quinta-feira, 21 de julho de 2011

Grandes Atuações- Mika Hakkinen, Nurburgring 1998

Chegando ao final de uma temporada que deveria ter sido fácil, Hakkinen e a Mclaren estavam atordoados com a crescente da Ferrari na segunda parte do mundial de 98. Isso era preocupante, pois Mika havia marcado apenas 4 pontos nas ultimas três provas enquanto que Schumi vencera duas delas (Hungria e Itália). Ambos abandonaram em Spa: Hakkinen saiu da prova na segunda largada (após o histórico strike na descida da La Source) e Schumi abandonou na metade da corrida (no famoso acidente entre ele e Coulthard) quando era líder. No fim das contas Mika estava quatro pontos à frente de Michael na tabela de pontos. Uma diferença pífia frente aos 16 que ele tinha quando venceu no GP da Alemanha, dois meses antes. Quando a F1 deslocou-se até Nurburgring para a realização do GP de Luxemburgo, 15ª e penúltima etapa, o clima prometia ser chuvoso. Era a situação perfeita para a Ferrari e altamente desanimador para Mclaren.
No treino classificatório Schumacher marcou a pole e, para piorar o desespero da Mclaren, Irvine fez a segunda marca formando assim a primeira e única dobradinha da Ferrari no ano em grid daquele ano. Hakkinen aparecia em terceiro e agora, mais do nunca, teria que fazer algo de excepcional na corrida do dia seguinte.
No domingo o céu estava cinzento, mas a previsão de chuva era mínima. Talvez isso tenha animado o finlandês naquela manhã, pois acabou fazendo o melhor tempo no warm-up (1’20’’396) sendo 1’’119 mais veloz que Schumi. Er5a um diferença respeitável visto que neste treino os carros já andavam com a configuração a ser usada na corrida de logo mais. Já na corrida a largada foi sem problemas, mas na dianteira ia a outra a Ferrari, a de Irvine, que saíra melhor que Schumacher. Na chegada da chicane Veedol, o irlandês errou (ou deixou?) e Michael ultrapassou-o. O cenário era bom para a Scuderia: com Schumacher na frente, Irvine teria o trabalho de retardar o máximo que pudesse Hakkinen. Algo parecido como fizera com Villeneuve um ano antes no Japão. Curiosamente Michael não abriu grande vantagem e quando Mika passou Irvine na chicane, na 14ª volta, a diferença era de 7,7 segundos. Dez voltas depois a vantagem tinha despencado para 5,2 no momento exato que Schumi foi aos boxes pela primeira vez. Hakkinen, assim como Hill e Villeneuve no passado, tinha experimentado o desgosto de perder uma corrida para o alemão numa estratégia de box. Com Michael voltando 16;3 segundos atrás, Mika mandou ver e virou voltas extremamente velozes. Quatro voltas após a parada do ferrarista, foi vez do finlandês fazer o seu pit. Tinha um ar de suspense, pois Mclaren, nesse quesito, sempre tomou uma sova da Ferrari. Mas o dia era dos prateados e Mclaren fez um pit stop irretocável e entregou Hakkinen na ponta da corrida com Michael colado no câmbio do belo MP4- 13. Pelas 11 voltas seguintes Mika agüentou firme pressão exercida por Schumacher, não fraquejando em momento algum. Na passagem 47 Michael parou e na seguinte foi à vez de Hakkinen. As colocações se mantiveram e o piloto da Mclaren aumentou a vantagem até os 5 segundos para vencer a corrida de modo magistral.
Enquanto que Schumacher e a Ferrari reclamavam dos pneus Goodyear e procuravam achar alguma solução para a corrida de Suzuka, Hakkinen e Mclaren festejavam e saiam fortalecidos daquela batalha de nervos que fora a corrida em Nurburgring. Mais do que nunca, Mika mostrou que, além da sua indiscutível velocidade, ele era a antítese dos outros pilotos: quanto mais a pressão aumentava, mais ele melhorava. E vimos isso na corrida do Japão de 1999, mas isso é um papo para um outro dia.
Mika Hakkinen era um piloto de decisões, de grandes decisões.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O mestre Sid Mosca

Infelizmente, nestes meus 9 anos que estou envolvido com automobilismo, não tive a chance, de ao menos, conhecer Sid Mosca pessoalmente. Lembro-me vagamente de uma matéria, ainda nos anos 90, que a Rede Globo fez com ele sobre a pintura no capacete de Ayrton Senna, a mais famosa delas e desde então passei a conhecer que era o mestre nesta arte de desenhar tão belos capacetes. Nesta madrugada ele nos deixou, aos 74 anos de idade após ter travado uma luta incessante contra um cancêr na bexiga. Na foto acima três das suas criações que mais conhecidas no mundo do automobilismo, os capacetes de Emerson Fittipaldi, Nélson Piquet e Ayrton Senna. Os três campeões mundiais usaram os cascos pintados por Sid, numa época em que o capacete era a segunda face, ou vezes, a primeira de um piloto. Agora Deus o chamou e ele vai pintar capacetes por lá. Valeu Sid!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Grande Prêmio de Dallas, 1984- Vídeo

Eis a prova de Dallas de 1984, disputado em 8 de julho. A prova foi vencida por Keke Rosberg, seguido por René Arnoux e Elio de Angelis. A corrida ficou mais conhecida pelo forte calor em que foi disputada naquele dia e por isso o horário da prova fora adiantado para as 11 da manhã. O asfalto, que já não era grande coisa, acabou por ser destruido após a corrida dos carros da Can Am. Com a pista a desintegrar-se, até cogitaram seu cancelamento que não acabou não acontecendo. Para completar o final de semana um tanto conturbado, Mansell, que largara na pole, acabou por completar a corrida empurrado sua Lotus Renault até a linha de chegada para garantir o sexto lugar desmaiando logo em seguida. Foi a última aparição da F1 naquele lugar.

sábado, 16 de julho de 2011

Foto 27: Jackie Stewart, Crystal Palace F2 1970

Nos bons tempos da F2, vários pilotos de F1 participavam das corridas. Em Crystal Palace não era diferente. Entitulado como London Trophy, esta corrida trazia a nata do automobilismo europeu tornando-se, junto do Gran Premio della Loteria de Monza e do GP do ADAC disputado em Nurburgring, uma das mais importantes da temporada. Na corrida de 1970 Jackie Stewart, a bordo de um Brabham BT30 do Team John Coombs Racing Organisation, aniquilou seus concorrentes ao marcar a pole, vencer e marcar a melhor volta. Clay Regazzoni e Emerson Fittipaldi completaram o pódio dessa prova. 

terça-feira, 12 de julho de 2011

Foto 26: Peterson e Cevert

A foto é de Anderstorp, com Ronnie Peterson formando a primeira fila com François Cevert para o GP da Suécia de 1973. Pode-se dizer que esta foi uma fila dos "segundos pilotos", pois eles largaram exatamente à frente de seus companheiros Jackie Stewart e Emerson Fittipaldi que sairam em terceiro e quarto, respectivamente. A vitória ficou com Denny Hulme, que largou da sexta posição. Peterson e Cervert completaram em segundo e terceiro; Stewart foi quinto e Emerson abandonou na volta 76 com problemas de câmbio. 
Foi a única vez que o sueco e o françês dividiram uma primeira fila numa prova da F1. 

Garotas da F1- GP da Grã Bretanha





Em alguns momentos o vento estava forte em Silverstone, neste último final de semana...

segunda-feira, 11 de julho de 2011

GP da Grã Bretanha- Corrida- 9ª Etapa

Alonso tinha lutado freneticamente pela vitória nas últimas corridas, mas por azares, ou algo mais, elas lhe escaparam: em Mônaco perseguiu Vettel nas últimas voltas ameaçando-o perigosamente até que uma bandeira vermelha arruinou uma possível chance de ultrapassagem; em Montreal bateu rodas com Rosberg e ficou de fora quando tinham alguma hipótese e nas ruas de Valência duelou com Webber que o atrasou numa possível batalha contra Vettel pela liderança da corrida. Em Silverstone, teoricamente, as suas chances estavam minimizadas: o fato de ter que usar os pneus duros, que tinham ficado de fora das três corridas anteriores, colocaria um freio em qualquer pretensão do espanhol. Mas o cenário foi diferente quando a corrida teve seu início, com pista molhada e a sorte sorriu para Fernando.
O pit-stop desastroso da Red Bull de Vettel aliado ao fato de não ter sido preciso o uso do pneu duro, ajudou bastante Alonso que esteve num tarde de velocidade pura com sua Ferrari. Discutir se Vettel teria alcançado-o, é uma outra história. Ele teve um breve duelo com Hamilton pela segunda posição, com o piloto inglês a defender-se como podia dos ataques. Sebastian mostrou certo nervosismo com essa situação de ter que atacar e por um momento lhe pediram calma, já que o alemão havia atravessado em duas curvas. Sebastian acabou por conquistar a posição nos boxes, mas teve que agüentar o assédio de Webber, que estava em melhor forma nas últimas voltas. Mas a Red Bull interveio e disse ao australiano para manter a distância. Isso não soou bem e Mark acabou não gostando, mas Horner tratou de defender a atitude ao dizer que corriam risco de se tocarem e acabar jogando pontos preciosos no lixo. É discutível essa atitude, mas por um lado Christian tem razão afinal a lição que eles aprenderam na corrida da Turquia do ano passado ainda deve soar forte para aqueles lados. Mais atrás outro belo duelo, e com toques, foi a disputa de Hamilton com Massa para a definição da quarta colocação. O inglês levou a melhor sobre o brasileiro que mostrou alguma raça, enfim, nessa disputa.
A Ferrari levou algumas mudanças para Silverstone e, aparentemente, surtiram algum efeito. Mas o não uso dos pneus duros camuflou isso e não nos deu a real idéia do quanto melhoraram. A proibição dos difusores soprados nesta etapa prejudicou muito mais a Mclaren do que a Red Bull, já que em condições normais, Hamilton não foi tão competitivo e Button parecia estar numa situação um pouco melhor quando o pneu dianteiro direito mal colocado arruinou sua prova forçando seu abandono. Já a Red Bull, se perdeu algo, foi muito pouco. Teve um bom desempenho nos treinos e na corrida venceria caso não tivessem errado com Vettel.
Em Nurburgring, daqui duas semanas, as coisas serão diferentes. Os até então proibidos difusores soprados, ou aquecidos, como queiram, voltarão numa decisão estranha por parte da FERRARI e Sauber que voltaram atrás em suas decisões de não apoiar o uso desta na prova britânica. Será um ganho a mais para a Red Bull e para Mclaren, que sofreu bastante neste fim de semana. Para a Ferrari resta o entusiasmo ganho com a vitória de ontem e com o uso de pneus médios e macios para a corrida alemã, sugere-se que ainda estarão no páreo pela vitória.
Será interessante a prova em solo de Vettel.
As Red Bulls pareciam caminhar para mais uma vitória, em especial com Vettel. Mas o erro nos boxes tirou-lhe essa oportunidade


Kobayashi e Maldonado travaram um bom duelo por meia volta durante a corrida. O japonês venceu a batalha, mas abandonou em seguida por problemas mecânicos. Maldonado completou a na 14ª colocação


Mais um dia ruim para Hamilton que chegou a ter alguma chance de vitória nesta corrida. Com a pista secando, o seu Mclaren não estava no nível de Ferrari e Red Bull e assim acabou sucumbindo as pressões de Vettel e Webber, despencando para quarto. Economizando combustível, teve que travar uma batalha e tanto com Massa nas últimas curvas para garantir a quarta posição.

RESULTADO FINAL
Grande Prêmio da Grã Bretanha- Circuito de Silverstone
52 voltas- 9ª Etapa- 10/7/2011


1º) Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - 1h28min41s194
2º) Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - a 16s511
3º) Mark Webber (AUS)/Red Bull) - a 16s947
4º) Lewis Hamilton (ING/McLaren) - a 28s986
5º) Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a 29s010
6º) Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - a 1min00s665
7º) Sergio Perez (MEX/Sauber) - a 1min05s590
8º) Nick Heidfeld (ALE/Renault) - a 1min15s542
9º) Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - a 1min17s912
10º) Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso) - a 1min19s108
11º) Adrian Sutil (Force India) - a 1min19s712
12º) Vitaly Petrov (RUS/Renault) - a 1min20s600
13º) Rubens Barrichello (BRA/Williams) - a uma volta
14º) Pastor Maldonado (VEN/Williams) - a uma volta
15º) Paul di Resta (ESC/Force India) - a uma volta
16º) Timo Glock (ALE/Virgin) - a duas voltas
17º) Jerome D'Ambrosio (BEL/Virgin) - a duas voltas
18º) Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania) - a duas voltas
19º) Daniel Ricciardo (AUS/Hispania) - a três voltas

Não completaram

Jenson Button (ING/McLaren)
Kamui Kobayashi (JAP/Sauber)
Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso)
Jarno Trulli (ITA/Lotus)
Heikki Kovalainen (FIN/Lotus)

FOTOS: REUTERS; ITV.COM

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...