quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Grandes Atuações: Jim Clark, Nurburgring 1962

Nos tempos áureos do automobilismo, assim como hoje, o grande teste para um novato era ver o quanto ele era bom em circuitos extremamente difícieis. A grande diferença é que naquela época o número de pistas “antiquadas” era bem maior: você podia se deparar com Rouen, com as sua sessões de curvas rápidas feitas em descida ou então tentar a sorte de dividir uma freada na entrada da Masta Kink em Spa-Francorchamps e esperar para ver o que poderia acontecer. Mas o grande teste, aquele que, talvez, valesse realmente a pena, era encarar os longos 23 km do velho Nurburgring. Se com a pista seca, debaixo de um sol escaldante, as coisas já não eram fáceis, imagina com pista molhada por inteira, ou pior, tendo trechos secos intercalando com outros totalmente encharcados? Nurburgring, no seu esplendor da era dos Grand Prix, era um local onde os garotos não tinham vez. Na corrida de 1962, Jim Clark fez uma das suas melhores exibições ali mesmo, no “Inferno Verde”.
Clark já havia mostrado as suas credenciais nos seus dois primeiros anos de F1. Em 1960 não disputou todas as corridas, mas arrancou um terceiro lugar no GP de Portugal disputado nas ruas do Porto e em 61, correndo em todas as provas, conseguiu mais outros dois pódios, sempre em terceiro, nos GPs da Holanda e da França. Para o ano de 62 Colin Chapman lhe entregara uma Lotus 25 que se mostrou rápida desde a sua prova de estréia, em Zandvoort. Clark dominou, mas não venceu e isso aconteceria na prova seguinte em Mônaco. Somente em Spa (3ª etapa) é que o escocês entrou para o grupo dos vencedores ao ganhar debaixo de uma chuva intensa e repetiu a dose duas corridas depois ao ganhar em Aintree. Em Nurburgring, sexta etapa, o domínio de Clark foi ofuscado pela magnífica pole de Dan Gurney que colocou a sua Porsche na primeira posição do grid, ficando três segundos à frente de Graham Hill (BRM) e quatro com relação à Clark que aparecia em terceiro. John Surtees fechava em quarto com sua Lola-Climax.
No dia da prova a forte chuva que caiu antes da largada, fez com barreiras caíssem em alguns pontos da pista e assim o início da corrida foi atrasada. Após serem feitos os reparos, a prova teve a sua largada realizada, mas Clark cometeu o erro de esquecer de ligar as bombas de combustível e rapidamente foi tragado pelo pelotão, despencando de terceiro para vigésimo quarto. Clark mostrou do que era feito quando ultrapassou nada mais que 16 carros naquela primeira volta e quando abriu a segunda passagem, já estava em oitavo, pressionando Ricardo Rodriguez que brigava ferozmente com Jo Bonnier e Phil Hill pela quinta posição. Foi uma primeira volta de mestre, algo que Ayrton Senna faria 30 anos depois, mas claro, numa escala bem menor. Jim continuou a sua escalada e quando chegou à metade da corrida, já estava em quarto. Com um ritmo absurdamente alucinante, ao cravar incessantemente a melhor volta a cada passagem, ele estava chegando próximo da batalha que Gurney, Surtees e Graham Hill travavam pela primeira posição. Clark tinha condições e tempo de sobra para encostar e passar os três para vencer uma corrida épica, mas, com o ritmo que estava a imprimir naquele momento, um erro era quase certeiro. Na décima primeira passagem, quando estava a poucos segundos de Hill, a Lotus de Clark sofreu uma forte derrapagem que quase a atirou para fora da pista. O escocês conseguiu controlar a saída do carro e de imediato diminuiu o ritmo, conformando-se com a quarta colocação. Enquanto isso, Graham Hill avançou e conquistou as posições de Surtees e Gurney para vencer a prova.
Apesar das discussões de qual teria sido a sua melhor prova na F1, onde muitos apontam a corrida de Monza, em 1967, como a melhor, Clark sempre apontou esta de Nurburgring como sendo a mais espetacular de sua carreira. As duas não o levaram a vitória (em Monza a bomba de gasolina o deixou na mão na última volta, quando contornava a curva Parabólica), mas pelo grau de dificuldade com qual ele se deparou naquele 5 de agosto de 1962, talvez o velho Clark tinha total razão.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mais uma do Nelsão

É sabido por todos que um dos pilotos que Nelson Piquet mais gostava de zoar na F1 era Alain Prost. Tirou sarro dele quando o francês trocou os dentes (no post que fiz de aniversário do Piquet, transcrevi uma frase dele que falava da dentadura do prost) e imitou o tetra-campeão quando este cedia uma entrevista, apenas para citar algumas.
No pódio do GP de Portugal de 1987, corrida na qual Prost venceu e tornou-se o maior vencedor da F1 na ocasião, ultrapassando as 27 vitórias de Jackie Stewart, Piquet, que terminara em terceiro, não deixou passar a ocasião para sacanear o francês.

Monza, 1967

Jim Clark concentrado antes da aula que aplicaria naquele GP italiano, disputado à 10 de setembro de 1967. Fiz um post sobre esta prova e é só clicar aqui para ler.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Meus agradecimentos

Enquanto que 2011 encaminha-se para o final, é sempre bom fazer uma reflexão e agradecimentos à todos aqueles que passaram por aqui.
O blog, graças a Deus, foi muito bem este ano. Atingiu bons números, estive mais presente com posts interessantes (outros nem tanto), as visitas e comentários atingiram ótimas marcas. Mas confesso que os números é o de menos. O que mais me deixa feliz é a notoriedade que este espaço alcançou nestes quase dois anos e meio de existência. Tenho recebido desde elogios, à critícas construtivas sobre o Volta Rápida que tentei aplicar ao longo deste 2011 e, que creio eu, funcionou. Abri um espaço para ele lá no facebook que tem ajudado bastante na sua divulgação e claro, o boca-a-boca também ajudou muito. 
Outra coisa importante foi o número de amigos que fiz por conta deste blog, Twitter e Facebook. Alguns eu tive o prazer de conhecer pessoalmente, mas a maioria, que não conheci ainda, espero conhecer em 2012. Confesso que é gratificante abrir o painel do blog e ver 1,2,3 ou mais comentários. Isso é sinal que meus textos tem agrado a maioria e os meus "achados", no qual transformei em posts, chamaram bastante atenção. Isso é bom porque, como a maioria dos meus amigos blogueiros sabem, é difícil pacas achar informações sobre os eventos automobilísticos de outrora.   
Para encerrar este pequeno texto, agradeço à todos aqueles que estiveram aqui no Volta Rápida passando para ler e comentar o meus devaneios e também para todos que me ajudaram neste ano. Meu muito obrigado e espero contar com vocês e com mais outros futuros leitores aqui no Volta Rápida. 
Um grande abraço e que 2012 seja de grandes realizações para vocês e suas respectivas famílias. Paz, saúde e sucesso para todos, são os meus votos.
Obrigado!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A BPR no Brasil, 1996

Antes que os carros do FIA GT1 desembarcassem em Interlagos para disputar suas duas corridas em novembro de 2010, a BPR, categoria que deu origem ao FIA GT em 1997 (atual FIA GT1), fez duas corridas: uma em Curitiba (8/12/1996) e depois em Brasília (15/12/1996).
Nélson Piquet, correndo em parceria com o venezuelano Johnny Ceccoto, pilotando o Mclaren F1 GTR - BMW (Bigazzi Team SRL), venceu as duas corridas disputadas nestes autódromos.
Em Curitiba, na primeira prova, ficou à frente de Fabien Giroix/ Maurício Sandro Sala (Franck Muller Watch) e John Nielsen/ Tomas Bscher (West Competition). Antonio Hermann, que dividiu a Ferrari F40 GTE da equipe Euroteam com  Max Angelelli, ficou em quarto.
Na segunda prova, em Brasília, repetiu a dose: venceu em parceria com Ceccoto e Giroix/ Sala chegaram em segundo, com Hermann/ Angelelli na terceira posição. Abaixo fica o vídeo com os momentos da troca de pilotos entre Ceccoto e Piquet e as voltas finais:
Além de Piquet, Hermann e Sala, outros brasileiros participaram daquelas corridas: Luiz Garcia Jr, André Lara Rezende, Roberto Aranha, Alfonso Serra, Helio de Lima, Angelo Giombelli, Roberto Keller e Flavio Trindade. Estas provas não valeram pontos para aquele mundial, que já havia sido definido à favor e Ray Bellm/ James Weaver pilotando um Mclaren F1 GTR - BMW, da GTC Competittion. Foi a última temporada da BPR sob o comando de Jurgh Barth, Patrick Peter e Stephane Ratel (BPR é a junção das letras iniciais do sobrenome de cada um). A FIA passou a controlar a categoria em 1997, quando foi criada o FIA GT.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Vídeo - CART Molson Indy Vancouver, 1991

Décima terceira etapa do campeonato da CART de 1991, disputado nas ruas de Vancouver, Canadá. Michael Andretti (Newmann-Haas), além de marcar a pole, foi o vencedor, com Bobby Rahal em segundo e Al Unser Jr em terceiro, ambos da Kraco Galles. Emerson Fittipaldi (Team Penske) abandonou na volta 63 com problemas de suspensão. 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...