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domingo, 8 de junho de 2025

93ª 24 Horas de Le Mans - Test Day

(Foto: ACO)

Após dias de pesagens e festas para os fãs em Le Mans, os 62 carros que estarão nessa 93ª 24 Horas de Le Mans ganharam a pista para as primeiras impressões neste Test Day que é dedicado para que todos tenham contato com o circuito de La Sarthe antes das atividades oficiais. E isso foi muito importante, pois alguns trechos do traçado de 13km sofreram recapeamento. 

(Foto: Le Cavalier Rosso/ Twitter)
A parte da manhã viu a Ferrari comandar o melhor tempo entre os Hypercar - e geral - através do 499P
#83 da AF Corse. Robert Kubica anotou o tempo de 3'27''010 quando a sessão estava pela metade; as outras duas Ferrari 499P do time principal ficaram na quarta e oitava posições (#51 e #50, respectivamente). Nesta sessão o Toyota GR010-Hybrid #8 ficou com a segunda colocação chegando aos 3'28''000, quase 1 segundo atrás do #83 com Brendon Hartley cravando a marca no final da sessão; o outro Toyota #7, que leva as cores do legendário GT One, ficou em nono. A Cadillac apareceu em terceiro com o #38 da Hertz Team Jota marcando 3'28''491. 

A LMP2 viu  a RLR M Sport #16 conquistar o melhor tempo da sessão com o tempo de 3'36''593, 0'260 melhor que o #37 da CLX-Pure Rxcing que terminou em segundo. A terceira posição foi para o #43 da Inter Europol com o tempo de 3'36''927 - esta equipe teve o seu outro carro, o e #34, acidentado durante a sessão quando Luca Ghiotto escapou nas temidas Curvas Porsche e bateu, danificando a dianteira e traseira do protótipo. De todo modo, serviu para o teste de Safety Car fosse realizado. 

Na LMGT3 a Akkodis ASP Team esteve muito bem conseguindo posicionar seus dois Lexus nas três primeiras posições: o #87 teve a sua melhor marca - 3'57''109 - feita por José Maria Lopez no momento que ele fazia uma simulação de prova e o #78 ficou com o terceiro tempo ao cravar 3'57''807. A Ferrari #21 da Vista AF Corse quebrou essa sequência ao fechar na segunda posição com o tempo de 3'57''378.

Abaixo, os dez melhores de cada classe na 1ª Sessão:




A parte da tarde viu a Toyota quebrar os cronômetros ao anotar 3'26''246 também com Brendon Hartley logo na primeira hora da segunda sessão. Essa marca do neozelandês foi sete décimos melhor que a do Test Day de 2024. Assim como a Toyota, a Ferrari viu James Calado posicionar o #51 na segunda posição com o tempo de 3'26''777 - as duas equipes foram as únicas a andarem na casa de 3'26 nesse domingo. A terceira posição ficou para o Alpine #36 com Mick Schumacher sendo o responsável pela melhor volta, chegando aos 3'27''313. 

Essa sessão viu três bandeiras vermelhas serem acionadas e uma delas veio de carros da Hypercar. O BMW M Hybrid #20 ficou parado nas Curvas Porsche quando Sheldon Van Der Linde estava no comando e foi recolhido para os boxes. 

(Foto: United Autosports/ Twitter)
A LMP2 também teve uma melhora no tempo mais rápido em vista ao que foi feito pela manhã: Pietro
Fittipaldi, no comando do #22 da United Autosports, fez o tempo de 3'35''770. A segunda posição foi para o #29 da TDS Racing com o tempo de 3'36''225 através de Mathias Beche. Em terceiro - e primeiro na subclasse AM da LMP2 - aparece o #199 da AO By TF com o tempo de 3'36''540 feito por Louis Deletraz. 

O #11 da Proton Competition, com Gianluca Roda no comando, sofre um acidente perto da zona de Indianápolis quando a sessão se aproximava para a sua meia hora final. As barreiras ficaram danificadas, o que atrasou bastante o reinicio da atividade. O piloto está ok!

Mais uma vez o Lexus #87, e outra vez com Lopez, esteve no comando dos LMGT3 e dessa vez baixando a sua marca da manhã em quase dois segundos - 3'55''276. Assim como foi pela manhã, eles foram seguidos pela Ferrari #21 da AF Corse com Alessio Rovera anotando 3'56''835 e a terceira posição ficando para a Ferrari #57 da Kessel Racing que fez o tempo de 3'56''993, cortesia de Casper Stevenson. 

Os carros voltam ao circuito para iniciar os trabalhos oficiais na quarta-feira, com os primeiros treinos livres e qualificações. 

Abaixo os dez melhores de cada classe nessa segunda sessão:  




sábado, 7 de junho de 2025

93ª 24 Horas de Le Mans - Pesagem Dia 2

(Foto: Antonin Vicent/ ACO)

Os últimos 23 carros foram para a vistoria técnica hoje em Le Mans, na Place de La République. Dessa vez, os grandes favoritos estiveram nessa importante - e festiva - atividade. 


Talvez a grande pergunta para esta edição de número 93 da grande prova é de quem poderá parar a Ferrari. Seja no campeonato deste ano, seja nas duas últimas edições das 24 Horas de Le Mans, a equipe italiana tem sido absoluta e neste ano, embalada com três grandes vitórias, é impossível não indicá-los como grandes favoritos a vencer. Apesar de todo essa favoritismo, eles sabem dessa possibilidade, mas também reconhecem que a batalha será bem mais acirrada para este ano. Podemos vencer a corrida novamente, mas será ainda mais difícil, porque a competição está mais acirrada", comenta Antonio Giovinazzi, o vencedor de 2023 junto de Alessandro Pier Guidi e James Calado no 499P #50. Robert Kubica pensa da mesma forma, ele que estará no comando do 499P #83 da AF Corse com Yifei Ye e Philip Hanson: Terminar as 24 Horas de Le Mans é sempre um desafio, então vencê-la é outra história. Mal posso esperar para a corrida começar. Nosso carro está ainda mais competitivo do que no ano passado."


O momento da Porsche com seus 963 no Mundial de Endurance não tem sido dos melhores, bem diferente da base americana que tem feito uma campanha impressionante no IMSA com as conquistas nas 24 Horas de Daytona e 12 Horas de Sebring - para falarmos apenas das provas maiores - mas sabemos da força da fábrica alemã em La Sarthe e juntando com o desejo de Roger Penske, que espera conquistar a sua primeira 24 Horas de Le Mans, abre a possibilidade de chegarem bem ao final do dia 15 de junho. A mentalidade dos pilotos, sabendo separar a condição da equipe no campeonato do preparação para a grande prova, mostra o quanto a Porsche leva muito a sério o lugar onde a marca passou a ser uma das grandes legendas do Endurance Mundial. Mathieu Jaminet, que conduzirá  963 #5 com Julien Andlauer e Michael Christensen, comenta justamente neste sentido: 
Não devemos nos preocupar com o nosso difícil início de temporada. Estaremos lá para as 24 Horas". Michael Christensen também comentou sobre o trabalho em melhorar o 963 para Le Mans: "Tentamos otimizar o carro e a equipe. Fizemos atualizações mecânicas e aerodinâmicas em nosso hipercarro".


Por pequenos detalhes a Toyota ficou com dois segundos lugares nas duas últimas edições das 24 Horas de Le Mans, mas isso não os abala e com certeza estão apostando na longa experiência da equipe e pilotos para escreverem pela sexta vez o nome da fabricante japonesa em La Sarthe. David Floury, diretor técnico da Toyota, destaca o empenho de todos em reconquistar a prova: 
"Não almejamos nada além da vitória". Brendon Hartley, que estará ao lado de Sébastien Buemi e Ryo Hirakawa no GR010 Hybrid #8, entende que a batalha será intensa: "Há muitas questões em torno desta 93ª edição" e Buemi segue a mesma opinião: "A vitória será decidida por muito pouco". Mike Conway, que estará no #7 junto de Nicky De Vries e Kamui Kobayashi, destaca algumas evoluções no GR010- Hybrid: "Tentamos diferentes opções no carro, esperamos colher os frutos aqui". 


Jamie Chadwick será uma das seis mulheres que estarão presentes para essa 93ª Edição das 24 Horas de Le Mans. Ela, que estreará na clássica francesa, estará no comando do Oreca 07-Gibson #18 da Idec Sport da LMP2 junto de Andre Lotterer e Mathys Jaubert. Jamie, que venceu recentemente as 4 Horas de Barcelona no ELMS, destaca o sonho de estar competindo nas 24 Horas de Le Mans e ansiedade em pilotar no mítico traçado francês: 
Participar das 24 Horas de Le Mans é a realização de um sonho para mim. Todos estão me aconselhando a administrar bem meu tempo e energia. Mal posso esperar para sentar ao volante do carro amanhã para o Dia de Teste. Nós nos preparamos bem e sei que posso contar com a experiência dos meus companheiros de equipe”.

Amanhã inicia o Test Day com a atividade sendo dividida em duas partes: das 5:00 às 8:00 a primeira parte e a segunda a partir das 10:30 às 13:30, sempre no horário de Brasília. 

FOTOS: Dailysportscar.com

quinta-feira, 5 de junho de 2025

93ª 24 Horas de Le Mans - Outros nomes para o Test Day em Le Mans


O Cadillac V-Series do Hertz Team Jota já em Le Mans
(Foto: Jonathan Grace/ Sportscar 365)

O Dia de Testes em La Sarthe não se limita apenas a ver se está tudo ok com os carros, mas também para que os pilotos, mesmos aqueles que fiquem apenas na reserva para qualquer eventualidade, possam estar muito bem familiarizados com o percurso da prova e com o bólido. E desta vez, não será diferente. 

Especialmente as equipes da Hypercar terá um piloto a mais para testar os carros, sendo que em alguns casos, como o de Earl Bamber, estará dividido em duas frentes neste domingo: o piloto neozelandês estará no comando dos dois Cadillac V-Series da Hertz Team Jota - equipe qual ele defende no WEC - assim como no #311 da Action Express Racing que compete regularmente no IMSA. A sua missão neste domingo é verificar se está tudo de acordo entre os carros das duas equipes, onde ele destacou que a sua função é "comparar o equilibrio e sensação" destes. No Cadillac V-Series da Wayne Taylor, que contará com a presença dos irmãos Rick e Jordan Taylor junto de Filipe Albuquerque, Louis Deletraz foi escalado para ajudar nessa tarefa - Deletraz estará no comando do Oreca #199 da AO By TF na LMP2 tanto no dia dos testes, como no fim de semana da prova, mas o destino pode lhe dar uma oportunidade de subir de classe caso Felipe Drugovich, escalado na tripulação do Cadillac #311 da Action Express, tenha que substituir Lance Stroll no GP do Canadá. A principio, o piloto brasileiro estará no Test Day. 

O Porsche Penske Motorsport terá seus pilotos titulares no teste e junto deles, nos três carros, Nico Müller fará os testes. Nos Peugeot 9X8, Théo Pourchaire foi escalado nos dois - ele também estará no Oreca #25 da Algarve Pro Racing na LMP2. A Toyota trouxe seu velho conhecido José Maria Lopez para ajudar os trios titulares nos dois GR0-10 Hybrid - ele que também estará no comando do Lexus RC F #87 da Akkodis ASP Team na LMGT3. Philipp Eng estará nos dois BMW M Hybrid.

As Ferrari 499P, o Porsche 963 da Proton Competition, Aston Martin com seus dois Valkyrie e os dois Alpine A424 não escalaram pilotos adicionais para os testes. 

Algumas equipes na LMP2 também escalaram pilotos para o Test Day de domingo, como os casos da Algarve Pro Racing que contará com a presença de Sophia Flörsch no #25 enquanto que no #43 da Inter Europool Competition Bijoy Garg estará ajudando a tripulação. 

Na LMGT3 até o momento, nenhuma noticia das equipes sobre adição de algum piloto para o Test Day.

Aqui, a lista de confirmados para o Dia de Testes em Le Mans

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Foto 1042 - Uma imagem simbólica


Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedora Adelaide, foi um alívio que aquela temporada tenha chegado ao final. Era possível sentir que a carga de um ano tão complicado e traumático trazia um cansaço mental absurdo - se colocando no lugar daqueles que estiveram naqueles dias acompanhando a Fórmula-1 in loco, imagino que a cada final de semana de Grande Prêmio houvesse um questionamento clássico do "O que estou fazendo aqui?". Era um pensamento natural após tantos acontecimentos que trouxeram inúmeros dissabores e também lembranças não tão boas, das quais muitos carregariam as marcas para o resto de suas vidas. 

Olhando hoje, exatos 30 anos, é possível saborear aquele capítulo final em Adelaide onde dois novos contendores ao título de pilotos se preparavam para o último duelo que poderiam levá-los ao olimpo do esporte à motor: o jovem e espetacular Michael Schumacher, o expoente de uma nação que agora tinha por quem reverenciar após anos sendo apenas meros coadjuvantes num esporte onde haviam sido reis num passado bem distante. Do outro lado vinha Damon Hill, o cara que foi alçado de mero segundo piloto a primeiro da Williams após a perda de sua principal referência em Ímola, tornando-se um líder para enfrentar a potência que havia se tornado a Benetton Ford com Michael Schumacher no comando. Era a batalha do novo gênio da categoria vs a persistência daquele que poderia muito ter jogado tudo para o alto e seguido uma vida comum após a passagem de seu pai Graham Hill, que deixara a família numa pior. 

Aquela tarde de 13 de novembro de 1994 assistiu o embate entre estes dois contendores, onde Michael Schumacher liderava fortemente, mas sem nunca deixar de ver em seu retrovisor um esforçado Damon Hill que parecia querer repetir uma brilhante atuação como fizera semanas antes no dilúvio de Suzuka. A 36ª volta o controverso acidente entre os dois, selou a conquista à favor de Michael Schumacher abrindo, assim, o caminho para mais outros seis que viriam pelos próximos dez anos. Para Damon Hill, a coroação viria dois anos depois após uma disputa interna com Jacques Villeneuve.

Campeonato resolvido, mas não a corrida que agora estava entre dois veteranos de guerra: Nigel Mansell procurando a sua readaptação após ser chamado às pressas para ser um nome de peso no lugar de Ayrton Senna e ajudar Damon na cruzada pelo título, estava no encalço do seu antigo companheiro de Ferrari Gerhard Berger, que havia assumido a liderança - então com Mansell - após a parada de boxe de ambos. Reviveram as disputas de um passado recente, mas agora pela honra de vencer a derradeira do campeonato. Berger parecia ter as coisas sob controle quando errou na entrada da curva Stag e Nigel o passou para assumir a liderança e partir para a sua 33ª e derradeira conquista na Fórmula-1. Berger fechou em segundo e Martin Brundle acabou herdando uma improvável terceira após a punição de Stop & Go de Rubens Barrichello (quando este era terceiro) e o acidente de Mika Hakkinen quando, também, ocupava a terceira posição a três voltas do fim. 

A reunião destes três decanos no pódio foi uma bela festa, com Mansell chamando Berger e Brundle no ponto mais alto do pódio e depois "regendo" as entregas dos troféus para seus rivais. Foi um momento memorável e hoje, trinta anos depois, até mesmo emotivo se olharmos com atenção de que foi o fechamento de uma era muito boa para a categoria - ainda que os três tenham ficado por mais algum tempo, com Mansell saindo pelas portas dos fundos após a desastrosa passagem pela Mclaren em 1995; Brundle encerrando sua estadia pela Jordan em 1996; e Berger conseguindo um final mais digno, ao conquistar a vitória no GP da Alemanha de 1997 pela Benetton e fechando o campeonato na quinta colocação.

Apesar daquele final de campeonato ter sido um grande alívio para muitos, não se pode negar que, após trinta anos, o simbolismo de uma geração tão interessante acabou sendo representada por aqueles três que tiveram uma ligação quase que umbilical com os gigantes que habitaram a Fórmula-1 de 1980 até 1994. 

Era uma passagem de bastão até mesmo melancólica para a geração que tomava conta da categoria de forma feroz capitaneada por Michael Schumacher, mas que hoje é carregada de saudosismo. 

Foi uma bela época, sem dúvida.

domingo, 6 de outubro de 2024

Foto 1041 - José Carlos Pace, 1000km de Osterreichring 1972

 

(Foto: David Phipps/ 4Quatro Rodas)

Não é tão fácil ingressar numa equipe de ponta de uma grande categoria, e a coisa parece ainda mais complicada quando se trata da Ferrari que era uma das rainhas do World Sportscar Championship. José Carlos Pace era um dos pilotos brasileiros emergentes naquele período e sua ótima prestação no Campeonato de Fórmula 2 em 1971 fez abrir o interesse de Enzo Ferrari em tê-lo num dos protótipos da Scuderia. 

As ótimas impressões sobre Moco foram bem vistas quando ele participou de um teste com a 312P no início de junho de 1972 e na ocasião, em poucas voltas após alguns acertos - que incluíram o recuo no banco e regulagem na suspensão dianteira -, Pace conseguiu bater o recorde do circuito de Fiorano para os protótipos que era de Arturo Merzario. Além do recorde, conseguia, também, um vaga para pilotar um dos quatro 312P que seriam inscritos para os 1000km de Osterreichring, então 10ª etapa do Mundial de Marcas. 

Pace, incialmente, faria dupla com Brian Redman no comando do 312P #3, mas Clay Regazzoni acabou quebrando o braço quando jogava futebol e dessa forma algumas mudanças foram feitas: Redman passou para o carro #1 ao lado de Jacky Ickx, enquanto que Helmut Marko foi fazer dupla com Moco no #3. O Ferrari #2 ficou sob os cuidados de Ronnie Peterson/ Tim Schenken e o #4 para Arturo Merzario/ Sandro Munari. 

Pace e Marko fizeram bons treinos livres, incluindo a primeira posição de Moco no segundo treino livre quando pegou a pior situação de pista quando chovia forte. A dupla, através de Helmut Marko, ficou com a quinta posição no grid ao anotar 1'42''18. A pole foi do Mirage Ford de Gijs Van Lennep/ Derek Bell que anotou 1'40''60. 

Essa pole do Mirage Ford, assim como a segunda posição da dupla formada por Gerard Larousse/ Vic Elford (Lola T-280 da Écurie Bonnier), não foi páreo para a esquadra da Ferrari que já ocupava as 4 primeiras posições no fim da primeira volta (#1, #3, #2 e #4). A batalha ficava, assim, restrita aos quatro carros vermelhos, em especial os de #1 e #3 .

Houve uma série de revezamentos entres as duas duplas na ponta da corrida, chegando um ponto que ficava difícil apontar quem poderia, de fato, levar a conquista daquela décima etapa. Mas no final da última hora é que as coisas se decidiram: Pace assumiu o #3 na última hora e os contratempos começaram quando ele teve uma escapada e precisou trocar os pneus. O azar continuaria imediatamente após essa parada, quando um dos pneus furou em seguida e obrigou o brasileiro voltar para os boxes e realizar uma nova troca de pneus. Todos estes problemas fizeram perder duas voltas para o duo Ickx/ Redman. A parte final da corrida foi de pura velocidade de Pace, que conseguiu descontar uma volta para o 312P #1, garantindo de vez a segunda posição da dupla. A Ferrari ainda fecharia as outras duas posições com o #2 em terceiro e o #4 em quarto.

Essa prova contou com a participação de Luiz Pereira Bueno e Tite Catapani com o Porsche 908/2 inscrito pela Equipe Hollywood. A dupla marcou o sétimo melhor tempo na qualificação e na corrida ocupava a mesma posição quando, após um toque do Ferrari #3 pilotado por Helmut Marko, o Porsche acabou escapando e batendo. Apesar do esforço de Luiz, tiveram que abandonar no final da primeira hora. 

Ainda sobre José Carlos Pace, ele elogiou o carro, ainda que tivesse lidado com saída de traseira e também com problemas na direção do Ferrari. 

Na etapa final do campeonato, nas 6 Horas de Watkins Glen, ele correu pela Gulf Racing dividindo o Mirage Ford com Derek Bell. A dupla fechou em terceiro na ocasião. 

Pace completaria neste 6 de outubro, exatos 80 anos.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Toyota volta ao topo no último treino livre

 

(Foto: Toyota Gazoo Racing/ X)

A última atividade oficial, visando buscar algum desempenho para a prova, fechou a noite em La Sarthe com a Toyota cravando o melhor tempo desse quarto treino livre. O protótipo nipônico, com Brendon Hartley no comando, fez o tempo de 3''29''451 e foi cinco décimos melhor que o Ferrari 499P #50. A terceira posição foi do BMW #20. 

De se destacar a presença da Peugeot entre os dez primeiros, tendo o #93 alcançado o quarto lugar - um bom resultado para eles no apagar das luzes. A Alpine, que tem andado bem nos últimos treinos, incluindo a ida ao Hyperpole, teve os dois carros no top 10: #35 ficou sexto e o #36 em nono. 

Na LMP2, o #23 da United Autosports fez a melhor marca ao atingir 3'37''121. Foi dois décimos melhor que o #24 da Nielsen Racing e sete décimos à frente do outro carro da United Autosports, o #22. 

Na LMGT3 o Lexus #87 da Akkodis da ASP Team fez o primeiro lugar com o tempo de 3'58''755. Foi seguido pelo #95 da United Autosports e pelo Mustang #77 da Proton Competition. 

Os carros voltam apenas no sábado, onde será realizado o warm-up e depois a largada para 92ª Edição das 24 Horas de Le Mans.

Abaixo os dez melhores de cada classe.





92ª 24 Horas de Le Mans - Kevin Estre, para a Porsche

(Foto: Porsche Motorsport/ X)

 Não tínhamos dúvida que essa Hyperpole seria algo impressionante, justamente pelas boas performances que estamos acompanhando desde o Test Day do último final de semana até o último terceiro treino livre. A ausência da Toyota nessa disputa pela pole foi sentida, mas apenas abrilhantaria ainda mais o que vimos em pista. Foi algo que beirou o sobrenatural em La Sarthe. 

As duas Ferrari 499P apareceram bem ocupando as duas primeiras posições no início, sempre com o pé de chumbo Antonio Fuoco comando as ações. Mas o filho pródigo de Le Mans, com o Cadillac #3 da Chip Ganassi, Sebastian Bourdais, estava inspirado ao elevar a brincadeira com uma bela volta na casa de 3'24''816 e ficando em primeiro. Parecia que a pole estava destinada ao francês, principalmente quando um dos favoritos à pole, Dries Vanthoor, acabou indo para a gravilha de Indianapolis - assim como acontecera no segundo treino de ontem. Flashes, aplausos foram dados à Seb. Mas ainda faltavam sete minuto.

Nesse curto espaço de tempo é que a mágica aconteceu: as duas Ferrari voltaram à pista com a proposta de, até mesmo, tomar de assalto a primeira fila, mas o poleman da equipe, Fuoco, escorregou na primeira chicane e abortou. Restou torcer para que Pierguidi pegasse essa posição, mas ele estava longe de conseguir a tal proeza e pegara naquele momento a segunda posição, desalojando o #50 para terceiro. Ainda tinha algo para acontecer? Com certeza...

A volta de Alex Lynn para tentar minimizar a punição de 5 colocações por conta do mega acidente em Spa, o colocou na "pole", mas em seguida Kevin Estre apareceu feito um raio para pegar aquela pole position: o tempo de 3'24''364 foi o suficiente para desbancar os Cadillac da pole position e dar a Porsche Penske Motorsport uma pole que a marca alemã não conquistava desde 2016. Em segundo aparece o Cadillac #3 e em terceiro o Ferrari #51.

Na LMP2  apole ficou para o #14 da AO by TF com Louis Deletraz confirmando a velocidade com o tempo de 3'33''217, seis décimos melhor que o #28 da IDEC Sport e oito décimos à frente do #65 da Panis Racing. 

Na LMGT3 a Mclaren pode festejar a pole com o #70 da Inceptiion onde Brendan Iribe fez o tempo de 3'58''120 - e ainda com direito a rodar na penultima chicane quando tentava melhorar ainda mais o tempo. A segunda posição foi para o Porsche #92 da Manthey PureRxcing, que passou todas atividades "escondidos", esperando apenas o momento certo para aparecer, e em terceiro o Ferrari #66 da JMW Motorsport. 

Abaixo os oito melhores de cada classe: 

*Com a punição de cinco posições, o Cadillac #3 sairá de oitavo




92ª 24 Horas de Le Mans - Antonio Fuoco garante o terceiro treino livre para a Ferrari

 

(Foto: Ferrari Hypercar/ X)


Esse terceiro treino livre em Le Mans foi aperitivo bem interessante para o que veremos daqui a pouco para a definição das poles em cada classe, principalmente da principal. A Ferrari #50, com Antonio Fuoco no comando, roubou a primeira posição nos Hypercar no baixar da quadriculada quando o italiano cravou a marca de 3'27''283, desbancando o Porsche #6 da primeira posição. Aliás, essa sessão foi interessante, onde vimos Toyota, Cadillac, Porsche e por último a Ferrari, ponteando em algum momento a prática - até mesmo a Alpine, por um curto espaço de tempo. De se destacar o bom andamento da BMW #15 com Dries Vanthoor no comando, quando chegou ocupar a segunda posição - logo atrás do irmão Laurens que estava no comando do Porsche #6, fechando em terceiro e se credenciando ainda mais como sério candidato a pole junto de seu parceiros Marciello e Whittman. 

O Hertz Team Jota, que teve o Porsche #12 batido ontem no segundo treino livre, precisou trocar todo chassi, com o monocoque chegando hoje pela manhã. A equipe passou toda sessão montando o novo carro e ainda é dúvida sua presença para a Hyperpole.

A LMP2, o #65 da Panis Racing, que teve algumas atribulações neste treino como escapadas e até mesmo ficando encalhado na gravilha em Indianápolis, pegou a primeira posição na classe no finalzinho ao anotar 3'37''217 com Scott Huffaker no comando. A segunda posição ficou para o #47 da Cool Racing e em #14 da AO by TF.

Essa classe foi de onde saíram algumas ocorrências, como carro da Panis escapando e alguns minutos depois ficando na Indianápolis e o #47 da Cool Racing, rodando na Porsche Curves. 

Na LMGT3 a primeira posição foi do Mclaren #59 da United Autosports com o tempo de 3'57''558 feito no início da sessão James Cottingham, já que algum tempo depois este carro sofreria uma escapa seguido de acidente ao bater de traseira da Tertre Rouge e encerrar mais cedo o trabalho do trio que ainda tem Nicolas Costa e Gregoire Saucy. A segunda posição foi para o Lamborghini #60 da Iron Lynx e a terceira para o Ferrari #86 da GR Racing que, enfim, conseguiu botar o carro em pista após 24 horas, já que eles não conseguiram participar da qualificação e nem do treino livre noturno. 

Abaixo, os dez melhores de cada classe.





quarta-feira, 12 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Toyota comanda a parte noturna

 

(Foto: Dailysportscar)

Depois da qualificação que que definiu a turma que vai à Hyperpole nesta quinta, as atenções voltaram para o segundo treino livre que serve para que pilotos e equipes se ambientem para uma das principais partes da prova em Sarthe. A Toyota, ainda lambendo as feridas do desaire na classificação, voltou ao topo nessa sessão através do mesmo #8 com a marca de 3'27''474, meio segundo à frente do Ferrari 499P #83 e do Porsche #6. 

Essa sessão viu dois acidentes envolvendo carros que destacaram nessa classe: o BMW #15, que cravou a pole provisória na qualificação, teve danos na dianteira quando o mesmo Dries Vanthoor passou reto na Indianápolis e bateu de frente. Ele conseguiu retornar, levando o carro para os boxes. O outro acontecimento foi o acidente de Callum Illot no final do treino, quando bateu forte o Porsche #12 da Hertz Team Jota na Tertre Rouge. O piloto saiu bem do carro, mas os danos na dianteira foram consideráveis. 

A LMP2 teve o #37 da Cool Racing como o mais veloz com o tempo de 3'35''386 e foi seguido pelo #22 da United Autosports e pelo #65 da Panis Racing. O #14 da AO by TF teve a perda de um dos pneus num dos trechos do circuito, terminando, assim, mais cedo a sua jornada na sessão. 

A Proton Competition terminou na frente na LMGT3, desta vez através do outro Mustang de #88 com o tempo de 3'58''689. A segunda posição foi do Aston Martin #777 da D'Station e a terceira do BMW M4 #31. Mais uma vez a Ferrari da GR Racing apresentou problemas, impossibilitando a participação do trio.

Abaixo os dez melhores de cada classe.





92ª 24 Horas de Le Mans - BMW surpreende com a pole na geral

 

(Foto: BMW Motorsport/ X)

Se haviam olhos para uma pole nessa qualificação voltados para Toyota, Porsche e Ferrari, provavelmente ficou boquiaberto quando a BMW Motorsport colocou o #15, com Dries Vanthoor, na ponta da tabela dos tempos em Le Mans. Ele cravou a marca de 3'24''465 nos últimos 15 minutos da classificação que teve 1 hora de duração. A volta de Dries foi 1 décimo melhor que o do Cadillac #3, que foi a outra boa surpresa nesse qualy, e dois décimos melhor que o Ferrari 499P #50. A Toyota teve o seu melhor com #7 na quarta colocação - e acabaria sendo o mesmo, pilotado por Kamui Kobayashi, a dar um ponto final nesta sessão quando rodou e ficou atolado na brita da Curva Porsche. Justamente quando o #8 da equipe estava prestes a entrar no oito que vão para a Hyperpole. Outra boa surpresa ficou por conta da Alpine que conseguiu colocar o #35 em quinto. 

De se destacar que tivemos 12 carros no mesmo segundo na Hypercar.

A LMP2 teve o #37 da COOL Racing cravando a melhor marca dessa classe com 3'32''827, seguido pelo #14 da AO by TF e em terceiro o #23 da United Autosports. Mais uma vez a disparidade foi um ponto a ser observado nessa classe, com apenas os três primeiros no mesmo segundo. 

Na LMGT3 o Mustang #77 da Proton Competition apareceu como um relâmpago cravou a pole na classe com o tempo de 3'55''263 ainda no inicio da atividade. A segunda posição foi do Mclaren #70 da Inception e a terceira do Corvette #82 da TF Sport. 

Para os brasileiros, em todas as classes, a qualificação não foi das melhores com seus respctivos carros não avançando. Talvez a situação mais critíca tenha sido o do Ferrari #86 da GR Racing, onde está Daniel Serra, que não foi para a qualificação por conta de problemas - que apareceram no TL1 - e não foram resolvidos à tempo para o qualy. Sairá de último. 

Abaixo, os oito melhores de cada classe que avançam para o Hyperpole.


ADENDO: Devido a rodada no final da qualificação, que acabou deixando o Toyota #7 encalhado na brita, os comissários decidiram desqualificar o carro japonês que sairá de último. O #12 da Jota entra para a Hyperpole.




sábado, 8 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Pesagem, Final

 

(Foto: Alexis Goure/ ACO)

Este último dia de pesagem em Place de La République viu os derradeiros 25 carros serem pesados e inspecionados para as atividades oficiais que se iniciam neste domingo com as duas sessões do Test Day em Sarthe.

Os Porsche oficiais e semi, Toyota e Ferrari, além dos carros da LMGT3 e LMP2, estiveram nesse escrutineo final.

 

Porsche Penske Motorsport

Aqui se encontra, talvez, os grandes favoritos a levantarem a taça ao final das 24 horas. O inicio impressionante com vitórias nas 24 Horas de Daytona (IMSA) e os 1812km do Qatar (WEC), fora as os pódios nas demais corridas das duas categorias.

Apesar desse favoritismo, e saberem que a melhora em relação à 2023 é real, eles entendem que são o alvo a serem batidos, porém entendem, também, que a pressão dos rivais para vencê-los é existente.

Andre Lotterer, que venceu por três vezes as 24 Horas de Le Mans (2011, 12 e 14), destaca essa melhora do Porsche 963: “Fizemos muitos progressos. No ano passado, não estávamos no nível que queríamos. Fizemos mudanças na equipe. O carro está mais agradável de dirigir e estamos no bom caminho”

Kevin Estre, que divide o Porsche 963 do Team Penske com Lotterer e Laurens Vanthoor e que são líderes do mundial, destaca a confiabilidade do carro - além da pressão que os rivais terão: “Estamos a liderar o campeonato, por isso talvez isso coloque pressão sobre os nossos rivais. O carro tem sido confiável desde o início da temporada. Isso pode nos ajudar a vencer a corrida  .”

 

Ferrari AF Corse

Os atuais campeões das 24 Horas de Le Mans com o 499P #51 entendem que o inicio da temporada não foi dos melhores, ainda que tenham mostrado uma boa velocidade e boas hipóteses em Losail e Ímola quando as chances de vitória foram consideráveis. Por outro lado, também, entendem que a concorrência para esta edição é mais pesada e requer um grau de atenção a mais para uma prova que as nuances variam a todo momento.

Antonio Giovinazzi, que foi um dos três que esteve no comando do #51 para a conquista histórica de 2023, destaca esse inicio complicado da Ferrari: “Não é uma deficiência. Isso já acontecia no ano passado. O início da temporada não correspondeu às nossas expectativas, mas isso nos motiva mais do que qualquer outra coisa”

Miguel Molina, do #50 que cravou a pole na edição passada, destaca a atenção que todos da equipe deverão ter para que possam repetir o sucesso de 2023: “No ano passado as corridas foram intensas e acho que há ainda mais competição este ano. Será mais difícil. Precisaremos ser perfeitos o tempo todo e não cometer erros”.

 

Toyota Gazoo Racing

A equipe japonesa, num todo, sabe o quanto será dificil repetir nessa edição das 24 Horas os desempenhos anteriores, principalmente o do ano passado, quando estiveram na batalha contra a Ferrari pela glória da prova centenária. Apesar disso, conseguiram uma improvável vitória em San Marino sob a luz da estratégia e isso pode ser uma grande arma para que possam surpreender.

Sebastién Buemi, um dos decanos da equipe e vencedor da prova em 2018, 19, 20 e 22, entende que o início não é dos melhores, mas a base é boa e pode render algo ainda: “Se analisarmos o início da temporada, não tivemos um desempenho tão bom como em 2023. Tentamos aprender com os problemas anteriores para voltar mais fortes . Queremos entregar uma corrida melhor e ser mais rápidos. Em termos de ritmo, estamos um passo abaixo da Porsche ou da Ferrari, mas esperamos reverter a tendência. Conhecemos bem o nosso carro e temos uma boa base que podemos melhorar.”

Com todos os carros já inspecionados, o domingo será reservado para que ganhem a pista de La Sarthe pela primeira vez neste ano para o Test Day, que terá duas sessões para que as equipes e estreantes possam iniciar os acertos para a 92ª edição das 24 Horas de Le Mans.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Foto 1039 - Bernd Rosemeyer, Roosevelt Raceway 1937

 

(Foto: Adam Gawliczek) 

Um momento de descontração antes do embate dos europeus vs americanos pela 13ª edição da Vanderbilt Cup, realizada no antigo Roosevelt Raceway. 

Essa corrida foi uma semana antes do GP da Bélgica, o que forçou as equipes da Mercedes, Auto Union e Scuderia Ferrari a dividirem o contingente para cobrir os dois eventos - como não havia vôos comerciais naquele período, os pilotos que competiram na Vanderbilt Cup acabaram voltando de navio com chegada prevista para 13 de julho, dois dias após a realização do GP belga. No lado da Mercedes, com os seus W125, Rudolf Caracciola e Richard Seaman seguiram para os EUA enquanto que Hermann Lang, Manfred Von Brauschitsch e Christian Kautz pilotaram em Spa; a Auto Union levou dois Type C para Bernd Rosemeyer e Ernst Von Delius para o Roosevelt Raceway e quatro Type C ficaram para Hans Stuck, Luigi Fagioli, Rudolf Hasse e Hermann Müller na Bélgica; a Scuderia Ferrari seguiu o mesmo caminho ao levar dois Alfa Romeo 12C-36 para Tazio Nuvolari - então vencedor da edição de 1936 da Vanderbilt Cup - e Giuseppe Farina e na Bélgica Raymond Sommer e Carlo Felice Trossi comandaram os outros dois 12C-36. 

A corrida na América teve um grande contingente contando um total de 38 inscritos para 30 lugares no grid de largada. Na grande lista contavam nomes como os de Kelly Petillo, Wilbur Shaw, Bill Cummings, Milt Marion, Rex Mays, Babe Stapp, Joel Thorne, personagens que dentro de pouco tempo estariam gravadas na história do motorsport americano. A prova distribuiu prêmios do primeiro ao décimo, sendo que o vencedor levava 20 mil dólares e o décimo 1.400 dólares e os outros vinte levando uma quantia de 500 dólares.

A qualificação consistiu na média de nove voltas (dividida a cada três passagens) e Rudolf Caracciola acabou por fazer a pole, seguido por Bernd Rosemeyer e Rex Mays, que conseguiu um ótimo terceiro lugar com uma Alfa Romeo 8C-35 cujo carro foi o reserva da Ferrari na edição de 1936.

No dia da corrida, que seria num sábado, dia 3 de julho, acabou não acontecendo devido as fortes chuvas que caíram justamente quando os carros estavam no grid. Isso levou a organização a não realizar a prova, visto que o perigo era considerável naquela condição - e você pensando que isso acontece apenas nos dias atuais, não é mesmo caro leitor. Dessa forma, a prova foi transferida para a segunda-feira, 5 de julho. Curiosamente o sol chegou a voltar, secando parcialmente a pista, mas em seguida voltaria a chover com força. 

A corrida foi realizada na segunda-feira com a largada às 14 horas locais. Rosemeyer e Caracciola travaram grande duelo desde a primeira volta, com o piloto da Auto Union conseguindo um melhor arranque, mas perdendo a liderança para Rudolf na terceira volta. A disputa entre os dois melhores pilotos da Alemanha continuou até o momento em que Rosemeyer reassumiu a liderança na volta 11 e terminaria a batalha quando Caracciola abandonou a corrida na volta 17 por problemas de motor. 

Esta prova teve bons destaques, começando por Rex Mays que se manteve entre os primeiros durante toda a prova e fecharia num ótimo terceiro lugar; Billy Winn, pilotando um Summers-Miller, teve um inicio promissor chegando a ocupar a quinta colocação, mas teria uma avaria na transmissão que forçou o seu abandono na volta 8; o mestre Tazio Nuvolari estava em grande forma nessa edição, mas o fato de forçar demais os Alfa Romeo, custou caro: inicialmente teve uma quebra de motor na volta 16 quando estava em quarto e se aproximando de Mays. Ele abandonou, mas acabaria pegando o carro de Farina - que ocupava a quinta posição - para tentar escalar o pelotão. O mantuano continuou à toda velocidade, mas teria novamente problemas no motor na volta 50 quando havia subido para quarto. Ele abandonou a corrida definitivamente após entregar o agora problemático Alfa à Farina que ainda salvou um quinto lugar. 

Apesar do abandono de Caracciola parecer ter facilitado as coisas para Rosemeyer, o piloto alemão ainda teve em Richard Seaman um oponente a se preocupar. O inglês da Mercedes chegou liderar a corrida nas ocasiões onde Bernd ia aos boxes para as suas paradas, mas chegando ao final da corrida é que o perigo pareceu mais claro quando Richard se aproximava rapidamente de Rosemeyer. Para azar de Seaman - e sorte de Bernd - o inglês teve que realizar uma parada extra nos boxes. 

Bernd Rosemeyer venceu a prova com 51 segundos de vantagem sobre Seaman, que foram acompanhados por Rex Mays em terceiro, o melhor piloto americano na prova, Von Delius em quarto e Farina/ Nuvolari em quinto. Os americanos ainda tiveram Joel Thorne em sexto; Snowberger em sétimo; Wilbur Shaw em oitavo; Bill Cummings, que teve queimaduras no braço e tornozelo por conta de um vazamento de óleo, ficou em nono; e Herb Ardinger em décimo. 

Essa edição da Vanderbilt Cup foi a última realizada, voltando apenas em 1960 com a vitória ficando para Harry Carter com um Stanguelini da Fórmula Júnior no mesmo Roosevelt Raceway - esta que foi a última edição famosa prova neste circuito.

domingo, 3 de março de 2024

WEC - Vitória para a Porsche, drama para a Peugeot em Losail

 

Um grande inicio para a Porsche no WEC
(Foto: Andrew Hall/ Dailysportscar)

Sabemos que testes de pré-temporada sempre nos pregam algumas peças, mas desta vez, os que foram realizados em Losail, visando a abertura da temporada 2024 do World Endurance Championship, confirmou para esta primeira etapa, realizada na mesma Losail, que a Porsche está num nível muito acima do que vimos no ano de 2023 quando os LMDh foram inseridos no certame mundial. E não apenas os carros alemães, como também os curiosos Peugeot 9X8, estiveram muito bem nessa etapa de abertura.

Fosse com a Penske, fosse com o JOTA, a Porsche sempre esteve com ótimas condições de conquistar a etapa de abertura deste mundial e a principio não teria um rival a altura, mesmo que de última hora a Toyota tenha aparecido com um ótima segunda posição na qualificação através de Nicky De Vries, que estreou na equipe japonesa, e levou o GR010 #7 à primeira fila. Mas isso acabaria sendo apenas um sonho bem curto, já que na largada acabaria sendo engolido pelo pelotão e ficaria, por toda a prova, flutuando entre o oitavo e terceiro lugar. 

A Porsche ainda teria um pequeno desafio quando a Peugeot, com o 9X8 #93, conseguiu ascender à liderança com um ritmo alucinante imposto por Nico Müller que conseguiu assumir a ponta no final da primeira hora de corrida sobre uma também surpreendente Ferrari, que teve uma bela ascenção à ponta da corrida com Miguel Molina no comando do 499P #50 na primeira meia hora, mas com a mancada de ter queimando a linha branca da saída de box, jogou por terra uma chance da equipe italiana ter brigado pela vitória. Aliando isso ao fato do #51 também ter sofrido com problemas com a parte traseira que se soltou inteira, depois que a presilha quebrou proveniente de um toque com um LMGT3 quando James Calado estava em seu turno. O outro Ferrari 499P de #83, nas cores amarelo e vermelho - usando o inverso dos dois oficiais - e que estará cuidados da AF Corse - a parte semi-oficial da Ferrari - esteve muito bem com o trio formado por Robert Kubica/ Robert Shwartzman/ Yefei Ye e seria um dos bons canditados a pegar o pódio se não fosse problemas, também, com a parte traseira do protótipo. Enquanto que os carros oficiais fecharam em 7º e 14º (#50 e #51), o #83 foi o melhor dos italianos ao terminar em quinto com uma volta de atraso para o vencedor. 

A Cadillac também esteve numa boa jornada, ainda que seu início tenha sido em atribulado quando Alex Lynn, no comando  do V.Series.R #2, acertou o Peugeot #94 na primeira curva após a largada - ainda que houvesse uma suspeita de que ele tenha sido tocado pelo Porsche #38 da Hertz JOTA que, dessa forma, teria desestabilizado para este toque no Peugeot. Isso acabou os levando a troca a dianteira e tirando deles uma boa oportunidade, mas o ritmo mostrado por Lynn/ Sebastian Bourdais/ Earl Bamber para a recuperação do carro americano, deixou uma impressão do que eles poderiam ter feito em condições normais. 

No campo dos estreantes, além do Ferrari da AF Corse que conseguiu um ótimo quinto lugar, tivemos a BMW com seus dois M Hybrid V8, a Lamborghini com o SC63, Alpine com os seu A424 e a Isotta Fraschini com o Tipo-6C. A Alpine fechou em oitavo com o #35 e em 12º com o #36 e apesar do cenário não ser dos mais encorajadores, os carros franceses tiveram ritmo decente, inclusive conseguindo um brilhareco ao chegarem aos primeiros lugares com as paradas de boxes. Philippe Sinault, chefe da Signatec Alpine, destacou a importância em fechar com os dois carros: “Fizemos uma corrida limpa e terminar com os nossos dois carros, incluindo um entre os dez primeiros, é uma boa conquista. Demos mais um passo em frente, mas sabemos que ainda há um longo caminho a percorrer. Devemos continuar a aprender e adquirir conhecimento e experiência em todas as áreas.”

A BMW fechou com o #20 na 11ª posição, enquanto que o #15 teve problemas já na parte final da corrida, o relegando para o 15ª lugar. Lamborghini e Isotta Fraschini tiveram desempenhos bem discretos, sendo que o SC63 #63 da Iron Lynx tenha fechado em 14º na corrida, com cinco voltas de atraso para o vencedor, e o Isotta Fraschini #11 conseguiu se sustentar até a volta 157 quando aconteceu o abandono - isso sem contar numa punição de 200 segundos por conta de uma infração. 

O duelo entre Porsche e Peugeot

Foi uma jornada positiva da Peugeot em Losail, até a falta de combustível acabar com todo trabalho
(Foto: Peugeot Sport/ X)


O desafio que a Peugeot impôs aos Porsche foi algo impressionante, já que vimos bem como foi a temporada dos franceses em 2023 - ainda que eles tivessem uma boa velocidade de reta que foi demonstrada algumas vezes, especialmente em Le Mans. Mas desta vez, foi uma disputa que terminou quando o mesmo Nico Müller, que havia dado à Peugeot a oportunidade de entrar na briga, acabou errando a primeira curva e proporcionando o Porsche #6 do Team Penske a chance de assumir a liderança, que era perdida apenas nas paradas de boxes.

Ainda que o que carro alemão estivesse na liderança, o Peugeot #93 não esteve longe em toda a sua jornada, dando o indicativo que qualquer que fosse o vacilo do Porsche 963 #6 da Penske desse, eles estariam prontos para assumir a dianteira. Mas o Peugeot #93 quando estava prestes a conquistar a segunda posição, acabou sofrendo uma perda de potência na abertura da penúltima volta e isso facilitou bastante a vida do outros dois Porsche 963 do Hertz Team JOTA #12 que duelava ferozmente com o da Porsche Penske #5 pela terceira posição. Foi um grande desaire para a fabricante francesa, que estava prestes a conquistar o seu melhor resultado no WEC - Jean Eric Vergne, que estava no comando do #93, ainda conseguiu fechar em sétimo, mas seria desclassificado já que não conseguiu retornar aos boxes (e consequentemente ao parque fechado) por condições próprias, já que havia usado o motor elétrico na tentativa de completar a corrida. 

Para a Porsche, foi um início absurdamente positivo, juntando esta vitória na abertura do WEC a conquista recente nas 24 Horas de Daytona. Para não dizer que a Porsche Penske não sofreu algo, tiveram um bom susto quando houve um contato do #6com o Lexus da classe LMGT3 quando a corrida já estava próxima do encerramento. Houve uma quebra considerável do lado esquerdo do Porsche, na altura do número luminoso, e isso passou a dificultar a pilotagem de Kevin Estre. “O contato foi lado a lado em uma curva de alta velocidade e o controle da corrida julgou que era culpa do carro GT. Tivemos que reagir e decidir o que queríamos fazer. Todos estiveram à altura da ocasião” disse Jonathan Diuguid que é diretor administrativo da equipe Penske. O carro foi levado aos boxes para uma rápida parada de box para que fosse recolocado o adesivo com o #6. Kevin Estre destacou este momento tenso para eles, assim como o ótimo trabalho da equipe e também o bom momento neste inicio de temporada: “Foi um pouco louco, para ser sincero. Tive um grande impacto com o Lexus, tivemos muita vibração depois disso e nenhuma aderência. Tornou-o picante até o fim. Mas toda a equipe fez um trabalho incrível, sem problemas. Estou muito feliz com onde estamos hoje em comparação com onde começamos no ano passado”

Por outro lado, além da adoção do BOP, onde os carros da Porsche, Cadillac e da Peugeot eram mais leves frente aos da Toyota e Ferrari e conseguiram otimizar esse fator num circuito com pista extremamente plana (sem ondulações), o que ajudou, também, na conservação dos pneus - algo que deu uma bela dor de cabeça à Toyota, por exemplo - e fluidez na aerodinâmica dos dois principais carros desta etapa inicial, acabaram dando a eles uma vantagem considerável que provavelmente possa cair já na etapa seguinte, nas 6 Horas de Ímola. 

Na estréia da nova classe LMGT3, a Porsche venceu também através do 911 LMGT3 R 992 #92 da Manthey Pure Rxcing que foi pilotado por Alex Malykhin/ Joel Sturm/ Klaus Bachler depois de uma batalha bem interessante contra o Aston Martin Vantage AMR LMGT3 2024 #26 da Heart Of Racing pilotado por Ian James/ Daniel Mancinelli/ Alex Riberas e em tercerio o outro Aston Martin #777 da D'Station Racing.


A Manthey Pure Rxcing teve a primazia de ser a primeira vencedora da nova classe LMGT3
(Foto: Andrew Hall/ Dailysportscar)

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Grandes Atuações - Stirling Moss, Boavista 1958

 

Stirling Moss a caminho da vitória em Boavista 1958 
(Foto: Motorsport Magazine)

Conforme a década de 1950 chegava ao final, a expectativa para que Stirling Moss chegasse ao título mundial aumentava. Ao lado de seu conterrâneo Mike Hawthorn, Moss era a feição da renovação da Fórmula 1 quando estes estrearam no início da década e em pouco tempo estavam desafiando os primeiros campeões mundiais. O talento natural de Stirling se sobressaiu, mas acabaria esbarrando na genialidade de Juan Manuel Fangio que conquistaria três de seus cinco títulos sobre o jovem inglês que ainda teria uma oportunidade naquele ano de 1958: mesmo com a aposentadoria de Fangio no GP da França daquele ano, ele teria em Hawthorn o seu mais perigoso oponente. A disputa do cetro na Fórmula 1 estava em jogo.

A temporada de 1958 teve uma faceta quase que totalmente britânica, excetuando o fato de Maurice Trintignant ter quebrado essa sequência com a sua vitória no GP de Mônaco, garantindo a conquista para equipe de Rob Walker com o seu Cooper Climax T45 - a segunda do carro inglês naquela temporada. Stirling Moss (Vanwall), Mike Hawthorn (Ferrari), Peter Collins (Ferrai) e Tony Brooks (Vanwall) garantiram o restante das provas daquele ano, mas a disputa do mundial ficou restrita a dois: Moss e Hawthorn estavam a caminho para ver quem seria o primeiro campeão britânico na Fórmula 1, mas cada um com seu estilo naquele ano. Até o GP da Alemanha, no colossal Nurburgring, Moss havia ganhado duas corridas (Argentina e Holanda) enquanto que Hawthorn venceu apenas na França (Reims), mas a maior regularidade do piloto da Ferrari dava a ele uma vantagem na tabela até ali: Mike havia chegado cinco vezes nos pontos (quatro entre os três primeiros) e Moss apenas três (todas nos pódios) - na pontuação, Hawthorn tinha seis pontos de vantagem sobre Moss (30 x 24). Em Nurburgring nenhum dos dois chegou ao final, sendo que Moss abandonou na volta três com problemas elétricos e Hawthorn foi até a volta onze, abandonando com problemas de câmbio. Essa corrida ficou marcado pela morte de Peter Collins, que se acidentou na volta dez. Foi a segunda morte no ano, já que Luigi Musso faleceu durante o GP da França - curiosamente, ambos eram pilotos da Ferrari.

O GP de Portugal foi o nono daquela temporada e foi a primeira vez que fazia parte do calendário da Fórmula-1, porém era uma corrida que datava de 1951 quando teve a sua primeira edição destinada à carros sport e foi vencida por Casimiro de Oliveira com uma Ferrari. Daquele ano em diante, alternando entre os traçados citadinos de Boavista (Porto) e Monsanto Parque (Lisboa), a prova só não teve a sua realização em 1956. O circuito da Boavista acabou sendo o palco para aquele GP de Portugal com os seus 7,4 km de extensão, num misto de paralelepípedos e trilhas de bonde que aumentavam a dificuldade num circuito estreito e desafiador.

Mesmo que os pilotos tivessem uma dificuldade inicial com a natureza peculiar deste traçado de Boavista, não demoraram muito a acharem o ritmo e isso foi visto na qualificação: Stirling Moss e Mike Hawthorn estiveram na batalha pela pole e o piloto da Vanwall garantiu com a marca de  2’34’’21, sendo cinco centésimos melhor que Mike. Com três décimos de desvantagem aparecia Stuart Lewis Evans com o outro Vanwall, seguido por Jean Behra (BRM), Tony Brooks, Wolfgang Von Trips (Ferrari), Harry Schell (BRM), Jack Brabham (Cooper), Maurice Trintignant (Cooper) e Carrol Shelby com um  Maserati da equipe de Temple Buell fechando os dez primeiros. No final, um total de 15 carros largaram para aquele primeiro GP português.

Os dias de treinos e qualificação foram feitos com tempo seco, mas o dia da corrida revelou um clima nublado e com a pista bem escorregadia proveniente da chuva que havia caído desde a noite de sábado até parte do domingo. Além das dificuldades de uma pista recortada pelos trilhos do bonde e com partes de paralelepípedo, a chuva deixaria essa parte das pedras ainda mais escorregadias. Apesar de tudo apresentar um cenário bem complexo, a largada acabou sendo sem maiores problemas quando Moss conseguiu sustentar a liderança e Hawthorn continuou em segundo para na abertura da volta dois assumisse a liderança. O piloto da Ferrari aproveitou bem a oportunidade ainda com uma pista úmida, mas isso duraria até a volta oito quando Stirling Moss avançou para primeiro numa altura em que a pista já estava bem seca, e isso tornaria-se vital para seu desempenho naquela tarde em Boavista.

A corrida teve outras batalhas interessantes pelas posições abaixo da segunda posição: Jean Behra vinha em grande forma com seu BRM lutando pela terceira posição contra seu companheiro de equipe Harry Schell e Von Trips, conseguindo batê-los na corrida. Behra ainda assumiria a segunda posição quando Hawthorn precisou ir aos boxes para fazer reparos nos freios de seu Ferrari que já o atormentavam desde o início da corrida. O inglês recuperaria a segunda posição na volta 42, jogando Behra para terceiro. O valente francês já estava a ter problemas no motor – perdera um dos cilindros - e não resistiria as investidas de Stuart Lewis-Evans e perderia a última posição do pódio para o piloto da Vanwall, encerrando em quarto. Carrol Schelby também teve uma boa jornada naquela tarde em Boavista e por muito pouco não avançou para a casa dos pontos, terminando em sexto – lembrando que apenas os cinco primeiros marcavam pontos e a melhor volta valia um ponto.

A corrida de Moss tornou-se um grande passeio, visto que os problemas de freios no Ferrari de Mike Hawthorn dificultavam bastante o trabalho do inglês. Mike, como dito anteriormente, vinha sofrendo com isso desde o início da prova e até mesmo uma visita aos boxes para tentar solucionar isso foi feita e apesar de, momentaneamente, ter surtido algum efeito, este problema retornaria mais adiante. Estes problemas gerariam certo temor sobre Mike perder a segunda posição para Evans, que estava se aproximando rapidamente e até com ajuda de Moss, que acabara de colocar uma volta nele – e que em seguida faria o mesmo com Hawthorn. Curiosamente, quando a última volta foi aberta, Stirling deixou Mike passar para descontar a volta.

Aquela derradeira passagem gerou um dos casos mais interessantes da temporada e da Fórmula-1: com os problemas de freios já agravados e com alguns trechos úmidos, já que uma leve chuva se fez presente numa parte da prova, Hawthorn acabou rodando e deixando seu Ferrari morrer. No mesmo instante, logo após ter levado a quadriculada, Moss estava em sua volta de desaceleração quando viu o amigo em dificuldades para voltar à pista e completar o restante da corrida – lembre-se que ele estava descontando a volta para Moss – e parou para ajudá-lo. Mike conseguiu retornar e completar o GP em segundo completando as mesmas 50 voltas de Stirling, sendo o único a não ter tomado volta.

A ocorrência de Mike Hawthorn chegara aos comissários que de imediato o desqualificaram da prova, sendo que foi relatado que ele havia voltado na contramão do tráfego – o que é proibido, claro. Isso chegou aos ouvidos de Stirling Moss que prontamente foi aos comissários e explicou o ocorrido, dizendo que Mike Hawthorn havia feito o retorno pela calçada e não colocava ninguém em risco – já naquele momento o ritmo dos que vinham em seguida era baixo, pois haviam tomado a bandeirada. Com isso, Hawthorn manteve seus seis pontos da segunda posição e o ponto da melhor volta, feita na passagem 36. Os resultados após essa manutenção dos pontos, indicavam 37 para Hawthorn e 32 para Moss e caso o piloto da Ferrari tivesse sido desqualificado, Stirling poderia ter saído daquele GP com até três pontos de vantagem.

Os reflexos deste final em Portugal seriam vitais para o desfecho da temporada em Casablanca, no Marrocos.

93ª 24 Horas de Le Mans - Horas 23 e 24