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quinta-feira, 13 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Toyota volta ao topo no último treino livre

 

(Foto: Toyota Gazoo Racing/ X)

A última atividade oficial, visando buscar algum desempenho para a prova, fechou a noite em La Sarthe com a Toyota cravando o melhor tempo desse quarto treino livre. O protótipo nipônico, com Brendon Hartley no comando, fez o tempo de 3''29''451 e foi cinco décimos melhor que o Ferrari 499P #50. A terceira posição foi do BMW #20. 

De se destacar a presença da Peugeot entre os dez primeiros, tendo o #93 alcançado o quarto lugar - um bom resultado para eles no apagar das luzes. A Alpine, que tem andado bem nos últimos treinos, incluindo a ida ao Hyperpole, teve os dois carros no top 10: #35 ficou sexto e o #36 em nono. 

Na LMP2, o #23 da United Autosports fez a melhor marca ao atingir 3'37''121. Foi dois décimos melhor que o #24 da Nielsen Racing e sete décimos à frente do outro carro da United Autosports, o #22. 

Na LMGT3 o Lexus #87 da Akkodis da ASP Team fez o primeiro lugar com o tempo de 3'58''755. Foi seguido pelo #95 da United Autosports e pelo Mustang #77 da Proton Competition. 

Os carros voltam apenas no sábado, onde será realizado o warm-up e depois a largada para 92ª Edição das 24 Horas de Le Mans.

Abaixo os dez melhores de cada classe.





92ª 24 Horas de Le Mans - Antonio Fuoco garante o terceiro treino livre para a Ferrari

 

(Foto: Ferrari Hypercar/ X)


Esse terceiro treino livre em Le Mans foi aperitivo bem interessante para o que veremos daqui a pouco para a definição das poles em cada classe, principalmente da principal. A Ferrari #50, com Antonio Fuoco no comando, roubou a primeira posição nos Hypercar no baixar da quadriculada quando o italiano cravou a marca de 3'27''283, desbancando o Porsche #6 da primeira posição. Aliás, essa sessão foi interessante, onde vimos Toyota, Cadillac, Porsche e por último a Ferrari, ponteando em algum momento a prática - até mesmo a Alpine, por um curto espaço de tempo. De se destacar o bom andamento da BMW #15 com Dries Vanthoor no comando, quando chegou ocupar a segunda posição - logo atrás do irmão Laurens que estava no comando do Porsche #6, fechando em terceiro e se credenciando ainda mais como sério candidato a pole junto de seu parceiros Marciello e Whittman. 

O Hertz Team Jota, que teve o Porsche #12 batido ontem no segundo treino livre, precisou trocar todo chassi, com o monocoque chegando hoje pela manhã. A equipe passou toda sessão montando o novo carro e ainda é dúvida sua presença para a Hyperpole.

A LMP2, o #65 da Panis Racing, que teve algumas atribulações neste treino como escapadas e até mesmo ficando encalhado na gravilha em Indianápolis, pegou a primeira posição na classe no finalzinho ao anotar 3'37''217 com Scott Huffaker no comando. A segunda posição ficou para o #47 da Cool Racing e em #14 da AO by TF.

Essa classe foi de onde saíram algumas ocorrências, como carro da Panis escapando e alguns minutos depois ficando na Indianápolis e o #47 da Cool Racing, rodando na Porsche Curves. 

Na LMGT3 a primeira posição foi do Mclaren #59 da United Autosports com o tempo de 3'57''558 feito no início da sessão James Cottingham, já que algum tempo depois este carro sofreria uma escapa seguido de acidente ao bater de traseira da Tertre Rouge e encerrar mais cedo o trabalho do trio que ainda tem Nicolas Costa e Gregoire Saucy. A segunda posição foi para o Lamborghini #60 da Iron Lynx e a terceira para o Ferrari #86 da GR Racing que, enfim, conseguiu botar o carro em pista após 24 horas, já que eles não conseguiram participar da qualificação e nem do treino livre noturno. 

Abaixo, os dez melhores de cada classe.





quarta-feira, 12 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Toyota comanda a parte noturna

 

(Foto: Dailysportscar)

Depois da qualificação que que definiu a turma que vai à Hyperpole nesta quinta, as atenções voltaram para o segundo treino livre que serve para que pilotos e equipes se ambientem para uma das principais partes da prova em Sarthe. A Toyota, ainda lambendo as feridas do desaire na classificação, voltou ao topo nessa sessão através do mesmo #8 com a marca de 3'27''474, meio segundo à frente do Ferrari 499P #83 e do Porsche #6. 

Essa sessão viu dois acidentes envolvendo carros que destacaram nessa classe: o BMW #15, que cravou a pole provisória na qualificação, teve danos na dianteira quando o mesmo Dries Vanthoor passou reto na Indianápolis e bateu de frente. Ele conseguiu retornar, levando o carro para os boxes. O outro acontecimento foi o acidente de Callum Illot no final do treino, quando bateu forte o Porsche #12 da Hertz Team Jota na Tertre Rouge. O piloto saiu bem do carro, mas os danos na dianteira foram consideráveis. 

A LMP2 teve o #37 da Cool Racing como o mais veloz com o tempo de 3'35''386 e foi seguido pelo #22 da United Autosports e pelo #65 da Panis Racing. O #14 da AO by TF teve a perda de um dos pneus num dos trechos do circuito, terminando, assim, mais cedo a sua jornada na sessão. 

A Proton Competition terminou na frente na LMGT3, desta vez através do outro Mustang de #88 com o tempo de 3'58''689. A segunda posição foi do Aston Martin #777 da D'Station e a terceira do BMW M4 #31. Mais uma vez a Ferrari da GR Racing apresentou problemas, impossibilitando a participação do trio.

Abaixo os dez melhores de cada classe.





92ª 24 Horas de Le Mans - BMW surpreende com a pole na geral

 

(Foto: BMW Motorsport/ X)

Se haviam olhos para uma pole nessa qualificação voltados para Toyota, Porsche e Ferrari, provavelmente ficou boquiaberto quando a BMW Motorsport colocou o #15, com Dries Vanthoor, na ponta da tabela dos tempos em Le Mans. Ele cravou a marca de 3'24''465 nos últimos 15 minutos da classificação que teve 1 hora de duração. A volta de Dries foi 1 décimo melhor que o do Cadillac #3, que foi a outra boa surpresa nesse qualy, e dois décimos melhor que o Ferrari 499P #50. A Toyota teve o seu melhor com #7 na quarta colocação - e acabaria sendo o mesmo, pilotado por Kamui Kobayashi, a dar um ponto final nesta sessão quando rodou e ficou atolado na brita da Curva Porsche. Justamente quando o #8 da equipe estava prestes a entrar no oito que vão para a Hyperpole. Outra boa surpresa ficou por conta da Alpine que conseguiu colocar o #35 em quinto. 

De se destacar que tivemos 12 carros no mesmo segundo na Hypercar.

A LMP2 teve o #37 da COOL Racing cravando a melhor marca dessa classe com 3'32''827, seguido pelo #14 da AO by TF e em terceiro o #23 da United Autosports. Mais uma vez a disparidade foi um ponto a ser observado nessa classe, com apenas os três primeiros no mesmo segundo. 

Na LMGT3 o Mustang #77 da Proton Competition apareceu como um relâmpago cravou a pole na classe com o tempo de 3'55''263 ainda no inicio da atividade. A segunda posição foi do Mclaren #70 da Inception e a terceira do Corvette #82 da TF Sport. 

Para os brasileiros, em todas as classes, a qualificação não foi das melhores com seus respctivos carros não avançando. Talvez a situação mais critíca tenha sido o do Ferrari #86 da GR Racing, onde está Daniel Serra, que não foi para a qualificação por conta de problemas - que apareceram no TL1 - e não foram resolvidos à tempo para o qualy. Sairá de último. 

Abaixo, os oito melhores de cada classe que avançam para o Hyperpole.


ADENDO: Devido a rodada no final da qualificação, que acabou deixando o Toyota #7 encalhado na brita, os comissários decidiram desqualificar o carro japonês que sairá de último. O #12 da Jota entra para a Hyperpole.




92ª 24 Horas de Le Mans - Toyota a mais rápida no primeiro treino livre

 

(Foto: Toyota Gazoo Racing/ X)

A Toyota iniciou os trabalhos da melhor forma possível em La Sarthe. Através do GR010 #8 eles cravaram a marca de 3'26''013, ficando mais de meio segundo à frente do Porsche 963 #12 do Hertz Team JOTA que chegou liderar parte da sessão que durou três hora. O outro Toyota #7 esteve em terceiro até o final da prática, quando foi desalojado pelo BMW M #15 do Team WRT - que ficou em terceiro - e pelo Porsche 963 #99 da Proton Competition. 

Os Porsche Penske Motorsport ficaram do meio para trás da tabela - talvez visando a qualificação de daqui a pouco que começará às 14 horas daqui. O melhor deles foi o de #5 que marcou 3'27''672. 

Nesta classe, oito carros ficaram no mesmo segundo enquanto que o Isotta Fraschini foi o mais lento de todos eles com mais de sete segundos de atraso. 

Na LMP2 o #14 da AO by TF ficou com a melhor marca da classe atingindo o tempo de 3'34''245, meio segundo melhor que o #30 da Duqueine e seis décimos a frente do #23 da United Autosports. Apesar de ser uma classe bem equilibrada, dessa vez houve uma grande disparidade com apenas os quatro primeiros ficando no mesmo segundo. 

Na LMGT3 o #87 da Akkodis ASP Team pegou a primeira posição dessa sessão no finalzinho, desbancando os dois Mclaren que ficaram um tempo nas duas primeiras posições. O Lexus #87 ficou com a marca de 3'57''808, seguido pelos Mclaren da esquipes Inception Racing (#70) e pelo da United Autosports (#59). Foi quase 1 segundo de avanço. 

Essa sessão foi marcada por muitas paradas na pista e também por inúmeras punições, seja por excesso de velocidade nos pits, seja por desrespeitar zonas em bandeiras amarelas. 

Uma das vermelhas foi causada por um incidente com o Cadillac #2, com Alex Lynn ao volante, quando rodou na Tertre Rouge. 

 Os carros voltam à pista a partir das 14 Horas (horário de Brasília) para a qualificação. 

Abaixo os dez melhores de cada classe:





sexta-feira, 7 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Pesagem, Dia 1

O inicio das pesagens na Place de La République
(Foto: Antonin Vincent/ ACO)


As atividades para a 92ª Edição das 24 Horas de Le Mans iniciam não exatamente na mítica pista, mas ali próximo na Place de La République onde já é um local de peregrinação - um dos - para os fãs do motorsport em geral, especialmente os do Endurance. 

Nesse primeiro dia de pesagem tivemos 37 carros para a tradicional verificação, contando com os Hypercars, LMP2 e GT3. 

Abaixo, algumas palavras de pilotos e dirigentes.

BMW

Uma das principais marcas do motorsport tem o seu retorno à Sarthe neste ano. A BMW volta ao local onde conquistou a sua única vitória na geral em 1999, quando o V12 LMR conduzido por Yannick Dalmas/ Pierluigi Martini/ Joachim Winkelhock deram a grande conquista à marca bávara. Passados 25 anos, eles retornam para tentar beliscar novamente essa conquista, mas sabem que tem muito trabalho a ser feito com o BMW M Hybrid V8. Vincent Vosse, chefe da BMW M Team WRT, comentou sobre esse retorno da marca à classe mais alta do WEC: “Quando um fabricante entra em Le Mans é para jogar na vanguarda. Este ainda não é o nosso caso. Esta é a nossa primeira temporada no FIA WEC. Ainda temos muito que descobrir sobre o carro, mas aos poucos estamos nos aproximando das nossas ambições ”

Com a presença da esquadra da BMW por lá, não podia faltar Valentino Rossi. O nove vezes campeão da MotoGP fará sua estréia nas 24 Horas de Le Mans à bordo do BMW M4 LMGT3 #46 junto de Ahamad Al-Harthy e Maxime Martins esteve nesta pesagem e aproveitou para falar sobre a expectativa da estréia em Sarthe, agora como piloto de endurance: "Eu tinha em mente dirigir um carro depois da minha carreira de motociclista. Estou feliz e animado por estar aqui. Eu não sei o que esperar. No ano passado participei no Road to Le Mans, mas as 24 Horas são outra história! Espero que sejamos competitivos e que possamos lutar pelos lugares importantes durante a corrida”

 

LAMBORGHINI

Ainda na tentativa de se achar no mundial, a Lamborghini terá um grande desafio em Sarthe que é mostrar um bom andamento de seus dois SC63 na pista francesa. Até aqui, não tem sido uma jornada tão fácil para eles na classe dos Hypercars e Emmanuel Esnault, que comanda equipe, reconhece as dificuldades e espera ter uma boa jornada na clássica francesa: “O objetivo é terminar a corrida . O nível e a qualidade da grelha obrigam-nos a ser realistas. Se terminarmos sem cometer erros e passando o mínimo de tempo possível nos boxes, será uma grande satisfação. Os pilotos têm feito um trabalho extraordinário desde o início da temporada, pois não cometeram erros em pista, apesar de um carro nem sempre fácil de conduzir porque está em desenvolvimento. Isto prova que fizemos as escolhas certas em termos de recrutamento.

As garotas da Iron Lyx, que estarão no comando do Lamboghini Huracan LMGT3 EVO2, Sarah Bovy/ Michelle Gatting/ Rahel Frey, tem uma expectativa mais alta na classe GT3 justamente por suas ótimas prestações nesta classe e, claro, lembrando que em 2023 tiveram uma ótima chance na corrida. Sarah Bovy comentou sobre essa nova oportunidade: “É hora de o pódio ser nosso. No ano passado acreditamos nisso até aos últimos 45 minutos e depois terminamos em quarto. Daremos 1000% para ter uma corrida limpa. A motivação é alta e teremos orgulho em oferecer um bom resultado ao nosso time e aos nossos torcedores.

 

Team Hertz Jota

Uma vitória muda e muito o ambiente e a equipe da Hertz Team JOTA sabe muito bem disso após conquistarem as 6 Horas de Spa Francorchamps, tornando-se a primeira equipe particular em anos a vencer na geral do WEC. No entanto, o ótimo andamento deles não é de hoje: em 2023 chegaram liderar e por um tempo foram os melhores da horda de Porsche 963 que estava em pista nas 24 Horas do ano passado. Portanto, é uma equipe que entra com certo favoritismo e eles sabem disso, como demonstra o campeão mundial de Fórmula 1 de 2009 Jenson Button: "Os particulares podem competir com as equipes oficiais. Estou convencido de que temos o mesmo equipamento que o Porsche Penske Motorsport ou o Proton Competition. Estamos aqui para vencer. O Porsche 963 é capaz disso e provou isso em Spa-Francorchamps"

 

Alpine

Apesar de correrem em casa e estarem de volta à classe principal após um ano na LMP2, a Alpine Endurance Team sabe que ainda tem muito o que trabalhar em seu novo A424. No entanto, eles tem no veterano de guerra Nicolas Lapierre um entusiasmo mesclado com cautela para essa edição. E será a partir do Test Day deste domingo, que eles verão onde o carro estará em relação aos concorrentes para que possam tomar o melhor acerto. Com a palavra, Nicolas Lapierre: "Não vai ser fácil, porque a competição é acirrada e enfrentamos monstros do automobilismo. Nesta temporada, a equipe vem se fortalecendo cada vez mais. Estamos progredindo à medida que avançamos. No domingo, durante o Dia de Teste, veremos o desempenho do carro nesta pista, após o qual teremos a semana inteira para melhorá-lo. É complicado dizer quando poderemos chegar ao pódio ou vencer as 24 Horas, mas daremos tudo para chegar lá o mais rápido possível."

 

Cadillac

Uma das fabricantes que podem muito bem chegar em Sarthe e derrubar as tradicionais marcas que já venceram Le Mans algumas vezes, é a Cadillac que terá em pista três Cadillac Serie V.R em duas equipes (oficial e a semi, pela Whellen). É a oportunidade para que possam fazer um papel muito melhor que o de 2023, quando ficou claro que tinham carros rápidos, mas por azares e acidentes, ficaram de fora da disputa direta. Mas salvaram a terceira e quarta colocações na ocasião. O outro veterano de Le Mans e quatro vezes campeão da Indycar Sebastien Bourdais, comentou sobre as chances nessa edição: "Temos uma melhor compreensão do nosso carro, que evoluiu em termos de configurações e sistemas. Gastamos muita energia otimizando isso, porque o sucesso está nos detalhes. Com 23 carros inscritos na categoria, a dificuldade é muito alta. Queremos fazer melhor do que em 2023, e fazer melhor significa vencer!

 

Peugeot

Aqui está uma equipe sedenta em voltar aos seus dias de glória no endurance mundial e tiveram um inicio promissor na etapa de abertura no Qatar quando chegaram liderar com o 9X8 - que ainda usava a configuração sem asa - e travar um duelo sensacional com Porsche e Ferrari pela vitória. Com uma nova configuração para o 9X8, que desde a etapa de Ímola está usando asa traseira e outras melhorias, e mais outras novidades para essa corrida em Le Mans, eles esperam um desempenho próximo ou melhor do que foi apresentado em Losail na abertura do campeonato. E ainda povoa na mente de todos da equipe a surpreendente liderança do carro na edição centenária de 2023. Jean Eric Vergne comentou sobre as novidades e expectativas para essa edição 2024: “Estou bastante confiante, porque as mudanças que fizemos nos tornarão mais fortes. No ano passado tivemos uma boa surpresa na corrida que liderámos na sua primeira parte. Espero que seja assim novamente este ano. Teremos uma primeira parte da resposta no domingo.”

As pesagens continuam amanhã com os outros 25 carros restantes.


sexta-feira, 17 de maio de 2024

4 Horas de Interlagos - Solidariedade e vitória para Queirolo e Muffato

 

Enfim, a vitória de Pedro Queirolo/ David Muffato
(Foto: Paulo Abreu)

Em Goiânia, quando o Império Endurance Brasil abriu a temporada 2024, tudo parecia caminhar bem para uma tranquila e imponente vitória do AJR #35 conduzido por Pedro Queirolo/ David Muffato. O ritmo convincente dessa já  veterana dupla parecia intocável, até que problemas numa das portas e mais tarde numa das rodas, tiraram deles a oportunidade de iniciar a campanha no mais alto do pódio. Não se pode negar que foi um duro golpe para eles e a TMG Racing, que gerencia o AJR verde e preto nesta temporada, mas Interlagos lhes reservou uma retomada importante e emocionante, já que a volta final foi bem dramática. 

Essa corrida foi pautada especialmente pela economia de combustível, já que pelos cálculos de algumas equipes a possibilidade de até dois Splash & Go era considerável. Portanto, que conseguiu ter um ritmo mais cadenciado no inicio poderia tentar apenas uma rápida. Esse foi o caso de Queirolo/ Muffato que optaram em usar pneus da etapa anterior no inicio da corrida - com David no comando - e apenas administrar bem o carro para que no decorrer das horas seguintes apenas aumentasse o ritmo e fosse buscar o melhor resultado. O longo Safety Car já nas primeiras voltas da corrida foi uma benção dos céus para esta dupla - este foi ativado após o forte acidente de Marco Pisani com o Ligier #22 da KTF no final da reta oposta - o que ajudou bastante nessa economia. Faltando duas horas para o final eles já estavam entre os três primeiros e liderando na geral e mesmo que houvesse a oposição do AJR #444 de Vicente Orige/ Sarin Carlesso e mais adiante do Ligier #117 de Guilherme Botura/ Gaetano Di Mauro, a dupla do carro #35 estava afinadíssima para abrir uma boa vantagem, que foi crucial para uma dramática volta final onde questões de combustível e ABS assustaram a todos da equipe TMG. David Muffato elogiou a equipe e todo trabalho, destacando, também, a apreensão na derradeira volta: “A equipe está de parabéns, foi fantástico. Mas sem emoção, não tem graça. Na última volta, tivemos um problema e o carro começou a ter uma falha, o Pedro virou 10, 12 segundos mais lento, mas deu tudo certo”. Pedro Queirolo, que finalizou a prova e esteve no olho do furacão naquela volta final, também fez seu comentário daquela situação: “Nas duas últimas voltas, achei que o combustível poderia não bastar. Ainda tivemos um problema no ABS. Na última curva, o carro estava falhando, mas de repente cresceu. Na etapa passada, passamos sufoco, mas essa é nossa”. Foi uma importante vitória para esta dupla após a decepção em Goiânia e olhando bem, o leque de estratégias que eles possuem, aliados a conhecida velocidade, é uma dupla que entra forte na busca desse tão sonhado título. Para a TMG, que até ano passado gerenciava o Mclaren da equipe Blausiegel, foi a primeira vitória na P1 e melhor: casaram de forma imediata com os protótipos. 

A conquista de Queirolo/ Muffato não significou que esta corrida tivesse um favorito disparado. O Sigma #12, pilotado por Sergio Jimenez/ Marcelo Vianna/ Christian Rocha teve um ótimo inicio ao liderar praticamente toda primeira hora, mas problemas elétricos e outros percalços durante a prova, os tiraram da briga pela vitória - ainda teve outro Sigma P1 de #11 conduzido por Henrique Assunção/ Fernando Ohashi/ Emilio Padron, que receberam esse carro de Jindra Nicolau para que pudessem competir nessa etapa. A FTR, equipe pela qual este trio compete, foi uma das afetadas pela enchente no Rio Grande Sul assim como a Mottin, que também não pode estar nessa etapa pelo mesmo motivo. Voltando ao trio do #11, eles também tiveram uma prova bem atribulada após a primeira hora quando problemas hidráulicos apareceram constantemente, forçando algumas paradas do protótipo de cor azul pela pista. 

Além da conquista do AJR #35, os outros dois que estavam presentes tiveram um bom andamento. O de #30 da Power Imports, pilotado por Alexandre Finardi/ Rafael Martins, enfrentou problemas no sábado durante a qualificaão, mas na corrida, com Rafael Martins no comando, a ritmo foi excelente chegando a ocupar a segunda posição em certo momento, mas problemas no motor acabou deixando o protótipo branco de fora da corrida. O AJR #444 da JLM pilotado por Orige/ Carlesso saiu na pole, mas perderia a liderança ainda nas primeiras voltas para o Sigma #12. No entanto, o ritmo da dupla era muito bom, mas acabariam perdendo três voltas para o líder no decorrer da corrida e isso os deixaria de fora da briga - o que foi uma pena, afinal tinham um jogo de pneus novinho e podiam, quem sabe, entrar na briga pela vitória em Interlagos. 

O Ligier de Leandro Ferrari/ Guilherme Moraes
(Foto: Paulo Abreu)
Os Ligier estiveram bem, ainda que dois dos cinco carros franceses caíssem durante a corrida por conta de acidentes. O #22 da KTF Sports, pilotado por Renan Guerra/ Marco Pisani e que foram os vencedores da corrida de abertura, ficaram de fora logo de cara após o acidente de Pisani no final da
reta oposta. Apesar do forte acidente - que não foi explicado e a camera não captou - Marco saiu andando do carro. O outro Ligier, o de #22 da Autlog - gerenciado pela BTZ - pilotado por Leandro Ferrari/ Guilherme Moraes esteve muito bem na corrida e sempre entre os primeiros. Talvez aparecesse a oportunidade na parte final da corrida quando fez o ultimo pit-stop, mas ao sair dos boxes acabou exagerando e batendo na barreira de pneus da pista de rolamento, decretando o abandono da dupla. 

Dos outros três Ligier restantes, o #42 da equipe Foresti Sport, conduzido por Lucas e Victor Foresti, fechou em sétimo e isso garantiu ao Victor a vitória na subclasse "Endurance Legends" destinado a pilotos acima de 50 anos. Para os outros dois a disputa foi mais árdua, com os Ligier #117 de Botura/ Gaetano e #9 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes precisando recuperar voltas para que pudessem entrar na briga pela vitória, o que proporcionou uma aula de pilotagem dos quatro pilotos, especialmente de Gaetano - que conseguiu entrar na volta do #35 e quase consegue a vitória - e da dupla formada por Xande e Marcos, que ainda tiveram que lidar com um furo de pneu no inicio da corrida e também com problemas elétricos e na bomba de combustível. Mas o terceiro lugar foi festejado: “O terceiro lugar foi ótimo para o campeonato, já que saímos daqui na vice-liderança e bem próximos dos primeiros colocados”, comentou Marcos Gomes. Xandinho Negrão também destacou o bom resultado, perto do que foram as adversidades que eles tiveram: “Não foi a corrida que a gente sonhava, mas estamos vivos na disputa pelo título e tenho certeza de que, na próxima, vamos evoluir mais”. “Não dá para reclamar de nada hoje, não. O terceiro lugar, perto de tudo o que passamos, foi bem positivo. Ficamos a somente dez pontos da liderança, então acho que devemos sair daqui com motivos para comemorar”.

Estreia com vitória para Suzuki/ Baptista

Uma importante vitória para a dupla Rafael Suzuki/ Ricardo Baptista
(Foto: Paulo Abreu)

Infelizmente essa classe GT3 esteve bem esvaziada mais uma vez, mas isso não privou de termos uma corrida bem interessante entre as duas Mercedes da RC Competições vs o novo Porsche 911 GT3 R 992 da Stuttgart Motorsport. 

A vitória da dupla Rafael Suzuki/ Ricardo Baptista com o Mercedes AMG GT3 #27 foi construída a partir da pole position e estiveram muito bem no controle ao suportar a pressão inicial do Porsche #55 e depois para abrir uma volta de vantagem sobre os demais competidores dessa classe para chegar a uma confortável conquista. Rafael Suzuki, que fez a sua estreia com pela GT3, tendo passado um bom tempo andando com o AJR da Power Imports, falou sobre essa conquista e também de todos os problemas que os gaúchos tem enfrentado nestes últimos dias: "Agradeço a receptividade da equipe RC e também ao Ricardo Baptista. Estrear com vitória e ainda por cima em Interlagos é sempre especial, sou grato pela oportunidade. Dedico ao pessoal da Edenred, nossos parceiros aqui na Endurance, eles têm muitos colaboradores no Rio Grande do Sul e eu tenho muitos amigos também por lá. Foi uma semana difícil para o povo gaúcho, de muita solidariedade nesse momento difícil, então eu dedico essa vitória para eles também." Ricardo Baptista também comentou sobre esta vitória: "Foi muito boa a corrida, tivemos um pouco de sorte com o safety entrando durante a nossa parada do box. Infelizmente não conseguimos fazer a primeira etapa por conta da chegada do carro que demorou mais do que esperávamos." A equipe RC ainda teria o outro Mercedes de #83 de Marco Billi/ Maurizio Billi/ Max Wilson em segundo. 

O novo Porsche 911 GT3 R 992
(Foto: Paulo Abreu)
O novo Porsche 911 esteve com bom ritmo e na parte final pressionou o Mercedes #83 na briga pela
segunda posição, mas acabou recuando e ficando em terceiro. Mas as impressões dos três pilotos - Ricardo Mauricio/ Marcel Visconde/ Marçal Muller - foram as mais positivas do carro que deve ter uma nova configuração de câmbio para a etapa de VeloCittà:

Marcel Visconde: "O carro é muito confortável e apresentou dirigibilidade superior. Me senti bem menos desgastado após mais de uma hora de corrida. Mas é um carro que oferece muitos ajustes, que ainda precisamos estudar mais. Para a próxima etapa teremos uma nova relação de câmbio, mais curta".

Ricardo Maurício: "O carro se comportou muito bem e surpreendeu pelo ritmo, considerando que tivemos pouco tempo de pista para trabalhar nele. Mas depois de ajustes no câmbio é carro para conquistar a vitória"

Marçal Muller: "O carro tem muito downforce, o que melhora muito o compartimento nas curvas"

A outra Mercedes AMG presente na corrida foi a de #63 de Guilherme Ribas/ Sergio Ribas que ficou em quarto nessa classe.


Vitória tranquila para a Porsche na GT4

Apesar da perda da pole, Allan Hellmeister/ Jacques Quartiero conseguirama vitória na classe
(Foto: Paulo Abreu)


Apesar de alguns momentos onde o Audi da Eurobike/ MC Tubarão esteve na liderança por conta das paradas de box, essa classe teve um amplo domínio dos dois Porsche 718 Cayman Sportclub desde a qualificação até a bandeirada final. A pole desta classe ficou reservada o #718 conduzido pelo quarteto formado por Kreis Júnior/João Tesser/Giuliano Bertuccelli/Eric Santos, uma vez que esta posição parecia ser certeira para a dupla do outro Porsche de #21 de Jacques Quartiero/ Allan Hellmeister e o próprio Allan comentou sobre isso: “A perda da pole foi um tapa na cara da humildade para a gente. Fomos bem nos treinos, mas não conseguimos fazer a pole”. Mas na corrida, a dupla do #21 conseguiu assumir a liderança logo de inicio e administrou bem a vantagem, já que o do quarteto do #718 enfrentou um furo de pneu no começo e isso os deixou em desvantagem.

Hellmeister elogiou o companheiro de equipe:  "O Jacques fez um ótimo terceiro stint e me entregou o carro numa posição muito competitiva. Aí foi só administrar os pneus e todo o equipamento. Nossa vitória realmente veio do stint do Jacques". 

Quartiero destacou a temperatura da pista e o bom comportamento do #21 nesta condição: "Apesar de a pista estar bem quente, conseguimos manter um bom ritmo, porque o carro estava muito bom". 

A segunda posição, assim como em Goiânia, ficou para o #718 e Giuliano Bertucelli demonstrou a sua satisfação em estar nas provas de Endurance, assim como destacar o bom carro que tem em mãos: "Estou gostando muito de correr no Endurance. O carro é muito bom de pilotar".

A trinca da Eurobike/ MC Tubarão: bom presságio
(Foto: Paulo Abreu)
Por mais que o ritmo não esteja dentro do ideal, os três carros levados pela Eurobike/ MC Tubarão para
Interlagos - 
o BMW M2 CS #64 pilotado por Enzo Visconde/ Kim Camelo; o Audi RS 3 LMS #5 com Henry Visconde, Tiel Andrade e Felipe Steyer no comando; e o BMW 320i #89 conduzido por Fernando Rebellato e Rodrigo Garcia - trouxeram boa sensação para os pilotos e equipe, dando um interessante horizonte para as próximas etapas. Henry Visconde comentou sobre os desempenhos: “Houve um pequeno contratempo com o Audi RS 3 LMS devido a uma sobrepressão de óleo, mas foi prontamente resolvido. O BMW 320i também surpreendeu positivamente, apesar de necessitar de alguns ajustes nos freios. Estou satisfeito com os resultados e acredito que aprendemos valiosas lições internas para a próxima corrida".

Além das duas primeiras posições terem sido ocupadas pelos carros da Stuttgart, a terceira posição ficou para o BMW#64 de Visconde/ Camelo. 


A vitória da Solidariedade em Interlagos

Foram mais de 20 toneladas de donativos arrecadados em Interlagos juntando os dois eventos - Porsche Club e Império Endurance Brasil - mostrando que a categoria, mais uma vez, esteve na ponteira da solidariedade, agora para ajudar a todos do Rio Grande Sul frente a mais grave de todas as enchentes que aquele local já passou. 

De lembrar que a categoria foi a primeira a retornar e iniciar a campanha durante o período da pandemia em 2020, quando iniciou o campeonato e Interlagos no segundo semestre e junto a campanha de arrecadação para ajudar aqueles que passaram momentos apertados por conta da pandemia. 

Mais uma vez eles estiveram na liderança, que pôde ser vista, também, entre as próprias equipes, já que Jindra Kraucher emprestou um dos Sigma G5 P1 para que o trio formado por Henrique Assunção/ Fernando Ohashi/ Emilio Padron pudessem competir nessa etapa, já que a FTR não pôde vir. “A Tech Force monta tão bem os carros que não teremos grandes dificuldades. Contaremos com a colaboração de mecânicos em São Paulo e esse é o espírito: colaboração mútua para superarmos as dificuldades diante da crise”, destacou Jindra. 

As ações de arrecadações continuaram por todo restante dessa temporada. 

A próxima etapa, as 4 Horas de Velocittá, será nos dia 15 de junho.


terça-feira, 19 de março de 2024

4 Horas de Goiânia - Uma estreia e tanto para Renan Guerra e Marco Pisani

Um inicio promissor: Marco Pisani/ Renan Guerra vencendo na estreia deles com Ligier e na classe P1
(Foto: Bruno Terena)

O autódromo de Goiânia mostrou mais uma vez que é território restrito da Ligier. Desde a estréia do modelo JS P320 em 2022 através da equipe BTZ, que foi a pioneira em trazer o modelo LMP3 francês para cá, o protótipo perdeu apenas uma etapa. A forte adaptação ao local e também as altas temperaturas de Goiânia, rederam frutos impressionantes para um carro que tem crescido bastante no gosto dos pilotos e chefes de equipes, tanto que nesta etapa de abertura do Império Endurance Brasil outros três modelos fizeram seu debut: a Autlog trouxe um para o trio formado por André Moraes Jr/ Flavio Abrunhoza/ Leandro Ferrari; a novata Foresti Sport tem o seu que foi pilotado por Victor Foresti/ Lucas Foresti; e a KTF Sports com um destinado à Marco Pisani/ Renan Guerra que, assim como os outros que também estreariam com o modelo JS P320, eram oriundos da GT4 - isso sem contar no retorno do Ligier da equipe FTR conduzido por Claudio Ricci/ Fernando Poeta/ Andersom Toso, que voltam à categoria após o carro ter tido um incêndio na etapa de Cascavel ano passado. Juntando estes quatro ao outros dois Ligier, que já estão consagrados nas mãos da BTZ (que são os campeões da categoria com Gaetano Di Mauro/ Guilherme Bottura) e da AMattheis (Xandinho Negrão/ Marcos Gomes), o contingente de seis carros franceses para competir contra os AJR e Sigma, abrem uma ótima perspectiva de como será este campeonato de endurance. 

Os treinos livres deram uma tônica de como poderiam ser estes trabalhos, com Renan Guerra/ Marco Pisani conseguindo cravar o melhor tempo na quinta com o Ligier #31 e com uma ligeira diferença de 88 milésimo sobre o AJR #444 de Vicente Orige/ Sarim Carlesso e de 3 décimos sobre o outro AJR #35 de Pedro Queirolo/ David Muffato. Os demais treinos livres ainda mostraram bastante desse equilibrio, ainda que pese o domínio dos AJR: no segundo treino livre a melhor marca foi de Alexandre Finardi/ Nicolas Costa/ Pedro Maldi com o AJR #30 e no terceiro treino livre foi a vez do AJR #35 de David Muffato/ Pedro Queirolo assumirem a dianteira. 

Esse melhor tempo da dupla que estreou pela TMG Racing nesta temporada, após um bom tempo pela JLM Racing, foi um ótimo presságio para eles já que na qualificação a dupla do AJR #35 acabaria ficando com a pole. Foi um momento muito importante para Muffato e Queirolo, que estão iniciando essa nova jornada na nova equipe. “Estamos aliviados! Acho que fazia dois anos que não largávamos na pole position. Sofremos muito com problemas de motor nos últimos anos. Para começar em uma nova equipe é muito bom”, destacou Pedro Queirolo. 

Essa felicidade da dupla se converteria num inicio vertiginoso e convincente através do bom andamento do AJR #35 que abriu ótima vantagem já no início de prova sobre o AJR #444 de Orige/ Carlesso - que são da JLM Racing, antiga equipe de Muffato/ Queirolo. O carro não deu nenhum sinal de fraqueza, com ambos os pilotos conseguindo um bom ritmo em seus stints sem nunca deixar cair o rendimento mesmo com o forte calor. Infelizmente, num dos últimos pit-stops, o pneu traseiro esquerdo não teve a porca bem fixada e eles acabariam perdendo muito tempo no box, jogando fora a chance de vencer uma corrida que estavam em suas mãos. Para completar o pacote de azares,a porta do lado esquerdo não fechava, mas isso era o de menos: o período perdido ali foi crucial para que o melhor carro da prova não ficasse com a vitória. 

Este domínio do AJR #35 por quase toda a prova deixou bem claro que, para alguém sonhar com algo melhor, teria que torcer para que o carro tivesse algum problema. Com esse azar (mais um) de Muffato/ Queirolo, a corrida ficou em aberto para dois Ligier: Marcos Gomes/ Xandinho Negrão estiveram brilhantes nessa corrida com um ritmo muito forte, sendo a segunda dupla mais veloz da corrida, mas ficava claro que uma vitória era bem mais dificil por conta dos implacáveis Pedro Queirolo/ David Muffato. Com o problema destes, o caminho parecia aberto para a vitória, mas eles precisavam de um Splash & Go para completar a corrida e se isso fosse feito em Safety Car, a chance de ganhar era enorme, mas em bandeira verde, a situação tornaria-se irreversível. Esse SC nunca veio e eles precisaram entrar para a sua parada rápida para completar o tanque. A chance de Renan Guerra/ Marco Pisani no outro Ligier #31 tinha aparecido.

A corrida feita por Guerra/ Pisani foi brilhante também. Ao mesmo modo de seus outros dois rivais, eles estavam num ritmo muito bom com os dois pilotos, sendo que Renan conseguia poupar bastante o combustível e Pisani conseguia andar extremamente rápido quando era preciso. A boa economia feita por Guerra, aliado a ótima velocidade de Pisani, deu uma janela importante para eles já que não precisariam parar mais para um reabastecimento rápido no final da corrida. Pisani foi sensacional em sua condução no stint final, levando muito bem o carro a uma vitória importante ao lado do também brilhante Renan Guerra, que esteve espetacular quando tomava posse do Ligier. Pisani destacou bem essa inédita conquista deles na classe principal: “Inacreditável. Acho que ainda não caiu a ficha. A gente teve pouco tempo com o carro, mas contamos com o apoio da equipe (KTF Racing). O resultado aqui foi feito fora da pista. Foi 90% fora da pista e 10% na pista. É incrível sair da GT4 onde a gente toma 5, 7, 8 voltas dos protótipos. Fazer isso tudo com concorrentes de peso, pilotos sensacionais de primeira categoria… não tenho nem o que falar. Só quero agradecer”.

A segunda posição para o Ligier #9 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes pode ter soado como uma vitória para eles já que a classificação foi sofrível, mas ainda assim não foi tão satisfatório: “Foi um fim de semana com uma performance bem aquém do esperado, do que a gente tem de equipe e pilotos. Conseguimos ainda salvar um P2 super importante para o campeonato. A estratégia foi perfeita. Agora é trabalhar para voltar a 100% da nossa velocidade e disputar esse campeonato, que tem tudo para ser o mais competitivo da história da P1” destacou Marcos Gomes. O engenheiro da equipe, Guilherme Gonçalves, reforçou a ideia de melhorar muitos pontos que foram abaixo nessa etapa de abertura: “Certamente temos uma lista de coisas bem grande a fazer para a próxima etapa, principalmente do ponto de vista de performance do carro. Algumas mudanças que a gente decidiu fazer do ano passado para esse certamente não corresponderam e precisamos trabalhar para buscar mais performance”

Os demais Ligier tiveram diferentes destinos: enquanto que dois estavam na briga pela vitória, o #42 da Foresti Motorsport, com Lucas Foresti/ Victor Foresti, tinham terminado na quinta posição, mas acabaram levando dez voltas de acréscimo ao final da prova por não terem cumprido um procedimento numa das paradas de box. Inicialmente, com essa punição, cairiam para oitavo, mas acabaram entrando com recurso e a penalização foi retirada, voltando, assim, a quinta posição. Os Ligier das equipes BTZ e FTR abandonaram com problemas mecânicos.

A TechForce, que comanda as ações do Sigma G5 P1 #12, também enfrentou alguns percalços nessa etapa, mas a sua parte final foi forte o suficiente para garantir a terceira posição com o trio formado por Marcelo Vianna/ Christian Rocha/ Sergio Jimenez. O inicio da corrida para eles pareci bem forte, mas tiveram uma queda de performance que o fizeram despencar na classificação e, no decorrer da prova, ainda tiveram que lidar com o vazamento intenso de óleo do AJR #444 que sujou bastante o para-brisa do carro. O chefe da equipe e que também estava inscrito neste caso acontecesse algo com algum dos pilotos, Jindra Kraucher, falou sobre o desempenho da equipe nessa etapa: “O problema do óleo acabou com o stint do Marcelinho. Ainda por cima, quando o Christian assumiu para o seu stint, o Safety Car passava pela reta e ficamos presos mais uma volta na saída dos boxes. Mas eu diria que estava ruim e ficou bom. O carro estava perfeito, o Serginho [Jimenez] andou rápido e constante como sempre, o Christian que era novato fez um ótimo stint, muito constante e sem erros. Saímos satisfeitos de Goiânia e motivados para fazer melhor na próxima etapa”. O outro Sigma G5 P1 #11 da equipe FTR Motorsport, pilotado por Emilio Padron/ Fernando Ohashi/ Henrique Assunção, teve problemas na qualificação e fizeram uma boa prova de recuperação, conseguindo fechar na sexta colocação e vencendo na subclasse "P1 Legends"

Os AJR poderiam muito bem ter conseguido bons resultados com três dos quatro carros presentes, mas apenas o #35 de Muffato/ Queirolo é que teve a grande chance de vencer e que não aconteceu por motivos já citados mais acima. O #444 da JLM Racing de Orige/ Carlesso sofreram bastante com o vazamento de óleo - que gerou algumas reclamações de outros competidores - o que forçou algumas visitas a mais nos boxes para reposição de óleo; o AJR #30 da Power Imports, pilotado por Alexandre Finardi/ Nicolas Costa/ Pedro Maldi, teve um inicio bem promissor com o ritmo muito forte de Nicolas Costa, mas depois passaram a ter problemas no câmbio e em seguida com a asa traseira pra mais tarde abandonarem; o terceiro AJR, #26 da Mottin Racing de Adriano Baldo/ Gustavo Martins/ Oswaldo Sheer, tiveram problemas desde o inicio da corrida e abandonaram na volta 26 com problemas no motor.


Vitória para a Porsche na GT3 e GT4

Uma vitória tranquila na despedida do multi campeão 911 GT3 R
(Foto: Ricardo Saibro)


Essas duas classes ficaram bem esvaziadas devido aos problemas com os envios dos demais carros, que estava na Alemanha para revisão, não conseguirem chegar a tempo por conta da greve naquele país. Dessa forma, a classe GT3 se viu com apenas três carros - o Porsche 911 GT3 R #55 da Stuttgart Motorsport (Marcel Visconde/ Ricardo Mauricio/ Marçal Müller); o Mercedes AMGT GT3 #83 do Team RC com Maurizio Billi/ Marco Billi/ Max Wilson; e o outro Mercedes AMG GT3 #63 da Tech Force conduzido por Guilherme Ribas/ Sergio Ribas.

Nessa classe a vitória ficou para o Porsche #55 após uma prova tranquila que o trio, vencedor das Mil Milhas,  conseguiu manter sob controle e contou com problemas no Mercedes #83 que acabou abandonando na volta 103 quando Max Wilson estava no comando. A segunda posição ficou para o Mercedes #63. 

Os três pilotos do Porsche #55 comentaram sobre essa conquista na abertura do campeonato:

Marcel Visconde: “Foi uma vitória merecida da equipe. Cumprimos nosso dever de colocar o carro no grid e de fazer as quatro horas de prova. Estamos muito contentes porque fizemos nosso trabalho e o resultado foi colhido”.

Marçal Müller: “Foi um ótimo fim de semana. É bom começar o ano vencendo e marcando pontos importantes para o campeonato”.

Ricardo Mauricio: “Começar vencendo é muito bom. Tomara que o carro novo chegue a tempo de podermos entendê-lo e, quem sabe, conseguir mais vitórias e mais um título na GT3”.

Para este modelo GT3 R, que venceu o campeonato da classe em 2023 e ganhou as Mil Milhas em janeiro passado, é o canto do cisne, já que a principio não estaria em Goiânia, mas o atraso na chegada do novo GT3, acabou sendo recrutado para levar este trio à conquista mais uma vez.

Na GT4 a Porsche teve uma disputa caseira, já que, à exemplo da GT3, também estava esvaziada. O dois 718 estiveram na ponta em diversas situações, mas a vitória acabou ficando para o #21 pilotado por Allan Hellmeister/ Jacques Quartiero - que ainda pagaram um punição por terem ficado menos tempo numa das paradas de box. Eles contaram com problemas no ABS do gêmeo #718 pilotado por Luiz Landi/ Eric Santos/ Giuliano Bertucelli (João Tesser pilotaria também, mas na noite anterior foi diagnosticado com dengue e não pôde correr), que teve essa avaria por conta de algum detrito que teria rompido o chicote do dispositivo. "O suporte falhou, o chicote do ABS ficou pendurado e raspando no pneu, até o momento em que partiram-se os fios do sensor de velocidade de roda. Aí dá falha do ABS. O freio continua funcionando normalmente, mas você não tem o sistema de ABS e tem que desligar o sistema para que não fique dando alarme e atrapalhando o piloto", disse Felipe Grizzi, engenheiro e chefe da equipe Stuttgart Motorsport.

Vitória do professor e aluno, já que Hellmeister foi instrutor do Quartiero no inicio de carreira
(Foto: Ricardo Saibro)


Os pilotos dos dois 718 comentaram sobre o desempenho nessa prova:

Jacques Quartiero: “Estou muito emocionado. O Alan foi meu professor quando comecei a treinar para estrear no automobilismo. Só agora conseguimos correr juntos. Foi uma corrida difícil porque tivemos uma penalização, mas no fim tudo deu certo”.

Alan Hellmeister: “Foi nossa primeira prova juntos e começamos com vitória. Estou muito contente, é um ótimo começo.”

Luiz Landi: “Nosso problema foi o rompimento do chicote do sensor do ABS, devido a algum atrito. Fiz todo o último stint sem ABS e por isso eu tinha que frear antes, e às vezes alguma roda travava. Dei uma rodada no fim da reta e por sorte não aconteceu nada, pude voltar para a corrida. ‘Peguei a mão’ do carro sem ABS e consegui andar rápido, mas perdemos a liderança da GT4”.

Giuliano Bertucelli: “Foi muito legal, até mais do que eu imaginava. O carro é muito gostoso de pilotar. Chegamos a liderar, mas tivemos uma pane e o carro andou boa parte do tempo sem ABS. Já estou pensando na próxima corrida!”.

Eric Santos: “Larguei e consegui estabelecer um ritmo legal de corrida. Foi uma estreia, precisei aprender a lidar com o tráfego. Estava muito quente, e nessas horas ter ar condicionado dentro do carro sempre ajuda!”.

Na terceira posição ficou o BMW M2 Clubsport #64 da MC Tubarão e pilotado por Henry Visconde/ Enzo Visconde/ Kim Camelo. Este trio nem pôde largar, já que tiveram problemas eletrônicos, mas os problemas foram resolvidos e assim conseguiram entrar para a corrida.

Para a próxima etapa, que será realizada em Interlagos no dia 11 de maio, espera-se a presença dos carros que não puderam vir para esta etapa de Goiânia, assim como a reativação da classe P2.


domingo, 3 de março de 2024

WEC - Vitória para a Porsche, drama para a Peugeot em Losail

 

Um grande inicio para a Porsche no WEC
(Foto: Andrew Hall/ Dailysportscar)

Sabemos que testes de pré-temporada sempre nos pregam algumas peças, mas desta vez, os que foram realizados em Losail, visando a abertura da temporada 2024 do World Endurance Championship, confirmou para esta primeira etapa, realizada na mesma Losail, que a Porsche está num nível muito acima do que vimos no ano de 2023 quando os LMDh foram inseridos no certame mundial. E não apenas os carros alemães, como também os curiosos Peugeot 9X8, estiveram muito bem nessa etapa de abertura.

Fosse com a Penske, fosse com o JOTA, a Porsche sempre esteve com ótimas condições de conquistar a etapa de abertura deste mundial e a principio não teria um rival a altura, mesmo que de última hora a Toyota tenha aparecido com um ótima segunda posição na qualificação através de Nicky De Vries, que estreou na equipe japonesa, e levou o GR010 #7 à primeira fila. Mas isso acabaria sendo apenas um sonho bem curto, já que na largada acabaria sendo engolido pelo pelotão e ficaria, por toda a prova, flutuando entre o oitavo e terceiro lugar. 

A Porsche ainda teria um pequeno desafio quando a Peugeot, com o 9X8 #93, conseguiu ascender à liderança com um ritmo alucinante imposto por Nico Müller que conseguiu assumir a ponta no final da primeira hora de corrida sobre uma também surpreendente Ferrari, que teve uma bela ascenção à ponta da corrida com Miguel Molina no comando do 499P #50 na primeira meia hora, mas com a mancada de ter queimando a linha branca da saída de box, jogou por terra uma chance da equipe italiana ter brigado pela vitória. Aliando isso ao fato do #51 também ter sofrido com problemas com a parte traseira que se soltou inteira, depois que a presilha quebrou proveniente de um toque com um LMGT3 quando James Calado estava em seu turno. O outro Ferrari 499P de #83, nas cores amarelo e vermelho - usando o inverso dos dois oficiais - e que estará cuidados da AF Corse - a parte semi-oficial da Ferrari - esteve muito bem com o trio formado por Robert Kubica/ Robert Shwartzman/ Yefei Ye e seria um dos bons canditados a pegar o pódio se não fosse problemas, também, com a parte traseira do protótipo. Enquanto que os carros oficiais fecharam em 7º e 14º (#50 e #51), o #83 foi o melhor dos italianos ao terminar em quinto com uma volta de atraso para o vencedor. 

A Cadillac também esteve numa boa jornada, ainda que seu início tenha sido em atribulado quando Alex Lynn, no comando  do V.Series.R #2, acertou o Peugeot #94 na primeira curva após a largada - ainda que houvesse uma suspeita de que ele tenha sido tocado pelo Porsche #38 da Hertz JOTA que, dessa forma, teria desestabilizado para este toque no Peugeot. Isso acabou os levando a troca a dianteira e tirando deles uma boa oportunidade, mas o ritmo mostrado por Lynn/ Sebastian Bourdais/ Earl Bamber para a recuperação do carro americano, deixou uma impressão do que eles poderiam ter feito em condições normais. 

No campo dos estreantes, além do Ferrari da AF Corse que conseguiu um ótimo quinto lugar, tivemos a BMW com seus dois M Hybrid V8, a Lamborghini com o SC63, Alpine com os seu A424 e a Isotta Fraschini com o Tipo-6C. A Alpine fechou em oitavo com o #35 e em 12º com o #36 e apesar do cenário não ser dos mais encorajadores, os carros franceses tiveram ritmo decente, inclusive conseguindo um brilhareco ao chegarem aos primeiros lugares com as paradas de boxes. Philippe Sinault, chefe da Signatec Alpine, destacou a importância em fechar com os dois carros: “Fizemos uma corrida limpa e terminar com os nossos dois carros, incluindo um entre os dez primeiros, é uma boa conquista. Demos mais um passo em frente, mas sabemos que ainda há um longo caminho a percorrer. Devemos continuar a aprender e adquirir conhecimento e experiência em todas as áreas.”

A BMW fechou com o #20 na 11ª posição, enquanto que o #15 teve problemas já na parte final da corrida, o relegando para o 15ª lugar. Lamborghini e Isotta Fraschini tiveram desempenhos bem discretos, sendo que o SC63 #63 da Iron Lynx tenha fechado em 14º na corrida, com cinco voltas de atraso para o vencedor, e o Isotta Fraschini #11 conseguiu se sustentar até a volta 157 quando aconteceu o abandono - isso sem contar numa punição de 200 segundos por conta de uma infração. 

O duelo entre Porsche e Peugeot

Foi uma jornada positiva da Peugeot em Losail, até a falta de combustível acabar com todo trabalho
(Foto: Peugeot Sport/ X)


O desafio que a Peugeot impôs aos Porsche foi algo impressionante, já que vimos bem como foi a temporada dos franceses em 2023 - ainda que eles tivessem uma boa velocidade de reta que foi demonstrada algumas vezes, especialmente em Le Mans. Mas desta vez, foi uma disputa que terminou quando o mesmo Nico Müller, que havia dado à Peugeot a oportunidade de entrar na briga, acabou errando a primeira curva e proporcionando o Porsche #6 do Team Penske a chance de assumir a liderança, que era perdida apenas nas paradas de boxes.

Ainda que o que carro alemão estivesse na liderança, o Peugeot #93 não esteve longe em toda a sua jornada, dando o indicativo que qualquer que fosse o vacilo do Porsche 963 #6 da Penske desse, eles estariam prontos para assumir a dianteira. Mas o Peugeot #93 quando estava prestes a conquistar a segunda posição, acabou sofrendo uma perda de potência na abertura da penúltima volta e isso facilitou bastante a vida do outros dois Porsche 963 do Hertz Team JOTA #12 que duelava ferozmente com o da Porsche Penske #5 pela terceira posição. Foi um grande desaire para a fabricante francesa, que estava prestes a conquistar o seu melhor resultado no WEC - Jean Eric Vergne, que estava no comando do #93, ainda conseguiu fechar em sétimo, mas seria desclassificado já que não conseguiu retornar aos boxes (e consequentemente ao parque fechado) por condições próprias, já que havia usado o motor elétrico na tentativa de completar a corrida. 

Para a Porsche, foi um início absurdamente positivo, juntando esta vitória na abertura do WEC a conquista recente nas 24 Horas de Daytona. Para não dizer que a Porsche Penske não sofreu algo, tiveram um bom susto quando houve um contato do #6com o Lexus da classe LMGT3 quando a corrida já estava próxima do encerramento. Houve uma quebra considerável do lado esquerdo do Porsche, na altura do número luminoso, e isso passou a dificultar a pilotagem de Kevin Estre. “O contato foi lado a lado em uma curva de alta velocidade e o controle da corrida julgou que era culpa do carro GT. Tivemos que reagir e decidir o que queríamos fazer. Todos estiveram à altura da ocasião” disse Jonathan Diuguid que é diretor administrativo da equipe Penske. O carro foi levado aos boxes para uma rápida parada de box para que fosse recolocado o adesivo com o #6. Kevin Estre destacou este momento tenso para eles, assim como o ótimo trabalho da equipe e também o bom momento neste inicio de temporada: “Foi um pouco louco, para ser sincero. Tive um grande impacto com o Lexus, tivemos muita vibração depois disso e nenhuma aderência. Tornou-o picante até o fim. Mas toda a equipe fez um trabalho incrível, sem problemas. Estou muito feliz com onde estamos hoje em comparação com onde começamos no ano passado”

Por outro lado, além da adoção do BOP, onde os carros da Porsche, Cadillac e da Peugeot eram mais leves frente aos da Toyota e Ferrari e conseguiram otimizar esse fator num circuito com pista extremamente plana (sem ondulações), o que ajudou, também, na conservação dos pneus - algo que deu uma bela dor de cabeça à Toyota, por exemplo - e fluidez na aerodinâmica dos dois principais carros desta etapa inicial, acabaram dando a eles uma vantagem considerável que provavelmente possa cair já na etapa seguinte, nas 6 Horas de Ímola. 

Na estréia da nova classe LMGT3, a Porsche venceu também através do 911 LMGT3 R 992 #92 da Manthey Pure Rxcing que foi pilotado por Alex Malykhin/ Joel Sturm/ Klaus Bachler depois de uma batalha bem interessante contra o Aston Martin Vantage AMR LMGT3 2024 #26 da Heart Of Racing pilotado por Ian James/ Daniel Mancinelli/ Alex Riberas e em tercerio o outro Aston Martin #777 da D'Station Racing.


A Manthey Pure Rxcing teve a primazia de ser a primeira vencedora da nova classe LMGT3
(Foto: Andrew Hall/ Dailysportscar)

domingo, 12 de novembro de 2023

4 Horas do Velopark - Problemas, chuva e vitória para Xandinho e Gomes

 

O Ligier JS P320 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes enfrentando o aguaceiro no Velopark
(Foto: Bruno Terena)

As corridas no pequeno traçado do circuito do Velopark costumam ser bem intensas, justamente pela natureza do autódromo situado em Nova Santa Rita onde o tráfego é sempre um desafio a ser considerado, principalmente pela diferença entre as três classes do Império Endurance Brasil. Dessa vez, as coisas não foram diferentes e alguns contratempos forçaram os principais favoritos ficarem pelo caminho e ainda teve a chuva, que deu uma embaralhada nas cartas na parte final da classe GT3.

O primeiro grande favorito, que se destacou logo de cara, foi o AJR #28 de Sarin Carlesso/ Gustavo Martins que saiu da pole e que fez uma primeira hora muito forte, indicando que a chance de vitória era iminente. Mas problemas no carro começaram a aparecer na metade da prova quando ocupavam a terceira posição e passaram a despencar na classificação, para mais tarde abandonarem com problemas no câmbio. Da mesma forma que este #28 da JLM, os demais AJR não tiveram uma grande tarde: o #35 da JLM (Pedro Queirolo/ David Muffato) enfrentaram problemas e não tiveram chance alguma de conquistar algo melhor do que o oitavo na geral e quinto na P1; o #99 da Box99 (Leandro Romera/ Pietro Rimbano), vencedora da Cascavel de Ouro, conseguiram recuperar voltas de atraso com as entradas de SC e entraram na disputa pela vitória pressionando bem ora o Ligier #9, ora o AJR #75, mas um toque com o Mercedes #83 de Marco Billi/ Mauricio Billi/ Max Wilson – quando este último estava no comando durante a chuva – acabou arrebentando parte da asa traseira e tirando deles a possibilidade de lutar pela vitória, ficando em segundo. O #75 (FTR) de Henrique Assunção/ Fernando Fortes também apareceram muito bem, mas o uso do pneu de chuva ainda quando a pista estava seca, os levaram a cair na tabela da classificação e infelizmente tiraram deles uma boa possibilidade de tentar a vitória. Fecharam na sexta posição na geral e em terceiro na P1.

Outro que parecia ter ritmo para tentar a vitória era o Sigma #12 de Aldo Piedade/ Marcelo Vianna/ Sergio Jimenez/ Jindra Kraucher que acabou recebendo uma batida por trás do Mercedes #31 de Marco Pisani/ Renan Guerra quando Pisani estava ao volante no final da reta oposta. Isso acabou quebrando o eixo traseiro esquerdo e forçando o abandono prematuro do carro da equipe TechFoce. Pegando gancho em relação aos Sigmas, esta não foi uma corrida generosa com eles: além do #12, os dois da Motorcar não tiveram uma boa jornada. O #11 de Emilio Padron/ Fernando Ohashi/ Arthur Gama estava com bom ritmo e chegaram desafiar o #28 da JLM, mas houve um entre os dois carros com o lado esquerdo do Sigma ficando danificado. No decorrer da prova o ritmo do #11 começou a cair e o trio abandonaria na volta 51. O outro Sigma da Motorcar, o #444 conduzido por Vitor Genz/ Vicente Orige/ Luiz Bonatti, não tiveram o mesmo ritmo que os coroaram nessa mesma pista no mês de julho, quando conquistaram a vitória, e terminaram na sétima posição na geral e em quarto na P1.

Os Ligier também não ficaram de fora dos problemas, seja antes ou durante a corrida. Pior para o #117 da BTZ (Pedro Burger/ Gaetano Di Mauro) que abandonaram na volta 69 quando sofreram um apagão em plena reta dos boxes.

Se o Ligier da BTZ não teve uma boa jornada, o #9 da Andreas Mattheis teve um inicio complicado já nos treinos e que seria esticado até a madrugada, quando foi feita a troca de motor no carro depois da equipe não ter ficada satisfeita com o rendimento na qualificação. Na corrida, foi um jogo de paciência para escapar das armadilhas de um tráfego intenso, entremeado com a pilotagem precisa de Xandinho Negrão e Marcos Gomes, que apareceram como favoritos ainda na primeira meia hora de corrida. Com os demais que iam à frente enfrentando problemas e/ou incidentes, eles já estavam na liderança na metade prova e por ali ficaram. Sofreram um susto quando sofreram um leve toque do Sigma #444, mas nada que tirassem deles a oportunidade e na chuva foram precisos, continuando com a tocada perfeita após a paralisação por conta da forte tempestade.

A vitória veio, a segunda deles no campeonato, mas desta vez em pista, já que em Goiânia, na rodada dupla de setembro, eles venceram a primeira prova após a vistoria técnica desclassificar o Ligier #117. Xandinho Negrão comentou sobre essa conquista no Velopark, aproveitando, também, para parabenizar toda equipe pelo empenho: “É sempre diferente quando se ganha na pista. Estou muito feliz. Os mecânicos fizeram um trabalho incrível e ficaram até às três horas da manhã trocando o motor. A equipe está de parabéns, foi muito emocionante e muito legal e quero agradecer a todos pelo apoio”. Marcos Gomes também destacou a conquista, assim como a chance de conquistar o título na derradeira etapa em Velo Città: “Estou muito feliz com nossa primeira vitória na pista. Queria parabenizar toda a equipe pelo trabalho excelente. Agora, vamos para a última etapa com chances reais de título na geral, o que ainda não conquistei em minha parceria com o Xandinho, mas espero que seja neste ano!”

Mercedes e Mustang vencem nos GTs

 

O Mercedes "Caolho" de Maurizio e Marco Billi e Max Wilson, os vencedores da GT3
(Foto: Bruno Terena)

A GT3 teve um bom cenário desde o início quando viu o Mclaren 720s GT3 #16 da Blaumotorsport, pilotada por Marcelo Hahn/ Allan Khodair, liderar com um ritmo forte e se credenciando para a vitória. No término da primeira hora de corrida, o Mclaren apresentou problemas de câmbio que deixou o carro travado na segunda marcha e por mais que tivessem tentado resolver, acabaram abandonando. O caminho ficou aberto para que os Mercedes do Team RC #83 (Marco Billi/ Mauricio Billi/ Max Wilson), #27 (Caca Bueno/ Ricardo Baptista) e #8 (Guilherme Figueroa/ Julio Campos) e o Porsche #55 da Stuttgart Motorsport (Ricardo Mauricio/ Marçal Muller/ Marcel Visconde) entrassem numa enorme batalha.

O Mercedes #8 teve a sua vida complicada com dois furos de pneus no lado dianteiro direito, que os tiraram da briga pela vitória ao abandonarem na volta 138. No entanto, a batalha continuou entre os outros três, com a chance pendendo inicialmente para o Porsche #55 e depois passando para os dois Mercedes do Team RC.

Um pouco antes da paralisação por conta do temporal, Max Wilson, no comando do Mercedes #83, esteve em evidência quando optou em usar pneus de chuva assim que o aguaceiro se fez presente e passou a rodar mais rápido que os protótipos, criando, assim, uma possibilidade, ainda que remota, de tentar beliscar uma vitória na geral – ainda precisando descontar uma desvantagem de duas voltas. Foi neste momento que ele teve um toque com o AJR #99, que danificou a parte dianteira direita do Mercedes e a asa traseira do #99.

Após a paralisação, tivemos um duelo intenso entre o #83 e o #27, quando este último, com Caca Bueno no comando, acabou sendo ultrapassado por Max Wilson. O #27 ainda perderia a segunda posição da classe para o Porsche #55, que contava com Ricardo Mauricio no comando e que tentou uma aproximação ao Mercedes #83. Max Wilson conseguiu controlar a distância e passou para vencer, seguido pelo Porsche #55 e do Mercedes #27 – na geral, terminaram em terceiro, quarto e quinto respectivamente. Marco Billi comentou sobre a conquista na classe: “Foi muito bom voltar assim, em grande estilo, com vitória. Fazia tempo que não andávamos na frente. O carro estava bastante competitivo, todos nós conseguimos imprimir um ritmo de corrida muito forte e acertamos o momento de fazer a troca para os pneus de chuva. Foi uma vitória muito importante para nós”

Essa classe não contou coma participação do BMW M4 GT3 #15 da EMS Motorsport pilotado por Átila Abreu/ Leo Sanchez, que saíram dessa etapa em protesto por conta do BOP que, segundo eles, os penalizavam entre 7 e 8 décimos de desvantagem em relação aos aspirados. No entanto, a categoria rebateu que foi feito uma compensação no aumento da pressão do turbo em 6% e uma redução de 10kg.

A festa de Leandro Ferrari e André Moraes Jr
vencedores da GT4
(Foto: Bruno Terena)
Na GT4 os principais favoritos tiveram seus contratempos: no Mercedes #31 da Autlog Racing (Marco Pisani/ Renan Guerra) acabaram sendo desclassificados quando Pisani acertou a traseira do Sigma #12 e forçou o abandono do protótipo com a quebra do eixo traseiro esquerdo – e ainda teve o lance que quase provocou um acidente com o Ligier #117 da BTZ, quando Pisani mudou repentinamente em direção a entrada dos boxes e forçou Pedro Burger a sair pela grama justamente quando estava em batalha contra o Ligier #9.

Este cenário parecia bem favorável ao Porsche #21 de Jacques Quartiero/ Danilo Dirani que estão na
briga pelo título da classe justamente contra o #31, mas um acidente quando Quartiero estava no comando do Porsche após o trecho do túnel, os forçaram abandonar.

O caminho ficou aberto para a conquista do Mustang #22 da Autlog (Leandro Ferrari/ André Moraes Jr.), nesta que foi a primeira conquista deles no ano com o Mustang. Luis Landi/ tom Filho/ Marçal Muller ficaram em segundo com o Porsche #718 da Stuttgart Motorsport e em terceiro fechou o Audi #5 da MC Tubarão pilotado por Henry Visconde/ Marco Tulio – a equipe ainda sofreria um susto quando o BMW M2 #64 conduzido por Victor Foresti/ Lucas Foresti teve um principio de incêndio na parte final da corrida, mas sem consequência para os pilotos e o carro. Leandro Ferrari comentou sobre essa vitória com o Mustang: “A gente merecia muito alcançar essa vitória. Fazia tempo que não conseguíamos ter uma sequência com esse carro. Sofremos com quebras, problemas. Mas neste final de semana não. Foi perfeito. Treinamos bem, fizemos a pole e conquistamos uma vitória incrível. Estamos muito felizes”

A etapa final do Império Endurance Brasil acontecerá no Velo Città, nos dias 8 e 9 de dezembro.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...