quinta-feira, 31 de maio de 2012

F1 Battles: Ayrton Senna vs Nigel Mansell, GP de Mônaco 1992

Ayrton Senna já havia experimentado o gosto de perder uma prova ganha no traçado monegasco. Tinha sido em 1988, ano de amplo domínio da McLaren, onde ele e Prost destroçaram a concorrência repartindo 15 vitórias entre eles e deixando uma de lambuja para a Ferrari em Monza. Mas aquela corrida de Mônaco foi perdida mais por soberba por parte do brasileiro, do que por azar. Ele tinha quase 1 minuto de vantagem sobre Prost e tinha acabado de rodar 0.4 segundos mais rápido que o francês, batendo-o na melhor volta da corrida. Como o próprio Alain diria mais tarde, Senna queria humilhá-lo naquele dia. Ayrton pagou caro há 12 voltas do fim, quando raspou na entrada da Portier e o carro saltou, indo de encontro ao guard-rail. Uma pancada simples, mas totalmente tosca.
Passados quatro anos, depois de ter ganhado em 89, 90 e 91, Senna não tinha grandes pretensões para o GP de Mônaco de 1992 devido o poderio que a Williams apresentava naquele ano. Mansell tinha ganhado as cinco primeiras corridas do ano com certa folga. E além da pole, agora ele liderava com tranquilidade em Mônaco, rumando para sua sexta vitória na temporada. Um recorde. E também estava a caminho da sua primeira vitória em Monte Carlo onde ele havia falhado por duas vezes, em 84 e 87. Ele tinha uma boa diferença para Ayrton, que vinha em segundo, o suficiente para manter a ponta sem ser incomodado nas voltas finais.
Mas Mansell, do nada, apareceu nos boxes. Trocou os pneus e voltou em segundo, com mais de 20 segundos de desvantagem para Senna que logo desapareceram quando ele colocou no McLaren do brasileiro faltando quatro voltas para o fim. A explicação veio após a corrida: ele havia acertado uma guia na entrada do túnel, fazendo com que uma das rodas danificasse. Isso se deveu ao mesmo problema que tirara a vitória de Senna quatro anos antes: arrogância. Mansell disse que já considerava certa a sua vitória no Principado, e que se imaginava na beira da piscina ao lado da mulher e dos filhos curtindo uma bela tarde de sol. O devaneio do Leão saiu caro.
O que se viu nas voltas finais foi um duelo, dos melhores da década de 90, com Mansell a atacar Ayrton impiedosamente e o brasileiro defender-se como podia, ora freando mais cedo, ora oferecendo o lado mais sujo para o inglês frear, ou então travando as rodas e deixando o carro escorregar de frente, como fez na entrada da chicane do Porto. Como o próprio Nigel disse após a batalha “Ele foi incrível! Parecia que dirigia três carros na minha frente”.
Foi a quinta vitória de Ayrton em Monte Carlo, igualando o feito de Graham Hill.

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