segunda-feira, 30 de março de 2015

Foto 495: Uma bela homenagem

E pelo jeito vai rolar uma homenagem bem legal a Stefan Bellof, durante as 6 Horas de Spa no dia 2 de maio.
Timo Bernhard, piloto da Porsche, é quem vai homenagear o piloto alemão e fotos do capacete foram divulgadas em sua conta no Twitter.
Se acontecer, será uma homenagem e tanto para Stefan Bellof que completará trinta anos de falecido neste 2015.

domingo, 29 de março de 2015

GP da Malásia: Uma vitória precoce, mas importante

Havia certo ceticismo em volto de toda a reformulação que a Ferrari iniciava naquele segundo semestre de 2014. Toda a troca da parte técnica e saída de outros membros poderia soar como um processo lento, que teria um longo caminho a ser percorrido até a chegada ao topo, mas, por outro lado, porque não apostar em alguma cartada para 2015? Seria difícil, como já foi dito, principalmente após as declarações de Maurizio Arrivabene ao final do ano passado quando ele indicava que a Ferrari não estaria num patamar aceitável para brigar na frente, devido atrasos no projeto. Porém, quando estava às portas do início da pré-temporada, chegou algumas declarações de James Allison sobre mudanças profundas no projeto do carro. Será que havia acertado a mão? Os quatro dias de testes em Jerez mostraram uma Ferrari veloz e com a confiabilidade – que já era algo muito bem conhecido por todos – em grande forma e o passo apresentado por Vettel e Raikkonen naqueles dias, deixava os fãs ainda mais confiantes. Mas, até onde poderiam ir? Apesar dos outros oito dias em Barcelona onde a equipe tenha feito um bom trabalho, mesmo não sendo vistoso como em Jerez, o carro ainda mostrava uma boa consistência. Como em todo início de ano, as respostas viriam nessas primeiras provas.
Na Austrália uma prova muito forte de Vettel e a velocidade de Raikkonen, apesar dos contratempos que ele tivera, que culminaram em seu abandono, mostraram um passo bem diferente do que o de 2014, apesar de ter chegado mais de trinta segundos do vencedor Lewis Hamilton. Apesar do muito trabalho a ser feito, tinha algo a mais no ar.
A mágica volta de classificação de Vettel que o colocou na segunda colocação em Sepang, foi um indício dessa melhora, principalmente pelo fato da equipe ter estreado um novo pacote aerodinâmico nesta corrida. Os resultados dessa melhora ficaram ainda mais evidentes nas primeiras voltas, quando Hamilton não conseguiu distanciar de Sebastian o suficiente. O erro de Ericsson ao final da reta dos boxes, que deixou seu Sauber atolado na brita, mudou o panorama da competição quando as Mercedes foram aos boxes e deixou caminho aberto para Vettel abrir uma boa distância que foi cuidadosamente administrada de forma brilhante pelo piloto alemão, que chegou ao seu primeiro triunfo a serviço da Ferrari, tirando ambos de um jejum de mais de um ano sem vitórias. Uma condução perfeita, num momento em que seu carro ainda tinha um caminho a percorrer até alcançar a Mercedes.
A verdade é que a Ferrari está em outro plano neste momento, se compararmos aos últimos anos. Um ar mais leve e com os pés no chão, procurando reconhecer a forças das demais equipes, mas procurando melhorar constantemente. Temos que reconhecer, também, que a mudança na parte técnica foi a tacada perfeita para a melhora considerável deste time. O trabalho sólido de James Allison à frente desse projeto – o primeiro que leva a sua real assinatura – tem um DNA forte dos Lotus que ele ajudou a projetar, principalmente no que diz respeito à economia dos pneus que tem sido algo vital nessa atual F1.
E sobre Sebastian Vettel, a vitória deste pode ser o início de uma fase de grandes conquistas para ambas as partes. E como disse em um comentário dias atrás, o fato de um piloto fora de série ter em suas mãos um carro superior aos demais, mascara bastante o seu potencial a ponto de muitos duvidarem do que é capaz. Mas quando está em posse de carros não tão competitivos, seu talento passa a ser mais vistoso e isso contribui muito para que caia os mitos que o cercavam.
Do mesmo que Senna, Schumacher e Alonso, Vettel pode ter a grande chance de calar seus críticos aos vencer com um carro que não seja o melhor do momento. E assim que a lendas vão se formando no automobilismo.
E gosto desta situação.

A corrida


Quem diria que a Mercedes seria derrotada logo na segunda prova do ano, e pior: de uma forma convincente pela Ferrari. A verdade é que os prateados erraram um bocado desde o primeiro pit-stop, adiantando o trabalho e deixando caminho aberto para Vettel sumir e fazer com que Hamilton e Rosberg perdessem tempo atrás de carros não tão competitivos. E os erros continuaram quando Hamilton poderia ter arriscado andar com pneus médios e tentado importunar Sebastian, mas isso não foi possível. Não fosse tudo isso, teriam dificultado bastante a vida de Vettel, mas a derrota é um sinal que não poderão perder o foco se quiserem realmente se manter no topo. Porém, ficou claro que os erros de estratégia do passado ainda estão ali, sendo encobertados com a excepcional jornada de 2014 e um velho inimigo reapareceu também: o desgaste excessivo dos pneus.
Se a Williams achava que estava no encalço da Mercedes, essa prova malaia alertou-os ainda mais ao mostrar a Ferrari um degrau acima deles. E isso será ainda mais trabalhoso do que ano passado. As provas apagadas de Massa e Bottas, mostram que o carro ainda tem muito o que evoluir para chegar na cola da Ferrari.
Outro destaque é a grande performance dos carros da Toro Rosso, fazendo lembrar a temporada que esta teve em 2008 quando esteve à frente da filial. Agora, sete anos depois, voltam a ficar em evidência e dar a sua jovem dupla de pilotos claras condições de lutar por pontos com mais constância.

A Malásia revelou um novo cenário que há cerca de quinze dias era impensável, de que a Mercedes teria um rival à altura. Talvez não esteja (ainda) no mesmo nível de excelência da equipe alemã, mas a verdade é que Vettel beliscará uma prova e outra dos prateados. E esse sinal já está piscando para o duo da Mercedes.

sábado, 28 de março de 2015

GP da Malásia - Clasificação - 2ª Etapa

Uma chuva sempre é bem vinda, apesar de sempre mascarar um pouco as performances, mas o grid de largada ficou interessante até. O fato de ter uma Ferrari na segunda colocação, fruto de uma pilotagem precisa de Sebastian Vettel, aproveitando-se bem do momento em que alguns trechos da pista começava a secar, deixa a perspectiva de uma prova bem interessante para amanhã.
A chuva pode ser uma ótima aliada da Ferrari, visto que neste tipo de condição, é a única chance para Vettel possa andar mais próximo do duo prateado ou até mesmo, pensar em batê-los - o que no momento é mais complicado. Por outro lado, com a pista seca, o trabalho de Vettel será em não apenas tentar seguir o ritmo de Hamilton, como também segurar os ataques de Nico Rosberg que fez uma classificação não tão boa. E ainda temos as duas Red Bulls, que fizeram um ótimo trabalho nesta qualificação.
Ainda com os problemas do ano passado relacionados à chuva, os dois Williams não tiveram uma boa jornada e ainda teve o erro na escolha dos pneus no Q3, quando os dois saíram com pneus de chuva extrema quando, na verdade, os intermediários eram mais propícios. Com isso, Massa fechou em sétimo e Bottas em oitavo.
Nasr errou em sua sua última volta no Q1 quando tentava avançar para o Q2 e sairá em 16º, logo à frente das duas Mclarens de Button e Alonso, em mais um dia de aprendizado para o time de Ron Dennis.

Grid de Largada para o Grande Prêmio da Malásia - 2ª Etapa

PosPilotoCarroTempoDif
1Lewis HamiltonMercedes1m49.834s-
2Sebastian VettelFerrari1m49.908s0.074s
3Nico RosbergMercedes1m50.299s0.465s
4Daniel RicciardoRed Bull/Renault1m51.541s1.707s
5Daniil KvyatRed Bull/Renault1m51.950s2.116s
6Max VerstappenToro Rosso/Renault1m51.980s2.146s
7Felipe MassaWilliams/Mercedes1m52.473s2.639s
8Valtteri BottasWilliams/Mercedes1m53.179s3.345s
9Marcus EricssonSauber/Ferrari1m53.260s3.426s
10Romain GrosjeanLotus/Mercedes1m52.980s3.146s
11Kimi RaikkonenFerrari1m42.173s-
12Pastor MaldonadoLotus/Mercedes1m42.197s-
13Nico HulkenbergForce India/Mercedes1m43.022s-
14Sergio PerezForce India/Mercedes1m43.468s-
15Carlos SainzToro Rosso/Renault1m43.700s-
16Felipe NasrSauber/Ferrari1m41.308s-
17Jenson ButtonMcLaren/Honda1m41.635s-
18Fernando AlonsoMcLaren/Honda1m41.745s-
19Roberto MerhiMarussia/Ferrari1m46.677s-
20Will StevensMarussia/Ferrari--

Crash: Jan Mardenborough, Nurburgring 2015

E as coisas não começaram nada bem na abertura do VLN em Nurburgring. Jan Mardenborough, piloto oficial da Nissan no WEC e que estava à serviço da mesma nessa prova, sofreu grave acidente após seu GT-R Nismo decolar após a passagem do trecho da Flugplatz, onde normalmente ocorrem os saltos dos carros.
A início, suspeitava-se que espectadores tinham sido atingidos por destroços do carro porém, mais tarde, veio a confirmação de um espectador morto e outros feridos que foram levados ao hospital.
Jan não sofreu nada e a corrida, que foi interrompida logo após o acidente, não foi reiniciada.


sexta-feira, 27 de março de 2015

GP da Malásia - Treino Livre - 2ª Etapa

Lewis Hamilton: "Primeiramente foi um grande trabalho feito pelo meu pessoal conseguir reconstruir o carro e recolocar o motor, o câmbio e tudo mais, e permitir que eu saísse. Estou grato por isso. Particularmente aqui, que é tão quente, é difícil para os pneus e tudo mais. Foi realmente importante sair e dar algumas voltas.
Felizmente eu consegui dar algumas voltas numa sequência mais longa ao final, mas em termos de ajuste, não fiz mudanças, então só guiei com o que eu tinha. É um pouco distante do que eu provavelmente preciso.
Sei que minha volta não foi espetacular. Como eu disse, acho que posso melhorar em algumas coisas, como equilíbrio e ajustes. Foram todos meio que trazidos da última corrida. Estou certo de que vamos mudar e melhorar um pouco.”

Kimi Raikkonen: "Hoje, nós fizemos tudo que estava planejado. Durante a manhã, a sensação no carro era melhor. Já à tarde, foi mais complicado, tivemos alguns problemas de dirigibilidade e também com o vento e o calor. Mesmo assim, os tempos de volta não foram ruins.
Infelizmente, quando nós saímos com os pneus médios, houve a bandeira vermelha. O carro ainda não está perfeito, mas tenho certeza de que vamos melhorar ainda mais amanhã. Ainda temos muito trabalho para fazer com relação ao acerto. Vamos dar o nosso melhor e ver como nos saímos na classificação"

Nico Rosberg: "Temos pneus diferentes neste ano e supostamente eles sofrem um pouco menos que os do ano passado, mas não parece assim neste momento. De novo, tivemos temperaturas recordes aqui. Estava mais de 60ºC no asfalto, e você pode imaginar que nós estamos realmente sentados no chão e dá para sentir o asfalto através do chassi. Então os 60ºC vêm direto para o cockpit.
Está extremamente quente no carro, quente demais, e não é uma boa sensação.
Tivemos problemas de confiabilidade hoje com o carro do Lewis, mas nenhum no meu até agora. Não é o ideal, com certeza. Eles vão ter que encontrar uma solução durante a noite, mas eu estou confiante. Estou bem e o ritmo é bom. Parece que a Ferrari está bem perto outra vez, então precisamos ficar de olho neles."

Daniil Kvyat: "Creio que foi uma boa sexta-feira. Ainda estamos procurando algumas melhoras durante hoje à noite porque sempre há espaço para crescer. Está parecendo bom para nós aqui. Devemos seguir trabalhando, há potencial.
As voltas foram boas da minha parte. É uma pena não conseguir dar voltas o bastante no final. Ainda assim, podemos analisar tudo e creio que está bem.
Tivemos poucos pequenos problemas, um no final com o motor, mas eu não acho que seja algo grande no momento, então tudo parece bom para nós aqui.
Eu acredito que temos um time forte. A Renault também está avançando. Reagimos, não passamos do limite, reagimos e estamos indo na direção certa. Há muito trabalho pela frente em muitas áreas, mas os passos certos estão sendo dados e é encorajador. Estamos desenvolvendo bem por hoje, e acho que o momento agora é melhor que o de Melbourne"

Valtteri Bottas: "Parece que eles (Ferrari) estão mais fortes do que esperávamos aqui. Sabemos que podemos melhorar amanhã, ainda precisamos trabalhar no equilíbrio do carro e andar com o tanque mais vazio. Agora se isso será suficiente, eu não sei"

Felipe Massa: "Tem sido um dia difícil. Os pneus sofreram muito, as condições de degradação são altas, mas é o mesmo para todos.
A meta é diminuir a distância para quem está na frente. Há tempo para isso, mas vamos estudar as informações cuidadosamente para termos certeza de que podemos tirar o melhor do carro"




Resultado geral na soma dos dois treinos livres em Sepang:

1: Lewis Hamilton (ING/Mercedes) - 1min39s790 
2: Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - 1min40s124 
3: Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) - 1min40s163 
4: Daniil Kvyat (RUS/Red Bull) - 1min40s346 
5: Valtteri Bottas (FIN/Williams) - 1min40s450 
6: Felipe Massa (BRA/Williams) - 1min40s560 
7: Sebastian Vettel (ALE/Ferrari) - 1min40s652 
8: Max Verstappen (HOL/Toro Rosso) - 1min41s220 
9: Marcus Ericsson (SUE/Sauber) - 1min41s261 
10: Romain Grosjean (FRA/Lotus) - 1min41s453 
11: Carlos Sainz Jr. (ESP/Toro Rosso) - 1min41s596 
12 :Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull) - 1min41s787 
13: Pastor Maldonado (VEN/Lotus) - 1min41s877 
14: Felipe Nasr (BRA/Sauber) - 1min41s988 
15: Sergio Pérez (MEX/Force India) - 1min42s242 
16: Nico Hulkenberg (ALE/Force India) - 1min42s330 
17: Fernando Alonso (ESP/McLaren) - 1min42s506 
18: Jenson Button (ING/McLaren) - 1min42s637 
19: Rafaelle Marciello (ITA/Sauber) - 1min42s993 
20: Will Stevens (ING/Manor Marussia) - 1min45s704 
21: Roberto Merhi (ESP/Manor Marussia) - 1min47s229

domingo, 22 de março de 2015

Foto 494: Agora só falta mais uma

Interessante observar a carreira de Christian Fittipaldi fora dos monopostos. Os números são ótimos, se compararmos com pilotos de sua geração que optaram por outros caminhos – que foi o seu caso – principalmente no endurance.
Christian venceu em 1993 às 24 Horas de Spa-Francorchamps a bordo de Porsche 911 RSR, carro que dividiu com o alemão Uwe Alzen e com o velho de guerra Jean Pierre Jarier. Em 1994, nas Mil Milhas, conquistou uma vitória pra lá de especial ao dividir o volante de um Porsche 911 NSR com seu pai Wilson.
Após um período onde concentrou forças na F1 e Indycar, aventurou-se na NASCAR e Stock Car para depois seguir caminho no endurance, onde passou a obter resultados que o revelaram como um dos melhores pilotos de longa duração do mundo. A dupla conquista em Daytona (2004-2014), é um exemplo claro da sua habilidade neste tipo de competição onde, ao lado do português João Barbosa, tem formado uma dupla fortíssima no certame do TUSC (Tudor SportsCar). No ano passado veio o título nesta categoria, a serviço da Action Express, onde conquistou, também, uma vitória inédita nas 6 Horas de Watkins Glen.
A vitória de Christian Fittipaldi nas 12 Horas de Sebring, junto de João Barbosa e Sébastian Boudais, é mais um triunfo para a história do automobilismo brasileiro e também para o clã Fittipaldi, tão conhecido de todos pelas conquistas pioneiras de Emerson na Europa e EUA. E para seu sobrinho Christian, é mais um para o seu cartel de grandes conquistas no endurance.
Após essa grande marca alcançada, falta apenas as 24 Horas de Le Mans, que é um nível acima, para fechar a marcas de grandes conquistas em provas de longa duração. Afinal de contas, para você vencê-la, terá que estar a serviço de uma das grandes equipes de fábricas. Neste caso abrem-se, mais uma vez, as chances de Lucas Di Grassi tentar alcançar este feito histórico em junho com a Audi.
E ele está num lugar onde as pessoas entendem muito - e mais um pouco - sobre a arte de vencer em Sarthe.

sábado, 21 de março de 2015

Foto 493: Senna, 55

Até entendo o fato de algumas pessoas não gostarem ou até mesmo ficarem incomodadas por tamanho culto que existe em torno de Ayrton Senna, mas creio que as homenagens - sendo feitas de modo simples sem muito blá, blá, blá, deixando de lado daquela velha rixa de quem foi o melhor de todos os tempos ou até mesmo dos feitos que este teve no automobilismo, que são elevados à níveis estratosféricos que colocam a sua imagem como a forma de um deus - são sempre bem vindas.
Como escrevi num texto de 2014, apenas quero lembrar da sua pilotagem. E isso já basta!

terça-feira, 17 de março de 2015

Foto 492: Eau Rouge, 1985

A imponência e perigo da velha Eau Rouge durante o final de semana do GP da Bélgica de 1985, ainda ladeada pelos guard-rails.
Uma pancada, durante uma largada, seria um desastre de proporções dramáticas.
Mais um belo trabalho de Dale Kistemaker. 

Foto 491: Agora só em Le Mans

O imponente GT-R LM Nismo LMP1: agora só em Sarthe
Todo aquele furor em torno da volta da Nissan à classe principal do endurance, recebeu uma bom balde d'água gelada na esperança dos fãs e entusiastas de verem o GT-R LM Nismo LMP1 em ação contra Toyota, Porsche e Audi: devido aos problemas de performance e do carro não ter passado pelo crash test da FIA, a cúpula da equipe resolveu retirar o carro das duas próximas corridas - 6 Horas de Silverstone (12/4) e 6 Horas de Spa (2/5) - para tentar resolver os problemas e se preparar melhor para as 24 Horas de Le Mans. Além deste problema no crash test, o carro já havia sofrido um trincamento no chassi durante os testes em Sebring, realizados semanas atrás. E nestes mesmos testes, com os tempos sendo comparados ao da Audi, que andou como seu modelo R18, as marcas do protótipo da fábrica nipônica era de dez segundos acima. Uma eternidade dentro da classe LMP1.
Interessante é que os dois retornos mais aguardadas do motorsport para este 2015, tem levado as cabeças pensantes a fervilharem o cérebro neste início de temporada: Honda (F1) e Nissan (WEC), tem enfrentado inúmeros problemas em seus novos desafios.
Mas ao menos, a Nissan poderá "matar" os testes em Paul Ricard e as duas corridas iniciais para melhor se preparar, enquanto que a Honda, em parceria com a Mclaren, terá que resolver os problemas na frente das câmeras. 

segunda-feira, 16 de março de 2015

Foto 490: Nada do que foi, será...

Muitos motores ainda serão estourados, mas acredito que a Mclaren voltará para a briga
(Foto: Autosport)
Desde que a parceria McLaren Honda foi anunciada, foram inúmeros vídeos, fotos, matérias e comentários, exaltando a retomada da velha parceria que rendeu aos dois fabricantes nada mais que oito títulos em quatro anos (quatro de pilotos e quatro de construtores). Nada mais justo que relembrar tudo isso e tentar fazer uma projeção do que poderá ser no futuro. Mas a McLaren não teria exagerado na dose?
Acredito que, talvez, tenham tentando reviver em suas mentes o que se sucedeu em 1988 com aquele inicio brutal onde Prost e Senna praticamente pulverizaram a concorrência a pó com performances eletrizantes, mostrando ao mundo da F1 um domínio tão forte quanto o da Alfa Romeo em 1950 e da Mercedes em 1955. O motor V6 Turbo ajustou-se perfeitamente ao MP4/4 concebido por Steve Nichols e Gordon Murray a ponto de dar ao duo franco-brasileiro, uma facilidade na pilotagem tamanha o equilíbrio do conjunto. A diminuição na pressão do turbo para 2.5 bar, naquela que foi o último ano dos turbos na categoria, ajudou bastante na preservação do motor que apresentou poucos problemas naquela temporada. E mesmo com a mudança de regulamento para 1989, quando a categoria passou a adotar motores atmosféricos de 3.500cc, o domínio, apesar de não ter sido o mesmo do ano anterior, continuou firme.
Mas a McLaren acreditava num cenário parecido? Acredito que não, mas talvez em algo mais tranqüilo para que conseguissem cravar alicerces e aí sim partir para um novo domínio. Os inúmeros problemas enfrentados, que são bem maiores que as demais equipes tiveram em 2014, quando iniciou a era dos turbo híbridos, assusta um pouco e que faz agora as duas partes terem os pés no chão. Não que antes tivessem um ar de arrogância, mas no fundo acreditavam numa nova parceria com águas mais calmas para serem navegadas.
As tempestades enfrentadas desde a pré-temporada e que foram mostradas ao vivo no domingo na prova de abertura, será o grande desafio a ser superado para que voltem ao topo. Naquele ano de 1988, o Honda era o melhor motor que havia disponível e o sucesso foi estrondoso no primeiro ano de parceria, mas para atingir aquele nível os nipônicos tiveram que gastar muitos motores com a Spirit em 1983 e posteriormente com a Williams, até chegar ao primeiro título em 1987 com a equipe do Tio Frank.

E agora será a vez da McLaren ter esse trabalho duro para que ambas as partes cheguem ao topo, mas para isso muitos motores irão pelos ares. 

domingo, 15 de março de 2015

GP da Austrália: Morno, mas com boas surpresas

A Sauber foi a boa surpresa desta primeiro GP, apresentando um carro rápido e confiável.
E isso permitiu a seus dois pilotos conquistarem 14 pontos, algo que a equipe, em 2014, nem passou perto.
De vez em quando os testes de pré-temporada escondem muito o atual desempenho das equipes. Mas neste ano, as coisas parecem ter sido mais claras. O fato do pouco tempo de preparação (apenas 12 dias), não dá tempo da equipe aprontar os blefes que as levam a ganhar destaques nos noticiários, podendo gerar o interesse de algum investidor. Nessa época em que "tempo é dinheiro", não há muito o que disperdiçar: é fazer o carro, trabalhar duro e tentar fazer o máximo para desenvolvê-lo.
Nesse quesito destaco a Sauber, que teve uma pré-temporada muito positiva, mas que gerava uma certa desconfiança devido as ótimas performances apresentadas por Nasr e Ericsson que mais pareciam uma isca para atrair mais patrocinadores. Porém, o bom trabalho continuou até o último dia dos testes.
Os problemas judiciais com Giedo van Der Garde que quase melaram o fim de semana da Sauber, atrasaram em um treino o trabalho de seus dois pilotos, mas o desempenho apresentado por Nasr na classificação foi positiva. Conseguiria algo na corrida? Talvez...
A agressividade de Nasr na largada e a luta incessante de Ericsson para escalar o pelotão, foi o ponto alto do time na corrida. Mas o carro também se mostrou rápido e confiável, e esse é um ponto a ser
observado pelas próximas etapas.

A corrida


Sem dúvida alguma a Mercedes está num nível acima dos demais, o que caracterizou numa corrida (mais uma) solitária para seus pilotos. Mas Rosberg não teve qualquer chance contra Hamilton, que fez mais uma corrida sensacional e se o grau de performance e concentração for o mesmo, ou maior, pelas próximas provas, ele minará qualquer chance de Nico.
A Ferrari mostrou o quanto que o carro e motor melhoraram. O ritmo de Vettel e Raikkonen, que conseguiu um bom números de voltas velozes que poderiam ter lhe dado a chance de brigar com Massa pelo quarto lugar, mostra que o trabalho de Allison e sua equipe técnica no inverno europeu foi crucial para este grande salto. E o melhor: o carro consome pouco pneu, o que já é uma marca registrada de Allinson desde a Lotus. Vettel e Raikkonen vão se divertir bastante neste ano.
Massa conseguiu um quarto lugar para Williams quando o terceiro era praticamente garantido, mesmo com a presença constante de Vettel no seu retrovisor. Mas a sua parada de box o relegou para quarto e os pneus médios não ajudaram na tentativa de aproximar de Vettel. Será um duelo interessante entre Williams e Ferrari neste ano.
A Red Bull terá bastante o que fazer. Talvez o carro seja bom, mas o motor Renault não está grande coisa e isso já dispertou a ira na equipe. Ricciardo salvou um sexto lugar no braço, enquanto que Kvyat nem largou devido problemas no câmbio.
A Toro Rosso apresentou um bom ritmo com seus dois novatos, sendo que Sainz conseguiu seus primeiros pontos e Verstappen ficou pelo caminho. Mas o carro é bom, pena que o motor não ajuda muito.
O calvário da Mclaren Honda ainda teve o capitulo da não largada de Magnussen, devido o estouro do motor ainda na volta de instalação para o grid. Button se virou como pôde nas 58 voltas do GP e ainda teve uns brilharetes, que foi a batalha contra Perez. No entanto, foi aquilo que estamos vendo desde a pré-temporada: motor sendo usado em modo de segurança para não explodir, o que torna o carro extremamente lento - este que chegava rodar até quatro segundos mais lento que os rivais.
Malásia será mais um capitulo interessante, e o calor, aliado a umidade, será um fator a ser fortemente trabalhado pelas equipes.
Ainda mais na Mclaren.

sábado, 14 de março de 2015

Foto 489: As provas de abertura dos mundiais de F1 - Parte 7

Nesta década a Austrália continuou a ser a primeira corrida do calendário, descontando 2010 quando o mundial começou no Bahrein.
De lá até o ano passado, os vencedores não se repetiram.


2010: Fernando Alonso – Ferrari – Grande Prêmio do Bahrein

2011: Sebastian Vettel – Red Bull Renault - Grande Prêmio da Austrália


2012: Jenson Button – McLaren Mercedes - Grande Prêmio da Austrália


2013: Kimi Raikkonen – Lotus Renault - Grande Prêmio da Austrália



2014: Lewis Hamilton – Mercedes - Grande Prêmio da Austrália

Foto 488: As provas de abertura dos mundiais de F1 - Parte 6

O GP australiano continuou reinante nos anos 2000 ao sediar a abertura do campeonato, exceção feita a 2006 quando a primeira prova foi realizada no Bahrein.
Michael Schumacher venceu quatro vezes


2000: Michael Schumacher – Ferrari - Grande Prêmio da Austrália


2001: Michael Schumacher – Ferrari - Grande Prêmio da Austrália


2002: Michael Schumacher – Ferrari - Grande Prêmio da Austrália


2003: David Coulthard – McLaren Mercedes – Grande Prêmio da Austrália


2004: Michael Schumacher – Ferrari - Grande Prêmio da Austrália


2005: Giancarlo Fisichella – Renault – Grande Prêmio da Austrália


2006: Fernando Alonso – Renault – Grande Prêmio do Bahrein


2007: Kimi Raikkonen – Ferrari - Grande Prêmio da Austrália


2008: Lewis Hamilton – McLaren Mercedes - Grande Prêmio da Austrália



2009: Jenson Button – Brawn Mercedes - Grande Prêmio da Austrália

Pole Lap: Lewis Hamilton, Melbourne 2015

E foi uma volta de sensacional de Lewis que não apenas superou a marca de Rosberg, feita ano passado, como também aniquilou o tempo da pole feita por Sebastian Vettel em 2013.
E além do vídeo da pole, ainda tem uma comparação entre as voltas dele e de Rosberg em 2014.

GP da Austrália - Classificação - 1ª Etapa

E alguém duvidava de um resultado diferente se não fosse uma Mercedes na pole para este primeiro round da temporada 2015? Talvez a única coisa que pensássemos é de as coisas fossem menos fáceis para eles, mas foi totalmente ao contrário: a volta de Lewis Hamilton não foi apenas espetacular, a ponto de enfiar mais de 1s3 nas costas de um carro não Mercedes (no caso a Williams de Felipe Massa, o terceiro), como também quebrar o tempo do ano passado e ainda pulverizar a marca de 2013 - ainda na era dos motores V8 - com seis décimos de vantagem. Pois é, o motor pode até não fazer barulho, despertar a ira dos "puristas" que reclamam tanto que isso não é motor de F1 e blá, blá, blá... mas a verdade é que esta era de motor turbo híbridos já começa a atingir os mesmos níveis dos velhos V8. Imaginem quando atingir os tão sonhados 1.000cv de potência...
Sobre o treino, tirando fora a supremacia da Mercedes - mesmo com Rosberg errando em sua volta rápida - esta tornou-se interessante: podemos ver a forma em que a Ferrari conseguiu enfrentar a Williams de igual para igual, mostrando à equipe inglesa que ela não estará sozinha na batalha para ser a melhor do resto. E isso é importante, pois a própria Ferrari sempre teve ótimas sextas e péssimos sábados, que culminavam em corridas altamente trabalhosas nos tempos de Alonso/Massa e Alonso/Raikkonen. Se as coisas forem deste modo daqui para frente, eles podem imaginar um bom cenário no futuro. Mas a batalha entre as duas, que dividiram seus carros na terceira e quarta filas, será o ponto alto da corrida.
Ricciardo, ainda com problemas de balanço no seu Red Bull, conseguiu levar o carro ao Q3 e fez uma bela volta para garantir o sétimo posto. Do mesmo modo, Carlos Sainz Jr fez um bom trabalho ao conseguir um oitavo lugar com a Toro Rosso - que no momento aparenta estar mais equilibrada que a equipe mãe - e já sai na frente de Verstappen, nesta que será uma batalha interessantíssima neste ano. Felipe Nasr não foi ao Q3, mas teve um bom desempenho ao ficar em 11º e colocar enquanto que Ericsson só foi melhor que o duo da Mclaren. E falando neles, não é surpresa que tenham ido tão mal nesta classificação, já que pelos vídeos fica nítida a baixa velocidade em que estavam andando. Só resta saber em que volta vão recolher os carros.

O que esperar da corrida?

No mundo da Mercedes, uma batalha interessante entre os dois companheiros. Mas Hamilton enfrentou em alguns momentos da classificação, problemas de vibrações nos pneus e isso pode ser um fator a mais nesta prova. E para o restante, uma batalha das boas entre Ferrari e Williams para ver quem fica com as migalhas.

Grid de largada para o Grande Prêmio da Austrália - 1ª Etapa

PosPilotoCarroTempoDif
1Lewis HamiltonMercedes1m26.327s -
2Nico RosbergMercedes1m26.921s 0.594s
3Felipe MassaWilliams/Mercedes1m27.718s 1.391s
4Sebastian VettelFerrari1m27.757s 1.430s
5Kimi RaikkonenFerrari1m27.790s 1.463s
6Valtteri BottasWilliams/Mercedes1m28.087s 1.760s
7Daniel RicciardoRed Bull/Renault1m28.329s 2.002s
8Carlos Sainz Jr.Toro Rosso/Renault1m28.510s 2.183s
9Romain GrosjeanLotus/Mercedes1m28.560s 2.233s
10Pastor MaldonadoLotus/Mercedes1m29.480s 3.153s
11Felipe NasrSauber/Ferrari1m28.800s -
12Max VerstappenToro Rosso/Renault1m28.868s -
13Daniil KvyatRed Bull/Renault1m29.070s -
14Nico HulkenbergForce India/Mercedes1m29.208s -
15Sergio PerezForce India/Mercedes1m29.209s -
16Marcus EricssonSauber/Ferrari1m31.376s -
17Jenson ButtonMcLaren/Honda1m31.422s -
18Kevin MagnussenMcLaren/Honda1m32.037s-
  

sexta-feira, 13 de março de 2015

Foto 487: As provas de abertura dos mundiais de F1 - Parte 5

A década foi equilibrada tanto em número de pistas que sediaram o primeiro GP, quanto em vencedores. A Austrália, que mudara de circuito e posição no calendário, saindo de Adelaide que encerrava o campeonato para Melbourne que passou a abrir a temporada em 1996, sediou quatro vezes a abertura do mundial. EUA, Brasil e África do Sul sediaram duas cada.
Ayrton Senna e Michael Schumacher venceram duas vezes as aberturas.


1990: Ayrton Senna – McLaren Honda – Grande Prêmio dos EUA

1991: Ayrton Senna – McLaren Honda – Grande Prêmio dos EUA


1992: Nigel Mansell – Williams Renault – Grande Prêmio da África do Sul


1993: Alain Prost – Williams Renault – Grande Prêmio da África do Sul

1994: Michael Schumacher – Benetton Ford - Grande Prêmio do Brasil


1995: Michael Schumacher – Benetton Renault - Grande Prêmio do Brasil


1996: Damon Hill – Williams Renault – Grande Prêmio da Austrália


1997: David Coulthard – Mclaren Mercedes - Grande Prêmio da Austrália


1998: Mika Hakkinen – McLaren Mercedes – Grande Prêmio da Austrália



1999: Eddie Irvine – Ferrari - Grande Prêmio da Austrália

quinta-feira, 12 de março de 2015

Foto 486: As provas de abertura dos mundiais de F1 - Parte 4

Se nos anos 70 a Argentina sediou a maioria das aberturas dos campeonatos, agora era a vez do Brasil ter esta honra de sediar a prova inaugural e de quebra ainda receber os testes de pré-temporada no saudoso Jacarepaguá. Foram sete provas ao todo neste período que deram a oportunidade de Alain Prost vencer nada menos que cinco vezes no traçado carioca, o que lhe fez receber a alcunha de “Rei do Rio”.
Nelson Piquet venceu duas vezes, mas podia ter sido três caso não sofresse a desclassificação em 1982. Outro que venceu por duas vezes as provas de abertura foi Alan Jones, em 1980 e 81 na Argentina e EUA.


1980: Alan Jones – Williams Ford - Grande Prêmio da Argentina

1981: Alan Jones – Williams Ford – Grande Prêmio dos EUA


1982: Alain Prost – Renault – Grande Prêmio da África do Sul

1983: Nelson Piquet – Brabham BMW - Grande Prêmio do Brasil


1984: Alain Prost – McLaren Porsche - Grande Prêmio do Brasil


1985: Alain Prost – McLaren Porsche - Grande Prêmio do Brasil


1986: Nelson Piquet – Williams Honda - Grande Prêmio do Brasil


1987: Alain Prost – McLaren Porsche - Grande Prêmio do Brasil


1988: Alain Prost – McLaren Honda - Grande Prêmio do Brasil


1989: Nigel Mansell – Ferrari - Grande Prêmio do Brasil

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...