quarta-feira, 26 de julho de 2017

Foto 634: The Flying Finn


Apesar da maioria lembrar de Leo Kinnunen pelo fato de ter sido o último piloto a correr na Fórmula-1 com um capacete de face aberta em 1974, a verdade é que o primeiro “Flying Finn” foi um dos melhores pilotos de endurance da década de 70 e da história num todo.

Sempre correndo a serviço da Porsche, Kinnunen conseguiu resultados expressivos com a famosa fábrica alemã. Além de ter vencido as 24 Horas de Daytona de 1970 em parceria com Pedro Rodriguez e Brian Redman, foi um dos pilares ao lado do piloto mexicano para a arrasadora conquista da Porsche no Mundial de Marcas daquele ano.  Das nove vitórias da Porsche naquela temporada, quatro foram de Leo Kinnunen e Pedro Rodriguez que dividiam o volante do icônico Porsche 917 da John Wyer Automotive  nas cores da Gulf. Kinnunen ainda teria outro grande momento naquela temporada, ao estabelecer a marca recorde para a Targa Florio com o tempo de 33min 33s com  o Porsche 908/03.

Porém, o grande sucesso de Kinnunen se reservou a Interseries que era divisão europeia da sua “irmã” americana, a Can-Am. No triênio de 1971/72/73 Kinnunen conquistou nada mais que 11 vitórias em 18 provas realizadas neste período. Na prova de Norisring de 1971, Leo acabou presenciando a morte de Pedro Rodriguez após este bater nos guard-rails. Kinnunen acabou se retirando da prova.

Justamente na sua passagem na F1 em 1974, pela equipe Surtees, é que Leo Kinnunen passou a ser lembrado como o primeiro finlandês a correr na categoria. Infelizmente as deficiências mecânicas do Surtees acabou limitando e muito o real talento do piloto finlandês, que conseguiu apenas correr no GP da Suécia que veio abandonar ainda no início da prova. A verdade é que Kinnunen teve chances de correr pela Lotus no inicio da década de 70, mas a morte de Jochen Rindt acabou esfriando as negociações.  Segundo Kinnunen, Bernie Ecclestone, então empresário de Jochen Rindt, que também ajudava na negociação para que Leo fosse para a Lotus em 1971, queria que o finlandês corresse de graça e Kinnunen prontamente não aceitou. Isso foi a pá de cal e o finlandês migrou de vez para a Interserie.

Apesar de algumas incursões nos Rallys – especialmente no clássico Rally dos Mil Lagos – o nome de Leo Kinnunen será sempre ligado ao endurance, onde ele foi um dos melhores do seu tempo.

O grande piloto finlandês morreu hoje aos 73 anos.

domingo, 23 de julho de 2017

Volta Rápida, 8 anos

Apesar do blog não estar no melhor de seus dias - num passado não muito distante, teve épocas bem gratificantes -, o Volta Rápida chega aos 8 anos de existência exatamente num domingo, dia tal ele foi fundado. E após este tempo, durante a última 24 Horas de Le Mans, o blog chegou a marca de 500 mil visualizações. Demorou, mas chegou.
E mais uma vez agradecer a galera que  visita este espaço diariamente e também aqueles que disponibilizam em seus sites/ blogs o link deste aqui. É de grande valia e ajuda a popularizar o local.
Obrigado!

segunda-feira, 17 de julho de 2017

GP da Grã-Bretanha: Reconciliação & Reação



(Foto: RV Press)
Não é novidade que a falta de Lewis Hamilton no F1 Live, no meio da semana, nas ruas de Londres, não foi bem visto pelos fãs e também por aqueles que acompanham a categoria. Para a maioria aquilo foi uma tremenda falta de respeito para com o público. Afinal, ele foi apenas o único dos pilotos desta atual temporada que não compareceu ao festejo, alegando, mais tarde, que estava concentrando-se na disputa contra Sebastian Vettel. Mas a maioria sabe que é bem provável que o inglês tenha ido curtir o dia com os amigos em algum local.
Polêmicas à parte no que ele deve fazer ou não, a verdade é que Hamilton esteve em grande forma neste fim de semana em Silverstone, principalmente no domingo onde conseguiu um domínio absoluto com a sua Mercedes. Liderou todas as voltas, cravou a melhor da corrida, além da pole conquistada no sábado. Uma atuação que fez lembrar o de Nigel Mansell (guardadas proporções) em 1992, quando o “Il Leone” destroçou a concorrência e levou a torcida inglesa o delírio a ponto deles invadirem a pista. Lewis também conseguiu levantar a torcida em Silverstone, com direito a aplausos efusivos dos torcedores em todos os setores por onde o tri-campeão passou, em sua volta de desaceleração. E ainda teve tempo para cair nos braços dos torcedores antes de ir para a coletiva de imprensa. E esta conquista de Lewis ainda o fez igualar a marca de Jim Clark em GPs britânicos, tanto em poles e vitórias, chegando a cinco triunfos em cada uma das duas estatísticas. Um momento fabuloso em Silverstone.
Mas a alegrias não estavam apenas no fato da grande conquista de Lewis: o resultado abaixo do esperado por Sebastian Vettel, também ajudou para que a festa fosse praticamente completa. Digo isso, pois a sétima colocação de Vettel ainda lhe deu um fôlego para se aguentar na liderança do mundial até a próxima etapa, que será na Hungria. Este um ponto de vantagem dele para Lewis pode fazer uma diferença enorme mais para frente. E até que pela tragédia que se desenhava, quando o pneu dianteiro esquerdo da Ferrari dechapou, este sétimo lugar foi um lucro. Sair atrás de Hamilton na classificação seria um balde – mais um – de água gelada nele e na Ferrari. A verdade, ao que parece, é que a equipe italiana parece ter estagnado na evolução do carro ou então as novidades que tem trazido ultimamente, não surtiram grande efeito. A  Mercedes conseguiu uma melhora com atualizações feitas para o GP da Espanha e de lá para cá, eles conseguiram uma bela evolução e não parece que possam cair de rendimento.
Por mais que tenha sido uma prova emblemática, ao mostrar o nível de pilotagem de Hamilton e também do poderio dos carros da Mercedes, ainda está longe das coisas se definirem. A prova da Hungria deve ser encarada como um tira teima para os carros prateados, uma vez que o desempenho deles em Mônaco, uma pista travada por conta de sua natureza citadina, foi bem pífia e agora prestes a encarar a pista de Hungaroring devemos ver a sua real força. Para a Ferrari e a chance de conseguir uma reação e as lembranças de um final de semana perfeito nas ruas de Monte Carlo, podem ser reavivadas na pista húngara.
Por mais que a corridas não tem agradado numa forma geral, o campeonato está bem interessante. E isso não podemos negar.

sábado, 15 de julho de 2017

Foto 633: The Lion

Não bastasse uma pole quase dois segundos melhor que seu companheiro de equipe, as primeiras quatro voltas foram alucinantes e num ritmo diabólico, sabendo extrair tudo e muito mais do que o FW14B dispunha. E ao final da corrida, quase quarenta segundos de diferença para o seu companheiro.
É um breve resumo do que foi visto por todos que estiveram em Silverstone no fim de semana de julho de 1992, com a prova sendo realizada no dia 12. Nigel Mansell dominou amplamente aquele fim de semana a ponto de conquistar o Grand Chelem (Pole, Melhor Volta e Vitória de ponta a ponta).
 E a torcida, no melhor estilo dos Tiffosi, fizeram a festa e Mansell teve seu dia de mestre.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Vídeo: Dubai Grand Prix, 1981

Se existe um grande jeito de mostrar um país, ainda na sua juventude, para mundo, é fazer um mega evento. O automobilismo foi o carro chefe para que os Emirados Árabes, que conquistara a sua independência em 2 de dezembro de 1971, se mostrasse ao mundo exatos 10 anos com o evento organizado por Martin Horne - junto do Al Nasr Motor Sport Club - que mais tarde organizaria, também, o Birmingham  Superprix.
O evento foi realizado nos dias 2, 3 e 4 de dezembro de 1981 tendo em sua programação uma grande parada com diversos carros, motos e outras atrações, além de bandas musicais militares e da polícia local.
As corridas, claro, não poderiam faltar, com provas de Citroen - denominada de CX Citröen Celebrity Race - que contava com alguns pilotos que já haviam feito ou estavam fazendo parte da F1 na ocasião. Provas de carros históricos da F1 - Fangio e Moss se fizeram presentes - e também do Mundial de Marcas, fizeram parte do cronograma.
Uma quebra de recorde no circuito foi feita entre o Theodore - então pilotada por Patrick Tambay - e o Mclaren - com o John Watson ao volante. O recorde ficou com o piloto irlandês, ao marcar 1'04''6 no circuito montado ao redor do então luxuoso hotel Hyatt Regency Dubai.
Abaixo fica os dois vídeos, que mostram o que foi aqueles três dias em Dubai.
 

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Foto 632: Abate

Tendo feito apenas duas tentativas para participar de corridas na Fórmula-1 - GP da França de 1962 e GP da Itália de 63 -, o piloto italiano Carlo Mario Abate (originalmente batizado de Carlo Maria Abate, mas escolhendo o nome Mario no lugar de Maria) teve um breve sucesso nas provas extra-campeonatos no biênio 62/63 com participações nas provas de Nápoles (4ºcolocado com um Porsche), Reims (onde abandonou após um acidente com o Lotus) e no GP do Mediterrâneo, onde fechou em terceiro com um Porsche. Em 1963 disputou mais outras duas provas extra-campeonatos: foi quinto em Ímola e terceiro em Syracuse, sempre pilotando o Cooper da equipe Centro Sud.
Apesar dessa sua incursão esporádica na F1, foi nos carros Sport que ele obteve dois de seus melhores resultados: em 1959, compartilhando uma Ferrari 250 GT Coupé com Gianni Balzarini, venceu a penúltima Mille Miglia - esta já em regime de regularidade/ velocidade.
O outro grande sucesso de Abate remonta à 1963, quando venceu a Targa Florio daquele ano junto de Jo Bonnier com um Porsche 718 GTR. Ao final daquele ano, Abate encerrou sua carreira.
Hoje ele completa 85 anos.

domingo, 9 de julho de 2017

GP da Áustria: O pulo de Bottas

(Foto: autoweek)
Não saberemos exatamente como estará o campeonato quando chegar o mês de novembro. A nossa expectativa, de início, é que essa batalha entre Vettel e Hamilton se arraste até a última corrida do calendário e isso, certamente, é aposta geral de que estes dois rapazes estejam na luta quando o final do mundial se apresentar. Porém, o que vimos hoje no Red Bull Ring, foi uma atuação bem interessante de um cara que até então, era cravado como um mero escudeiro de Lewis Hamilton. A vitória de Valtteri Bottas foi maiúscula, incluindo, também, uma largada fenomenal que beirou a suspeita de queima por conta do piloto finlandês. Mas a sua esperteza ao ver o apagar as luzes vermelhas e “dar no pé”, deixando um Sebastian Vettel “comendo poeira”, foi o lance que deu a ele a chance de virar a primeira curva com toda tranquilidade na frente.
O melhor disso foi o seu desempenho: quem se lembra da sua vitória na Rússia, pode muito bem fazer uma alusão ao que foi feito na pista austríaca, quando conseguiu partir muito bem deixando as duas Ferraris para trás e fazendo voltas iniciais com um ritmo diabólico, sempre cravando as melhores voltas sem dar tempo para que Vettel se ambientasse ao começo da prova. Hoje ele fez da mesma forma e abriu bons seis segundos para Sebastian e essa margem de segurança deu a Bottas a chance de administrar a vantagem quando os retardatários aparecessem. Melhor: após ficar um bom par de voltas na pista usando os pneus ultramacios, conseguiu voltar na frente do piloto alemão e ainda lutar contra um cambaleante Kimi Raikkonen, que foi facilmente superado por ele para depois administrar a diferença de três segundos que ficou oscilando por conta do tráfego. As últimas três voltas, com Vettel tentando pressioná-lo na luta pela liderança, não abalou a confiança de Valtteri – que coincidentemente também havia sofrido pressão de Sebastian nas voltas finais em Sochi – mostrando uma frieza para aguentar tamanha pressão.
Com um campeonato tão equilibrado, onde Vettel vem se aproveitando bem da maré de azares de Hamilton, e este último não conseguindo transformar a real superioridade da Mercedes neste momento em resultados concretos, Bottas vem aos poucos conquistando seus pontos e chegando devagarinho para tentar surpreender o duo que é favorito ao campeonato. No momento a sua desvantagem para Vettel é de 35 pontos, enquanto para Lewis é de 15 pontos. Um azar duplo deste dois principais contendores e uma nova vitória de Valtteri, deixaria o mundial bem embolado e também uma dúvida bem interessante na cabeça de Toto Wolf. A bem da verdade, se isso acontecer já na prova de Silverstone, seria interessante para o decorrer do mundial.

Talvez a ótima largada de Bottas na Áustria também acabe sendo o início de uma reação interessante por parte dele no mundial. O que não é nada mal para alguém que estava sendo tachado de “segundão” até pouco tempo atrás. E um azarão é sempre bem vindo nesta altura do mundial.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

F1 Battles: Ricardo Patrese vs Alessandro Nannini - Ímola, 1988

A bela disputa entre Ricardo Patrese (Williams Judd) contra Alessandro Nannini (Benetton Ford), durante o GP de San Marino de 1988.
Nannini terminou a prova em sexto com uma volta de atraso para Ayrton Senna, que venceu aquela prova. Ricardo terminou em 13º.
Hoje Alessandro Nannini completa 58 anos.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Foto 631: 24 Horas de Spa, 1949

O herói da resistência. St. John Horsfall cruzando a linha de chegada das 24 Horas de Spa Francorchamps de 1949 em quarto lugar, com o seu Aston Martin Speed Model Spa. A prova foi vencida por Lugi Chinetti/ Jean Lucas com o Ferrari 166MM.
O inglês St. John Horsfall teve sua carreira iniciada ainda nos anos 20, onde corria exclusivamente nos eventos organizados pelos clubes britânicos. Nos anos 30 passou a participar mais ativamente em corridas pela Europa, onde veio a se destacar com a sua vitória na classe destinada a carros de 2 litros com o seu Aston Martin - apelidado de Black Car.
Outra nota importante na sua biografia é o seu trabalho para o serviço secreto britânico durante a Segunda Guerra Mundial, onde ele trabalhou na Operação Mincemeat que cuidava exlcusivamente de desinformar o exército alemão.
Após a guerra, retomou as suas atividades de piloto e em 1946, com o seu velho Aston Martin de 2 Litros, venceu o GP da Bélgica. 
A sua maior conquista viria novamente na pista belga de Spa Francorchamps, quando ele e John Leslie - sempre com o Aston Martin - venceram as 24 Horas de Spa de 1948.
Este Aston Martin havia sido convertido num Fórmula B por St. John logo após a guerra, onde chegou a participar com ele em provas de subida de montanha e foi nele que o inglês venceria o GP Belga de 1946. No entanto, em 1949, St. John voltou a convertê-lo em carro sport para a disputa das 24 Horas de Spa daquele ano. Ele e mais Paul Frére é quem conduziriam o carro naquela edição, mas Jonh preferiu arriscar a conduzir o Aston Martin por toda a prova e isso resultou num magnifico segundo lugar na classe para carros de 2 litros e quarto na geral. Um feito e tanto. Por conta disso, este Aston Martin teve acrescentado ao seu nome "Spa Special". 
St. John Horsfall morreu naquele mesmo ano, em agosto, após sofrer um acidente em Silverstone durante o International Trophy quando estava ao volante de um ERA. 
Anualmente é organizado pelo Aston Martin Owners Club um evento em memória de St. John. E o seu Aston Martin Speed Model Spa Special é presença constante neste memorial.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...