O Oreca 07-Gibson da United Autosport do trio formado por Phill Hanson/ Filipe Albuquerque/ Paul Di Resta, que largará da pole na LMP2 (Foto: United Autosport/ Twitter) |
Teremos uma grande oportunidade de ver como será essa última incursão dos protótipos híbridos, que tomaram de assalto o Mundial de Endurance desde a sua retomada no já distante ano de 2012. Mas o momento é de deixar a nostalgia de lado e atentar para o que podemos ter a partir deste sábado quando a bandeira francesa for baixada em Sarthe: pode a Rebellion desafiar a Toyota? Apesar de todo o favoritismo da equipe japonesa, os suíços também podem sonhar em sair daquele local sagrado ostentando a marca de ter vencido a mais famosa e importante prova de endurance no mundo.
Apesar de todo peso que está levando nesta edição e mais
algumas restrições em torno do combustível, a Toyota parece não ter sentido
tanto essas imposições, mas devemos observar como será o seu passo de corrida
nas mais variadas situações que esta prova nos reserva. A volta canhão de Kamui
Kobayashi foi quatro décimos mais lento que o recorde que ele estabeleceu em
2017, quando também fez a pole – e ficou chateado por não ter quebrado este
recorde, uma vez que uma de suas voltas foi anulada por exceder o limite de
pista e extamente nessa ele estava bem abaixo. Porém ficará a duvida, que será
sanada durante a corrida, de como será o comportamento dos dois TS050 por conta
do peso e da pequena demora em reabastecê-los, já que o diâmetro do tubo de
reabastecimento é de 19mm – a mesma medida do último ano – enquanto que a
Rebellion terá mais velocidade neste quesito, já que a medida é de 24mm. Outro
ponto favorável para a Rebellion é o kg de combustível por stint: enquanto os
suíços terão 55,4 kg, a Toyota terá 35,1. Isso dará um bom ganho em autonomia
para os Rebellion, influenciando bastante na hora trabalhar estratégias para a
corrida que costumam variar bastante. Isso sem contar os problemas mecânicos,
que costumam aparecer bastante e outras situações como toques, escapadas de
pista que pode comprometer bastante o andamento. Um outro trunfo para a
Rebellion é o fato do carro #1 ter trocado o motor durante o segundo treino
livre, o que significa que tenha uma quilometragem bem mais baixa e que pode
forçar mais durante o certame.
Enquanto que a Toyota e Rebellion vão discutir a vitória, a
ByKolles terá a missão de completar a sua primeira 24 Horas de Le Mans que foi
sempre abreviada por inúmeros problemas. Em relação a seu ritmo, comparado em
outras oportunidades, onde os carros da LMP2 ficaram próximos ou até mesmo mais
velozes, teve uma pequena melhora.
O fator chuva também deve ser levado em conta, já que se
espera uma chuva mais moderada no sábado – no decorrer da prova – e outra mais
pesada para o domingo.
A LMP2 sempre promete boas emoções e desta vez não estará
reduzida a uma batalha entre G-Drive e Signatech Alpine, como aconteceu no ano
passado: a presença da United Autosport, Racing Team Nederland, Jackie Chan DC
Racing e JOTA Sport, promete trazer uma boa disputa naquela classe – isso sem
contar com outras equipes que possam aparecer durante a corrida para tentar
beliscar uma parte ou até mesmo todo bolo.
Em comparação aos outros anos, onde a classe estava bastante
concorrida com a presença de Ford, Corvette e BMW, a LMGTE-PRO aparece reduzida
apenas aos carros oficiais da Aston Martin, Ferrari e Porsche e mais o Ferrari
da Wheater Tech Racing. Mas isso não tira o brilho, uma vez que durante os
treinos livres e classificação a Aston Martin ter dado o ar da graça como a
principal favorita. Porém, a categoria ganhou um fôlego com a reação da Porsche
que não foi muito bem no primeiro treino livre, mas que reagiu nas atividades
seguintes para arrancar em direção a uma grande pole conquistada por Gianmaria
Bruni no Porsche #91. A Porsche ainda teve uma pequena mudança após a
Hyperpole, onde a capacidade do tanque foi aumentada em 1 litro. Mesmo sem
mostrar o brilho de outras edições, é sempre bom ficar de olho na Ferrari que é
a atual vencedora desta classe em Le Mans.
Mesmo com essa diminuição no contingente, é de se esperar
que a batalha nesta classe seja tão boa quanto as dos anos anteriores. E ficará
difícil arriscar quem possa ser o favorito real nessa luta.
Por último a LMGTE-AM que aparenta ter uma das edições mais
equilibradas. A Aston Martin também apareceu forte por lá nos treinos, mas a
reação das equipes com carros da Ferrari e da Porsche dão um tom diferente para
esta corrida. E é sempre uma classe onde as coisas nem sempre estão resolvidas
até a última passagem, mesmo quando se aparenta total tranquilidade.
Quando a quadriculada for baixada ao final do domingo,
saberemos que entrou mais uma vez a rica história de Le Mans.
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