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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Foto 899: Satoru Nakajima, GP da Austrália 1989

 

Satoru Nakajima foi o grande nome no molhado GP da Austrália de 1989
(Foto: Motorsport Magazine)


"Eu não deveria ter começado. Eu sei disso. Nós concordamos em não começar, mas então a pressão começou, dos gerentes de equipe, oficiais e assim por diante. Em condições como esta, realmente não deveria caber aos pilotos escolher se devemos correr ou não; os comissários da FISA deveriam ter dito que era muito perigoso. A FISA pune Senna porque dizem que ele é perigoso - e então nos deixam correr em um tempo como este, que é cem vezes mais perigoso do que qualquer piloto poderia ser . O cara que deixou esta corrida reiniciar deveria ser colocado em uma cadeira elétrica. Isso é pior do que Spa, pior do que Silverstone no ano passado, pior do que qualquer corrida que eu já vi. Os pilotos não são os perdedores hoje, estamos perdidos , não podemos cumprir nada do que concordamos. "

A fala em questão é de Gerhard Berger logo após o GP da Austrália de 1989 realizado num inferno d’água que mal podia-se enxergar quem ia frente. Não foi apenas o austríaco da Ferrari quem reclamou: as discussões sobre as condições de realizar a corrida naquela encharcada Adelaide de 31 anos trás espalhou entre os principais pilotos, como foram os casos de Nelson Piquet, Nigel Mansell, Alain Prost – apenas para citar os medalhões – que foram  unanimes em dizer que as condições eram as piores possíveis numa pista que formava poças d’água em toda extensão do circuito e, principalmente, na longa reta Jack Brabham. Até mesmo um impressionante Ayrton Senna, que estava em grande forma em Adelaide durante todo aguaceiro e que viria bater na traseira do Brabham de Martin Brundle, acabaria por declarar que não fazia sentido terem continuado a corrida. Era um caos já anunciado e foi prosseguido.

Apesar de tudo, a corrida aconteceu e os mais variados acidentes aconteceram como o já citado acidente entre Senna e Brundle; Piquet acertando a traseira do Osella de Piercarlo Ghinzanni; Mauricio Gugelmin invadindo o pit-lane e causando um acidente que poderia muito bem ter sido bem pior... apenas alguns destes. Porém, a corrida não foi apenas um festival de acidentes: além da grande exibição de Thierry Boutsen, que acabaria por vencer o GP, outro piloto também teve a sua tarde: Satoru Nakajima nem parecia o piloto afoito que tanto causava alguns acidentes durante as corridas ao proporcionar a todos que estavam naquele chuvoso GP uma finesse digna dos grandes mestres em pista molhada. Ok, ele se beneficiou bastante dos que iam ficando pelo caminho, mas já havia escalado bem o pelotão até que na 24ª volta estava em quarto, mas acabou faltando apenas quatro segundos para alcançar o terceiro lugar, que ficou com Ricardo Patrese. Nakajima ainda conseguiu anotar por seis vezes a melhor volta da corrida, sendo a melhor delas feita em 1’38’’480 na 64ª passagem.

Sem dúvida alguma, foi a grande corrida de Satoru Nakajima na Fórmula-1 exatamente quando estava na sua última participação pela Lotus. Em 1990 ele foi para a Tyrrell.  

terça-feira, 26 de março de 2019

Foto 710: Interlagos, 29 anos atrás




Foi um retorno e tanto da Fórmula-1 a um Interlagos reformulado, e a festa para uma possível vitória de Ayrton Senna estava armada. E a obtenção da pole do brasileiro numa de suas costumeiras volta-canhão, deixou a torcida ainda mais eufórica.
Mas o enrosco de Ayrton ao tentar dobrar Satoru Nakajima no Bico de Pato acabou por adiar essa vitória, frustrando toda a torcida.
Para Alain Prost, o homem certo na hora certa, só teve o trabalho de herdar a liderança e caminhar para a sua primeira vitória no ano de 1990 e também pela Ferrari. Além, claro, de cravar a sua sexta vitória em GPs do Brasil.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

O meu Grande Prêmio do Brasil, Por Paulo Alexandre Teixeira

Paulo Alexandre Teixeira, o Speeder76, dispensa maiores apresentações: com o seu Continental Circus há quase dez anos no ar, é uma das referências na blogosfera dedicada ao Motorsport.
E hoje é ele quem nos conta sobre um GP do Brasil muito especial, que aconteceu há 25 anos.


Grande Prêmio do Brasil, 1990

(Foto: Agência Estado)

"Nunca coloquei os pés num autódromo brasileiro, apesar da minha admiração por Jacarépaguá e Interlagos, situados em cidades diferentes e que, de uma certa forma, marcaram o automobilismo da minha infância, na década de 80. Especialmente numa altura em que os “testes no Rio” eram uma referência e a corrida era sempre a primeira do calendário.

Para recordar alguma corrida em especifico pra o espaço do Paulo, vou recuar um quarto de século no tempo. Digo isto por alguns motivos, um deles um pouco mais pessoal: quando esta semana folheava um livro antigo na minha biblioteca, descobri um recorte de jornal de 1989 onde se mostrava um desenho de Interlagos antes do definitivo, onde se mostravam, entre outras coisas, uma chicane do tipo “Bus Stop” de Spa-Francochamps pouco depois da Curva 3. Tudo isto antes de Ayrton Senna ter entrado em cena e feito o famoso “S” com o seu nome.

Nunca tinha visto Interlagos, e no alto dos meus 14 anos, tinha altas expectativas sobre ele. Os mais velhos falavam bem dela, de como era desafiadora para os carros e para os pilotos, e no verão brasileiro, era penalizador para os motores e restantes componentes do carro. E em 1990, sem Alain Prost no caminho, toda a gente dizia que iria ser um “passeio” para ele, o nativo de São Paulo, que tinha começado a andar no kartódromo ao lado da pista, em tenra idade.

Para piorar as coisas, seguia bem de perto a atualidade brasileira: Collor estava no poder e tinha congelado tudo, desde o salário até as pensões, numa tentativa (vã) para controlar a inflação. Havia expectativas altas, pois ele tinha sido eleito recentemente, e parecia que tentava controlar o “dragão” (como vocês chamam à inflação) mas com os piores métodos possíveis. E para melhorar as coisas, o ódio do brasileiro a Jean-Marie Balestre, o presidente da então FISA era ao ponto de gozar na cara deles, afirmando que eles não tinham dinheiro “nem para atirar tomates contra a sua cara”. Balestre, o arrogante francês, sendo… Balestre.

E tudo estava encaminhado para aí: Senna tinha feito a pole-position e liderava a prova,
distanciando-se de Alain Prost. Parecia que era desta, a vingança de Senna sobre Prost, pois os eventos de Suzuka tinham sido escassos meses antes, e essa sede era enorme. E com a situação do país, então, teria sido mais um motivo de orgulho de um povo que se via humilhado a cada encrenca que acontecia.

Mas surgiu um japonês pelo caminho… e as coisas complicaram-se. Não tanto por culpa de Satoru Nakajima, mas sim por causa da já lendária falta de paciência para os retardatários. Foi o que tinha acontecido ano e meio antes em Monza, quando Jean-Louis Schlesser estava no caminho de Senna, e este estragou as coisas impedindo uma vitória da McLaren a cem por cento e proporcionou uma lendária dobradinha à Ferrari, apenas um mês após a morte do Commendatore. Bico danificado e trocado e no final, Alain Prost comemorava a sua sexta (e última) vitória no Brasil, ainda por cima na casa do seu “nemesis”. E perante um público que sentiu tudo isso como nova humilhação.
Mas no ano seguinte, as coisas foram totalmente diferentes. E em circunstâncias que tiveram o seu quê de épico."


segunda-feira, 9 de março de 2015

Vídeo: Os lendários Mclarens em Suzuka

Sinceramente não sei o nome do festival que aconteceu em Suzuka neste último sábado, mas o que posso dizer é que quem teve o privilégio de estar presente se divertiu à beça.
Afinal de contas, não é todo dia que você tem a chance de ver os Mclaren MP4/4, MP4/5 e MP4/6 desfilando sua imponência num circuito. Ao volante destes carros estiveram, respectivamente, Satoru Nakajima, Jean Alesi e Damon Hill.
E aí ficam dois vídeos sobre o evento. Divirtam-se!


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Foto 269: Camel

Bela foto das duas Lotus 99T Honda Turbo em algum estágio do fim de semana do GP de San Marino de 1987.
Nakajima é quem vai a frente. O piloto japonês, que fazia a sua segunda prova na F1, largou em 12º e terminou em sexto enquanto que Senna marcava a pole e encerrava a corrida em segundo. Mansell é quem venceu o GP.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Grandes Atuações: Ayrton Senna, Interlagos, 1991

“Achei que não ia ganhar. A partir da 20ª volta fiquei sem a 4ª marcha, depois sem 4ª e 5ª, e nas últimas sete voltas só tinha a 6ª. Foi um martírio. Só pensava que tinha de dar. Foi ai que Ele me deu forças para conseguir aquele esforço físico. À chegada tive um espasmo muscular devido às câimbras. Esta foi a vitória mais apetecida de todas, só comparável à primeira, o Estoril, e à do Japão em 1988 Agora o meu objetivo é o tri.”
Estas foram as falas de Senna logo após a mais sofrível e magistral vitória de sua carreira até então. O corpo encolhido devido ao esforço quase sobre humano ao segurar uma máquina com mais de 700cv por sete voltas com apenas uma marcha funcionando, transformou aquele ato de vontade e coragem em uma lenda, da qual até hoje é alvo de dúvidas. Como que um piloto, com apenas a sexta marcha, pode se sustentar por tanto tempo na pista? Para Nelson Piquet aquilo foi uma “cascata”, principalmente quando lhe falaram que Ayrton havia feito uma volta com o tempo de 1’24 rodando apenas com sexta velocidade. Por essa ótica, realmente era impossível um piloto fazer um tempo desses travado naquela marcha. Mas Akimasa Yasuoka, um dos responsáveis da Honda, tratou de dizer que quando foi desmontada a caixa de câmbio esta se encontrava travada na sexta marcha e o mesmo já apontavam os computadores de bordo da Honda. Isso é ainda mais reforçado quando até hoje, nos inúmeros vídeos que existem dessa vitória no Youtube, é possível ver que Ayrton não tira a mão do volante em momento algum para trocar as marchas nas voltas finais.
Ayrton procurava redimir-se do erro que tirou sua vitória certa em 90, quando enroscou rodas ao tentar dobrar Nakajima no Bico de Pato. Mas junto disso tinha também o sonho de vencer em casa, em Interlagos, pista da qual ele participou diretamente nas reformas que levaram a F1 de volta à São Paulo. A pole de sábado veio com sua volta canhão, como era sua marca registrada, bem no final do treino. Na corrida a concorrência forte das Williams começava a preocupar o piloto brasileiro, mas o Mclaren Honda ainda era um carro a ser batido naquele momento. Senna teve a companhia de Mansell até a volta 59 quando o leão abandonou a prova com problemas de câmbio ao rodar no “S”. Mas o que parecia ter sido um alívio com a desistência de Mansell, virou tensão: Senna também já sofria com câmbio ao perder a terceira e mais tarde a quarta e quinta e com aproximação perigosa de Patrese, tudo parecia estar perto de se perder. A leve chuva que caiu nas últimas duas voltas deu mais dramaticidade, mas para a sorte de Senna, Patrese também sofria com o câmbio de sua Williams. E isso foi o suficiente para que o italiano não pudesse se aproximar tão rapidamente do brasileiro. Senna cruzou a linha de chegada e foi retirado de seu Mclaren logo em seguida, com o corpo quase todo paralisado pelas câimbras.
Foi uma vitória épica e seu esforço ao levar um carro com apenas uma marcha virou lenda. Isso serviu para mistificar o piloto brasileiro. Não apenas aqui no Brasil, mas também fora dele de tal forma que até hoje os fãs mais ardorosos do tri-campeão citem esse desempenho em qualquer roda de discussão para dizer quem foi o melhor. 
Só para registrar, foi uma tarde mágica em Interlagos e mesmo para quem estava lá ou de casa sabe que foi um momento especial, tanto para o nosso automobilismo quanto para a história da F1. Como o próprio Senna disse, numa das suas máximas de efeito, “Foi Ele que me deu forças para vencer”. Realmente para quem viu todo seu esforço, Deus estava presente naquele dia.


Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...