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sábado, 30 de dezembro de 2023

Foto 1037 - Adeus, Gil


Gil De Ferran em Portland 2001 
(Foto: Rick Cameron/ Flicker)


Gil De Ferran desempenhou um papel importante no nosso automobilismo lá fora. Ele e André Ribeiro, para falar a verdade, foram caras importantes para manter a moral do torcedor brasileiro elevada após os acontecimentos de 1994 e a forçada aposentadoria de Emerson Fittipaldi em 1996.


Eram dois caras dos quais a gente depositava uma mega esperança nas corridas quando ligávamos a TV no domingo, trocando a tradicional manhãs pelas tardes, esperando ansiosamente pela performance destes - ao lado de Christian Fittipaldi - na esperança de vitórias. Foi emocionante ver a gigante conquista de Ribeiro em Jacarepaguá 1996 e de bater palmas pela magnífica conquista de Gil em Portland no mesmo ano. Estávamos bem representados e melhor: o sentimento de que poderíamos voltar a gritar a plenos pulmões que éramos campeões de uma categoria top, era bem possível.

Como sabemos bem - aprendendo as duras penas - vimos que o automobilismo é ingrato - apenas a vitória de Maurício Gugelmin em Vancouver 1997 foi o fio de esperança que nos agarramos por quase dois anos até Gil voltar a vencer em Portland 1999. Um alívio e tanto, diga-se.

A transferência de Gil para a Penske renovava ess esperança a partir de 2000 e ele não decepcionou, ao cravar os dois títulos na categoria em 2000 e 2001 de forma espetacular - como não vibrar com a ultrapassagem sobre Kenny Brack em Rockingham nas voltas finais? De quebra, ele ainda se tornaria o homem mais veloz do mundo num circuito ao cravar 241,428 mph (388,541 km/h) na qualificação para as 500 Milhas de Fontana de 2000, prova que ele acabaria por vencer. E três anos depois, ele entraria para o Olimpo do Motorsport mundial ao vencer as 500 Milhas de Indianápolis, formando uma inédita trinca brasileira, com Hélio Castroneves em segundo e Tony Kanaan em terceiro.

A imagem de Gil vencendo com um carro nas cores da Marlboro, automaticamente o associou a um dos momentos mais brilhantes do nosso esporte onde Emerson e Ayrton conseguiram boa parte de seus feitos trajando as cores da famosa marca de cigarros, que virou sinônimo de vitória por aqui e ajudou a resgatar o orgulho de vermos um piloto brasileiro no mais alto lugar do pódio. E claro, ajudou a pavimentar um caminho que já estava sendo muito bem aproveitado por Hélio Castroneves e Tony Kanaan.

A sua partida neste 29 de dezembro deixa uma lacuna imensurável no nosso motorsport, mas ao mesmo tempo nos trás as melhores lembranças de um período vitorioso quando ainda olhávamos com desconfiança se algum piloto daqui ainda chegaria a um importante título.

Foi um período glorioso e podemos, sim, afirmar, que foi a segunda era dourada do nosso Motorsport, mas desta vez na terra dos ianques.

O que nos resta agora é fazer um tributo e não deixar que seu legado seja esquecido.

Obrigado por tudo, Gil de Ferran.

terça-feira, 31 de maio de 2022

106ª Indy 500 - Um Surpreendente Ericsson

Meus breves comentários sobre a 106ª 500 Milhas de Indianápolis, que acabou por coroar Marcus Ericsson o grande vencedor desta edição de 2022 . Aproveitem para visitar, curtir e assinar o canal do Volta Rápida no Youtube. 

Espero que gostem!



domingo, 26 de setembro de 2021

Vídeo: Sobre o título de Alex Palou na Indycar

 

(Foto: Bernardo Bercht)

Os comentários sobre a conquista de Alex Palou, que chega ao seu primeiro título na Indycar, e também sobre esta temporada 2021 da categoria. 


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Foto 1015: Stefan Johansson, Surfer's Paradise 1994

 

(Foto: .Stupix/ Flickr)

Stefan Johansson com o belo Penske PC22 Ilmor da Bettenhausen Motorsports durante o GP da Austrália em Surfer's Paradise, que foi a etapa e abertura da CART em 1994. Johansson terminou em quinto e a vitória foi de Michael Andretti que retornava a categoria - e além disso, marcou também a estreia da Reynard com vitória. 

Johansson esteve na CART por cinco temporadas (1992-1996), sendo quatro delas completas (1993-1996) - e todas pela equipe Bettenhausen. A melhor delas foi em 1994 quando ele conquistou 57 pontos e terminou na 11ª posição. 

O piloto sueco teve como melhor resultado final nas provas a terceira posição - que foi repetida por quatro vezes: foi terceiro em Detroit 1992 (logo na sua estreia) e repetiu o resultado ainda naquele ano em Vancouver; voltou a ser terceiro em Vancouver 1993; e conquistou seu último pódio em Nazareth 1995 ao fechar em terceiro. 

Nas 500 Milhas de Indianápolis ele teve três participações (1993, 1994 e 1995) e ficou em 11º na edição de 1993 como melhor resultado. 

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Foto 1008: Parnelli Jones, Indy 500 1967

 

Parnelli Jones com o Granatelli Turbine: vitória perdida por míseros 6 dólares

Quando Parnelli Jones estacionou o Granatelli Turbine faltando três voltas para o final da Indy 500 de 1967, não apenas a oportunidade de vencer pela segunda vez a clássica americana tinha ficado para trás como também a carreira do piloto nascido em Arkansas tinha chegado ao fim para os Indycars. Como ele bem disse certa vez a uma entrevista para o site Race "A turbina parou, então eu parei". 

A expectativa em torno do carro movido a Turbina de helicóptero naquela edição de 1967 era das maiores. Andy Granatelli fez uma aposta alta naquele carro a ponto de oferecer o assento da criação para A.J. Foyt e Mario Andretti, com ambos não topando a empreitada. Parnelli Jones foi a terceira opção e quando ele testou o carro em Phoenix no inicio de 1967 o entrosamento entre ele o carro foi instantâneo e por 100.000 dólares, Andy Granatelli fechou contrato com Jones para aquela prova. Com isso a chave de um possível sucesso na Indy 500 era enorme. 

Parnelli saiu da 6ª posição do grid que teve como pole position Mario Andretti, mas ainda se perguntavam por qual razão o badalado Granatelli Turbine não havia varrido a concorrência já nas qualificações. Alguns relatos da época, vindo especialmente das equipes rivais, indicavam que a STP Oil Treatment havia ajustado o carro turbina com configuração de corrida ao invés de focar no Pole Day. 

Porém, quando a coisa foi para valer, Jones pulou para a liderança e ele ficou até ali que a chuva forçou a interrupção da prova na 18ª volta. A corrida foi reiniciada no no dia seguinte e Jones manteve o ritmo brutal com o Granatelli Turbine e mesmo levando um tremendo susto com Lee Roy Yarborough, que rodou bem na frente de Parnelli e forçou o então líder a também rodar para não bater, a corrida sempre esteve no controle de Jones. Mesmo nos momentos em que perdeu a liderança, como aconteceu após este quase acidente com Yarborough, Jonee retomava a liderança de forma rápida e voltava abrir grande vantagem. Dan Gurney foi quem liderou as duas voltas (52 e 53) após o incidente de Jones e depois foi A.J.Foyt quem acompanhou mais e perto o piloto da STP quando este perdia a liderança por conta das paradas de box. 

O fim do sonho de Andy Granatelli em vencer a Indy 500 se esvaiu da forma mais cruel quando Jones chegou lentamente a entrada do box com o Granatelli Turbine já em silêncio, quando faltavam míseras três voltas para o final da prova. Um rolamento da transmissão, que custava 6 dólares, acabou quebrando e deixando Jones pelo caminho e com o gosto amargo de estar tão perto de vencer em Indianápolis e ser impedido por apenas 6 dólares. A sorte sorriu para o texano A.J.Foyt - que ainda escapara do mega acidente que envolveu cinco carros já na volta final - que passou para vencer pela terceira vez a grande corrida. 

Mas Parnelli Jones ainda tinha outra surpresa que pegaria todos de surpresa, quando anunciou a sua retirada das competições da Indycar. Foi algo que ele pensou constantemente naquele mês de maio, mas sem falar nada para ninguém e quando chegou a hora de anunciar, foi um tremendo choque para a comunidade indianista: “Eu sempre disse que desistiria se ganhasse Indy, e claro que isso não aconteceu, mas eu tinha acabado de me casar e sempre quis ter filhos e sobrevivi a uma era mortal. E meu negócio (Firestone) realmente começou a decolar, então era hora. ” declarou Parnelli. 

Ele ainda foi persuadido por Granatelli em 1968 para correr na edição da Indy 500 daquele ano: “Andy queria que eu dirigisse a turbina de 67 novamente em 1968 e acho que poderia conseguir $ 200.000 se pedisse, mas sabia que a nova turbina com tração nas quatro rodas seria melhor, então fui aprovado. E eu não queria dirigir o (Lotus) 56 porque os carros de (Colin) Chapman eram muito frágeis.". Apesar de Jones ter feito os testes com o carro com qual passou perto de vencer em 1967, ele acabou não participando da corrida por entender que o carro não estava em melhores condições frente aos Lotus 56 (que também usavam turbina). 

Parnelli chegou a inscrever-se para a edição de 1972, mas não compareceu. Mas ele destaca que teve ainda um pensamento em voltar para edição de 1969, quando cogitou substituir Al Unser na sua equipe recém fundada a Vel's Parnelli Jones Racing: “A única vez que fiquei tentado a voltar foi em 1969, quando Al (Unser) quebrou o pé em uma motocicleta e dirigia meu carro. Eu pensei sobre isso e então lembrei que Jimmy Bryan saiu, voltou e foi morto, então eu desisti. ” declara Jones.   

Parnelli Jones ainda sentiu o gosto de vencer a Indy 500 em duas oportunidades, mas como dono de equipe, quando Al Unser venceu as edições de 1970 e 1971 com o icônico Colt Ford nas cores da Johnny Lightning.

terça-feira, 13 de julho de 2021

Foto 992: Sam Hanks, Indy 500 1957

 

(Foto: IMS Museum)

A premiação pela persistência... Sam Hanks recebendo o jornal com a manchete que destacava a sua vitória nas 500 Milhas de Indianápolis de 1957. 

Sam estreou no sagrado Brickyard em 1940 largando em 14º e terminando em 13º. Ele voltaria a terminar uma Indy 500 apenas em 1952 quando ficou em terceiro, posição que repetiu no ano seguinte quando compartilhou o Kurtis Kraft 4000 com Duane Carter por conta do forte calor - e nesta edição de 1953 Sam Hanks lideraria pela primeira vez a prova, ficando na primeira posição por três voltas (51-53). Ele voltou a completar novamente a prova em 1956 quando terminou em segundo, após escalar o pelotão por conta dos problemas que iam a sua frente. 

Foi em 1957 que ele, enfim, pode ir a desforra quando esteve em posse do novo Salih que tinha o motor posicionado do lado esquerdo, o que baixava o centro de gravidade e para facilitar no curvar dos ovais. Apesar de ter liderado boa parte das voltas - um total de 136 - Sam esteve sempre em grande disputa com Jim Rathman na parte final da prova, mas conseguindo abrir uma boa diferença para chegar a sua primeira e única vitória na Indy 500. 

Um fato curioso é que o carro usado por Sam nesta conquista de 1957, foi usado por Jimmy Bryan na edição de 1958 onde Jimmy acabaria por vencer.

Sam Hanks encerrou a sua carreira ao final de 1957, quando estava competindo na USAC Stock Car - que era rival da NASCAR. 

Sam Hanks completaria 107 anos hoje.

domingo, 4 de julho de 2021

Foto 984: Jan Magnussen, Laguna Seca 1996

 


O jovem Jan Magnussen a bordo do Penske Mercedes da Hogan Penske Racing durante a etapa de Laguna Seca, a última etapa do campeonato da CART de 1996.

Magnussen foi escalado pela Penske para substituir Paul Tracy na prova de Mid-Ohio, já que o canadense havia machucado a sexta vértebra em Michigan. O caminho de Magnussen para ocupar o lugar de Tracy naquela prova foi ajudado pela Mercedes, uma vez que o dinamarquês fazia parte do Mercedes-Benz Junior Team - e por coincidência ele havia estreado na Fórmula-1 em 1995 também em substituição a Mika Hakkinen na McLaren. 

Na época Roger Penske comentou sobre a chegada do jovem Jan a equipe: "Desde os incidentes no Marlboro 500, tivemos tempo de nos reunir como uma equipe e formular um plano para seguir em frente. Temos a sorte de ter alguém do calibre de Jan para preencher para os nossos pilotos (Tracy e Emerson Fittipaldi). Jan tem uma vasta experiência em circuitos e estamos ansiosos por trabalhar com ele até ao final da temporada. ".

Jan estreou em Mid-Ohio largando na 18ª posição e terminando na 14ª posição, com duas voltas de atraso para o vitorioso Alex Zanardi, que na época já iniciava a sua caminhada para dominar a categoria pelos próximos anos. 

Em seguida, Magnussen seguiu para a equipe Hogan onde ficou no lugar de Emerson Fittipaldi que iniciava a sua recuperação do terrível acidente de Michigan - que mais tarde selaria de vez a sua aposentadoria da CART. Jan fez uma boa qualificação em Road America ao fazer o décimo tempo, mas a sua prova não duraria muitas curvas ao ficar atolado na brita logo após a largada; em Vancouver fez o 19º no grid, mas abandonou na volta 48 após um principio de incêndio.

O seu melhor resultado na ocasião remonta ao GP de Laguna Seca, onde terminou em oitavo após largar em 16º. 

Magnussen voltaria à CART em 1999 pela Patrick Racing ao fazer sete provas (Detroit, Mid-Ohio, Chicago, Vancouver, Laguna Seca, Houston e Queensland). Seu melhor resultado nestas provas foi apenas em Vancouver ao terminar na sétima colocação. 

Jan Magnussen completa 48 anos hoje. 

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Foto 972: Bob Sweikert, Indy 500 1955

 

(Foto: IMS Museum)

A bela foto de Bob Sweikert junto do troféu Borg&Warner e de sua esposa Dorie Sweikert. Bob havia vencido a edição de 1955 da Indy 500, prova que ficou marcada pela morte de Bill Vukovich quando este procurava alcançar a sua terceira vitória consecutiva na grande prova. 

Apesar da vitória de Bob Sweikert naquela Indy 500 ter parecido ser um golpe de sorte, ele teve que batalhar com alguns problemas no seu Kurtis Kraft 500 da John Zink após qualificá-lo, precisando trabalhar no acerto do carro e também no motor Offenhauser - que ele ajudou a desmontar e montar.

Ele largou no meio do pelotão - 14º - e apenas administrou bem o equipamento enquanto os duelos pela liderança entre Vukovich e Jack McGrath que animou a multidão nas arquibancadas, para logo depois dar lugar a tristeza profunda pela morte de Bill devido um acidente na volta 56. Sweikert apareceu na ponta da prova a partir da volta 57 quando também travou um longo duelo com Jimmy Bryan pela liderança, até este último abandonar com problemas na bomba de combustível. Apesar de uma breve liderança de Art Cross, que abandonou com problemas no motor, e uma passagem relâmpago pela ponta da prova por parte de Don Freeland, Bob Sweikert reassumiu o comando da corrida na volta 160 e liderou as últimas 40 com total tranquilidade para vencer aquela edição da Indy 500 - um detalhe interessante sobre Sweikert é que em cinco participações na Indy 500 (1952 - 1956) ele liderou 86 voltas apenas naquela edição de 1955, não tendo liderado nenhuma outra antes e nem depois. 

Mas a temporada de Sweikert não ficou resumida a conquista no Brickyard: ele também conquistou a o titulo americano de pilotos com duas vitórias (New York State Fair e Indy 500) três segundos lugares (Milwaukee, Springfield e Langhorne), dois terceiros lugares (Milwaukee e Califórnia) e um quarto lugar (DuQuoin), somando um total de 2.290 pontos. Mais tarde ele arrebataria o campeonato de Sprint Cars e, com isso, ele é o único piloto a conquistar estes três títulos em uma só temporada. 

O ano de 1956 começou bem para ele ao chegar em sexto na Indy 500 e terminar em terceiro na prova de Milwaukee, mas na prova de Sprint Cars, realizada no oval de Salem, ele acabou morrendo após se acidentar na volta três quando disputava ferrenhamente com seu rival de longa data Ed Elisian. Seu carro enroscou numa ponta de viga de aço e foi arremessado para fora da pista, onde Bob sofreu graves ferimentos. Ele morreu a caminho do hospital.

Bob Sweikert tinha 30 anos. 

domingo, 13 de junho de 2021

Foto 966: Naoki Hattori, CART 1999

 


Uma tentativa frustrante... Na foto, Naoki Hattori numa das etapas em que esteve a serviço da Walker Racing na temporada de 1999 da CART. 

Naoki foi contratado pela equipe de Derrick Walker para aquela temporada formando dupla com Gil De Ferran. Anteriormente, ele havia feito duas temporadas na Indy Lights pelo Team Green (1997 e 1998) obtendo bons resultados - principalmente na segunda temporada, onde conseguiu três pódios (Long Beach [3º], Toronto [2º] e Trois-Rivières [3º]). Naoki fechou a primeira temporada em 16º com 32 pontos, enquanto que na segunda temporada ele ficou na décima posição com 66 pontos.

Na CART, Naoki estreou no oval de Homestead, em Miami, marcando o 12º lugar no grid. Mas a sua prova nem chegou a iniciar, já que na largada ele se envolveu num acidente com Al Unser Jr., com os dois indo para o muro - Raul Boesel acabou sendo pego pelos destroços e abandonou também. Hattori teve uma das pernas quebrada e ficou um bom tempo de fora para se recuperar, voltando na etapa de Detroit (13ª do campeonato) onde largou em 26º e completou a prova na 16ª posição. Seu melhor resultado foi em Laguna Seca, onde terminou na 14ª posição. 

Um pouco antes de ingressar na Indycar, Hattori teve uma passagem na Fórmula-1 em 1991 pela Coloni - onde não passou das pré-qualificações no Japão e Austrália; conquistou a vitória nas 24 Horas de Spa-Francorchamps junto de Andres Olofsson e David Brabham pilotando um Nissan Skyline GT-R; e teve um vice-campeonato na Fórmula Nippon em 1996 - ele foi vice novamente em 2001. 

Hoje Naoki Hattori chega aos 55 anos. 

domingo, 30 de maio de 2021

105ª Indy 500 - Para a eternidade

O novo integrante do quarteto: Helio chega ao seu quarto triunfo em Indianápolis e se iguala a A.J. Foyt, Al Unser e Rick Mears com quatro vitórias na Indy 500
(Foto: Indycar NBC/ Twitter)

Não dá para negar que havia uma chance.  A atmosfera daquela pista centenária chega ser palpável até mesmo para que assiste a quilômetros de distância. É um local que não cansamos de falar que "parece ter vida própria ao escolher seus vencedores". O Indianápolis Motor Speedway sempre nos proporciona o melhor do motorsport, misturando drama, suspense e emoção em doses cavalares a ponto de deixar os espectadores quase que sem respirar nas voltas finais.

Foi quase impossível não ficar impressionado com o espetáculo que Hélio Castroneves e Alex Palou nos proporcionou nesta 105ª edição das 500 Milhas de Indianápolis. Dois extremos da competição, duas gerações bem diferentes onde o jovem espanhol, que desponta desde 2020 como uma das grandes promessas da categoria, buscando seu lugar ao sol contra um veterano de guerra, de tantas vitórias e que estava tentando entrar de vez para a história do Brickyard há mais de uma década. Aquelas vinte e poucas voltas para o final foram um bailar dramático para saber quem daria o derradeiro passo e vencer a clássica americana.
Era uma briga de gato e rato onde ninguém mais parecia se intrometer, onde estes dois pilotos esperavam apenas o momento certo para dar a cartada final.

A ultrapassagem de Hélio Castroneves na abertura da penúltima volta ainda reservava alguma emoção para aqueles quilômetros finais, pois Alex ainda tinha velocidade de sobra para tentar uma reação na entrada da volta final. Como um bom suspense, numa prova onde quase não se viu os conhecidos tráfegos, este apareceu na volta final para aumentar ainda mais o drama. Para aqueles que acompanham a mais tempo a Indy 500 ou para quem assistiu as antigas edições, a lembrança de Al Unser Jr se atrapalhando no tráfego e permitindo a chegada de Emerson Fittipaldi, que naquelas voltas finais parecia nocauteado, era algo a considerar. Mas desta vez as coisas foram diferentes: Hélio não apenas soube lidar bem com essa situação, como usou o vácuo de seu algoz de 2014, Ryan Hunter Reay, para abrir um pouco mais a vantagem sobre Palou para vencer e entrar de vez para a história com a sua quarta conquista. O que parecia até então um eterno trio de pilotos a vencer por 4 vezes em Indianápolis, formado por A.J.Foyt, Al Unser Snr e Rick Mears, estabelecido há exatos 30 anos, agora passa a ser um quarteto com a chegada de Hélio Castroneves.

Hélio contra os garotos
Hélio Castroneves e Alex Palou: um duelo de gerações em Indianápolis
(Foto: Meyer Shank/ Twitter)

Era de se esperar que os veteranos de Indianápolis tivessem um desafio acirrado vindo da nova geração que está prestes a tomar de assalto a categoria. Tínhamos a esperança de ver Scott Dixon, Tony Kanaan, Hélio Castroneves batalharem contra o furor juvenil de Colton Herta, Alex Palou, Rinus Veekay e Pato O'Ward e isso seria sem dúvida o grande atrativo, mas as quedas de Dixon e Kanaan por conta de problemas de reabastecimento e estratégia, deixaram essa disputa pendendo mais para os novatos. Apesar de uma breve intromissão de Hunter Reay e Conor Daly, Hélio passou toda prova ladeado pelos jovens leões que pareciam famintos em tomar o controle da situação. Mas aos poucos alguns destes foram ficando para trás, como Veekay e Herta, deixando a missão de tomar o terreno por conta de Palou e O'Ward. Hélio usou de toda sua experiência para dobrar estes jovens destemidos que deram um belo suadouro no velho de guerra, mas como Castroneves conhece bem cada centímetro daquela pista - e com lições em derrotas anteriores - o veterano soube muito bem trabalhar para conter toda essa onda jovem e conquistar uma magnífica vitória, onde a experiência sobrepôs a fogosidade juvenil.
Porém, verdade seja dita: a categoria será destes garotos pelos próximos anos, mas estes senhores ainda tem muita lenha para queimar.


Uma vitória para lavar a alma


(Foto: Indycar NBC/ Twitter)

Foi muito bom rever Hélio Castroneves vencer e escalar os alambrados de Indianápolis pela quarta vez, tendo feito isso pela primeira vez há vinte anos. Desde a sua saída da Penske é que se imaginava o que poderia ser da sua carreira sem ter por perto uma equipe de ponta para lhe dar toda condição de buscar vitórias e títulos. Mas a abertura de sua temporada com a vitória nas 24 Horas de Daytona, e com uma pilotagem exuberante, ainda mostrava que o velho de guerra tinha muito o que fazer por aqui. E a conquista de hoje em Indianápolis, só confirma que ele ainda está em forma para buscar ainda mais vitórias e títulos do alto de seus 46 anos.

Para aqueles que julgaram e/ou ainda julgam o piloto brasileiro por não ter conquistado um título na categoria, apesar de ter números respeitáveis, a sua quarta conquista em Indianápolis fala por si só. O reconhecimento de rivais, ex-companheiros de equipe, mecânicos, chefes de equipes, de lendas como Mario Andretti - que o recebeu com um carinhoso beijo na cabeça assim que o encontrou, numa das mais belas cenas desta edição - mostra o tamanho que é conquistar uma vitória em Indianápolis, que sobrepõe qualquer que seja uma conquista de título no campeonato - apesar da importância que também tenha. 

Foi uma tarde mágica que há tempos não tínhamos, reunindo uma imensidão de fatores que nos fizeram trancar a respiração nas voltas finais e soltar o ar com um alivio acompanhado por um sorriso e lágrimas nos olhos. Para nós que amamos esse esporte que por muitas vezes é tão cruel, são estes momentos que nos fazem lembrar do quanto é belo e especial. O automobilismo, o motorsport em sua essência, sempre entrega tudo isso que vivenciamos hoje. É mais uma edição de Indy 500 que tivemos a oportunidade de testemunhar a história, uma grande história, acontecer diante de nossos olhos e o fato de ter um brasileiro ali, só nos orgulha ainda mais. 

Para o Grande André Ribeiro que nos deixou semana passada e que era um grande especialista em circuitos ovais, é uma grande homenagem. 

E que venha a quinta vitória. 

Parabéns, Hélio!

segunda-feira, 10 de maio de 2021

Foto 923: Helio Castroneves, Indy 500 2001

 


A vitória do novato... Helio Castroneves comemorando a sua vitória na Indy 500 de 2001 logo na sua primeira aparição na tradicional prova. Para a Penske foi a primeira desde a terrível não qualificação de 1995, que foi a última vez que os carros da CART estiveram no lendário circuito.

Foi a segunda Indy 500 que foi vencida por uma equipe que ainda estava na CART, sendo que em 2000 a Chip Ganassi levou a prova com Juan Pablo Montoya que, a exemplo de Castroneves, também estreava na corrida. Helio largou na 11ª posição - quarta fila - e assumiu a liderança faltando 52 voltas para o final de uma corrida que foi atribulada pela chuva, com direito a bandeira vermelha já próximo da fase final para secamento da pista que foi ajudado pelo aparecimento do sol.

Apesar de algumas investidas de Robbie Buhl - que viria se acidentar na volta 166 - Helio sustentou a liderança e venceu a sua primeira Indy 500, seguido pelo seu companheiro de equipe Gil De Ferran e a terceira posição ficando para Michael Andretti (Team Green). Para a Penske foi um retorno triunfal: após desastrosa não qualificação de 1995, era a primeira vez que a equipe de Roger Penske voltava a disputar uma Indy 500 e aquele 1-2 - a primeira deles na história da prova - foi um momento de alívio para o Capitão "Acho que nos redimimos pela coisa ruim que fizemos em 1995 ... este é o melhor dia da minha vida voltando assim", declarou Roger Penske após a conquista.

Seis carros da CART ocuparam as seis primeiras posições (Helio, Gil (Penske), Michael Andretti (Team Green), Jimmy Vasser, Bruno Junqueira e Tony Stewart (Chip Ganassi Racing) ) e o primeiro carro da IRL apareceu em sétimo com Eliseo Salazar (AJ Foyt Enterprises).

Helio Castroneves, que tentará neste ano sua quarta conquista na clássica prova, completa 46 anos hoje.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Foto 912: Greg Moore, Long Beach 1995

 

(Foto: Racer)

A estrela em ascensão Greg Moore #99 - e Akira Ishikawa no #35 - durante a etapa de Long Beach de 1995, que foi a terceira do Campeonato da Indy Lights. O canadense venceu com 3,5 segundos de vantagem para Robbie Buhl que terminou em segundo e a terceira colocação ficando para Dave DeSilva. Akira ficou em décimo. 

Foi uma temporada quase que perfeita de Moore naquele campeonato, onde ele venceu 10 das 12 etapas programadas e nas duas únicas que não venceu, ficou em terceiro (Detroit) e em quinto (Vancouver) - estas provas foram vencidas por Robbie Buhl e Pedro Chaves, respectivamente. 

Greg venceu o campeonato somando 242 pontos contra 140 de Buhl e 122 de Affonso Giaffone. A partir de 1996 o canadense faria parte da CART pela mesma Forsythe com a qual conquistara aquele título na Indy Lights e daí em diante escreveria a sua breve -e brilhante - história na categoria.

Hoje Greg Moore completaria 46 anos.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Foto 911: Mauricio Gugelmin, Indy 500 1994

 

(Foto: Indycar)


Mauricio Gugelmin com o seu Reynard 94I Ford Cosworth da Chip Ganassi, na tradicional foto antes das 500 Milhas de Indianápolis de 1994. Foi a estréia do piloto na tradicional corrida.
Esta que ficou marcada pelo grande domínio da Penske e de Emerson Fittipaldi, que parecia ter a corrida na sua mão até a 185 volta quando escapou de traseira e bateu na curva quatro. Desperdiçou a chance de vencer pela terceira vez e deu a seu companheiro de Penske, Al Unser Jr., a oportunidade de vencer a prova pela segunda vez.
Além de Emerson e Maurício, Raul Boesel e Marco Greco estiveram presentes, mas abandonaram: Boesel saiu na volta 150 com problemas na bomba de água e Greco abandonou na volta 100.
Mauricio Gugelmin, que largou em 29o e terminou em 11o, comentou sobre a sua participação: "Aprendi muita coisa hoje. É impressionante como tudo é diferente dos treinos. Foi ótimo".
Gugelmin completa 58 anos hoje.

domingo, 23 de agosto de 2020

104ª Indy 500 – Takuma Sato, O Grande

(Foto: @PlayersTribune/ Twitter)



Quando Takuma Sato venceu a edição de 2017 batendo um dos mestres do Brickyard – Hélio Castroneves – dificilmente alguém imaginaria que ele pudesse repetir a dose em alguma oportunidade. É bem verdade que a fama de Takuma Sato, onde coragem e atrapalhadas andam lado a lado, tenham contribuído bastante para que chegassem a essa conclusão de que ele não tivesse mais nenhuma oportunidade de conquistar algo naquele solo sagrado.

O estilo “win or wall” de Sato pode acompanhá-lo, de fato, em boa parte da temporada, porém, algo de interessante acontece ao japonês nascido em Tóquio: essa sua fama sai de cena e entra um piloto mais preciso nas decisões e aliado a sua coragem, torna-se um competidor quase que completo para o que mais exige a famosa prova que é fazer uma leitura correta do andamento da corrida para poder dar o bote no momento certo. E hoje não foi diferente.

É claro que a sua terceira posição no grid ajudou bastante, mas a corrida parecia se desenhar inteiramente para o sempre espetacular Scott Dixon que assumiu a liderança já nas primeiras voltas e continuou ali, entre a primeira e segunda posições, durante todo o certame. O desafio lançado por Alexander Rossi  durou umas boas voltas, mas o enrosco do americano com Sato dentro dos boxes, acabou rendendo ele uma punição que o jogou para o fundo do grid e na tentativa de recuperar-se, acabou se acidentando. Um a menos para tentar beliscar a vitória em Indianápolis.

Takuma partiu para a batalha contra Dixon, que a principio, parecia intocável na primeira fila e parecia estar próximo de chegar a sua segunda vitória – repetindo o feito de 2008 – mas o japonês estava naquela forma impressionante, conseguindo aliar o veloz carro da Rahal com a sua grande coragem e esperteza: conseguiu passar por Dixon e liderou com autoridade, mantendo uma boa distância de Scott após as curvas 1 e 2 e também pela reta oposta. Mesmo quando o neozelandês conseguia se aproximar na grande reta de chegada, Sato fechava o canto esquerdo e dava a opção de Scott tentar por fora na primeira curva, onde o japonês passava a abrir vantagem. O ótimo desempenho do carro da Rahal pode ser visto, também, pela ótima chegada de Graham Rahal que por um certo momento parecia ter chances de incomodar Dixon, mas acabou em terceiro.

Como um filme de suspense, que fez lembrar dos momentos decisivos da Indy 500 de 1989, quando Al Unser Jr. se enrolou com os retardatários e Emerson Fittipaldi aproveitou para mergulhar e passar pelo americano e vencer – com direito a batida do “Litle Al” no muro – Sato encontrou três retardatários na sua frente e isso fez com que Dixon conseguisse aproximar um pouco, mas quando o Takuma superou o retardatário Tony Kanaan é bem provável que tenha tido um alivio no pit lane da Rahal. O forte acidente de Spencer Pigot causou a bandeira amarela nas últimas cinco voltas, que acabou dando a Sato a oportunidade de passar e vencer com tranquilidade a Indy 500.

Para Takuma Sato, foi a sua segunda vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, encravando seu rosto mais uma vez no histórico troféu Borg Warner. E por mais que alguns torçam o nariz para o piloto japonês, aquele local sagrado fez o favor de escolhê-lo mais uma vez para vencer a grande prova do automobilismo mundial. 

E isso é para poucos.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

Foto 809 - Emerson Fittipaldi, 30 anos atrás

A imaginação de uma criança chega ser engraçada quando passa a ver as coisas. Ainda quando pequeno sempre assisti a IndyCar encarando que ali era um reduto de senhores aposentados, que já haviam conquistado tudo nas outras categorias e estariam ali apenas para dar continuidade a sua paixão pelas corridas, mas sem ter o peso de uma pressão absurda pela qual as corridas de Grand Prix os forçava a ter.

Passados trinta anos, a partir do momento que conhecemos as categorias, a opinião muda-se completamente - e constantemente. A IndyCar poderia até parecer algo que descrevi acima, porém dava aos pilotos uma sensação mais pura do automobilismo em sua essência - algo que ainda está presente no DNA da categoria estadunidense - e que nos foi apresentado ainda na metade da década de 80, quando o saudoso Luciano Do Valle - o "Bolacha" - convenceu a Bandeirantes apostar naquela categoria, principalmente por ter um nome forte que associava Brasil e automobilismo de forma que chegava misturar ambas, como um nome e sobrenome. Emerson Fittipaldi se enveredou naquela categoria ultra-veloz e nos deu mais uma opção para além da já consagrada Fórmula-1 por aqui. Enquanto que Nelson Piquet e Ayrton Senna davam continuidade ao legado deixado por Emerson, este foi experimentar as disputas ferozes nos superspeedways.

Rapidamente Emerson conseguiu se adaptar e tornou-se mais um superstar na rica constelação de pilotos que faziam parte da Indycar naquele tempo - Rick Mears, Mario Andretti, Al Unser Snr, Bobby Rahal, Michael Andretti, Al Unser Jr., apenas para citar alguns. Tamanha experiência que Emerson adquiriu entre a sua estréia em 1984 até o momento que passou a ser um dos favoritos ao título de 1989, foi vital para ele pudesse entrar nessa bolha. E lá foi Emerson ganhar a América.

Competindo pela equipe de Pat Patrick e utilizando o chassi Penske PC18 - o mesmo que era usado pela equipe oficial (Penske) - Emerson desafiou os pilotos da Penske (Rick Mears, Danny Sullivan e Al Unser Snr), os da Newman-Haas (Mario e Michael Andretti), Al Unser Jr. na Galles; Teo Fabi no March da Porsche para um eletrizante campeonato. O piloto brasileiro cravou cinco vitórias (sendo três consecutivas) e mais três pódios, contabilizando um total de oito pódios, numa notável regularidade que foi importante para o desfecho do campeonato. 

Rick Mears, que foi o seu oponente mais direto, conseguindo seis pódios (sendo três vitórias), que também contou com uma ótima regularidade - tendo não pontuado apenas em uma corrida (Indy 500), contra três abandonos de Emerson. Porém o brasileiro conseguiu uma boa sequência de pódios entre o segundo GP da temporada (Long Beach) e o nono (Toronto), onde cravou quatro vitórias (Indy 500, Detroit, Portland e Cleveland). Foi terceiro em Long Beach e segundo em Meadowlands e Toronto. Isso sem falar na quinta posição que conseguiu na abertura do campeonato em Phoenix, local onde Mears venceu. Para Rick, a sequência onde Emerson criou gordura no campeonato foi a seguinte: venceu em Milwaukee (onde Emerson não pontuou); foi quarto em Meadowlands; quinto em Detroit, Cleveland e Toronto; e oitavo em Portland.

Emerson teve duas corridas onde não pontuou seguidamente (Michigan e Pocono), onde Mears terminou em sétimo e segundo, respectivamente. Nas últimas cinco corridas da temporada, Fittipaldi conseguiu um quarto lugar em Mid-Ohio; quinto em Elkhart Lake; e vitória em Nazareth; e quinto em Laguna Seca. Nas mesmas provas, Mears fez a sequência 6o; 3o; 2o; e 1o.

A corrida em Nazareth é onde os dois se enfrentaram diretamente. Emerson foi perfeito na corrida ao vencer e sacramentar o seu título naquele ano de 1989, uma vez que Rick Mears ficou em segundo e estava a exatos 22 pontos atrás do piloto brasileiro. Portanto, mesmo que Mears fizesse o Hat-Trick (pole, mais voltas na liderança e vitória), ele empataria com o brasileiro, porém perderia no desempate por vitórias.
Rick venceu em Laguna Seca, fazendo exatamente todo o escript (pole, mais voltas na liderança e vitória), mas Emerson não deixou o campeonato terminar empatado, ao fechar em quinto e botar ainda dez pontos de vantagem sobre o americano (196x186). Emerson Fittipaldi chegava a mais um título, exatamente quinze anos depois de seu segundo mundial na Fórmula 1.

Além do título de pilotos e a histórica conquista na Indy 500, foi a consolidação de Emerson como o maior piloto brasileiro de todos os tempos em âmbito internacional. E isso foi importante, também, para mostrar mais uma vez o caminho das pedras para os pilotos brasileiros. Uma alternativa que seria muito bem vinda a partir da segunda metade da década de noventa, com uma leva de pilotos brasileiros que conquistariam a IndyCar em poucos anos.

E hoje completa trinta anos de mais uma página muito bem escrita por Emerson no motorsport internacional e brasileiro.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

103a Indy 500 - O dono do IMS

Não deve ser nada agradável pilotar na melhor equipe da categoria e assistir seus companheiros de equipe brilharem, enquanto que você vai ficando para trás com atuações bem apagadas e pior: com muito disse que me disse sobre seu futuro. Em 2017 Simon Pagenaud esteve na luta pelo título contra o seu companheiro de Penske Josef Newgarden, onde o estadunidense acabou por conquistar seu primeiro campeonato e Simon fechando em segundo. Para o francês, campeão de 2016, aquele vice campeonato foi um breve suspiro perto do que seria a sua temporada de 2018 onde suas atuações não foram das melhores e acabou tendo que ver Will Power e Newgarden continuarem brilhando na categoria. E para piorar, uma temporada sem vitórias que só ajudou alimentar ainda mais os rumores de uma possível saída da Penske.
Apesar de não ter iniciado este campeonato tão bem - conseguindo o sexto lugar como melhor posição em Long Beach, 4a etapa -, o mês de maio acabou por lhe reservar o - talvez - seu melhor momento na carreira. No GP de Indianápolis, Simon já havia brilhado de forma consistente principalmente nas suas últimas voltas onde arrancou para uma vitória sensacional no traçado misto ao escalar posições numa pista molhada,  para conquistar a corrida nas últimas voltas após superar Scott Dixon. Sem dúvida o francês estava de volta ao jogo após mais de um ano sem vencer na categoria. Foi o tirar de um peso, assim como um artilheiro que volta a fazer seus gols após um período de seca. Mas Simon queria mais...
Seus treinos para a Indy 500 tinham sido bons, sempre com boa velocidade e a sua pole só mostrou o quanto que estava numa espiral positiva.
A corrida de Simon Pagenaud nas 500 Milhas foi consistente: as raras vezes que saiu da linha de frente foi exatamente quando ia aos boxes para as suas paradas, mas sempre bem colocado variando entre a quinta e sétima colocação quando voltava de seu Pit Stop. O bom carro com pista limpa e também no tráfego, mostrava que as chances de levar esta edição era uma questão de tempo e sorte. Mas como bem sabemos, as últimas voltas é que passam contar a história de todo um período de preparação para esta clássica prova.
O acidente entre Graham Rahal e Sébastien Bourdais, que acabou desenrolando o caos com mais outros pilotos que se assustaram com o que viram a frente e também bateram, deu uma faceta ainda mais dramática quando a bandeira vermelha foi agitada para que a pista fosse limpa de forma tranquila sem que forçassem um término em bandeira amarela. Isso quando faltavam vinte voltas para o fim...
Com a prova retomada sob a vigência do Pace Car, era só tentar acalmar os nervos e partir para uma corrida de sprint alucinante. A relargada acabou senda dada quando a prova faltava em torno de 13 para o final. Foi neste momento que Alexander Rossi passou a pressionar Simon pela liderança e o francês tratou de mudar a trajetória para tirar qualquer chance de Rossi. Mesmo assim, o piloto estadunidense conseguiu liderança quando a corrida encaminhava-se para as três voltas finais. Pagenaud não baixou os braços e reconquistou antes que fosse mostrada a bandeira branca. A sua volta final, tentando tirar o benefício do vácuo, que daria a Alexander Rossi a possibilidade de tentar o último bote, foi espetacular e isso acabou por garantir a sua vitória nas 500 Milhas tornando-se o quarto francês a vencer a prova e o primeiro desde Gastón Chevrolet que vencera em 1920.
Não dá para saber como Pagenaud terminará o campeonato deste ano, mas este maio fabuloso que teve certamente ajudará bastante como um novo impulso para um dos melhores pilotos da categoria e podendo tirar uma onda por ter vencido na mão e contramão do complexo IMS.
Simon Pagenaud pode pedir as chaves do Indianápolis Motor Speedway, afinal de contas é "dono" do circuito até a Edição 104 da grande prova. E com total merecimento!

sábado, 20 de abril de 2019

Foto 753: Mauricio Gugelmin, Laguna Seca 1993

(Foto: 4Quatro Rodas)

Mauricio Gugelmin a bordo do Lola Ford da equipe de Dick Simon, durante a etapa de Laguna Seca que encerrou a temporada de 1993 da Indycar.
O piloto brasileiro estreou na prova de Mid-Ohio onde abandonou na 62ª volta; em Nazareth  largou na 25ª posição e abandonou na volta 145 e na prova final, em Laguna Seca, terminou na 13ª posição após largar em oitavo. Mauricio esteve na Indycar de 1993 até 2001 onde conquistou 4 poles, 8 pódios e 1 vitória e a sua melhor qualificação no campeonato foi em 1997, quando fechou na quarta colocação.
Mauricio Gugelmin completa hoje 56 anos.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Foto 734: Jacques Villeneuve, Indy 500 1995




Jacques Villeneuve no seu primeiro grande momento no esporte a motor, ao conquistar a Indy 500 de 1995.
Pode-se dizer que foi de "presente" após um erro de cálculo - misturado com pressa - por conta de outro canadense Scott Goodyear, que acabou ultrapassando o Pace Car antes que esse recolhesse aos boxes faltando míseras voltas para o final, resultando numa bandeira preta que lhe tirou uma vitória certa no Brickyard. Mas enquanto um canadense chorava, outro festejava.
Jacques Villeneuve ainda seria coroado como campeão de 1995 da CART e a partir de 1996 estaria a serviço da Williams na Fórmula-1.
Jacques Villeneuve completa hoje 48 anos.

domingo, 31 de março de 2019

Foto 724: Kevin Cogan, Indy 500 1981

Kevin Cogan com o Phoenix 80 Cosworth da equipe Jerry O'Connell Racing, na clássica foto antes das 500 Milhas de Indianápolis de 1981 que marcou a estréia do estadunidense na grande prova americana.
Kevin marcou a 12a colocação no grid e terminou em quarto, três voltas atrás do vencedor Bobby Unser.
Kevin Cogan completa hoje 63 anos.

quarta-feira, 20 de março de 2019

Foto 701: 110 anos

Uma foto para a história!
Henry Ford, Carl G. Fischer, James Allison, Arthur Newby e Frank Wheeler, estes quatro últimos responsáveis pela Fundação do Indianápolis Motor Speedway.
O primeiro evento de motorports foi realizado em 14 de agosto do mesmo ano, com uma série de corridas de motos. Já os carros tomaram conta alguns dias depois, em 19 de agosto, com várias provas sendo realizadas ao longo de três dias.
E claro, a primeira edição daquela que tornaria o circuito conhecido mundo a fora, foi disputada dois anos depois: as 500 Milhas de Indianápolis foi realizada em 30 de maio de 1911 com vitória de Ray Harroun.
Inicialmente traçado foi usado como pista de testes, o que contribuiu muito para o desenvolvimento automobilístico dos EUA.
Hoje completa 110 anos do início da construção do IMS.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...