quarta-feira, 12 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - BMW surpreende com a pole na geral

 

(Foto: BMW Motorsport/ X)

Se haviam olhos para uma pole nessa qualificação voltados para Toyota, Porsche e Ferrari, provavelmente ficou boquiaberto quando a BMW Motorsport colocou o #15, com Dries Vanthoor, na ponta da tabela dos tempos em Le Mans. Ele cravou a marca de 3'24''465 nos últimos 15 minutos da classificação que teve 1 hora de duração. A volta de Dries foi 1 décimo melhor que o do Cadillac #3, que foi a outra boa surpresa nesse qualy, e dois décimos melhor que o Ferrari 499P #50. A Toyota teve o seu melhor com #7 na quarta colocação - e acabaria sendo o mesmo, pilotado por Kamui Kobayashi, a dar um ponto final nesta sessão quando rodou e ficou atolado na brita da Curva Porsche. Justamente quando o #8 da equipe estava prestes a entrar no oito que vão para a Hyperpole. Outra boa surpresa ficou por conta da Alpine que conseguiu colocar o #35 em quinto. 

De se destacar que tivemos 12 carros no mesmo segundo na Hypercar.

A LMP2 teve o #37 da COOL Racing cravando a melhor marca dessa classe com 3'32''827, seguido pelo #14 da AO by TF e em terceiro o #23 da United Autosports. Mais uma vez a disparidade foi um ponto a ser observado nessa classe, com apenas os três primeiros no mesmo segundo. 

Na LMGT3 o Mustang #77 da Proton Competition apareceu como um relâmpago cravou a pole na classe com o tempo de 3'55''263 ainda no inicio da atividade. A segunda posição foi do Mclaren #70 da Inception e a terceira do Corvette #82 da TF Sport. 

Para os brasileiros, em todas as classes, a qualificação não foi das melhores com seus respctivos carros não avançando. Talvez a situação mais critíca tenha sido o do Ferrari #86 da GR Racing, onde está Daniel Serra, que não foi para a qualificação por conta de problemas - que apareceram no TL1 - e não foram resolvidos à tempo para o qualy. Sairá de último. 

Abaixo, os oito melhores de cada classe que avançam para o Hyperpole.


ADENDO: Devido a rodada no final da qualificação, que acabou deixando o Toyota #7 encalhado na brita, os comissários decidiram desqualificar o carro japonês que sairá de último. O #12 da Jota entra para a Hyperpole.




92ª 24 Horas de Le Mans - Toyota a mais rápida no primeiro treino livre

 

(Foto: Toyota Gazoo Racing/ X)

A Toyota iniciou os trabalhos da melhor forma possível em La Sarthe. Através do GR010 #8 eles cravaram a marca de 3'26''013, ficando mais de meio segundo à frente do Porsche 963 #12 do Hertz Team JOTA que chegou liderar parte da sessão que durou três hora. O outro Toyota #7 esteve em terceiro até o final da prática, quando foi desalojado pelo BMW M #15 do Team WRT - que ficou em terceiro - e pelo Porsche 963 #99 da Proton Competition. 

Os Porsche Penske Motorsport ficaram do meio para trás da tabela - talvez visando a qualificação de daqui a pouco que começará às 14 horas daqui. O melhor deles foi o de #5 que marcou 3'27''672. 

Nesta classe, oito carros ficaram no mesmo segundo enquanto que o Isotta Fraschini foi o mais lento de todos eles com mais de sete segundos de atraso. 

Na LMP2 o #14 da AO by TF ficou com a melhor marca da classe atingindo o tempo de 3'34''245, meio segundo melhor que o #30 da Duqueine e seis décimos a frente do #23 da United Autosports. Apesar de ser uma classe bem equilibrada, dessa vez houve uma grande disparidade com apenas os quatro primeiros ficando no mesmo segundo. 

Na LMGT3 o #87 da Akkodis ASP Team pegou a primeira posição dessa sessão no finalzinho, desbancando os dois Mclaren que ficaram um tempo nas duas primeiras posições. O Lexus #87 ficou com a marca de 3'57''808, seguido pelos Mclaren da esquipes Inception Racing (#70) e pelo da United Autosports (#59). Foi quase 1 segundo de avanço. 

Essa sessão foi marcada por muitas paradas na pista e também por inúmeras punições, seja por excesso de velocidade nos pits, seja por desrespeitar zonas em bandeiras amarelas. 

Uma das vermelhas foi causada por um incidente com o Cadillac #2, com Alex Lynn ao volante, quando rodou na Tertre Rouge. 

 Os carros voltam à pista a partir das 14 Horas (horário de Brasília) para a qualificação. 

Abaixo os dez melhores de cada classe:





terça-feira, 11 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - A grande chance

 

José Carlos Pace em Le Mans 1973: o primeiro sucesso brasileiro na prova
(Foto: Pinterest)

É inegável o sucesso dos pilotos brasileiros no automobilismo mundial e isso vem de tempos. Desde que tomaram de assalto as pistas européias e em seguida as de outros continentes, ter um brasileiro nos grids passou a ser uma expectativa de sucesso e bons resultados, justamente pela qualidade que temos aqui - ainda que em outros tempos o nosso automobilismo não tenha tido o melhor cuidado para que os pilotos se desenvolvessem corretamente aqui no nosso solo. Mas quando foram para fora, fizeram um trabalho honesto e que, se não renderam em títulos e vitórias, ao menos tiveram ótimos elogios e a boa impressão sempre ficou. 

No mundo do Endurance, os pilotos brasileiros sempre foram muito bem: conquistaram inúmeras vitórias nas mais variadas corridas e principalmente em algumas jóias dessa disciplina, como as 24 Horas de Daytona, 6 Horas de Watkins Glen, 12 Horas de Sebring, 24 Horas de Spa-Francorchamps, 24 Horas de Nurburgring, mas, a principal delas, sempre escorreu por entre os dedos: as 24 Horas de Le Mans é a jóia máxima dessa coroa do Endurance Mundial e dentre todas grandes conquistas dos pilotos brasileiros, é única que falta para fechar uma história tão rica que é a nossa lá fora. 

Thomas Erdos em Le Mans 2005
(Foto: MG Lola)
De certa forma temos vitórias em La Sarthe, mas isso fica restrito às subclasses que compõe a grande
prova. Thomas Erdos, brasileiro radicado na Inglaterra, foi o primeiro a vencer uma subclasse quando conquistou o bicampeonato da LMP2 nos anos de 2005/06 à bordo de um MG Lola EX264. Não demorou muito para que o feito se repetisse, mas agora nos GTs: Jaime Melo, um dos melhores pilotos dessa classe naquele período e todos os tempos, também conquistou um bicampeonato consecutivo na LMGT2 em 2008 (Ferrari F430 GTC) e em 2009 (Ferrari F430 GT). Passariam-se oitos até que Daniel Serra, outro mestre na arte de conduzir carros de GT, chegasse à mítica prova e logo em sua estréia já cravasse a vitória com um Aston Martin Vantage em 2017 e dois anos depois repetiria a dose, agora com uma Ferrari 488 GTE EVO - ambas conquistas pela extinta LMGTE PRO. André Negrão conquistou por duas vezes na LMP2, todas a serviço da Alpine, nos anos de 2018 e 2019.

Na geral estivemos perto, claro. José Carlos Pace foi o primeiro brasileiro a subir no pódio na geral quando dividiu a Ferrari 312PB com Arturo Merzario e terminaram em segundo, perdendo para o Matra Simca MS670B de Henri Pescarolo/ Gerard Larousse. Mas para Pace, que tinha o sonho de correr a famosa prova, aquela havia sido o bastante: “Para mim correr em Le Mans era um sonho. Foi uma experiência muito útil. Mas se depender de mim nunca mais corro lá. É extremamente desgastante participar de uma prova de 24 horas de duração... Aquilo é uma loucura. A gente chega no fim da reta a 300 por hora e encontra um carro desses bem menos potentes andando a 200. A pista é estreita e perigosa. Não quero mais saber de Le Mans”

O Jaguar XJR-12 de 1991
(Foto: Pinterest)

Após este resultado de Pace, demoraria 18 anos até que outro brasileiro fosse ao pódio: Raul Boesel, o
Campeão Mundial de Endurance em 1987, estava em sua terceira - e derradeira - passagem por Le Mans e mais uma vez à serviço da Jaguar, quando alinhou o XJR-12 junto de Davy Jones e Michel Ferté e por muito pouco não venceram a clássica, ao terminarem duas voltas atrás do Mazda 787B que deu aos japoneses a primeira conquista nas 24 Horas de Le Mans. Raul Boesel, em entrevista ao Endurance Info, comentou sobre aquela chance: 
“Foi uma edição muito boa, fizemos uma corrida soberba com os meus dois companheiros de equipa, mas a Mazda tinha uma vantagem em termos de peso inferior à nossa (risos). É assim mesmo, terminamos em 2º mesmo!.

Outros dois brasileiros tiveram suas chances: Lucas Di Grassi, pela Audi, fechou duas vezes em terceiro (2013 e 2016) e uma vez em segundo (2014); Bruno Senna, pela Rebellion, foi segundo em 2020. 


A nossa classe para este 2024

Dos 186 pilotos que estarão em Le Mans para esta 92ª Edição, buscando a oportunidade de serem lembrados para a eternidade da grande prova, teremos seis representantes em duas das três categorias: três na Hypercar e três na novata LMGT3. 

(Foto: Ferrari Midia)

Daniel Serra
- Um dos grandes mestres na arte de pilotar GTs no planeta, enfrentará a sua oitava jornada em La Sarthe e esta será a sétima à serviço da Ferrari. Ele estará no comando do Ferrari 296 LMGT3 #86 da GR Racing, junto de Mike Wainwright e Riccardo Pera. 

O piloto brasileiro comentou sobre os novos companheiros, assim como a equipe que tem experência de oito participações na prova: “Nunca corri com eles. Claro que conheço muito bem o carro, mas vou conhecer todos lá em Le Mans. Temos treino uma semana antes lá na pista, então vai ser quando vou poder ter um maior contato com todos” ressalta. “O meu time não faz o Mundial, corre o European Le Mans Series, que é o campeonato europeu, e vai fazer as 24 Horas de Le Mans novamente. Eles têm andado muito bem no ELMS, embora em 2024 seja o primeiro ano da equipe correndo de Ferrari. Sabemos que em uma corrida de 24 horas não é só a performance que conta: é importante ter desempenho, mas também é preciso ter consistência, não cometer erro nenhum, então tem de ter muita coisa alinhada e certinha. E eles já têm experiência em Le Mans, foram ao pódio no ano passado. Vamos fazer o máximo na nossa preparação, e estou muito ansioso para andar de GT3 novamente lá”

E sobre a corrida, que já venceu em duas oportunidades na extinta LMGTE PRO, ele destaca o ambiente da prova e também o momento preferido: “Tudo é muito legal: o evento é cheio de atrações, como o desfile na cidade, a apresentação para os fãs, os testes... A pista é sensacional para guiar, muito prazerosa. Amo corrida de 24 horas. O evento como um todo é muito bacana. Acelerar no amanhecer é a parte mais legal da corrida. É quando a pista está super rápida, já tem um pouquinho de luz e está mais fresquinho. É bom demais poder pilotar no começo da manhã”.


(Foto: United Autosports)

Nicolas Costa
- O carioca de 32 anos apareceu como uma das grandes surpresas na formação da Mclaren para esta temporada, ao ser anunciado para comandar o 720S EVO LMGT3 no Mundial de Endurance ao lado de Gregoire Saucy e James Cottingham. Ele carrega na bagagem a experiência de ter sido campeão no Super GT Itália (2016) e também no Porsche Carrera Cup Brasil (2023). Neste 2024 ele participou das 4 Horas de Goiânia, prova de abertura do Império Endurance Brasil com o AJR da equipe Power Imports. 

Ele não esconde a expectativa de estrear no solo sagrado de La Sarthe: “A ansiedade está alta, mas, com certeza, participar desta prova é um sonho. Pessoalmente nunca estive em Le Mans, jamais pisei na pista, então tudo é novidade para mim. E mais maravilhoso ainda é poder representar a United Autosports e a McLaren. É muito especial e estou muito ansioso para o que vai acontecer”.

A trinca do Mclaren #59 teve um bom desempenho nas 6 Horas de Spa-Francorchamps, terceira etapa do WEC, e fecharam em quarto na classe LMGT3. Ele destaca o carro e a importância do preparo físico: “O resultado que conquistamos em Spa-Francorchamps nos anima demais. Agora, os carros serão completamente desmontados, todas as peças serão novas: motor, câmbio, suspensão, todas as partes... Será praticamente um carro novo. E a gente também reforça muito a parte física, que é tão crítica em uma prova tão longa assim”.

Nicolas agradece a oportunidade de competir na mítica prova, assim como reconhece a chance de beliscar um bom resultado por lá: “Nem tenho palavras para descrever a oportunidade que estou vivendo, de representar o Brasil e o Rio de Janeiro em Le Mans. Será muito importante para a minha carreira. Quem sabe, depois de ter ficado tão perto do pódio em Spa, venha enfim um troféu para nós em Le Mans. Estamos trabalhando muito por isso”

 

A comemoração pela vitória nas 6 Horas de Ímola, terceira etapa do WEC 2024
(Foto: DDPI)

Augusto Farfus
- O outro decano das provas de endurance e, principalmente, de GTs, vai para a sua sexta participação em Le Mans, sendo que a primeira remonta à 2010 quando esteve no comando do BMW M3 junto de Uwe Alzen e Jörg Müller. Para esta sexta aparição, ele estará no comando do BMW M4 LMGT3 #31 DO Team WRT com Sean Gelael e Darren Leung. 

Farfus destaca a preparação de sua equipe em busca dessa conquista, assim como destaca, também, a forte oposição do Porsche da Manthey Pure Rxcing: “A Porsche está voando neste ano, sem dúvidas. Mas em Spa, se não houvesse o acidente, teríamos chegado na frente do Porsche #92 e talvez poderíamos até ter vencido. Então também estamos muito fortes. E em Le Mans, com as altas velocidades, nossa M4 vai andar muito bem”. 

Outro ponto que ele destaca é a peculiaridade da prova, diferente de outras: “Em Le Mans, minimizar os erros é fundamental. Mas a corrida tem uma dinâmica diferente, por exemplo, de Daytona, onde você pode esperar as últimas quatro, cinco horas, para ir para o ataque. Le Mans é uma prova que, se você quiser vencer, é preciso sempre estar junto dos líderes, o tempo todo. E as 24 Horas de Le Mans são atípicas também pelas características da pista”

Por fim, ele espera poder contar com essa que seria a cereja de uma carreira vitoriosa: “Vencer Le Mans seria algo único. Já venci em Nürburgring, Daytona, Dubai e falta Le Mans para o currículo. Seria uma das maiores conquistas da minha carreira, tenha certeza”


(Foto: José Mario Dias)

Pipo Derani
- O cartel deste piloto de 30 anos é um dos mais invejáveis do endurance mundial: são dois titulos da IMSA (2021 e 2023); vencedor das 24 Horas de Daytona (2016), Petit Le Mans (2019) e três vezes das 12 Horas de Sebring (2016, 2018 e 2019). Isso credencia Derani a um dos grandes favoritos para vencer na geral nesta 92ª 24 Horas de Le Mans. 

Mas a sua enorme experiência em provas de 24 Horas - especialmente esta em Le Mans, que será a sua nona participação - o deixa com os pés no chão, sabendo as dificuldades e armadilhas que ela reserva: “Acho que a lição mais importante de todos esses anos é que Le Mans é uma prova muito grande, na qual tudo muda muito rápido. Então, paciência é a palavra-chave. É sobre não cometer erros, uma vez que a prova vai mudando aos poucos, e é preciso se adaptar a ela. E, se você não for afobado e tiver paciência, as coisas acontecem da melhor forma possível”

Destas oito participações, ele recorda, com carinho, a segunda posição na classe LMGTE PRO de 2017 quando foi segundo com o Ford GT da Chip Ganassi tendo Andy Priaulx e Harry Tincknell como parceiros: “Ao longo desses oito anos, acho que a prova mais inesquecível foi em 2017, com a Ford. Chegamos em segundo, então subi ao pódio e vi aquela multidão à nossa frente, foi muito bacana”

Ele estará no comando do Cadillac V Series.R #311 da Action Express junto de Felipe Drugovich (que estreia na prova) e Jack Aitken. Ele comenta sobre o Cadillac para essa edição: “Temos somente algumas pequenas alterações aerodinâmicas para Le Mans, mas basicamente é o mesmo carro. Muito fácil para adaptar. No ano passado estivemos competitivos na corrida. Infelizmente, um acidente com meu companheiro de equipe na primeira volta acabou prejudicando nosso fim de semana, mas o carro foi competitivo, então esperamos poder carregar essa experiência de Le Mans no ano passado nessa segunda tentativa com a Whelen Action Express e com a Cadillac”


(Foto: Felipe Drugovich/ Instagram)

Felipe Drugovich
- Vale a pena esperar por uma vaga na Fórmula-1? Atualmente isso é quase um atraso de vida se caso o piloto não opte por se aventurar em outras praças, e isso é que está fazendo Felipe Drugovich que é o piloto reserva da Aston Martin na F1. Enquanto que a chance de ocupar um lugar na categoria não aparece, a oportunidade de experimentar outro carro totalmente diferente veio em maio quando testou o Cadillac da Action Express em Laguna Seca e de cara impressionou a todos. De imediato, fechou a sua participação na grande corrida pela equipe. 

Aos 23 anos ele estará no grid da 92ª edição das 24 Horas de Le Mans e ressalta a grande oportunidade que está recebendo, além da realização de um sonho: "Tenho apenas 23 anos e estou tendo a oportunidade mais importante da minha carreira automobilística até agora graças à Action Express e ao Cadillac. As 24 Horas de Le Mans são impossíveis de definir em palavras, tal é a sua magia e importância para os automóveis em geral e para o automobilismo em particular. Estou tendo a oportunidade de viver pela primeira vez essa história de 100 anos com AXR e Cadillac. Mal toquei na magia das 24 Horas de Le Mans, vencendo duas vezes as edições virtuais. Agora vou mergulhar de verdade com o Cadillac #311 da Action Express Racing com meu compatriota Pipo Derani e Jack Aitken. Que privilégio ter mais um sonho se tornando realidade."

Drugovich também falou sobre ter pilotado o Cadillac nos testes em Laguna Seca, destacando as qualidades do protótipo: “A eletrônica é um dos seus pontos fortes. O controle de tração é particularmente eficaz e realmente nos ajuda, ao contrário de outros sistemas que limitam ou atrapalham o motorista. O Cadillac V-Series R também tem boa aderência mecânica, por isso tem um bom desempenho em curvas lentas, apesar do seu peso. É uma fera difícil de domar. É bastante pesado, enquanto estou acostumado com monopostos muito leves”

 

(Foto: Porsche Motorsport)

Felipe Nasr
- De todos estes da classe Hypercar, talvez seja ele o que estará melhor posicionado para chegar ao olimpo em La Sarthe. Assim como Derani, o currículo de Nasr é impressionante e não por menos o coloca como um dos favoritos a conquistar a prova: bicampeão da IMSA (2018 e 2021), vencedor das 12 Horas de Sebring e Petit Le Mans (2019) e das 24 Horas de Daytona 2024, estará no comando do Porsche 963 #4 da Porsche Penske Motorsport que ele conhece tão bem desde 2023 e agora desfrutando dos sucessos após longo esforço para elevar o carro alemão ao grupo dos favoritos: 
“Estou muito confiante nas nossas chances. A Porsche Penske Motorsport tem trabalhado incansavelmente para otimizar o desempenho do 963, e nossos resultados recentes são prova disso”, destacou. Ele dividirá a máquina com Mathieu Jaminet e Nick Tandy - este último, vencedor de Le Mans no ano de 2015 pela própria Porsche com o já lendário 919 Hybrid na extinta LMP1.

Ele destaca o quanto essa prova é dificil, mas sempre lembrando a qualidade técnica da equipe: “Claro que Le Mans é uma corrida imprevisível, mas acredito que temos tudo para lutar pela vitória, incluindo uma equipe técnica de excelência e companheiros de equipe talentosos”

Nasr fala da possibilidade e desejo de vencer em Le Mans, assim como, automaticamente, fazer história no automobilismo brasileiro e inspirar os mais novos: “Vencer as 24 Horas de Le Mans seria um marco incrível na minha carreira. Já ter vencido Daytona neste ano foi uma conquista enorme, e ganhar Le Mans consolidaria meu nome entre os grandes do Endurance. Seria a realização de um sonho e um reconhecimento do trabalho árduo e dedicação ao esporte. Com certeza, esse pensamento passa pela minha mente: fazer história como o primeiro brasileiro a vencer Le Mans seria um orgulho imenso, não apenas para mim, mas para todos os fãs de automobilismo no Brasil. Seria uma honra representar meu país dessa forma e inspirar futuras gerações de pilotos brasileiros”

Todos os seis brasileiros presentes em Le Mans tem chances de pódio e vitória em suas respectivas classes. E não será demais sonhar com vitórias em ambas elas, contando com mais de um deles nos pódios destas classes. 

Seria a coroação de uma história magnifica do automobilismo brasileiro nas pistas do mundo.

92ª 24 Horas de Le Mans - O documentário da Cadillac


O documentário intitulado de "No Perfect Formula" mostra o retorno da marca à La Sarthe em 2023, assim como toda a preparação para a edição Centenária da grande prova. 
Lembrando que eles conquistaram a terceira e quarta colocações naquela edição. 


segunda-feira, 10 de junho de 2024

Foto 1040 - Charles Pozzi, 24 Horas de Le Mans 1949

 


O Delahaye 17S da equipe de Charles Pozzi num dos estágios das 24 Horas de Le Mans de 1949. O próprio Pozzi, em dupla com Eugène Chaboud, estiveram no comando do carro francês até a volta 52 quando abandonaram por problemas elétricos.

Essa edição de 1949 das 24 Horas de Le Mans era a retomada da famosa prova após dez anos e no final desta, que contou com 49 carros, teve a vitória na geral do Ferrari 166MM #22 inscrito por Lord Selsdon que dividiu o comando com Luigi Chinetti - onde Chinetti teria conduzido por 23 horas, já que Selsdon estaria embriagado por conta de altas doses de conhaque. 

Sobre Charles Pozzi, este acabaria por ter uma passagem bem pitoresca: quando Pozzi estava no comando do Delahaye, ele se deparou com a falta de água no radiador - ele e Chaboud realizavam suas paradas de box a cada 25 voltas e neste intervalo não podiam parar para reporem os líquidos - e com o carro superaquecendo cada vez mais, ele precisou recorrer a um grupo de pessoas que estavam realizando um pique-nique próximo a Tertre Rouge, pedindo um pouco água. Para seu azar, eles não tinham, mas o problema foi parcialmente resolvido quando eles ofereceram... leite para que fosse usado no radiador. Charles não pensou duas vezes e colocou no radiador do Delahaye, mas talvez ele não soubesse que o leite chega à fervura aos 90 graus e durante o trajeto para conseguir chegar aos boxes, ele pôde observar que a bebida havia fervido e vazado pelos escapes. 

Isso aconteceria novamente no ano seguinte, quando ele, em posse do Delahaye de mesmo modelo, mas agora inscrito pela Equipe Lutetia e tendo Pierre Flahault como parceiro, precisou abastecer com água - que desta vez conseguiu, através de um senhor que trabalhava numa lavoura ali próxima - e completou o reservatória que estava sem o lacre de inspeção, que foi colocado justamente para que os pilotos não colocassem mais água sem que fosse nos boxes. Charles Faroux, um dos três que ajudaram a criar as 24 Horas de Le Mans, era o diretor da prova (tendo exercido essa função desde 1923 até 1956) e acabou desqualificando Pozzi. Segundo relatos, a decisão foi anunciada nos alto falantes e o público presente teceu "elogios carinhosos" à Faroux, com os operadores de som precisando abafar os protestos com música alta. 

Charles Pozzi foi um bom piloto em voiturettes e sport, tendo conquistado vitórias no GP de Comminges de 1949 e as 12 Horas de Casablanca de 1952. Em Le Mans, como piloto, ele teve 4 participações e a sua melhor colocação foi em 1953 quando ficou em oitavo na geral com um Talbot Lago T 26 GS que dividiu com Pierre Levegh. 

Além de piloto, Pozzi foi o principal importador da Ferrari na França por mais de três décadas, sendo que a sua importadora foi adquirida pela Ferrari no final dos anos 90.

Pozzi faleceu em fevereiro de 2001 aos 91 anos na cidade de Levallois-Perret.

domingo, 9 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Porsche comanda as ações no Test Day


Foram duas sessões de testes, com a primeira parte sendo da Toyota e a segunda da Porsche. Foi um início animador para as duas fabricantes
(Foto: Porsche Races/ X)

 

Com os carros ganhando a pista de La Sarthe para esta primeira sessão de treinos, foi importante para as equipes pegarem o máximo de quilometragem e terem uma noção de onde podem ganhar em desempenho visando as atividades oficiais que se iniciam na próxima quarta com os treinos livres e a qualificação.

A Toyota, através do GR010 #7 foi o mais veloz nessa primeira sessão do Test Day com Kamui Kobayashi anotando a marca de 3'28’’467 que superou o tempo estabelecido um pouco antes pelo Porsche 963 #6 do Team Penske com Kevin Estre ano comando, quando o francês fez o tempo de 3'29’’270. A terceira marca desta classe dos Hypercar ficou para o BMW M #20 do Team WRT que fez 3'29’’433.

Na LMP2, que retorna especialmente para esta prova em Le Mans, a melhor marca ficou para o #28 da IDEC Sport com o tempo de 3'37’’044 que foi seguido pelo #22 da United Autosport e pelo #14 da TF Racing Spike. Em média, o melhor tempo dessa classe foi seis décimos mais lenro que o da sessão inicial de 2023.

Na LMGT3, o Lexus #78 da Akkodis ASP Team Lexus fez o tempo de 4'00’’106 e em segundo aparece o segundo Lexus #87 da equipe e em terceiro o BMW M4 #31 do Team WRT.

Essa sessão sofreu com algumas interrupções, sendo a do #37 da Cool Racing ter escapado e batido nas Curvas Porsche onde o carro, então pilotado por Lorenzo Fluxa, escapou e bateu inicialmente a dianteira e depois a traseira. O piloto saiu bem do carro, mas ainda precisam ver o estado do chassi que, inicialmente, estaria em ordem. O acidente aconteceu já na parte final do treino, o que ocasionou o encerramento em bandeira vermelha.

Outros contratempos também aconteceram durante esta sessão, como o Cadillac #3 que ficou parado na pista com problemas no sistema de combustível; #87 da Akkodis, com Takeshi Kimura no comando, ficou parado em Chicane Dunlop e isso ocasionou um Full Course Yellow - que serviu como treinamento, assim como procedimentos de Safety Car que também foram testados - ; o outro contratempo foi com o BMW M #15 de Dries Vanthoor que ficou também na Chicane Dunlop quando faltavam 25 minutos para o final. Ele foi resgatado e voltou à ativa em seguida.

(Foto: Toyota Gazoo Racing/ X)


Resultados de cada classe na primeira sessão - Top 10


Test Day, sessão 1
Hypercar (top-10)
1º - José María López (ARG) / Kamui Kobayashi (JAP) / Nyck de Vries (HOL)/ Ritomo Miyata (JAP) - Toyota GR010 - Hybrid #7, Toyota Gazoo Racing, 3min28s467
2º - Kévin Estre (FRA) / André Lotterer (ALE) / Laurens Vanthoor (BEL) / Dane Cameron (EUA) - Porsche 963 #6, Porsche Penske Motorsport, 3min29s205
3º- Robin Frijns (HOL) / Nick Yelloly (GBR) / Jesse Khrohn (FIN) - BMW M Hybrid V8 #20, BMW M Team WRT, 3min29s433
4º - Daniil Kvyat / Edoardo Mortara (ITA) / Andrea Caldarelli (ITA) / Jordan Pepper (AFS) - Lamborghini SC63 #63, Lamborghini Iron Lynx, 3min29s639
5º - Robert Kubica (POL) / Yifei Ye (CHN) / Robert Shwartzman (ISR) - Ferrari 499P #83, AF Corse, 3min29s732
6º - Sébastien Buemi (SUI) / Brendon Hartley (NZL) / Ryo Hirakawa (JAP) / José María López (ARG) / Ritomo Miyata (JAP) - Toyota GR010 - Hybrid #8, Toyota Gazoo Racing, 3min29s823
7º - Matt Campbell (AUS) / Michael Christensen (DIN) / Frédéric Makowiecki (FRA) / Dane Cameron (EUA) - Porsche 963 #5, Porsche Penske Motorsport, 3min29s885
8º - Mathieu Jaminet (FRA) / Felipe Nasr (BRA) / Nick Tandy (GBR) / Dane Cameron (EUA) - Porsche 963 #4, Porsche Penske Motorsport, 3min29s915
9º - Jean-Éric Vergne (FRA)/ Mikkel Jensen (DIN) / Nico Müller (SUI) / Malthe Jakobsen (DIN) - Peugeot 9X8 #93, Peugeot TotalEnergies, 3min30s136
10º - Antonio Giovinazzi (ITA) / Alessandro Pier Guidi (ITA) / James Calado (GBR) - Ferrari 499P #51, Ferrari AF Corse, 3min30s367

LMP2 (top-10)
1º - Paul Lafargue (FRA) / Job van Uitert (HOL) / Reshad de Gérus (FRA) - IDEC Sport #28, 3min37s044
2º - Oliver Jarvis (GBR) / Bijoy Garg (EUA) - United Autosports #22, 3min37s176
3º - PJ Hyett (EUA) / Louis Delétraz (SUI) / Alex Quinn (GBR) - AO by TF #14, 3min37s394
4º - Jakub Smiechowski (POL) / Vladislav Lomko / Clément Novalak (FRA) - Inter Europol Competition #34, 3min37s762
5º - Rodrigo Sales (EUA) / Mathias Beche (SUI) / Scott Huffaker (EUA) - Panis Racing #65, 3min38s159
6º - Ben Keating (USA) / Filipe Albuquerque (POR) / Ben Hanley (GBR) - United Autosports USA #23, 3min38s264
7º - Lorenzo Fluxa (ESP) / Malthe Jakobsen (DIN) / Ritomo Miyata (JAP) - COOL Racing #37, 3min38s266
8º - Ryan Cullen (GBR) / Patrick Pilet (FRA) / Stéphane Richelmi (MCO) - Vector Sport #10, 3min38s641
9º - Matthias Kaiser (LIE) / Olli Caldwell (GBR) / Roman De Angelis (CAN) - Algarve Pro Racing #25, 3min38s665
10º - George Kuntz (EUA) / Colin Braun (EUA) / Nick Catsburg (HOL) - Crowdstrike Racing by APR #45, 3min39s262

LMGT3 (top-10)
1º -  Arnold Robin (FRA) / Timur Boguslavsky - Lexus RC F LMGT3 #78, Akkodis ASP Team, 4min00s106
2º - Esteban Masson (FRA) / Takeshi Kimura (JAP) / Jack Hawksworth (GBR) - Lexus RC F LMGT3 #87, Akkodis ASP Team, 4min00s668
3º- Augusto Farfus (BRA) / Sean Gelael (IDN) / Darren Leung (GBR) - BMW M4 LMGT3 #31, Team WRT, 4min00s929
4º - Grégoire Saucy (SUI) / Nicolas Costa (BRA) / James Cottingham (GBR) - McLaren 720S LMGT3 Evo #59, United Autosports, 4min01s173
5º - Brendan Iribe (USA) / Ollie Millroy (GBR) / Frederik Schandorff (DIN) - McLaren 720S LMGT3 Evo #70, Inception Racing, 4min01s194
6º - Maxime Martin (BEL) / Valentino Rossi (ITA) / Ahmad Al Harthy (OMA) - BMW M4 LMGT3 #46, Team WRT, 4min01s329
7º - Matteo Cressoni (ITA) / Claudio Schiavoni (ITA) / Franck Perera (FRA) - Lamborghini Huracan LMGT3 Evo2 #60, Iron Lynx, 4min01s533
8º - Rahel Frey (SUI) / Sarah Bovy (BEL) / Michelle Gatting (DIN) - Lamborghini Huracan LMGT3 Evo2 #85, Iron Dames, 4min01s645
9º - Ian James (EUA) / Daniel Mancinelli (ITA) / Alex Riberas (ESP) - Aston Martin Vantage AMR LMGT3 #27, Heart of Racing Team, 4min01s721
10º - Davide Rigon (ITA) / Thomas Flohr (SUI) / Francesco Castellacci (ITA) - Ferrari 296 LMGT3 #54, Vista AF Corse, 4min01s771

Toyota pela manhã. Porsche à tarde

A parte da manhã tivemos uma ideia de como seria uma disputa entre Porsche e Toyota, com os japoneses a anotarem a melhor marca naquela sessão, mas a tarde foi totalmente dos alemães que colocaram quatro carros nas três primeiras posições.

Kevin Estre parace ser o homem forte da Porsche ao levar o 963 #6 ao topo da tabela de tempos no computo geral. Ele conseguiu uma sequência muito boa em certa parte do treino quando enfileirou voltas entre 3'26 e 3'28 - sendo nesse exato momento que conseguiu a melhor marca (Volta 2 - 3'27.798"/ Volta 3 - 3'26.907"/ Volta 4 - 3'28.857"/ Volta 5 - 3'27.341"/ Volta 7 - 3'26.910"). O outro Porsche #4, com Felipe Nasr no comando, fez o tempo de 3'27’’142 e pegou o segundo lugar. O Toyota #8, com Brendon Hartley, quebrou a sequência dos alemães ficando em terceiro, com o Porsche #5 em quarto. A esquadra da Porsche Penske Motorsport comandando com muita ação esse segundo turno do teste.

Alguns carros dessa classe sofreram contratempos, como foi o caso do BMW #15 do Team WRT que precisou efetuar uma troca de motor e participou dos últimos 45 minutos. O Porsche 963 #99 da Proton Competition que também perddeu parte do teste por problemas elétricos.

Das equipes estreantes, BMW e Lamborghini conseguiram boas voltas ao colocarem carros entre os dez primeiros nas duas sessões; Isota Fraschini e Alpine, não enfrentaram problemas, mas ainda estão fora do ritmo ideal.

Na LMP2, o #22 da United Autosports fez o melhor tempo dessa sessão (3'34’’704) com Oliver Jarvis no comando seguido pelo #25 da Algarve Pro Racing e pelo #30 da Duqueine Team. Estes que fecharam a trinca nessa classe, ficaram a mais de 1 segundo de atraso para o #22 - e a United ainda teve o #23 em quarto, mostrando a costumeira força que eles tem nessa classe há uns bons anos.

A Corvette, enfim, deu as caras em Sarthe conseguindo o melhor tempo através do Z06 LMGT3.R #89 da TF Sport com a marca de 3'59’’883, seguido de perto pelo Aston Martin Vantage AMR GT3 #27 da Heart of Racing e pelo BMW M4 LMGT3 #31 do Team WRT, e o fato curioso é que estes dois últimos fizeram o mesmo tempo: 3'59’’920. Outro detalhe a se destacar nessa classe que estréia em Le Mans foi o equilibrio: catorze carros ficaram no mesmo segundo, o que sugere uma atenção a mais para com eles pelos próximos dias.

Os carros voltam à pista na quarta para os treinos livres e qualificação

Resultados de cada classe na segunda sessão - Top 10

Hypercar (top-10)
1º - Kévin Estre (FRA) / André Lotterer (ALE) / Laurens Vanthoor (BEL) / Dane Cameron (EUA) - Porsche 963 #6, Porsche Penske Motorsport, 3min26s907
2º - Mathieu Jaminet (FRA) / Felipe Nasr (BRA) / Nick Tandy (GBR) / Dane Cameron (EUA) - Porsche 963 #4, Porsche Penske Motorsport, 3min27s142
3º- Sébastien Buemi (SUI) / Brendon Hartley (NZL) / Ryo Hirakawa (JAP) / Ritomo Miyata (JAP) - Toyota GR010 - Hybrid #8, Toyota Gazoo Racing, 3min27s615
4º - Matt Campbell (AUS) / Michael Christensen (DIN) / Frédéric Makowiecki (FRA) / Dane Cameron (EUA) - Porsche 963 #5, Porsche Penske Motorsport, 3min27s773
5º - Antonio Fuoco (ITA) / Miguel Molina (ESP) / Nicklas Nielsen (DIN) - Ferrari 499P #50, Ferrari AF Corse, 3min28s014
6º - Robin Frijns (HOL) / Nick Yelloly (GBR) / Jesse Khrohn (FIN) - BMW M Hybrid V8 #20, BMW M Team WRT, 3min28s072
7º - Daniil Kvyat / Edoardo Mortara (ITA) / Andrea Caldarelli (ITA) / Jordan Pepper (AFS) - Lamborghini SC63 #63, Lamborghini Iron Lynx, 3min28s222
8º - Robert Kubica (POL) / Yifei Ye (CHN) / Robert Shwartzman (ISR) - Ferrari 499P #83, AF Corse, 3min28s248
9º - Will Stevens (GBR) / Norman Nato (FRA) / Callum Ilott (GBR) - Porsche 963 #12, Hertz Team JOTA, 3min28s487
10º - José María López (ARG) / Kamui Kobayashi (JAP) / Nyck de Vries (HOL) / Ritomo Miyata (JAP) - Toyota GR010 - Hybrid #7, Toyota Gazoo Racing, 3min28s827

LMP2 (top-10)
1º - Oliver Jarvis (GBR) / Bijoy Garg (EUA) - United Autosports #22, 3min34s704
2º - Matthias Kaiser (LIE) / Olli Caldwell (GBR) / Roman De Angelis (CAN) - Algarve Pro Racing #25, 3min35s981
3º - Ben Keating (USA) / Filipe Albuquerque (POR) / Ben Hanley (GBR) - United Autosports USA #23, 3min36s354
4º - François Perrodo (FRA) / Bem Barnicoat (GBR) / Nicolas Varrone (ARG) - AF Corse #183, 3min36s623
5º - Jonas Ried (ALE) / Maceo Capietto (FRA) / Bent Viscall (HOL) - Proton Competition #9, 3min36s750
6º - Jakub Smiechowski (POL) / Vladislav Lomko / Clément Novalak (FRA) - Inter Europol Competition #34, 3min36s898
7º - George Kuntz (EUA) / Colin Braun (EUA) / Nick Catsburg (HOL) - Crowdstrike Racing by APR #45, 3min37s169, 3min37s169
8º - Ryan Cullen (GBR) / Patrick Pilet (FRA) / Stéphane Richelmi (MCO) - Vector Sport #10, 3min37s385
9º - Fabio Scherer (SUI) / David Heinemeier Hansson (DIN) / Kyffin Simpson (USA) - Nielsen Racing #24, 3min37s456
10º - Paul Lafargue (FRA) / Job van Uitert (HOL) / Reshad de Gérus (FRA) - IDEC Sport #28, 3min37s802

LMGT3 (top-10)
1º - Daniel Juncadella (ESP) / Hiroshi Koizumi (JAP) / Sébastien Baud (FRA) - Corvette Z06 LMGT3.R #82, TF Sport, 3min59s883
2º - Ian James (EUA) / Daniel Mancinelli (ITA) / Alex Riberas (ESP) - Aston Martin Vantage AMR LMGT3 #27, Heart of Racing Team, 3min59s920
3º - Augusto Farfus (BRA) / Sean Gelael (IDN) / Darren Leung (GBR) - BMW M4 LMGT3 #31, Team WRT, 3min59s920
4º - Matteo Cressoni (ITA) / Claudio Schiavoni (ITA) / Franck Perera (FRA) - Lamborghini Huracan LMGT3 Evo2 #60, Iron Lynx, 4min00s121
5º - Grégoire Saucy (SUI) / Nicolas Costa (BRA) / James Cottingham (GBR) - McLaren 720S LMGT3 Evo #59, United Autosports, 4min00s184
6º - Nicolás Pino (CHI) / Marino Sato (JAP) / Hiroshi Hamaguchi (JAP) - McLaren 720S LMGT3 Evo #95, United Autosports, 4min00s278
7º - Rahel Frey (SUI) / Sarah Bovy (BEL) / Michelle Gatting (DIN) - Lamborghini Huracan LMGT3 Evo2 #85, Iron Dames, 4min00s378
8º - Maxime Martin (BEL) / Valentino Rossi (ITA) / Ahmad Al Harthy (OMA) - BMW M4 LMGT3 #46, Team WRT, 4min00s417
9º - Charlie Eastwood (IRL) / Tom Van Rompuy (BEL) / Rui Andrade (ANG) - Corvette Z06 LMGT3.R #81, TF Sport, 4min00s444
10º - Michael Wainwright (GBR) / Daniel Serra (BRA) / Riccardo Pera (ITA) - Ferrari 296 LMGT3 #86, GR Racing, 4min00s467

sábado, 8 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Pesagem, Final

 

(Foto: Alexis Goure/ ACO)

Este último dia de pesagem em Place de La République viu os derradeiros 25 carros serem pesados e inspecionados para as atividades oficiais que se iniciam neste domingo com as duas sessões do Test Day em Sarthe.

Os Porsche oficiais e semi, Toyota e Ferrari, além dos carros da LMGT3 e LMP2, estiveram nesse escrutineo final.

 

Porsche Penske Motorsport

Aqui se encontra, talvez, os grandes favoritos a levantarem a taça ao final das 24 horas. O inicio impressionante com vitórias nas 24 Horas de Daytona (IMSA) e os 1812km do Qatar (WEC), fora as os pódios nas demais corridas das duas categorias.

Apesar desse favoritismo, e saberem que a melhora em relação à 2023 é real, eles entendem que são o alvo a serem batidos, porém entendem, também, que a pressão dos rivais para vencê-los é existente.

Andre Lotterer, que venceu por três vezes as 24 Horas de Le Mans (2011, 12 e 14), destaca essa melhora do Porsche 963: “Fizemos muitos progressos. No ano passado, não estávamos no nível que queríamos. Fizemos mudanças na equipe. O carro está mais agradável de dirigir e estamos no bom caminho”

Kevin Estre, que divide o Porsche 963 do Team Penske com Lotterer e Laurens Vanthoor e que são líderes do mundial, destaca a confiabilidade do carro - além da pressão que os rivais terão: “Estamos a liderar o campeonato, por isso talvez isso coloque pressão sobre os nossos rivais. O carro tem sido confiável desde o início da temporada. Isso pode nos ajudar a vencer a corrida  .”

 

Ferrari AF Corse

Os atuais campeões das 24 Horas de Le Mans com o 499P #51 entendem que o inicio da temporada não foi dos melhores, ainda que tenham mostrado uma boa velocidade e boas hipóteses em Losail e Ímola quando as chances de vitória foram consideráveis. Por outro lado, também, entendem que a concorrência para esta edição é mais pesada e requer um grau de atenção a mais para uma prova que as nuances variam a todo momento.

Antonio Giovinazzi, que foi um dos três que esteve no comando do #51 para a conquista histórica de 2023, destaca esse inicio complicado da Ferrari: “Não é uma deficiência. Isso já acontecia no ano passado. O início da temporada não correspondeu às nossas expectativas, mas isso nos motiva mais do que qualquer outra coisa”

Miguel Molina, do #50 que cravou a pole na edição passada, destaca a atenção que todos da equipe deverão ter para que possam repetir o sucesso de 2023: “No ano passado as corridas foram intensas e acho que há ainda mais competição este ano. Será mais difícil. Precisaremos ser perfeitos o tempo todo e não cometer erros”.

 

Toyota Gazoo Racing

A equipe japonesa, num todo, sabe o quanto será dificil repetir nessa edição das 24 Horas os desempenhos anteriores, principalmente o do ano passado, quando estiveram na batalha contra a Ferrari pela glória da prova centenária. Apesar disso, conseguiram uma improvável vitória em San Marino sob a luz da estratégia e isso pode ser uma grande arma para que possam surpreender.

Sebastién Buemi, um dos decanos da equipe e vencedor da prova em 2018, 19, 20 e 22, entende que o início não é dos melhores, mas a base é boa e pode render algo ainda: “Se analisarmos o início da temporada, não tivemos um desempenho tão bom como em 2023. Tentamos aprender com os problemas anteriores para voltar mais fortes . Queremos entregar uma corrida melhor e ser mais rápidos. Em termos de ritmo, estamos um passo abaixo da Porsche ou da Ferrari, mas esperamos reverter a tendência. Conhecemos bem o nosso carro e temos uma boa base que podemos melhorar.”

Com todos os carros já inspecionados, o domingo será reservado para que ganhem a pista de La Sarthe pela primeira vez neste ano para o Test Day, que terá duas sessões para que as equipes e estreantes possam iniciar os acertos para a 92ª edição das 24 Horas de Le Mans.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...