quinta-feira, 8 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Pole histórica para a Ferrari

 

Exatos 50 anos, uma Ferrari na pole em Le Mans 
(Foto: Endurance Info)


Não havia muita dúvida sobre quem seria o pole na Hypercar, levando-se em conta o que foi visto nas etapas passadas e também nos treinos livres.

A Ferrari, através do #50 com Antonio Fuoco no comando, esteve na ponta da tabela desde o início da sessão e assim foi baixando sua marca até cravar o ótimo tempo de 3'22"982 contra 3'23"755 do #51 que foi conduzido por Alessandro Pierguidi. Foi um desempenho sólido dos dois carros italianos.

A Toyota não teve grandes chances desta vez, perdendo pole pela primeira vez em anos. Apesar do #7 ter estado próximo durante quase toda sessão, ele foi rebaixado para quinto quando o gêmeo #8 subiu para terceiro com Brendon Hartley e logo depois viu o Porsche #4 conduzido por Felipe Nasr fazer um grande trabalho e colocar Porsche Penske Motorsport num ótimo quarto lugar.

Essa sessão ainda foi interrompida pelo princípio de incêndio que teve o Cadillac #3 que era pilotado por Sebastién Bourdais, quando este estava na primeira chicane da Hunaudieres. O fogo foi logo controlado.

Foi uma qualificação que viu a história acontecer, já que a Ferrari crava uma pole exatos 50 anos após a sua derradeira que foi em 1973, ano que eles disputaram pela última vez as 24 Horas de Le Mans. Na ocasião Arturo Merzario, em parceria com José Carlos Pace, levou o 312PB à pole.

Na LMP2 era de se esperar uma grande disputa e foi o que vimos, apesar do #48 da Idec Sport, pilotado por Paul Loup Chatin, ter determinado o ritmo desde o início. Ele fez o tempo de 3'32"923 e ficou um décimo à frente do #28 da JOTA Sport que até os treinos era o carro a ser batido. Pietro Fittipaldi fez uma ótima volta nos minutos finais, saindo de quinto e indo para segundo. A terceira posição ficou para o #41 do Team WRT que teve Louis Delétraz ao volante.

Talvez a classe que tenha dado uma boa surpresa foi a LMGTE AM, pois até o terceiro treino livre não havia indícios de que a Corvette poderia lutar pela pole. Mas Ben Keating, no comando do #33, abriu a caixa de ferramentas e tratou de cravar uma bela pole com o tempo de 3'52"376, sendo 1,5 segundos melhor que o Aston Martin #25 de Ahmad Al Harthy. A AF Corse, que parecia forte candidata a pole, ficou em terceiro com o #54 pilotado por Thomas Flohr.

Mais tarde acontecerá o quarto e último treino livre em Le Mans.

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Ferrari continua no comando neste terceiro treino livre

 

A Ferrari continua a ditar o ritmo em Le Mans
(Foto: Ferrari Races/ Twitter)


O terceiro treino livre em Le Mans viu mais uma vez a Ferrari cravar o melhor tempo. Antonio Fuoco, já nos minutos finais da atividade, fez o tempo de 3'26"579 que colocou o #50 na ponta e foi seguido de imediato pelo outro #51 que fez o tempo de 3'27"580  com Alessandro Pierguidi.

Os dois Ferrari desbancaram os dois Toyotas que ficaram na ponta da tabela de tempos por quase toda a sessão. A terceira posição ficou para o #7.

Nos LMP2 as coisas foram mais tranquilas e isso refletiu nos tempos: o #28 da JOTA Sport continua muito bem, ao cravar 3'34"071 e foi incríveis três segundos melhor que o #14 da Nielsen Racing e o #34 da Inter Europol Competition. Isso deixa claro que as equipes estão de olho na Hyperpole de logo mais.

Na LMGTE AM a AF Corse também continua a ditar o ritmo com o tempo de 3'53"681 feito pela Ferrari #54. As duas posições seguintes ficaram para a Porsche: o #86 da GR Racing e o #60 da Iron Lynx terminaram em segundo e terceiro respectivamente.

Logo mais, a partir das 15:00, inicia a Hyperpole que definirá os poles de cada classe.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - O dia em Sarthe

 


O grande Tom Kristensen foi o Marshall na abertura das atividades em Le Mans 
(Foto: 24 Hours of Le Mans/ Twitter)

A abertura das atividades para esta prova Centenária das 24 Horas de Le Mans não poderia ter sido melhor. A esperança de vermos uma competitividade aberta, principalmente na classe rainha do endurance mundial, foi reforçada com uma batalha que já vinha se desenhando nas três primeiras provas desta temporada e a qualificação, onde se deu a definição dos oito melhores de cada classe para o Hyperpole de amanhã, não nos deixa mentir.

Iniciando pelo primeiro treino livre, que deu às equipes três horas de pista aberta, vimos uma Toyota mostrar um bom ritmo com seus dois carros, sendo que o #8, pilotado por Brendon Hartley, foi o mais veloz na parte final daquela sessão com a marca de 3'25"742 e o #7 ficando a 1 décimo da marca. Apesar de terem sido os mais velozes, a diferença entre os oito primeiros esteve no mesmo segundo o que sugeria uma boa disputa para mais tarde quando a qualificação chegasse.

A Peugeot, naquela ocasião, ainda tinha feito um bom treino ao se colocarem na sexta e sétima posições, porém  problemas assombraram os franceses. Foi um treino interessante para os Cadillac da Ganassi e os Porsche da Penske, trazendo uma opção interessante para a qualificação.

Na contramão de tudo, aparecia a Ferrari com seus 499P que tinha no #50 o seu melhor na oitava posição com nove décimos de atraso para o Toyota #8, mas ficava claro que os esforços eram para mais tarde.

Para Glickenhaus e Vanwall as coisas ficam mais difíceis frente a carros oficiais e semi-oficiais, mas os americanos conseguiram um bom ritmo ficando, em média, dois segundos de atraso para o ponteiro.

Na LMP2 aquela sessão revelou o Oreca #28 da JOTA Sport como o mais veloz, sendo 32 milésimos melhor que o #37 da Cool Racing. A diferença para o restante do pelotão foi de 1 segundo para cima.

Entre os LMGTE AM a Aston Martin, através do #55 da GMB Motorsport, foi a mais veloz com o Porsche #86 da GR Racing em segundo e o Aston Martin #72 da TF Sport em terceiro. Foi uma classe que teve seus nove primeiros no mesmo segundo.

Essa primeira atividade não ficou ilesa de acidentes, que o Ferrari #66 da JMW Motorsport escapou na Chicane Motul e foi para a barreira de pneus, algo que aconteceria mais tarde com o Alpine #35 no mesmo local.

O acidente que mais causou preocupação foi entre o Aston Martin #777 da D'Station que era pilotado no momento por Casper Stevenson e o LMP2 #13 da Tower Motorsport, conduzido por Steven Thomas, quando o GT bateu nas barreiras antes da Tertre Rouge e ficou no meio da pista. Apesar da sinalização com bandeira amarela e com os carros que vinha a seguir desviando, o #13 acabaria por acertar o Aston Martin. Por sorte, os danos foram apenas materiais e a D'Station e Tower precisaram trocar seus carros para prosseguirem no certame.



Na qualificação, Ferrari a mais veloz


(Foto: Ferrari Hypercar/ Twitter)

Como era previsto, esta era a sessão onde o nível subiria e a batalha seria mais intensa, fazendo já um prelúdio do que esperar para a Hyperpole que contará com os oito melhores de cada classe.


A Ferrari mostrou seu potencial, que já era conhecido das etapas passadas, ao colocar os dois 499P na primeira fila. Antonio Fuoco (que estava na zona de corte quando faltavam 20 minutos para o fim) conseguiu superar o outro Ferrari #51 ao anotar 3'25"213, sendo 1 décimo melhor que o tempo feito por Alessandro Pierguidi que havia liderado a classe. Foi uma boa disputa contra os Toyotas, que aparecem na segunda fila com #7 e #8 em terceiro e quarto, respectivamente. 

As demais posições que foram para o Hyperpole de amanhã foram seguidas pelos dois Porsche da Penske (#5 #75) e pelos dois Cadillac da Ganassi (#03 e 02).

Não foi uma sessão feliz para os demais, principalmente o Porsche #38 do Hertz Team Jota que entrou já no final para a sua qualificação e não obteve êxito; os dois Peugeot 9x8 que ficaram bem abaixo, levando mais de dois segundos do Ferrari #50.

Nos LMP2 a disputa foi bem acirrada. Pietro Fittipaldi, no comando do #28 da JOTA cravou o melhor tempo em 3'34"751, dois milésimos melhor que o tempo feito pelo #41 do Team WRT. Como foi dito acima, a batalha foi boa nessa classe com os 14 primeiros ficando no mesmo segundo.

Além do #28 da JOTA e o #41 do Team WRT,  o #63 da Prema Racing, #48 da Idec Sport, #10 da Vector Sport, #47 da Cool Racing, #923 da Racing Team Turkey e o #09 da Prema Racing passaram para a Hyperpole de amanhã.

A surpresa desta qualificação foi a não ida de nenhum carro da United Autosport e da Alpine, equipes que normalmente se qualificam para a fase final do classificatório.

A Ferrari teve um ótimo desempenho na LMGTE AM onde Alessio Rovera levou o Ferrari #83 da Richard Mille AF Corse ao primeiro lugar com o tempo de 3'51"877. Foi 37 milésimos melhor que a marca do outro Ferrari da AF Corse #54 de David Rigon. A terceira posição ficou para o recuperado Corvette #33 de Nicky Catsburg, que foi revitalizado a tempo dessa qualificação após o acidente no final do treino livre.

Além destes três, o Aston Martin #25 da ORT, Ferrari #57 da Kessel Racing, Aston Martin #55 da GMB Motorsport, Ferrari #21 da AF Corse e a Ferrari #74 da Kessel Racing.

Desde que este sistema foi adotado, esta foi a primeira vez que nenhum Porsche passou para a Hyperpole.

O Camaro ZL1 #24 da Hendrick Motorsport continuou a fazer tempos bem melhores que os da LMGTE AM, com Mike Rockenfeller a fazer o tempo de 3'47"976.


A Porsche aparece no segundo treino livre


(Foto: Porsche Races/ Twitter)

A parte da noite foi dedicada para que as equipes e pilotos passassem trabalhar no melhor acerto para este turno. Dessa forma, a Porsche, com o #6 pilotado por Laurens Vanthoor, foi o melhor dessa sessão noturna ao chegar na casa de 3'28"878. Ele desbancou a Ferrari #51 que havia passado quase todo treino na ponta da tabela. A terceira posição foi do outro Porsche #6 pilotado por Dane Cameron.


De se destacar os problemas enfrentados pelo Cadillac da Action Express, quando Alexander Sims teve algum contato e apareceu lento na pista com o carro um pouco danificado.

Esta foi também uma importante sessão para a Hertz Team Jota que pode fazer o seu treino, após uma qualificação problemática.

Na LMP2 a Prema com o seu #63 foi a mais veloz com o #22 da United Autosport, que enfim apareceu nestas atividades, foi o segundo. A terceira posição ficou para o #28 da JOTA Sport, sempre com Pietro Fittipaldi comandando o carro nas voltas velozes.

A Kessel Racing, com o Ferrari #74 pilotado por Kei Cozzolino, fez a melhor marca na LMGTE AM com 3'53"796. A segunda posição ficou para o Porsche #60 da Iron Lynx e a terceira colocação ficando para outro Porsche #56 da Project 1.

Amanhã continuam as atividades com a realização do terceiro e quarto treino livre e também da Hyperpole, que decidirá os poles de cada classe.

terça-feira, 6 de junho de 2023

Foto 1031 - Alpine M64 & Porsche 904, 24 Horas de Le Mans 1964

 


Um momento importante do esporte a motor. Nesta foto, o Alpine M64 #47 da Société des Automobiles Alpine pilotado por Mauro Bianchi e Jean Vinatier nos boxes de Le Mans enquanto que ao fundo, toda velocidade, aparece o Porsche 904/8 #30 da Porsche System Engineering conduzido por Colin Daves e Gehard Mitter. Eles estavam em classes diferentes: o Alpine inscrito na classe de até 1.150cc e o Porsche na 2.000cc

Apesar do abandono na hora 20 por problemas na embreagem, o Porsche #30 acabou vencendo na sua classe enquanto que o Alpine #47 completou a prova, mas acabaria não sendo classificado por não ter atingindo a distância mínima. Essa classe P 1.15 foi vencida pelo outro Alpine #46 de Roger Delageneste/ Henry Morrogh.

Essa edição de 1964 marcaria a entrada da Ford com seus míticos GT40 que infelizmente não completariam a prova - eles levaram três unidades para aquela edição.

Ao mesmo tempo que a Ford iniciava a sua caminhada em Sarthe - que mais tarde tornaria-se uma das mais festejadas da história do Endurance - , a Ferrari cravava a sua última vitória na geral como equipe oficial (venceria em 1965 com a Ferrari North America) ao conquistar com Nino Vaccarella e Jean Guichet no comando do 275P #20. Os italianos ainda fecharam a trinca com dois 330P.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Foto 1030 - Michele Alboreto, GP de Detroit 1983

 



A F1 voou até os EUA para a realização do GP dos EUA do Oeste, nas ruas de Detroit pela segunda vez na história. René Arnoux cravou a pole e teve Nelson Piquet ao seu lado na primeira fila; Tambay e um surpreendente Elio De Angelis, com a Lotus Renault, fechavam a segunda fila. Surer e Michele Alboreto estavam na terceira fila. 

Assim como em Spa, a primeira largada foi abortada por causa de... Marc Surer, que teve o motor Cosworth de sua Arrows apagada bem na hora da partida. Na segunda largada foi a vez de Tambay ficar parado, mas a partida transcorreu normalmente e Nelson Piquet assumiu a ponta. Ele batalhou com Arnoux pela liderança até que na décima volta, o francês o ultrapassou. Nelson ainda perderia a segunda posição para Rosberg na 19ª volta – e a recuperaria na 30ª, quando o finlandês foi para o seu pit-stop. 

Parecia certa a vitória de Arnoux, mas uma pane elétrica na Ferrari deixou o francês a pé e deu de bandeja a Piquet a liderança. Da mesma forma que René, a vitória agora parecia ser de Nelson já que os contendores não estavam próximos, mas um pneu furado a nove voltas do fim arruinou esta possibilidade e fez com que despencasse para quarto na classificação. 

Alheio a estes azares dos ponteiros e se aproveitando do bom rendimento do motor Ford Cosworth na sua Tyrrell, Michele Alboreto precisou apenas conduzir o carro da equipe do Tio Ken para vencer em Detroit. Rosberg, Watson, Piquet, Laffite e Mansell – correndo com a Lotus 92 com motor Ford Cosworth – fecharam nas posições pontuáveis. Cinco Cosworth entre os seis, mostrando bem que este tipo de pista era único reduto onde eles podiam ser competitivos.

Apesar da festa em torno desta conquista, ela acabou por ser melancólica ao passar dos anos: se para Ken Tyrrell esta foi a última conquista da sua simpática equipe na F1, para a Cosworth não foi diferente: foi o ponto final de uma história iniciada no GP da Holanda de 1968 com a vitória de Jim Clark com a Lotus. De certa forma, também, culminou no fim da era romântica da categoria que estava se profissionalizando a cada corrida.

*Trecho retirado do especial "Le Genie Nelson Piquet"

domingo, 4 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans - Test Day

 

Ferrari começou bem a sua caminhada em Sarthe
(Foto: Ferrari Hypercar/ Twitter)


Com os carros na pista para este Test Day, foi importante para que todos pudessem verificar seus carros e os pilotos mais novos, aqueles que estão visitando La Sarthe pela primeira vez, se ambientassem com os mais de 13 Km do clássico traçado que sediará a Centenária 24 Horas de Le Mans.

Apesar de que ainda não seja o pace ideal que veremos a partir de quarta-feira, quando as atividades oficiais começarão de fato, foi importante vermos o que poderá acontecer quando tudo for pra valer. A AF Corse, com os seus Ferrari 499P, ditou o ritmo nas duas partes do teste e assim cravando a melhor marca no geral: o Ferrari #51 fazendo o tempo de 3'29"504 na soma final das duas sessões, sendo que o #50 já havia cravado a melhor marca pela manhã. Com o bom andamento apresentado hoje, mostra-se um bom presságio para a marca italiana que volta a classe principal após 50 anos.

Enquanto que a Ferrari teve um bom dia, o mesmo não se pode dizer da Toyota que, apesar de ter conseguido a terceira melhor marca do dia com o #7, teve no mesmo carro #7 um acidente no final da primeira parte do treino quando Mike Conway bateu na Tertre Rouge e danificou a dianteira. Ao final da tarde, além deste terceiro lugar garantido pelo #7, o #8 ficou com a oitava posição após ter enfrentado problemas no sistema híbrido. Foi um teste bem atribulado para os japoneses.

A Peugeot também não teve um teste fácil, apesar do andamento ter sido bom para quem não conseguiu bons desempenhos nas últimas corridas. Ficaram em terceiro com o 9x8 #94 na terceira posição na primeira sessão, mas teve o #93 com problemas no sistema híbrido que o fez perder o resto da primeira sessão. As coisas se inverteram no segundo treino, quando o #94 é que teve problemas híbridos e o #93 fez o seu trabalho ao ficar em sétimo.

A trinca de Cadillac ainda procura seu acerto. Na primeira parte, o melhor deles foi o #3 da Cadillac Racing que ficou em sexto, enquanto que o #2 ficou em décimo e o #31 da Action Express ficou no 13°. A tarde, o melhor entre eles foi o #2 em oitavo; o #3 em 13° e o #31 na 16ª posição.

A Porsche, com seus quatro 963, divido em duas equipes, tiveram bons andamentos nestes primeiros quilômetros. O #38 da Hertz Team Jota foi o melhor dos Porsche na primeira sessão ao ficar em terceiro. Os demais Porsche, todos do Porsche Penske Motorsport, ficaram em nono (#06), 12° (#05) e em 16° (#75). No segundo treino, o #6 ficou em segundo e o #75 e #05 ficaram em quinto e sexto. O #38 da Hertz fechou em 11°.

A Glickenhaus e Vanwall tiveram desempenho discreto: a Glickenhaus conseguiu o 11° e o 15° com o #708 e #709, respectivamente, e a Vanwall ficando em 14° com o #04 no primeiro treino. O segundo treino, o #04 ficou a frente com a 12ª posição e o dois Glickenhaus ocupando a 13ª e 15ª posições com os #708 e #709.


Na LMP2, conhecida por ter disputas bem acirradas, tivemos as marcas bem espaçadas girando na casa de 1 segundo entre os primeiros.

A primeira parte teve o #47 da Cool Racing o mais veloz, atingindo o tempo de 3'36"409 e com isso foi um segundo mais veloz que o #48 da Idec Sport. A terceira posição foi do #31 do Team WRT.

Na segunda sessão do teste, a primeira posição ficou para o #28 da JOTA Sport com o tempo de 3'35"472 (feito por Pietro Fittipaldi) que foi sete décimos melhor que o do #31 do Team WRT. Em terceiro aparece o #35 da Alpine.

A LMGTE AM foi equilibrada, obrigado. A distância ficou na casa de um décimo entre os ponteiros no primeiro treino. Nesta sessão, a Ferrari esteve bem com uma dupla de 488 GTE EVO nas duas primeiras posições: o #66 da JMW Motorsport foi o primeiro (3'56"623) com mais de um décimo de vantagem sobre o #21 da AF Corse, e em terceiro ficou o Aston Martin Vantage #25 da ORT by TF.

A segunda sessão viu o domínio da Ferrari continuar, mas desta vez com uma trinca de 488 GTE EVO nas três primeiras posições: o #66 da JMW Motorsport continuou a ditar o ritmo (3'56"088) seguido pelo #54 da AF Corse e pelo #57 da Kessel Racing.

Na Garage 56 o Chevrolet Camaro ZL1 da Hendrick Motorsport teve um dia muito proveitoso, ao ficar próximo e até mesmo superar as marcas dos GTs com certa folga. Pela manhã fizeram o tempo de 3'56"880 (que os colocariam em quarto na classe LMGTE AM) e a tarde foram quase três segundos melhor que o tempo do primeiro nos GTs ao fazer 3'53"761.

Os treinos oficiais para a 91ª 24 Horas de Le Mans terá início na próxima quarta-feira. 

sábado, 3 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Pesagem - Dia 2

 

Os Glickenhaus durante a pesagem
(Foto: 24 Hours of Le Mans/ Twitter)


A rodada de pesagem para a 91ª 24 Horas de Le Mans, na Place de La République, teve a sua continuação hoje com a presença dos 23 carros restantes.

Como era de se esperar, a presença dos Hypercars foram a grande atração para o público que ali esteve.

Abaixo as principais declarações:

Porsche

Le Mans e Porsche tem um caso de amor muito bem resolvido, diga-se e isso é sentido através da recepção do público para com a marca alemã recordista de vitórias na clássica prova.

Para a busca da 20ª conquista, estarão com os três carros da equipe Penske e com o da Hertz Team Jota. Hoje foi a vez dos carros comandados pela Penske irem para a pesagem e Fred Makowiecki que estará no comando o 963 #5 junto de Dane Cameron e Michael Christensen.

Aqui ele fala sobre a expectativa para a prova, assim como a busca da melhoria de toda equipe: "Estamos aumentando nossas chances de vitória . Isso permite testar muito mais coisas e abordar a corrida com o máximo de dados. No início da temporada, para ser honesto, não estávamos no nível que esperávamos. O que deve ser julgado é a nossa curva de progressão . Temos um desempenho melhor há algumas corridas. É verdade que somos bastante inconstantes. No entanto, Le Mans continua a ser um evento especial. Os últimos testes privados que fizemos nos ajudaram a entender bem o carro, então cabe a nós consertar as coisas."

Cadillac

Mais de vinte anos após a sua última participação, o retorno da Cadillac é também bastante esperado em Sarthe. Ao mesmo passo da Porsche, eles também esperam resolver seus problemas e evoluir durante este certame em Le Mans para, quem sabe, poder lutar pela vitória.

Sebastién Bourdais, um veterano da prova com boas prestações à Peugeot Ford, o francês destaca a preparação que foi feita em simuladores e na pista: "Trabalhamos muito na pista, mas também no simulador. Amanhã, com os nossos três carros, iremos em três direções diferentes em termos de afinação e depois analisaremos os dados recolhidos. Isso nos permitirá começar os treinos livres na quarta-feira com uma base fixa e depois trabalhar com mais detalhes. Voltar ao início da temporada foi complicado porque encontramos problemas mecânicos e azar. Tanto é assim que nos encontramos em uma situação desconfortável em relação às peças de reposição. Espero que tenhamos deixado nosso gato preto na Califórnia (risos). Chegamos aqui de bom humor e toda a equipe precisava disso."


Glickenhaus

O time de Jim Glickenhaus, que terminou em terceiro ano passado, foi também uma das mais saudadas neste derradeiro dia de pesagem. E Jim gostou bastante dessa recepção, destacando a tradição de equipes particulares em Sarthe: “Existe uma longa tradição de pequenas equipes independentes em Le Mans. Temos orgulho de apresentar carros que projetamos e construímos, então vamos dar tudo de nós. Estamos constantemente fazendo melhorias em nosso hipercarro com base no que aprendemos nas corridas”.

Sabemos que a situação para que possam repetir o feito de 2022 ou até melhorar este, será uma tarefa ainda mais complicada devido o contingente que agora é mais robusto. Mas sabemos, também, que a esperança estará sempre ali e até o cair da bandeira quadriculada tudo pode acontecer.


Toyota e Ferrari. O grande duelo?

Até aqui tem sido uma disputa muito interessante entre estas duas marcas, mesmo que a Toyota tenha cravado as três vitórias nas três primeiras corridas. Mesmo assim, a presença da Ferrari é algo a se considerar e a fabricante japonesa, que venceu as últimas edições das 24 Horas de Le Mans, sabe bem disso.

Nesse embalo de sucesso, a Toyota é apontada como a principal favorita - e claro, pelas rivais, a equipe a ser batida no solo sagrado. Mesmo que adotem uma postura humilde, é difícil desvencilhar deste rótulo e eles sabem disso. “Temos dificuldade em escapar disso. Somos forçados a aceitá-lo. Isso não nos garante uma corrida fácil , porque sabemos que tudo pode acontecer”, como bem destaca o chefe da equipe Pascal Vasselon.

Apesar deste rótulo, eles sabem bem que o passado não foi muito gentil com eles antes que passassem a vencer a prova.

Do outro lado da trincheira o retorno de uma velha conhecida de Sarthe, trouxe não apenas a mística que seu nome envolve, como também a possibilidade de desafiar a Toyota: a Ferrari terá o seu tão sonhado retorno à Le Mans 50 anos após a sua última participação na classe principal e a esperança de uma vitória é grande para este retorno. Porém, eles sabem que terão de superar a Toyota e também os percalços que esta prova reserva à todos. “Sabemos que nosso carro é competitivo, assim como a equipe técnica. Acho que a Toyota Gazoo Racing é a equipe a ser vencida porque eles são muito fortes aqui. Faremos de tudo para dificultar a vida deles. Ainda assim, temos de terminar a prova em primeiro e, se for o caso, penso que será numa boa classificação” como fala Miguel Molina, que estará no comando do 499P #50 junto de Antonio Fuocco e Nicklas Nielsen.

A pesagem foi encerrada com um desfile de de carros num trecho da Avenue du Général de Gaulle ao Quai Louis Blanc, onde o tetra vencedor de Le Mans Yannick Dalmas, na condução do Chenard & Walcker Sport (vencedor da primeira edição das 24 Horas de Le Mans em 1923), comboiou alguns dos carros que estarão nesta prova Centenária como o #77 Dempsey-Proton Racing (Porsche 911 RSR-19) e do #33 Corvette Racing (Chevrolet Corvette C8.R) encantaram e o #24 Hendrick Motorsports (Chevrolet Camaro ZL1).

Amanhã começa os trabalhos de pista, com os testes que terão duas sessões de três horas cada (10:00 - 13:00 e depois das 15:30 - 18:30) horário da França.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...