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sexta-feira, 29 de julho de 2016

Foto 587: Jordan

(Foto: Alejandro de Brito)
Eddie Jordan testando o Mclaren M28, em 1979, ano que o irlandês estava a competir na F3 Britânica junto de Stefan Johansson no Team Ireland.
Após aquele ano Eddie encerrou a sua carreira de piloto para fundar a sua equipe, a Eddie Jordan Racing;

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Foto 386: Hecatombe

E amanhã completará 16 anos daquela que foi uma das mais caóticas largadas da história da F1, quando nada mais que treze carros se enroscaram na descida da La Source após uma rodada de David Coulthard.
Apesar do pedido da Mclaren para que a largada fosse feita atrás do Safety Car, exatamente para evitar um acidente por causa do forte spray d'água, isso foi ignorado pelos comissários.
Irônicamente, algum tempo depois, a FIA passou a usar este procedimento mesmo que as condições de pista estivessem melhores do que aquele dia em Spa.
A prova foi marcada, também, pelo famoso acidente entre Coulthard e Michael Schumacher, onde o piloto alemão, que voltara aos boxes em três rodas, queria socar a cara do piloto escocês. E foi também o GP que deu à Eddie Jordan a possibilidade de entrar para o grupo de donos de equipes que venceram corridas na F1. Para Damon Hill, o autor do feito para o Team Jordan, foi o último triunfo dele na categoria.
De fato, um GP memorável.

domingo, 4 de setembro de 2011

A saída de Roberto Moreno da Benetton, 1991

Uma carta chegara ao apartamento de Roberto Moreno em Monte Carlo, na semana do GP da Itália, e fizera um estrago irreparável na carreira deste piloto que estava tentando se firmar na F1. Os dizeres desta carta, no seu total, ainda são segredos de estado, mas a principal frase que correu todos os órgãos de imprensa da época é que Moreno estava “física e mentalmente inapto” para pilotar um F1. A carta tinha sido enviada pela Benetton na terça-feira da semana do GP italiano despedindo o piloto brasileiro do resto do campeonato. Para o seu lugar Michael Schumacher, o mesmo que fizera em Spa seu debut de forma esplendorosa, era o piloto a substituir Roberto pelas cinco provas restantes do campeonato. Mesmo com esse “uppercut”, Moreno ainda conseguiu, junto à justiça italiana, que os carros da Benetton fossem confiscados já nos boxes de Monza após ele ter movido uma ação contra a equipe multicolorida.
As coisas se deram rapidamente até a este desfecho. Após ter visto o que tinha em suas mãos após aquele desempenho assombroso do jovem Schumacher, Eddie Jordan persuadiu a Mercedes para estabelecer um contrato com seu pupilo até 1993, com opção da fábrica comprar seu passe novamente ao final do contrato. Como todos já sabem, a intenção inicial da Mercedes era de dar experiência a Michael deixando-o correr em uma equipe de ponta e, dentro de poucos anos (talvez em 94), a Mercedes entrar de vez na F1com a sua equipe oficial e ter Schumacher pronto para comandar o time. Com tudo apalavrado, as duas partes, Jordan e Schumacher, combinaram de se encontrar na segunda pela manhã em Silverstone. O que aconteceu é que Michael não apareceu e na parte da tarde quem deu as caras foi o Diretor de Competições da Mercedes, Jochen Neerpach, que tinha Schummy sob contrato, e Willy Weber, manager do piloto. Os dois sentaram à mesa com Jordan e lhe apresentaram um contrato diferente do que haviam conversado anteriormente. Jordan não assinou por não estar com seus advogados presentes e assim foi marcado mais uma reunião. E assim como Michael, nenhum dos dois voltaram. Jordan ainda tentou processar Schumacher, mas nada se deu pois o que tinham trocado eram apenas cartas de intenção e nenhum contrato tinha sido assinado por nenhuma das partes.
A mira dos alemães se voltou para a Benetton. Segundo Tom Walkinshaw, então sócio da equipe, Neerpach já havia comentado algo com eles sobre negociar a ida do piloto alemão para lá. Isso sugere que Eddie Jordan tenha sido feito de bobo, pois na mesma segunda-feira que havia tomado um “bolo” de Schumacher, os mesmos que haviam chegado à tarde em Silverstone e nada tinham resolvido, correram e foram acertar alguns detalhes com Walkinshaw a noite via telefone. Na terça o contrato foi acertado com a permanência de Michael na equipe até 1995 e com opção da Mercedes comprar o contrato seis meses antes do término, visando à ida dele para o seu time. Com isso Schumacher testou o carro já na quarta e consequentemente, fora inscrito na prova de Monza. Na quinta-feira Moreno entrou em com uma ação e os carros da Benetton foram confiscados.
Após horas e horas de conversas e uma reunião, mediada por Bernie Ecclestone, entre a equipe Jordan (que estava sem um segundo piloto definido, até então), Benetton, Mercedes e Roberto, o acordo acertado foi de pagar US$500.000 para Moreno (250 mil do seu contrato anual, mais 250 mil de indenização). O piloto brasileiro retirou a ação contra a Benetton, que teve seus carros de volta, e depois pagou 60.000 para Jordan para poder pilotar seu carro na etapa italiana.
Roberto pilotou para a Jordan naquele GP (abandonou na segunda volta) e mais a corrida seguinte, a de Portugal (terminou em décimo). No GP da Espanha ficou à pé novamente após a Jordan ceder o seu lugar à Alessandro Zanardi, que tinha chegado com um patrocínio mais gordo. Moreno foi chamado pela Minardi para substituir Morbidelli, que tinha saído para pilotar no lugar do despedido Prost na Ferrari, no GP da Austrália. Ele terminou a corrida na 16ª posição. Um final melancólico e desonesto com quem tinha lutado tanto para chegar aonde tinha chegado e ter sido deposto do jeito fora.
Moreno voltou à F1 em 1995, pela miúda Forti Corse, como companheiro de Pedro Paulo Diniz sem ter chance de lutar por algo melhor.

sábado, 2 de outubro de 2010

A cartada de Eddie Jordan

Na metade de 1991 Ayrton Senna estava indeciso sobre a sua continuação ou não na Mclaren para o ano de 92. Alguns rumores, como sempre naquela época, o colocavam em conversa com Ferrari e Williams. Claro que Senna nunca escondeu de ninguém seu sonho de pilotar para ambas as equipes: na Williams, como uma forma de gratidão pelo primeiro teste que Frank o proporcionou em 1983, ele teria o melhor carro da F1. Na Ferrari teria toda uma torcida apaixonada pela equipe, mas lá o trabalho para reerguer os vermelhos seria um desafio e tanto.
Vendo o impasse de Ayrton para a próxima temporada, Eddie Jordan, que havia estreado com sua equipe naquela temporada de 91 e com certo sucesso, faz uma proposta extremamente ousada: oferece a Senna um lugar na sua equipe para o campeonato de 92 dizendo “Eu quero que você pilote para mim. Mas eu não vou te pagar nada”.
Foi uma coragem e tanto. Senna ouviu o convite de Jordan, mas não levou muito adiante. Senna e Jordan já se conheciam de longa data, mais precisamente em 82 quando irlandês lhe deu a chance de pilotar um F3 pela primeira vez e o brasileiro o ajudou quando este estava para ingressar na F1 com sua equipe oriunda da F3000, convencendo Bernie a aceitá-lo na categoria.
Realmente a proposta de Senna guiar para ele em 92 sem receber um tostão se quer era loucura, mas  Eddie não é nenhum idiota: só o salário que Ayrton faturava na Mclaren em 91, estimado em 15 milhões de dólares, era praticamente todo o orçamento de sua equipe Jordan para aquele. O seu pensamento era de que Senna vendesse os espaços de seu macacão e com isso geraria o dinheiro que cobriria o salário do piloto brasileiro e também deixava algum para sua equipe. Isso daria a Senna a chance de pegar parte da equipe e quem sabe comprar a equipe por inteiro no futuro.
Por fim o sonho não se concretizou como era de se esperar. Senna não foi para Ferrari e nem tão pouco para Williams, ficando na Mclaren. Eddie Jordan ficou sem a sua grande cartada para a temporada de 92, que foi pífia ao marcar apenas 1 ponto com Stefano Modena em Adelaide.
Ainda sobre a tentativa de levar o brasileiro para sua equipe, ele acreditava no sucesso dessa parceria: "Ayrton teria sido visto como aquele que transformou a equipe, sua equipe, em um vencedor. Você só pode fantasiar sobre o que poderia ter acontecido, mas, juntos, poderíamos ter vencido corridas".
Será?
Caso Senna tivesse aceitado o convite de Eddie Jordan, ele pilotaria o Jordan 192- Yamaha de 1992 que foi conduzido por Maurício Gugelmin (foto) e Stefano Modena. A equipe marcou apenas um ponto naquela que foi sua segunda temporada na F1, quando Modena chegou em sexto no GP da Austrália. 

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...