil- Um treino surpreendente na sexta e uma ótima classificação no sábado ajudaram e muito o alemão a conseguir chegar nessa posição. O carro da Force Índia em Spa é ótimo e não é de hoje. Bom pressagio para Monza daqui a 15 dias, lugar onde eles andaram muito bem ano passado.


Nico Rosberg- Prejudicado pela troca do câmbio, teve que subir de 13º durante a corrida. Fez bons duelos contra Petrov e Schumi e se não tivesse largado no meio d pelotão, poderia, talvez, ter discutido uma posição melhor no final da prova.


Michael Schumacher- Assim como seu companheiro Rosberg, também largou do fundão (21º) como punição da manobra contra Barrichello na Hungria. Foi sua melhor corrida até agora na F1 após seu retorno e teve ótimos duelos contra Kobayashi e Petrov. Sem contar o passão que levou do Sutil na reta Kemmel.


Kamui Kobayashi- Mais uma bela apresentação do japonês. Não se intimidou na disputa com Schumi e o atacou, mas sem sucesso. Talvez ainda falte se concentrar nas classificações, que tem sido seu calcanhar de Aquiles.


Vitaly Petrov- Saiu em último após ter estampado seu carro no início da classificação, ficando assim sem tempo. Na prova foi agressivo e fez boas disputas contra as Mercedes, onde chegou a fazer uma linda ultrapassagem sobre Rosberg no final da reta Kemmel por fora. É, ao lado de Kobayashi, um dos melhores estreantes do ano.


Vitantonio Liuzzi- Tomou uma lavada do seu companheiro desde os treinos de sexta e na prova, sempre brigou pelas posições intermediárias. Herdou a décima posição após Alguersuari ter sido punido.

domingo, 29 de agosto de 2010

Hamilton vence em Spa e é líder do mundial

Quando Hamilton virou a La Source na frente dos demais sem nenhuma ameaça, pois Webber largara mal e caíra para sétimo, percebi que a prova já estava definida. Nem os ataques de Kubica na Le Combes e o assédio de Button após a saída da primeira visita do Safety Car, não abalaram a performance de Lewis que estava intocável no traiçoeiro circuito belga.
Aliás, este foi o único adversário real de Hamilton, pois o tempo instável no início da prova e no final podia ter alijado o inglês da ponta da corrida. Principalmente quando faltavam oito voltas para o fim, uma escapada na curva Rivage quase jogou seu belo trabalho no muro de pneus. Lewis voltou para a pista, trocou pneus colocando intermediários e ainda ficou em primeiro para vencer uma prova tranquila. Pelo menos para ele.
Mesmo tendo Webber no seu encalço no final, a corrida foi boa para Hamilton que reassumiu a liderança do mundial de pilotos com 182 pontos contra 179 de Mark. Para este último à prova também foi lucrativa, afinal tinha caído da pole para sétimo na largada, mas a lambança de Vettel e o abandono de Button o ajudaram bastante. No fim superou Kubica nos boxes e assim pode garantir importantes 18 pontos. Com Button e Alonso ficando de fora e Vettel não marcando pontos, facilitou ainda mais e isso deixa ambos como únicos favoritos para a conquista do campeonato.
Mas Vettel deu uma mãozinha a eles ao tirar Button da prova durante uma disputa pela segunda posição, acertando o carro do inglês na lateral esquerda após um erro na freada da chicane. Com mais este erro, suas chances de tentar vencer a prova e encostar no mundial de pilotos se complicaram. Ainda teve que pagar um Drive & Through como punição pelo acidente e para completar, o pneu traseiro esquerdo furou após um toque numa disputa contra Liuzzi. Teve que fazer uma volta inteira pelo circuito em três rodas. Terminou em 15º numa das piores atuações dele na categoria. Alonso também ficou de fora ao rodar e bater quando estava em décimo, a oito voltas do fim. Mas teve um acidente que arruinou sua prova, quando foi acertado por trás pela Williams de Barrichello na freada da chicane. O brasileiro, que completou seu GP de número 300, abandonou na primeira volta e Alonso ainda voltou se recuperou e abandonou. E o campeonato para estes três, já era.
Kubica foi brilhante ao lutar contra carros muito melhor que o seu Renault e ficou em terceiro, após ter ficado maior parte do tempo em segundo. Massa ficou quietinho e fechou em quarto. Ótimos duelos de Rosberg vs Petrov, Schumi vs Kobayashi e De La Rosa vs Hulkenberg deixaram a prova ainda mais interessante.
Sobre as entradas do Safety Car, li um bocado de reclamações disso, entendo que não foi pelas chuvas do início e fim de prova (que foram, de certa forma, fracas e passageiras), mas sim pela segurança em retirar os carros de Barrichello e Alonso. No de Rubens, o trator estava num trecho verde que divide a pista da entrada dos boxes e ali, com a pista molhada que estava naquele momento, um carro poderia rodar e bater embaixo do trator. Já com Fernando, o seu Ferrari ficou atravessado na pista mas os comissários foram rápidos e o tiraram de lá e mesmo assim o Safety ainda demorou duas voltas para sair e nesta reclamação eu concordo.
Mais uma vez Spa nos brindou com uma bela prova, que na minha visão, decidiu quem será os dois homens a disputar o título deste ano. Hamilton está absoluto na Mclaren e eles vão trabalhar para que ele consiga. Webber na Red Bull não é unanimidade, mas após as cagadas que Vettel aprontou e vem aprontando é hora deles apoiarem o australiano. Se isso não acontecer, já podem entregar a taça para Hamilton.
A largada de Hamilton foi perfeita e aproveitando a má saída de Webber, assumiu a ponta para não perder mais.


Vettel acaba de acertar o carro de Button: o jovem alemão vem pagando caro pela sua imaturidade nesta temporada, que a rigor, deveria ser dele. Button abandonou em seguida com o radiador furado e Sebastian ficou em 15º.

O GP 300 de Barrichello terminou no final da segunda volta quando acertou o carro de Alonso por trás. Ele acabou errando a freada no traçado já molhado naquele trecho.


Alonso abandonaria bem mais tarde, na volta 36, quando rodou e bateu na curva Malmedy.


RESULTADO FINAL
Grande Prêmio da Bélgica- Spa Francorchamps
13ª Etapa- 29/08/2010

1. Lewis Hamilton (GBR/McLaren Mercedes): 44 voltas
2. Mark Webber (AUS/Red Bull Renault): +1s5
3. Robert Kubica (POL/Renault): +3s4
4. Felipe Massa (BRA/Ferrari): +8s2
5. Adrian Sutil (ALE/Force India Mercedes): +9s0
6. Nico Rosberg (ALE/Mercedes GP): +12s3
7. Michael Schumacher (ALE/Mercedes GP): +15s5
8. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber Ferrari): +16s6
9. Vitaly Petrov (RUS/Renault): +23s8
10. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India Mercedes): +34s8
11. Pedro de la Rosa (ES/Sauber Ferrari): +36s0
12. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso Ferrari): +39s8
13. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso Ferrari): +49s4*
14. Nico Hulkenberg (ALE/Williams Cosworth): +1 volta
15. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull Renault): +1 volta
16. Heikki Kovalainen (FIN/Lotus Cosworth): +1 volta
17. Lucas di Grassi (BRA/Virgin Cosworth): +1 volta
18. Timo Glock (ALE/Virgin Cosworth): +1 volta
19. Jarno Trulli (ITA/Lotus Cosworth): +1 volta
20. Sakon Yamamoto (JAP/Hispania Cosworth): +2 voltas

Abandonaram:
Fernando Alonso (ESP/Ferrari)
Jenson Button (GBR/McLaren Mercedes)
Bruno Senna (BRA/Hispania Cosworth)
Rubens Barrichello (BRA/Williams Cosworth)

* punido após a prova com acréscimo de 20 segundos por ultrapassagem irregular

Volta Mais Rápida: Lewis Hamilton (Mclaren) 1min49s069

sábado, 28 de agosto de 2010

Na sorte, Webber é pole em Spa

A pista seca deu a Webber a chance que ele e a Red Bull precisavam em Spa: uma volta limpa, sem imprevistos para marcar a quinta pole do australiano na temporada e a 12ª dos touros vermelhos neste ano. Assim que marcou seu tempo de 1min45s778, a chuva desabou no circuito e quem vinha logo em seguida, como Hamilton, por exemplo, não pode roubar a pole de Mark. Mas não acho que ele possa sair vencedor desta prova. As condições climáticas para amanhã apontam chuva o dia todo e isso me leva a crer, como já havia comentado no twitter na última quinta quando soube da previsão para Spa, que Hamilton pode sair vencedor da prova de amanhã. Ele sai em segundo e como sempre é um ótimo largador, e assim é bem possível que ele já vire a La Source à frente de Mark.
Em terceiro aparece Kubica, que creditou a ótima performance desde de sexta ao duto frontal  do Renault. Mas seu talento também contou e muito para chegar a este posto. Vettel e Button aparecem em quarto e quinto, vendo de longe, o sucesso de seus companheiros de equipe. Mas o inglês pode fazer melhor que alemão nesta corrida. Massa conseguiu ficar na frente de Alonso, aproveitando um deslize dos muitos que o espanhol cometeu este ano, quando saiu e marcou seu tempo com a pista ainda seca e Fernando deixando para sair com o traçado já totalmente comprometido pela chuva, marcou apenas o décimo tempo. Para a sorte deles, Spa tem ótimos pontos de ultrapassagens.
Barrichello sai em sétimo no seu GP de número 300 e nisso, quem sabe, beliscar alguns pontos ou até mesmo, dependo da sorte, um pódio. Em oitavo sai Sutil com a bom carro da Force India que se comportou mais uma vez bem em Spa. Caso não fosse o tempo instável, poderia estar mais a frente no grid. Hulkenberg sai em nono num bom treino dos Williams.
Senna, que marcou o 20º tempo, ganhou duas posições de presente com as punições de Schumacher (que perdeu dez posições como punição ao incidente de hungaroring com Barrichello) e de Glock, que perdeu cinco posições por obstruir Yamamoto durante o classificatório. De repente o Yamamoto podia marcar a pole, vai saber... . Buemi também foi punido, pela mesma manobra, quando bloqueou Rosberg durante a Q2. O alemãozinho da Mercedes também perdeu cinco posições, mas por ter trocado o câmbio. E com a corrida com chuva, como deve ser amanhã, punições vão rolar à solta.

RESULTADO- GRID DE LARGADA PARA O GRANDE PRÊMIO DA BÉLGICA- 13ª ETAPA

Q1
1. Mark Webber (AUS/Red Bull Renault): 1min45s778
2. Lewis Hamilton (GBR/McLaren Mercedes): 1min45s863
3. Robert Kubica (POL/Renault): 1min46s100
4. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull Renault): 1min46s127
5. Jenson Button (GBR/McLaren Mercedes): 1min46s206
6. Felipe Massa (BRA/Ferrari): 1min46s314
7. Rubens Barrichello (BRA/Williams Cosworth): 1min46s602
8. Adrian Sutil (ALE/Force India Mercedes): 1min46s659
9. Nico Hulkenberg (ALE/Williams Cosworth): 1min47s053
10. Fernando Alonso (ESP/Ferrari): 1min47s441
Q2
11. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso Ferrari): 1mins48s267
12. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India Mercedes): 1min48s680
13. Sebastien Buemi (Toro Rosso Ferrari): 1min49s209
14. Heikki Kovalainen (FIN/Lotus Cosworth): 1min50s980
15. Jarno Trulli (ITA/Lotus Cosworth): 2min01s491
16. Nico Rosberg (ALE/Mercedes GP): 1min47s885*
17. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber Ferrari): 2min02s284
Q3
18. Bruno Senna (BRA/Hispania Cosworth): 2min03s612
19. Sakon Yamamoto (JAP/Hispania Cosworth): 2min03s941
20. Timo Glock (ALE/Virgin Cosworth): 1min52s049*
21. Michael Schumacher (ALE/Mercedes GP): 1min47s874**
22. Pedro de la Rosa (ESP/Sauber Ferrari): 2min05s294
23. Lucas di Grassi (BRA/Virgin Cosworth): 2min18s754
24. Vitaly Petrov (RUS/Renault): sem tempo

* Foi punido e perdeu cinco posições no grid
** Foi punido e perdeu dez posições no grid

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Alonso marca o melhor tempo no instável treino de Spa

Com uma volta em 1min49s032 Alonso foi o dono do dia em Spa, onde as condições metereológicas foram mudanças constantes. A chuva contribuiu para uma loteria neste treino e assim como hoje, amanhã a previsão é a mesma: chuva!
Sutil confirmou as suas expectativas e da equipe e marcou o segundo tempo. Acabou por ser uma lavada sobre seu companheiro Liuzzi, que marcou apenas o 16º tempo. Completando os dez primeiros Hamilton apareceu em terceiro, Kubica quarto, Massa quinto, Vettel sexto, Button sétimo, Rosa oitavo, Barrichello nono e Kobayashi em décimo. Mark Webber ficou apenas em 18º. Di Grassi fechou em 21º e Senna em 22º.

RESULTADO- TREINOS LIVRES PARA O GRANDE PRÊMIO DA BÉLGICA- 13ª ETAPA

1. Fernando Alonso (ESP/Ferrari): 1min49s032
2. Adrian Sutil (ALE/Force India Mercedes): 1min49s157
3. Lewis Hamilton (GBR/McLaren Mercedes): 1min49s248
4. Robert Kubica (POL/Renault): 1min49s282
5. Felipe Massa (BRA/Ferrari): 1min49s588
6. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull Renault): 1min49s689
7. Jenson Button (GBR/McLaren Mercedes): 1min49s755
8. Pedro de la Rosa (ESP/Sauber Ferrari): 1min50s081
9. Rubens Barrichello (BRA/Williams Cosworth): 1min50s128
10. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber Ferrari): 1min50s200
11. Vitaly Petrov (RUS/Renault): 1min50s251
12. Michael Schumacher (ALE/Mercedes GP): 1min50s341
13. Nico Rosberg (ALE/Mercedes): 1min50s382
14. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso Ferrari): 1min50s682
15. Nico Hulkenberg (ALE/Williams Cosworth): 1min50s831
16. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India Mercedes): 1min51s520
17. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso Ferrari): 1min51s523
18. Mark Webber (AUS/Red Bull Renault): 1min51s636
19. Heikki Kovalainen (FIN/Lotus Cosworth): 1min53s480
20. Jarno Trulli (ITA/Lotus Cosworth): 1min53s639
21. Lucas di Grassi (BRA/Virgin Cosworth): 1min54s325
22. Bruno Senna (BRA/Hispania Cosworth): 1min55s751
23. Sakon Yamamoto (JAP/Hispania Cosworth): 1min56s039
24. Timo Glock (ALE/Virgin Cosworth): 2min03s179

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Spa Francorchamps 1967

O belo circuito belga, entremeado por pequenas aldeias como Malmedy, Francorchamps e Stavelot brindava os pilotos com um  traçado extremamente veloz e desafiador. Mas também sua paisagem verde com as fazendas que ali se localizavam, deixava a prova com um visual ainda mais atraente e o contraste da correria anual da F1 e outras grandes provas com a vida pacata daquele local tornava a corrida ainda mais especial. O vídeo que será postado, mostra ótimas imagens deste GP de 43 anos atrás.
Dan Gurney venceria aquela prova de 1967, tornando-se o segundo piloto a vencer uma prova com seu próprio carro (o Eagle Weslake) após um infortúnio das Lotus de Hill e Clark que apresentaram problemas.

As marcas de Ímola

A foto é do genial Rainer Schlegelmich (extraído do livro "Driving to Perfection") tirada da reta de Ímola após uma das largadas. ...