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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

GP da Itália: Ninguém tira o pé

 

Lewis e Max em Monza: rivalidade extrema 


Lewis Hamilton e Max Verstappen possuem a mesma gana por vitória. Isso é inegável. São dois pilotos que foram preparados para usufruírem o máximo de seus talentos com equipamentos que eram, no mínimo, bons para conseguirem chegar ao seus objetivos. 

Lewis chegou a Fórmula-1 cedo, mas com uma grande esperança depositada sobre seus ombros após uma conquista magistral na finada GP2 de 2006. Neste ponto, o inglês não decepcionou: chegou, peitou Fernando Alonso - o então bicampeão - e esteve as portas de vencer o campeonato caso não cometesse erros nas duas provas finais - China e Brasil - que abriram a chance de Kimi Raikkonen vencer o mundial de 2007. Apesar de tudo, sua pilotagem agressiva e dura na disputa com os rivais trouxe um elemento a mais para o campeonato. Apesar dos erros que ainda apareceram em 2008, o inglês estava pronto para erguer o seu primeiro mundial de pilotos.

Max Verstappen é da mesma casta: foi incentivado - mesmo que de formas duras por parte do pai - a extrair o máximo dos carros e também do seu talento impressionante, tornando-o um dos grandes fenômenos do esporte a motor da última década marcando uma entrada extremamente jovem na Fórmula-1, mas dando conta do recado de forma imediata - como ficou bem claro na sua estreia pela Red Bull no GP da Espanha de 2016 que ele acabaria por vencer. Assim como Lewis, suas disputas duras com adversários e com uma pilotagem absurdamente hipnotizante, chamou atenção para o novo astro que estava despontando.

Passados estes anos, estamos em 2021 numa disputa ferrenha entre estas duas personagens: um Lewis reinante desde 2014 (com uma pequena intromissão de Nico Rosberg em 2016) e Max Verstappen já com uns bons anos de experiência e sedento para destronar o inglês de seu pedestal. E claro, apesar da aparência mistosa entre ambos nos últimos anos, as coisas mudaram de figura para esta temporada até aqui eletrizante. Tanto um quanto o outro teve que exigir o máximo de seus equipamentos e também de seus talentos para sobrepor o outro. Neste momento o campeonato pende à favor de Max, mas Lewis está a espreita.

A disputa dura entre eles tem sido o grande ponto de discussão nesta temporada, onde nenhum tem aliviado para o outro nos duelos diretos: se Max tem impetuosidade de ignorar a presença do heptacampeão nos espaços, Lewis não tem feito diferente. E isso não tem nada de errado. O duelo tão esperado e aclamado tem acontecido quase que incessantemente e dado a todos uma impressão de que em todas as corridas os esbarrões podem acontecer. As trocas de farpas via imprensa, como dois pugilistas, tem fervilhado a cabeça de fãs e imprensa, num tempero bem forte que a categoria não via há anos. Lewis e Max são duas criaturas criadas e treinadas para triturarem seus adversários e por serem tão parecidos, as coisas tendem a sair do controle.

Na história da Fórmula-1 a disputas quase que foram feitas por pilotos com estilos opostos: se Alberto Ascari tinha a velocidade pura, Juan Manuel Fangio tinha a cautela a seu favor; Jim Clark era a velocidade pura, enquanto que Graham Hill ia para uma pilotagem mais cadenciada; Niki Lauda era impressionantemente veloz e Emerson Fittipaldi olhava mais para a regularidade; algo parecido como aconteceria mais tarde entre Nigel Mansell/ Nelson Piquet e Ayrton Senna/ Alain Prost. Estes exemplos deram liga - mesmo que às vezes chegassem a ser destrutivas, como Senna/ Prost - mas agora a disputa é entre dois caras extremamente velozes e duros nas disputas. E o resultado disso vimos nas últimas corridas.

Apesar de uma melhor consciência de Hamilton em algumas situações, é claro que nem sempre vão aliviar um para o outro. O incidente em Silverstone foi a prova de como não terá camaradagem entre eles quando estiverem no tudo ou nada e o acidente em Monza só ratifica isso. Independentemente se tenham ou não deixado espaço, a verdade é que não esperem tapetes vermelhos em todas as disputas - ainda mais para um campeonato que está caminhando para a sua reta final. Se Hamilton estava tranquilo em seu reino e Max apareceu para lhe tirar o sono, ele acabou despertando o velho Lewis de outrora. E isso foi a grande sacada para este mundial. Por outro lado, a grande sorte destes dois é não ter a presença de um terceiro piloto que poderia muito bem "roubar" a taça no melhor estilo Alain Prost 1986 e Kimi Raikkonen 2007...

O culpado de ontem? Nenhum deles, claro. Afinal de contas, Lewis defendeu o seu lado e Max, que também não é de levar desaforo para casa, não tirou o pé e ambos acabaram encavalados - a função do Halo, que ainda acho ter uma pequena na parte superior, onde alguns pilotos (Charles Leclerc, por exemplo) ter uma parte do capacete exposta, cumpriu a sua função e protegeu Hamilton do pior - numa das cenas que contam bem o que tem sido o campeonato até aqui.

Lewis também tem jogado com a agressividade de Max. Já que o holandês não tira o pé nas disputas, o heptacampeão passou a entrar nos duelos de forma mais dura. Uma forma de intimidar o garoto rubro-taurino, assim como o mesmo sempre fez com os demais. A diferença é que Vertappen não baixou a cabeça e aceitou o desafio vindo do inglês e disputas assim tendem a terminar como os casos de Silverstone e o de Monza. 


Não esperem que Hamilton e Verstappen tirem o pé nas próximas batalhas. Pode haver algum hasteamento de bandeira branca para algum dos lados, mas isso não acontecerá sempre. A disputa tem sido visceral até aqui e é isso que tem prendido atenção de todos para este campeonato. Os fãs terão muito o que discutir e se estapearem pelas redes sociais. Para os que não tomam partido de nenhum dos lados, a disputa é um manjar dos Deuses.

GP da Itália - De volta ao topo

 

Um shoey para a Mclaren e Daniel Ricciardo
(Foto: Mclaren)

É sempre bom rever uma equipe tradicional de volta ao lugar mais alto do pódio, ainda mais com uma dobradinha. A última vez que tivemos algo tão interessante a este ponto, foi quando Pastro Maldonado gastou seu talento para vencer o GP da Espanha de 2012 num dos melhores momentos daquele campeonato que ainda é o melhor da categoria nos últimos onze anos. Essa conquista da Mclaren, a primeira dela após a conquista de Jenson Button no GP do Brasil de 2012, ainda tem um fator a ser considerado que é a volta de Daniel Ricciardo ao círculo dos vitoriosos, algo que não acontecia desde o GP de Mônaco de 2018 quando ainda estava na Red Bull. 

Como um exercício de adivinhação - ou premonição - os comentários mais recorrentes apontavam que e Monza as coisas para a Mclaren podiam se alinhar à favor dos papayas, uma vez que o layout veloz do circuito italiano pendia um pouco para o carro da Mclaren. Uma pequena amostra disso foi vista em Spa-Francorchamps quando Lando Norris estava em forma e poderia muito bem ter conquistado a pole se não fosse o acidente, mas Daniel Ricciardo estava em quarto e sabe-se lá o que poderiam ter conquistado se a prova belga tivesse, de fato, acontecido. Mas o recado tinha sido dado. 

Em Monza as coisas foram na mesma linha: Norris e Ricciardo conquistaram boas posições na qualificação para a Sprint Race (4º e 5º respectivamente) e a atuação de ambos na corrida para definição de grid no sábado foi exemplar com os dois se beneficiando bem da má largada de Lewis Hamilton e mantendo-se firmemente em terceiro com Daniel e em quarto com Lando, que teve de suportar em algumas situações a pressão de Hamilton. Com estas posições conquistadas, que tornariam-se segundo e terceiro para eles com a punição do vencedor Valtteri Bottas por conta da troca de motor, a condição para o domingo era das melhores. Sonhar não custa...

A ótima largada de Daniel Ricciardo no domingo o colocou numa situação muito mais confortável, já que a sua melhor velocidade de reta não deixava Max se aproximar o suficiente para usufruir do benefício do DRS. O ótimo trabalho de box da Mclaren também ajudou para que Daniel continuasse na frente e isso melhoraria com o péssimo pit-stop de Verstappen que jogou o holandês para o meio do pelotão - mais tarde o incidente entre Max e Lewis na "Variante Del Rettifilo" deixariam as coisas ainda mais encaminhadas.

O assédio de Lando Norris em busca de sua primeira vitória foi brecada pela equipe, em vista de preservarem a possível dobradinha, mas ainda tinha a ótima recuperação de Valtteri Bottas que era alguém a considerar numa tarde onde o finlandês esteve em grande forma. Ele ficou barrado em Sergio Perez na luta pela terceira posição - uma luta que era virtual, já que Perez precisava abrir cinco segundos para pode ficar com aquela posição uma vez que estava com a punição de cinco segundos por ter demorado em devolver a posição a Charles Leclerc numa batalha anterior. 

A vitória de Daniel Ricciardo veio num momento crucial para o australiano que passava a ser questionado. O seu desempenho frente ao apresentado por Lando Norris até aqui, deixava bastante a desejar e isso levantava questões do que poderia ser o seu futuro dentro da equipe. Mas a sua melhora nas últimas corrida e agora com essa conquista, da forma como veio, apenas ratifica que o australiano parece estar se encontrando e as provas seguintes é que vão nos dar o real idéia de onde Ricciardo pode chegar dentro da equipe chefiada por Zak Brown.

Para a Mclaren foi um doce reencontro com as vitórias, sendo a última conquistada há quase nove anos com Button em Interlagos. O retorno da parceria com a Mercedes já voltou a render os frutos nesse ano, apenas culminando numa melhora que foi vista já em 2018 quando a equipe estava usando os motores Renault. Essa conquista foi uma tremenda quebra de tabus para a tradicional equipe: primeira vitória com a lendária cor papaya desde a conquista de Denny Hulme no GP do México de 1969 e a primeira da equipe sem a presença de Ron Dennis, sendo que a última havia sido no GP do Japão de 1977 com James Hunt.

Uma retomada importante para uma das equipes mais clássicas da categoria. 

terça-feira, 7 de setembro de 2021

Vídeo: Ayrton Senna, GP da Itália 1991

 

(Foto: Motorsport Images)

O Grande Prêmio da Itália de 1991 foi a 12ª prova do mundial de Fórmula-1 daquele ano. 

O recorde de melhor média horária para a obtenção da pole quase foi pulverizado por Ayrton Senna com o Mclaren MP4/6 Honda, quando o piloto brasileiro cravou o tempo de 1’21’’114 ainda na sessão de sexta-feira com a média de 257.415 Km/h. 

A marca de Senna foi apenas 1,59 Km/h de média pior que o então recorde, que pertencia a Keke Rosberg quando o finlandês chegou aos 259,005 Km/h de média ao volante do Williams FW10 Honda Turbo na qualificação para o GP da Grã-Bretanha de 1985. 

 Na corrida, a vitória ficou para Nigel Mansell (Williams Renault) com Senna em segundo e Alain Prost (Ferrari) em terceiro.
 

sábado, 17 de julho de 2021

Vídeo: Juan Manuel Fangio, GP da Itália 1953

 

Fangio, Ascari e Farina disputando a primeira posição: um dos grandes momentos 
da temporada de 1953
(Foto: Bernard Cahier)

Não é tão comum achar imagens do Grande Prêmio da Itália de 1953, que encerrou a temporada da Fórmula-1 naquele ano. Mas este comercial da Pirelli com Juan Manuel Fangio, mostra alguns trechos daquele GP que foi um dos melhores do ano onde os três campeões mundiais – Giuseppe Farina, Juan Manuel Fangio e o recém coroado bicampeão Alberto Ascari – se entregaram a uma disputa impressionante com muitas alternâncias na liderança da corrida.

Mas o melhor ficou para o final, quando Ascari tentou mergulhar por dentro da Maserati de Fangio e ganhar a liderança na Parabólica, porém acabou retardando demais a freada e escapando. Isso deixou Fangio livre para vencer seu primeiro GP - e também da Maserati - após uma longa recuperação que atravessou todo ano de 1952 – após um acidente em uma prova extra-campeonato ali mesmo em Monza. Como todos esperavam uma conquista de Ascari, o diretor da prova acabou não acenando a bandeira quadriculada, fazendo com que Fangio e Farina fizessem mais uma volta.

Hoje completa 26 anos da morte do grande Juan Manuel Fangio.


terça-feira, 8 de junho de 2021

Foto 961: Ludovico Scarfiotti, GP da Itália 1966

 

Ludovico Scarfiotti no grid da prova que o consagraria

O piloto italiano era um dos melhores de sua geração naquela década de 60, tendo vencido provas no Mundial de Marcas – incluindo a conquista nas 24 Horas de Le Mans de 1963 com Lorenzo Bandini pilotando pela Ferrari – e também com dois títulos no Campeonato Europeu de Subida de Montanha em 1962 e 1965.

Scarfiotti tinha feito já algumas provas na Fórmula-1, tendo estreado no GP da Holanda de -1963 onde terminou em sexto e participou, também, de algumas provas extra-campeonato incluindo a famosa corrida em Syracuse no ano de 1967 onde ele dividiu a conquista com seu companheiro de Ferrari Mike Parkes após terem cruzado a linha de chegada juntos, computando a mesma velocidade (182,90 KM/H) e cravando um incomum empate.

No GP da Itália de 1966 Scarfiotti largou da segunda posição, com a pole ficando para seu companheiro de Ferrari Mike Parkes – que marcava a sua primeira pole na categoria. Após uma má largada que o jogou para sétimo, Ludovico escalou o pelotão aos poucos para assumir a liderança na 13ª volta e perde-la momentaneamente na 27ª passagem para Mike Parkes e recuperá-la em seguida, para se tornar o primeiro italiano a vencer o GP da Itália desde Alberto Ascari, que havia vencido em 1952 também pela Ferrari. E agora era vez de Ludovico herdar essa marca, ao ser o último italiano a vencer o GP italiano e com Ferrari.

Scarfiotti morreria dois anos depois numa prova de Subida de Montanha em Berchtesgaden (ALE) ao volante de um Porsche 910 durante os treinos.


*Texto extraído do especial "A primeira em Monza"  feito em setembro de 2020

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Foto 960: Chico Landi, GP da Itália 1952

 


Chico Landi com o Maserati A6GCM da Escuderia Bandeirante durante o GP da Itália de 1952, realizado em Monza. Foi a oitava e derradeira do Mundial de Fórmual-1 de 1952. 

Na ocasião a Escuderia Bandeirante levou três Maserati A6GCM para Landi, o brasileiro Gino Bianco e o uruguaio Eitel Cantoni. Landi conseguiu qualificar-se em 18º, Cantoni ficou em 23º e Bianco em 24º. A corrida foi um duelo a parte entre Alberto Ascari e Jose Froilan Gonzalez, até que o piloto argentino teve problemas em seu pit-stop e deixasse Ascari livre para vencer a prova. Com os problemas aparecendo para os demais, Chico Landi foi escalando o pelotão aos poucos até ocupar a sétima posição - sem contar que ele ainda fizera uma bela largada aparecendo em 11º no final da primeira volta. Na 63ª volta ele foi superado pela Ferrari de Piero Taruffi e acabou fechando em oitavo, até então a melhor posição de chegada de um piloto brasileiro na Fórmula-1. Cantoni ficou em 11º e Bianco abandonou com problemas de motor. 

Chico Landi viria a conquistar os primeiros pontos no GP da Argentina de 1956 ao terminar em quarto com carro compartilhado com Gerino Gerini. 

Hoje completa 32 anos da morte de Chico Landi. 

sábado, 29 de maio de 2021

Foto 948: Johnny Servoz-Gavin, Monza 1968

 


A caminho de um grande resultado... O Matra MS10 pilotado por Johnny Servoz-Gavin durante o GP da Itália de 1968. Ele fechou em segundo, neste que foi o nona etapa do campeonato de Fórmula-1 daquele ano. 

O GP da Itália foi mais uma vez pautado pelo jogo de vácuo, mas antes disso, nos treinos, John Surtees passava para conquistar a primeira pole da equipe Honda - e consequentemente a última do inglês na categoria. A corrida foi uma batalha interessante pela liderança reunindo os melhores pilotos do grid, com Surtees, Bruce Mclaren, Jackie Stewart, Chris Amon, Jo Siffert e Denny Hulme travando uma grande disputa. Mas os problemas mecânicos e/ou acidentes foram tirando alguns destes competidores do caminho, como Amon (que acidentou-se após escorregar no óleo deixado por um dos Honda, quando contornava a Lesmo), Surtees (que também bateu o carro na sequência do acidente de Amon); Mclaren abandonou na volta 35 com vazamento de óleo; Stewart teve problemas no motor Cosworth do Matra na volta 42; e Siffert teve a suspensão traseira quebrada na volta 58. 

As últimas dez voltas (a prova tinha 68 voltas em seu total) foi apenas para Denny Hulme administrar a vantagem de mais de 1 minuto que ele tinha sobre Servoz-Gavin que estava a travar um grande duelo contra a Ferrari de Jacky Ickx. Porém, o belga precisou ir aos boxes para colocar mais gasolina, o que abriu a oportunidade do francês da Matra ficar com o segundo lugar e Ickx com o terceiro. 

Este segundo lugar foi o melhor resultado da carreira de Johnny Servoz-Gavin na categoria, cuja estréia se deu no GP de Mônaco de 1967 pilotando pela Matra. Ele encerrou a sua carreira na Fórmula-1 e de piloto no GP de Mônaco de 1970, quando estava a serviço da Tyrrell, ao não qualificar-se para o GP. Apesar de nunca ter assumido tal fato, acredita-se que o ferimento em um dos olhos durante uma prova de rally, tenha influenciado bastante na sua decisão de largar o automobilismo. 

Hoje completa 15 anos da morte do piloto francês.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Foto 885: Ronnie Peterson, 24 Horas de Le Mans 1970

Ronnie Peterson nas 24 Horas de Le Mans de 1970: única participação

Ronnie Peterson durante o fim de semana das 24 Horas de Le Mans de 1970. Na foto, o sueco com a Ferrari 512S #7 da equipe oficial da Ferrari (SEFAC Ferrari) na freada para Arnage. Na ocasião ele dividiu o carro com Derek Bell, mas não tiveram grande sorte ao abandonarem na 39ª volta após um problema na válvula. Foi a unica aparição de Ronnie em Sarthe.

O piloto sueco ainda teve outras oportunidades de participar das 24 Horas de Le Mans, mas por alguns infortúnios acabou por não acontecer: em 1969 foi escalado como reserva nos carros da Scuderia Filipinetti; em 1971 esteve na lista de reserva pela mesma Scuderia Filipinetti, onde dividiria o Ferrari 512M com Jean Pierre Jabouille; e a última possibilidade foi em 1972 quando estava a serviço da Ferrari, onde conduziria uma 312PB com Tim Schenken e Mario Andretti, mas a inscrição foi retirada. 

Naquele mesmo ano de 1972, Ronnie esteve a serviço da Ferrari no Mundial de Marcas onde pilotou o Ferrari 312PB junto de Tim Schenken. A dupla conseguiu duas vitórias naquela temporada: nos 1000Km de Buenos Aires e nos 100Km de Nurburgring. 

Hoje completa exatos 42 anos da morte de Ronnie Peterson, após o terrível acidente de um dia antes no GP da Itália de 1978. 

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Foto 884: A primeira em Monza

 

(Foto: Alpha Tauri/ Twitter)


A vitória de Pierre Gasly nesse último domingo passa a ser uma dos melhores momentos da Fórmula-1 nos últimos anos. Uma vitória carregada de emoções e revitalizante para um piloto que passou por maus bocados em 2019 até o seu heroico pódio em Interlagos naquele ano.

Por outro lado, a sua conquista o coloca na lista de pilotos que venceram seu primeiro GP na Fórmula-1 no solo sagrado de Monza. Ele é o oitavo piloto a conseguir essa façanha e agora vamos aos outro sete que compõe esse grupo.

 


1960 – Phil Hill –
O campeonato daquele estava totalmente nas mãos das equipes britânicas, tendo vencido as oito primeiras etapas das dez programadas para aquele mundial. Para o GP da Itália, o traçado escolhido foi o completo – com a utilização do anel externo da pista de Monza. O piso de concreto utilizado na bancada do oval prejudicava bastante a performance dos carros ingleses – por causa dos fortes solavancos – e nisso acabou que as equipes oficiais da Lotus, Cooper e BRM se retiraram daquela etapa e apenas os Cooper de propriedade de alguns pilotos particulares é que participou.

Foi a deixa para a Ferrari chegar a sua primeira e única vitória naquele ano: inscreveu quatro carros, sendo três D246 para Phil Hill, Richie Ginther e Willy Mairesse e uma 156P de motor traseiro para Wolfgang Von Trips.

Hill largou da pole (a primeira dele) e passou para vencer pela primeira vez na Fórmula-1 após duelar com Ginther, que terminou em segundo e Mairesse em terceiro. Ele tornou-se o primeiro americano a vencer uma corrida oficial na Europa após 40 anos, quando Jimmy Murphy venceu o GP DA França de 1921 em Le Mans pilotando um Duesenberg. Foi também a última conquista de um carro com motor dianteiro na Fórmula-1.

Phil repetiria a vitória em Monza um ano depois, no trágico GP de custou a vida de Von Trips e que era seu rival na disputa pelo titulo em 1961. Hill acabou por ser o campeão.

 


1965 – Jackie Stewart
– A temporada de 1965 levava a marca de Jim Clark e Lotus, que até ali tinha vencido seis vezes no mundial – e ainda carregava a fabulosa conquista da Indy 500. Em Monza a batalha foi inteiramente entre os pilotos britânicos onde Clark, Graham Hill, Jackie Stewart (estes dois com a BRM) e uma rápida intervenção de John Surtees (Ferrari), deu o tom naquela corrida regada ao uso do vácuo com as constantes trocas na liderança entre Clark, Hill e Stewart até a 57ª volta quando Jackie assumiu a liderança de vez.

Jim Clark abandonou na volta 63 por problemas de vazamento de óleo e deixou a disputa para Jackie e Hill, com o inglês ainda incomodando o escocês em algumas oportunidades. Mas Stewart reassumiria a liderança de vez na volta 74 para vencer seu primeiro GP na Fórmula-1.



1966 – Ludovico Scarfiotti –
O piloto italiano era um dos melhores de sua geração naquela década de 60, tendo vencido provas no Mundial de Marcas – incluindo a conquista nas 24 Horas de Le Mans de 1963 com Lorenzo Bandini pilotando pela Ferrari – e também com dois títulos no Campeonato Europeu de Subida de Montanha em 1962 e 1965.

Scarfiotti tinha feito já algumas provas na Fórmula-1, tendo estreado no GP da Holanda de -1963 onde terminou em sexto e participou, também, de algumas provas extra-campeonato incluindo a famosa corrida em Syracuse no ano de 1967 onde ele dividiu a conquista com seu companheiro de Ferrari Mike Parkes após terem cruzado a linha de chegada juntos, computando a mesma velocidade (182,90 KM/H) e cravando um incomum empate.

No GP da Itália de 1966 Scarfiotti largou da segunda posição, com a pole ficando para seu companheiro de Ferrari Mike Parkes – que marcava a sua primeira pole na categoria. Após uma má largada que o jogou para sétimo, Ludovico escalou o pelotão aos poucos para assumir a liderança na 13ª volta e perde-la momentaneamente na 27ª passagem para Mike Parkes e recuperá-la em seguida, para se tornar o primeiro italiano a vencer o GP da Itália desde Alberto Ascari, que havia vencido em 1952 também pela Ferrari. E agora era vez de Ludovico herdar essa marca, ao ser o último italiano a vencer o GP italiano e com Ferrari.

Scarfiotti morreria dois anos depois numa prova de Subida de Montanha em Berchtesgaden (ALE) ao volante de um Porsche 910 durante os treinos.

 


1970 – Clay Regazzoni –
Vencer pela Ferrari é sempre um previlégio. Se for pela primeira vez, engrandece o piloto, mas se este pacote for todo num GP da Itália em Monza, eleva o piloto a imortalidade junto aos Tiffosi. Para o novato Clay Regazzoni, que passou parte daquele ano revezando o volante do 312B com o também novato Ignazio Giunti, a corrida foi um dos grandes presentes na sua carreira.

Apesar de todo clima tenso pela morte de Jochen Rindt durante os treinos, a corrida aconteceu e Regazzoni estava num ótimo terceiro lugar – com seu companheiro de Ferrari, Jacky Ickx, na pole e Pedro Rodriguez (BRM) em segundo.

As primeiras trinta voltas foram uma batalha visceral que envolveu Ickx, Rodriguez, Regazzoni, Jackie Stewart, Jackie Oliver e Denny Hulme no revezamento pela liderança, mas a partir da 31ª volta Stewart passou a batalhar exclusivamente com Regazzoni.  A partir da volta 54, Clay assumiu de vez a liderança para conquistar a sua primeira vitória na Fórmula-1 e ver a pista de Monza se transformar num mar de Tiffosi que agora tinham um novo ídolo.

Regazzoni ainda venceria em Monza cinco anos depois, quando levou o GP da Itália de 1975 com a Ferrari.




1971 – Peter Gethin –
Poderia um piloto sair de uma posição de meio de grid e vencer em Monza? Com um bom carro e conseguindo usar bem o beneficio do vácuo, essa chance cresceria consideravelmente.  Peter Gethin (BRM) marcou apenas o 11º tempo naquele grid para o GP da Itália que teve como pole Chris Amon com a Matra. Mas o britânico soube usar bem o turbilhão de vácuo em Monza naquele dia.

A corrida foi uma das mais disputadas da história, onde os seis primeiros passaram a corrida separados por meros meio segundo. Clay Regazzoni, Ronnie Peterson, Jackie Stewart, François Cevert, Mike Hailwood, Jo Siffert e Chris Amon foram os pilotos que trocaram a liderança até a 51ª passagem até que Peter Gethin, que havia ficado a corrida toda comboiando este grupo, começou a escalar o pelotão até chegar à liderança na volta 52. Ele perderia a liderança na passagem 54, mas recuperaria na volta 55 para vencer o seu único GP com a apertada vantagem de um centésimo para Ronnie Peterson.

A média horária alcançada por Peter Gethin foi de 242.616 KM/H . Em termos de comparação, naquele mesmo ano, Al Unser venceu a Indy 500 com a média de 253.850 KM/H.



2001 – Juan Pablo Montoya –
A fama do colombiano já estava em alta quando o GP da Itália daquele ano foi realizado. Sua coragem frente aos demais e, principalmente, Michael Schumacher, chamava atenção e credenciava o jovem piloto a ser um dos grandes astros.  

Aquele GP da Itália foi realizado sob forte tensão após o ataques as torres gêmeas em Nova York (11 de setembro) e do grave acidente sofrido por Alessandro Zanardi um dia antes na etapa de Lausitzring válida pelo campeonato da CART.

Montoya largou da pole e viu em Rubens Barrichello (Ferrari) e no seu companheiro de Williams, Ralf Schumacher, seus dois grandes opositores naquela edição. Juan Pablo acabou por vencer a corrida, com uma margem de cinco segundos sobre Rubens e dezessete sobre Ralf.

Montoya voltaria a vencer no circuito em 2005, pela Mclaren.



2008 – Sebastian Vettel –
A estrela em ascensão do automobilismo alemão teve seu dia de rei em Monza ao cravar a pole em condições bem adversas, onde a chuva foi constante. Na corrida, a soberania do jovem Sebastian Vettel continuou e ele liderou quase todas as voltas, perdendo a liderança por apenas quatro voltas para Heikki Kovalainen (19-22) e retomando para vencer de modo convincente pela primeira vez na categoria – e também para a então jovem equipe Toro Rosso, que havia surgido do que era a Minardi.

Essa conquista de Vettel o credenciaria para a equipe principal, a Red Bull, em 2009, onde ele veio conquistar seus quatro campeonatos consecutivos (2010-13) e tornar-se um dos grandes da categoria.  

domingo, 6 de setembro de 2020

GP da Itália: Quando Monza escolhe os seus

Pierre Gasly após a sua grande vitória em Monza
(Foto: James Moy)


É verdade que circuitos clássicos oferecem quase que sempre uma boa dose de emoções e surpresas. Tudo bem que nem sempre é assim, mas em algumas situações as coisas desenrolam de forma abrupta e mexem com o Status Quo para que o imponderável se aproprie de tal situação. O circuito de Monza, com seus quase 100 anos de existência, está no panteão daqueles locais "que escolhem seus vencedores" ao lado de seus co-irmãos Indianápolis e Le Mans, onde nem sempre o certo é dado como vencedor.
Dificilmente ninguém apostaria em Pierre Gasly hoje para ganhar em Monza e muito menos numa disputa com Carlos Sainz para ver quem ganharia seu primeiro GP na categoria. E essa aposta seria ainda mais doida se alguém dissesse que Hamilton lideraria com folga as primeiras voltas e tomaria um Stop&Go por ter entrado nos boxes quando este estava fechado após o carro de Magnussen ter parado ali próximo da entrada. Pior: que a corrida teria uma bandeira vermelha por causa do enorme acidente de Charles Leclerc após a relargada, quando perdeu o controle de sua Ferrari e bateu na Parabólica. Para a Ferrari foi mais um final de semana infernal, com ritmo muito abaixo e com seus dois pilotos ficando de fora - Vettel por problemas nos freios já nas primeiras voltas e o acidente de Charles.
A nova largada, com os carros parados, deu uma outra perpectiva com a ida de Hamilton aos boxes para pagar a sua punição - e ainda recuperar-se para chegar em sétimo, mostrando que tinha equipamento suficiente para vencer com folga em Monza. Lance Stroll parecia ser o cara do momento, mas um misto de má largada com escapa logo após a segunda partida, jogou por terra a chance de ganhar pela primeira vez na Fórmula-1. Melhor para Pierre Gasly que assumiu a liderança e conseguiu gerir bem a distância para Carlos Sainz, que ainda chega próximo, para vencer uma corrida histórica para ele e a Alpha Tauri que repetiram o feito de Vettel e Toro Rosso que venceram ali 12 anos atrás com exibição de gala. Foi também a primeira conquista de um piloto francês desde Olivier Panis, que venceu o caótico GP de Mônaco de 1996.
Para Pierre Gasly, que passou por todo aquele inferno astral, a sua conquista foi uma das melhores voltas por cima que poderia acontecer a um piloto, já iniciado no seu lendário pódio no GP do Brasil de 2019. A sua imagem, sentado no pódio, é sem dúvida de ter tirado um peso gigantesco, misturado com várias emoções e alívio. E claro, as lembranças do amigo Anthoine Hubert deve ter vindo com total força. Sem dúvida o momento mais belo desta temporada.
Se existe um jeito de calar os críticos - e seus algozes - ela foi feita da melhor forma hoje em Monza.

Foto 883: Clay Regazzoni, GP da Itália 1970


(Foto: Motorsport Images)

(Foto: Bernard Cahier)


Um dos grandes momentos de Monza, apesar de tudo.
Na primeira foto, o então novato Clay Regazzoni, entrou para imortalidade junto a Ferrari ao vencer o GP da Itália um dia após o trágico acidente que vitimou Jochen Rindt. Naquele mesmo fatídico dia 5 de setembro, foi o aniversário de Regazzoni que chegava aos 31 anos.
Na segunda foto, registro de Bernard Cahier, uma dos momentos que melhor simbolizam o que é o GP da Itália: a famosa invasão de pista, seja ela com vitória ou não da Ferrari, mas acontecerá e se for com vitória da Rossa - como no caso, a festejarem a conquista de Regazzoni- , certamente será ainda mais emblemática. É uma das melhores fotos de sempre da Fórmula.
Hoje completa exatos 50 anos deste feito.

sábado, 5 de setembro de 2020

Video: 24 Horas de Le Mans 1965 (Momentos Finais)

Os últimos minutos daquela que foi as 24 Horas de Le Mans de 1965, com o Ferrari #21 250LM d da NART (Nort American Racing Team), pilotado por Masten Gregory e Jochen Rindt que veio a conquistar aquela edição.
A principio essa corrida prometia um grande duelo entre Ferrari e Ford, com esta última trazendo seus GT40 revisados para tentar o assalto a grande prova do endurance mundial. Mas, assim como em 1964, na sua primeira tentativa, os seis Ford GT40 já estavam fora de combate com sete horas de prova pelos mais variados problemas. A Ferrari, com seus três 330 P2 Spyder oficiais, também não tiveram vida longa abandonaram já próximo do fim.
Mas ao menos, os Ferrari particulares honraram a marca: além da conquista da NART com o 250LM, outro Ferrari do mesmo modelo inscrito pela Pierre Dumay ficou em segundo (com Pierre Dumay e Gustave "Taf" Gosselin pilotando) e na terceira posição um Ferrari 275 GTB da Ecurie Francorchamps (conduzido por Willy Mairesse e Jean Blaton).
Essa corrida marcou a última conquista da Ferrari na geral em Le Mans. Por outro lado, foi a primeira da Goodyear em Sarthe.
Para Jochen Rindt, foi o seu melhor resultado em Sarthe. Ele disputou quatro edições das 24 Horas de Le Mans entre 1964 e 1967, tendo abandonado três vezes (64, 66 e 67) e pilotando por Ferrari (64 e 65), Ford (66) e Porsche (67).
Hoje completa exatos 50 anos da morte do austríaco, acidentado durante os treinos para o GP da Itália de 1970. Ao final da temporada foi coroado campeão post-mortem daquela temporada da Fórmula-1.

quinta-feira, 26 de março de 2020

Foto 853: Elio de Angelis, GP da Itália 1985

(Foto: Grand Prix Internacional)

O duo negro. Elio De Angelis liderando Ayrton Senna durante o GP da Itália de 1985. Naquele GP o italiano terminou em sexto, enquanto o piloto brasileiro fechou em terceiro numa corrida vencida por Alain Prost com Mclaren.
O ano de 1985 foi o último de Elio De Angelis pela Lotus, numa temporada que ele foi derrotado no duelo do grid (13x3); teve uma vitória (San Marino); conseguiu três pódios; uma pole (Canadá); e marcou 33 pontos - chegando na casa dos pontos nas sete primeiras corridas - fechando o campeonato na quinta posição.
Após cinco temporadas de serviços a Lotus, De Angelis partiu para a Brabham em 1986.
O piloto italiano completaria hoje 62 anos.

domingo, 6 de outubro de 2019

45 Anos do Bicampeonato - Emerson, O Grande - Parte Final


Continuação...

O desafio da Ferrari, chances para Tyrrell, ascensão da Brabham e Emerson bicampeão


Ronnie vencendo o seu segundo GP na temporada
O GP da França, disputado em Dijon-Prenois, deu início a segunda parte de um campeonato que prometia ser equilibrado exatamente pela crescente da Ferrari que parecia conseguir traduzir a sua inquestionável velocidade nas qualificações também nas corridas. Seria um desafio e tanto para a McLaren de Emerson Fittipaldi, que tinha a seu favor a confiabilidade e a regularidade do piloto brasileiro. Mas não podia-se descartar a velocidade do jovem duo da Tyrrell - Scheckter e Depailler - assim como a eficiência de Ronnie Peterson no comando do Lotus 72. Isso sem contar em Carlos Reutemann, que também era um candidato a roubar valiosos pontos com a sua Brabham.
A única novidade entre os pilotos foi a aparição de José Carlos Pace com o Brabham da equipe Hexagon, mas infelizmente não obteve qualificação por problemas mecânicos. Neste GP apenas 22 carros - de um total de 30 inscritos - foram permitidos no alinhamento.
O treino classificatório viu mais uma vez Niki Lauda ficar com a pole e ao seu lado Ronnie Peterson, extraindo mais uma vez o máximo do Lotus 72. Tom Pryce foi a grande sensação da qualificação ao fazer o terceiro tempo com a Shadow. Regazzoni, Fittipaldi e Hailwood fecharam os seis primeiros.
A corrida começou de forma caótica a partir do momento que Pryce teve uma má largada e no momento que era engolido pelo grid, acabou sendo acertado pelo Brabham de Reutemann. Hunt e Pescarolo também se envolveram no acidente. Reutemann ainda continuou na corrida, fazendo duas visitas aos boxes para verificações na suspensão dianteira para depois rodar e abandonar definitivamente na volta 25.
Niki Lauda parecia estar forte neste GP, mas fortes vibrações num dos pneus o forçou a descer para o segundo lugar. Ronnie Peterson assumiu a liderança para vencer a sua segunda corrida no ano, seguido por Lauda e Regazzoni. Emerson Fittipaldi estava em quarto quando o motor Cosworth explodiu. Jody Scheckter terminou em quarto, com Ickx em quinto e Hulme em sexto.
Com estes resultados Niki Lauda era o novo líder do campeonato com 36 pontos, seguido por Regazzoni com 32; Emerson Fittipaldi caía para terceiro; Jody Scheckter em quarto com 26 e Ronnie Peterson aparecia em quinto com 19 pontos.

Brands Hatch sediou o GP da Grã-Bretanha e nesta corrida pode-se ver a presença recorde da temporada com 34 inscritos. Destaque para a aparição de carros da Lyncar e Maki que foram pilotadas por John Nicholson e Holden Ganley, respectivamente - porém não classificadas para a corrida. José Carlos Pace estreou pela Brabham em substituição a Rikky Von Opel, que se retirou da categoria. Derek Bell assumiu o posto num dos carros da Surtees, posto que ficaria até o GP do Canadá. Peter Gethin também assumiu um lugar no grid, ao substituir o acidentado Guy Edwards - que quebrou o pulso numa prova da F-5000 - na equipe Embassy Hill. Lella Lombardi apareceu com um Brabham da equipe Allied Polymer Group com o #208, por conta do patrocínio da Rádio de Luxemburgo que tinha suas ondas de alcance em 208 metros - algo em torno de 1439kHz. O grid foi formado com 25 participantes.
Scheckter aproveitou bem a chance para vencer em Brands Hatch
Niki Lauda continuou a sua grande performance nas qualificações ao fazer a pole, porém teve ao seu lado Ronnie Peterson que igualou seu tempo no treino (1'19"7). Jody Scheckter, Carlos Reutemann, Tom Pryce e James Hunt fecharam os seis primeiros. Outros dois candidatos ao título, Emerson e Clay, apareciam na quarta fila em sétimo e oitavo respectivamente.
A corrida foi praticamente um passeio de Niki Lauda, que dominou quase que todo GP de ponta a ponta. Seus rivais mais próximos enfrentaram problemas, como Reutemann que acidentou na volta 38; Peterson e Regazzoni sofreram furos nos pneus e isso forçaram a sua ida aos boxes, perdendo terreno. Até a volta 73 Niki Lauda parecia que estava próximo de vencer - apesar da aproximação de Scheckter - mas o furo no pneu de seu Ferrari, procedente dos destroços do acidente de Hans Stuck da curva Dingle Dell, aumentou e ele teve que parar no box. Quando estava prestes a voltar, foi impedido e por comissários que alegavam que a prova estava prestes a terminar. Com isso Lauda perdeu o quinto lugar, que só foi recuperado algum tempo depois que a Ferrari entrou com recurso na CSI.
Jody Scheckter vencia, assim, o seu segundo GP com Emerson Fittipaldi, que soube aproveitar os infortúnios daqueles que iam à sua frente para chegar a um ótimo segundo lugar. Jacky Ickx conquistou o terceiro lugar, repetindo o seu melhor resultado naquela temporada - foi terceiro no Brasil; Regazzoni, Lauda e Reutemann fecharam os seis primeiros.
Niki Lauda continuou na liderança do campeonato, agora com 38 pontos; Emerson Fittipaldi aparecia em segundo com 37; Jody Scheckter e Clay Regazzoni apareciam empatados com 35 pontos; e na quinta colocação Ronnie Peterson com 19 pontos.

Nurburgring recebeu algumas mudanças para melhorar a segurança, especialmente com adição de guard-rails e áreas de escape com bancada de areia. O GP da alemão foi bem movimentado desde os treinos, quando Ronnie Peterson acidentou-se com a Lotus 72 nos treinos livres a deixando inutilizável. Dessa forma o piloto sueco teve que utilizar a 76, enquanto que Jacky Ickx ficou com a 72; a Ferrari estreou novos aerofólios, enquanto que a BRM conseguiu eliminar 20kg de peso dos P201. Howden Ganley acidentou com o Maki e machucou gravemente os pés, forçando o seu retiro da categoria.
A Ferrari deu as cartas mais uma vez na classificação, com Lauda fazendo a sua sétima pole no ano e Regazzoni logo em seguida. Emerson Fittipaldi, Scheckter, Depailler e Reutemann fecharam os seis primeiros.
A corrida foi dominada amplamente por Clay Regazzoni, que liderou todas a voltas do GP reencontrando uma vitória que não vinha desde o Grande Prêmio da Itália de 
1970. Niki Lauda acabou batendo ainda no início da corrida quando tentou superar Jody Scheckter. Este GP também
Regazzoni conseguiu encaixar um bom final de semana e venceu
em Nurburgring
revelou-se desastroso para a McLaren: enquanto que Emerson Fittipaldi e Denny Hulme se acidentaram ainda no grid, após o brasileiro ficar parado por problemas na embreagem e ser acertado por Hulme - Denny ainda tentou usar o carro reserva, mas foi desclassificado -, Mike Hailwood teve um forte acidente na volta 13 quando passou pelo trecho da Pflanzgartem indo de frente ao guard-rail. Mike teve uma das pernas quebrada e igual ao que acontecera com Ganley, acabou encerrando a sua carreira na Fórmula 1. Outros pilotos se acidentaram, mas sem gravidade como foram os casos de Jacques Laffite (Iso), John Watson (Brabham) e Depailler (Tyrrell).
Jody Scheckter, Carlos Reutemann, Ronnie Peterson, Jacky Ickx e Tom Pryce, que conquistou seu primeiro ponto na categoria, fecharam os seis primeiros.
Com a vitória, Regazzoni assumiu a liderança do mundial com 44 pontos enquanto que Scheckter subiu para segundo com 41 pontos. Niki Lauda continuou com seus 38 pontos, agora em terceiro; Emerson caiu para quarto com seus inalterados 37 pontos e Ronnie Peterson continuava em quinto, agora com 22 pontos.

O GP da Áustria trouxe algumas novidades para o pelotão. A McLaren recorreu a David Hobbs para substituir o convalescente Mike Hailwood; Guy Edwards ainda não estava em condições de voltar a pilotar e isso forçou Graham Hill ir atrás de Rolf Stommelen para assumir o comando do Lola-Ford da equipe Embassy; Jochen Mass deixou a equipe Surtees e junto levou o principal patrocinador da equipe, a Bang & Olufsen. Jean Pierre Jabouille substituiu o piloto alemão. Aproveitando que a prova era em território austríaco, dois pilotos locais estrearam: Dieter Quester alinhou um Surtees TS16 da equipe Memphis Team International, enquanto que Helmut Koinnig ficava a cargo do Brabham BT42 da Elan Racing Team. A principal ausência remontava a BRM, que alinhou apenas o carro de Jean Pierre Beltoise. O segundo carro que era de Henri Pescarolo acabou ficando de fora por problemas no fornecimento de motor.
Reutemann aproveitou bem dos problemas dos favoritos
para vencer em Osterreichring
Niki Lauda fez a pole, acompanhado por Carlos Reutemann na primeira fila. Emerson Fittipaldi e Carlos Pace formaram uma segunda fila brasileira, enquanto que Jody Scheckter e Ronnie Peterson formavam a terceira fila. Clay Regazzoni aparecia em oitavo, logo atrás de James Hunt.
A corrida foi resumida a uma prova de sobrevivência: Reutemann teve uma melhor saída e assumiu a liderança, enquanto que Lauda ficava em segundo. A corrida do piloto argentino foi a mais tranquila possível liderando a corrida de ponta a ponta, mas da segunda posição para trás foi de problemas e mais problemas para os pilotos que disputavam o título: Jody Scheckter abandonou na volta 9 com problemas no câmbio; Niki Lauda ficou de fora com o câmbio quebrado na volta 17; enquanto que Fittipaldi abandonou pelo mesmo problema, na volta 38. Pace era segundo e estava prestes a subir pela primeira vez ao pódio, quando a pressão do óleo fez o motor Cosworth falhar na passagem 42. Ronnie Peterson assumiu a segunda posição do brasileiro, mas quatro voltas depois apresentou problemas na transmissão.
Denny Hulme voltou ao pódio na segunda posição, James Hunt foi o terceiro, John Watson o quarto, Clay Regazzoni foi o único dos quatro candidatos ao título a completar a corrida, ainda que tenha sido em quinto e contado um pouco com a sorte, pois teve um furo num dos pneus traseiros de precisou trocá-lo, e a sexta colocação ficou para Vittorio Brambilla.
Os dois pontos conquistados por Regazzoni foram importantes para deixá-lo um pouco mais confortável na liderança da tabela com 46 pontos; Jody Scheckter em segundo com 41; Niki Lauda terceiro com 38; Emerson Fittipaldi em quarto com 37; e Carlos Reutemann subindo para quinto com 23 pontos.

Monza e sua atmosfera festiva por conta dos tiffosi, que costumam lotar as arquibancadas do tradicional circuito italiano, recebeu a antepenúltima etapa daquele mundial de 1974. Apesar dos inúmeros problemas enfrentados nos últimos GPs, a esperança da torcida - e imprensa - italiana é que a Ferrari recuperasse a confiabilidade e partisse para uma conquista arrebatadora que lhes pudessem dar o ânimo necessário para uma conquista que não vinha desde 1964.
A Lotus repetiu a sua formação, ao entregar o 72 para Peterson - agora com a dianteira do carro voltando ao seu formato original - e o 76 para Ickx; a Brabham cedeu o BT44 reserva para John Watson.
A esperança dos ferraristas aumentaram quando Niki Lauda anotou mais uma pole para a sua coleção, formando a primeira fila com Carlos Reutemann - assim como acontecera no Osterreichring. Carlos Pace e John Watson alinharam as outras duas Brabham na segunda fila, mostrando o bom rendimento que aqueles carros da equipe de Bernie Ecclestone estavam atingindo naquela fase final. Emerson Fittipaldi e Clay Regazzoni ocupavam a terceira fila. Jody Scheckter fez apenas o 12o tempo.
O decorrer do GP foi um sonho de uma noite de verão para os italianos, que chegaram a vislumbrar
Peterson e Emerson reeditaram em Monza o resultado de 1973, mas desta
vez favorável ao brasileiro
uma possível dobradinha: Lauda conseguiu sustentar a liderança e na segunda volta Regazzoni já superava Reutemann na briga pela segunda posição, deixando um cenário animador naquele momento para a torcida e também para o campeonato. Mas os azares - leia-se confiabilidade - acabaram tirando Lauda de combate na volta 33 por causa da refrigeração no motor. Regazzoni assumiu a liderança e as coisas pareciam bem encaminhadas até que o motor do Ferrari também falhou. O que parecia ser uma festa para os torcedores italianos, tornou-se uma tarde para lá de desastrosa.
Ronnie Peterson venceu o GP italiano após duelar contra Emerson Fittipaldi, que ficou em segundo. Jody Scheckter fez uma bela prova de recuperação e terminou em terceiro, salvando um final de semana que tendia a ser desastroso após a qualificação. Merzario ficou em quarto - nesta que foi última vez a pontuar na Fórmula 1 - Pace ficou em quinto e Hulme em sexto. Reutemann acabou abandonando na volta 13 por problemas de câmbio e suas já remotas chances de título desapareceram nesta corrida.
O campeonato ficou ainda mais embolado com Regazzoni se mantendo na ponta com seus 46 pontos, um a mais que Scheckter que ocupava a segunda posição e três a mais que Emerson Fittipaldi que aparecia em terceiro; Lauda era quarto com 38 e Peterson em quinto com 31
.
A Formula-1 rumou para Mosport onde ocorreria o GP do Canadá. Cinco pilotos estavam ainda no jogo, mas aquela corrida decidiria o destino de dois deles na disputa por aquele eletrizante – e imprevisível – campeonato. Penske e Parnelli, com seus modelos PC1 e VPJ4, estrearam naquele GP tendo Mrk Donohue e Mario Andretti em seus respectivos carros. Chris Amon substituiu Pescarolo na BRM; Mass assumiu o comando do Mclaren Yardley no lugar de David Hobbs; e Helmuth Koinnig enfim estreou-se em GPs, ao competir pela Surtees.
Os treinos saíram um pouco da sua rotina da qual todos já estavam acostumados: ao invés da Ferrari de Lauda na dianteira, era o M23 de Emerson Fittipaldi que encabeçava aquele grid – era a segunda pole naquele ano (a outra havia sido em Interlagos). Niki Lauda aparecia em segundo, com Scheckter, Reutemann, Jarier e Regazzoni completando os seis primeiros naquele grid. Ronnie Peterson aparecia apenas em décimo.
Emerson vencendo em Mosport: um importante passo para
o segundo título
A corrida foi tensa e emocionante. Niki Lauda conseguiu tomar a liderança já na largada e a sua condução parecia inabalável, tendo Emerson em segundo, Regazzoni em terceiro e Scheckter em quarto, que logo em seguida ultrapassaria Clay na disputa pelo terceiro lugar. Mas as coisas passaram a se definir mais a frente, quando Scheckter escapou e bateu forte na volta 49 e Niki Lauda, pressionado por Emerson, acabou perdendo o controle de sua Ferrari ao passar sobre detritos e bateu quando a corrida estava na 70ª volta. Fim de prova para o piloto austríaco que dava adeus a sua já remota chance de conquistar o título. Emerson venceu o GP canadense num momento importante do campeonato, tendo Regazzoni em segundo, Peterson – que fizera uma bela corrida de recuperação, conseguindo até mesmo alcançar e ameaçar a segunda posição de Regazzoni – ficou em terceiro e infelizmente também deixava as sua remotas chances de conquistar o mundial. James Hunt, Patrick Depailler e Denny Hulme completaram os seis primeiros – esse GP do Canadá foi o derradeiro para Derek Bell e Eppie Wietzes, assim como também a última vez que Denny Hulme chegou a casa dos pontos e Emerson Fittipaldi marcando um pole na Fórmula-1.
A tabela do campeonato mostrava a retomada da liderança de Emerson Fittipaldi agora com os mesmos 52 pontos de Regazzoni; Jody Scheckter era o terceiro com 45; Niki Lauda em quarto com 38; e Ronnie Peterson em quinto com 35.
Três contendores e a chance de um título mundial. Mais um menos assim é que poderiam iniciar o título de uma matéria para aqueles dias que antecediam o derradeiro GP daquela eletrizante temporada de 1974. Daqueles três, apenas Emerson Fittipaldi é quem havia experimentado o gosto de ser um campeão mundial – tal primazia conquistada dois anos antes quando era piloto da Lotus. Para Clay Regazzoni e Jody Scheckter era a primeira oportunidade de ambos para chegar ao olimpo da categoria. A matemática era favorável aos dois líderes do campeonato: Emerson precisava chegar a frente de Regazzoni e em caso de vitória de Scheckter, precisava terminar até a quarta colocação – e o mesmo se aplicava a Regazzoni, que precisaria ficar na frente de Fittipaldi e terminar em quarto em caso de vitória de Jody; para o jovem sul-africano as coisas eram mais complicadas: era obrigado a vencer e torcer para que Emerson e Clay ficassem da quinta posição para baixo. Ou seja: apenas um milagre para que Jody pudesse vencer o seu primeiro mundial na Fórmula-1. Certamente seria uma final tensa e emocionante para estes três pilotos.
As equipes realizaram testes de dois dias em Watkins Glen, uma semana antes do GP onde enfrentaram um frio rigoroso que beirava zero grau. Na semana seguinte, o frio ainda era intenso e possibilidade de nevar também era considerada – algo que não chegou acontecer e já na sexta-feira chegou fazer sol e a temperatura subiu para seis graus.
A classificação relegou seus principais pilotos daquele final de semana a coadjuvantes: Carlos Reutemann continuou a demonstrar a ótima evolução do Brabham BT44 ao fazer a pole position, tendo ao seu lado James Hunt que também vinha numa boa crescente naquelas últimas corridas com a sua Hesketh; Mario Andretti levou o carro da Parnelli (VPJ 4) a um excelente terceiro lugar, uma vez que até conseguira na sexta o melhor tempo da classificação; José Carlos Pace ficou com quarto melhor tempo, enquanto que Niki Lauda era o quinto. O primeiro dos favoritos ao título a aparecer no grid era Jody Scheckter que assinalava o sexto tempo. John Watson era o sétimo, tendo ao seu lado Emerson Fittipaldi que enfrentara uma série de problemas de acerto em seu Mclaren desde a sexta-feira. Mas problemas de acerto não era exclusividade de Emerson: Clay Regazzoni também sofrera um bocado e cravou o nono tempo para aquela corrida. A ausência nesta última corrida do ano ficava por conta de Jean Pierre Beltoise, que se acidentou com seu BRM num dos treinos e teve uma pequena fratura num dos pés.
Antes mesmo que a corrida começasse, problemas apareceram para alguns no grid: para a Parnelli a perspectiva de uma boa apresentação por parte de Mario Andretti era considerável, porém as coisas começaram a ruir quando o motor Cosworth apresentou problemas ainda no warm-up – e que viria agravar mais tarde quando a corrida estava prestes a começar, sendo que o Parnelli precisou de ajuda
Reutemann mostrou bem a evolução da Brabham ao vencer
convincentemente em Watkins Glen
para largar e isso custou a Mario uma desclassificação quatro voltas depois. A outra aflição por conta do motor Cosworth tinha ficado com a Tyrrell de Jody Scheckter, que se recusava a funcionar. Como num bom filme de drama/ suspense, o motor Cosworth pegou um pouco antes que o box fosse fechado.
Já na corrida, Carlos Reutemann fez valer a sua vantagem da pole ao sustenta-la frente a James Hunt, Pace, Lauda, Scheckter, Fittipaldi e Regazzoni – estes dois últimos conseguindo fazer boa largada, deixando para trás Watson e Andretti, que não conseguira largar por conta dos problemas não solucionados. Mario anda voltou a corrida, mas foi desclassificado por ter sido empurrado pelos mecânicos ainda no grid. Ainda sobre os três candidatos ao título, que agora seguiam um ao outro de muito perto, Emerson chegou perder a sexta posição para Regazzoni de forma milimétrica, que foi logo recuperada pela brasileiro que estava com boa distância para Scheckter. As coisas iam bem até ali... Infelizmente, quando a corrida atingira a décima volta, é que veio a tragédia quando o Surtees de Helmuth Koinigg, que estava em seu segundo GP, passou reto no mesmo ponto onde morrera François Cevert em 1973. O Surtees acabou batendo e atravessando a parte inferior do guard-rail e dessa forma degolando Koinigg. Foi a segunda morte num intervalo de doze meses em Watkins Glen, exatamente pela má fixação da proteção metálica.
A corrida para Emerson Fittipaldi começou a dar certo quando Regazzoni apresentou problemas de vibração em sua Ferrari, fazendo com que despencasse algumas posições. As coisas para suíço acabaram por piorar quando ele foi aos boxes trocas os pneus e perder uma volta para demais, o que levou a Mclaren a mostrar uma placa para Emerson indicando que Clay estava de fora. O desastre final para a Ferrari foi quando Lauda, que seguia em quarto, apresentou problemas na direção e isso o fez abandonar na volta 39. Um final de semana que poderia ser de desforra para a Rossa, acabou por ser apenas o retrato fiel do que aquela temporada para eles: um carro veloz, mas pouco confiável.
O então novo bicampeão
A única coisa que Emerson precisava naquele momento da corrida era cuidar do equipamento, uma vez que Rega já estava fora de combate e Scheckter não conseguia ir muito além do quarto lugar – apesar de algumas investidas do brasileiro, que foram muito bem rechaçadas por Jody. Porém, na volta 45, um tubo de alimentação do motor Cosworth do Tyrrell de Jody acabou por quebrar e deixar o sul-africano a pé. Definitivamente Emerson Fittipaldi chegara ao segundo mundial, ajudando também a Mclaren a conquistar seu primeiro titulo de construtores. O vermelho e branco dos uniformes da Mclaren se misturaram ao verde amarelo dos inúmeros torcedores brasileiros, que foram até Watkins Glen para festejar e testemunhar este grande momento do esporte a motor do Brasil na Fórmula-1.
Carlos Reutemann dominou amplamente o GP sem dar chances a Hunt, que fora ultrapassado por Pace que acabou por formar uma dobradinha dos “Carlos” para a Brabham, algo que não acontecia desde o GP do Canadá de 1969 quando os “Jacks” fizeram a dobradinha – Jacky Ickx e Jack Brabham; os problemas de freio do Hesketh acabaram relegando Hunt ao terceiro lugar; Emerson confirmou seu titulo com o quarto lugar; John Watson levou o terceiro Brabham BT44 (Goldie Hexagon Racing) ao quinto lugar; e Patrick Depailler salvou mais um ponto para a Tyrrell com o sexto lugar. Este GP estadunidense marcou a derradeira participação de Denny Hulme na Fórmula-1 – mesmo que ainda ficasse ativo como presidente da GPDA (Associação de Pilotos de Grande Prêmio). Apesar de não ter corrido em Watkins Glen, Jean Pierre Beltoise também deixava a Fórmula-1 após mais de uma década nesta categoria.


Não tem como negar que Emerson Fittipaldi foi espetacular neste campeonato. Mesmo que o McLaren M23 fosse um ótimo carro, a maior velocidade do Ferrari 312B3 era impressionante e isso foi constatado nas nove pole conquistadas por Niki Lauda - e em algumas corridas onde o austríaco esteve em grande forma, independente se tenha conquistado Oi não a vitória. Porém o grande trunfo daquele M23 estava em sua confiabilidade e tendo o manejo suave e preciso de Emerson, o conjunto se saiu formidável para um mundial tão equilibrado como aquele.
Outro ponto importante naquela temporada foram as aparições de pilotos que teriam papel fundamental no decorrer daquela década: Carlos Reutemann, José Carlos Pace, Jody Scheckter, Niki Lauda, James Hunt, Patrick Depailler, Tom Pryce, John Watson - para falar dos principais - mostraram suas qualidades em poucas etapas. Por estarem em posse de carros de ponta, Lauda, Reuteman e Scheckter estiveram em maior evidência e conseguiram beliscar seus sucessos de forma convincente - tanto que tiveram chances no campeonato, especialmente Lauda e Scheckter que foram até o final com possibilidades, principalmente o sul-africano. Mas Niki Lauda foi, destes citados, o que chamou maior atenção e ficou claro que caso os problemas não tivessem aparecido, o austríaco teria sido um rival muito mais difícil e perigoso do que foi Clay Regazzoni para Emerson Fittipaldi. Com uma Ferrari 
312T refinada e altamente confiável, essas impressões foram confirmadas quando o jovem austríaco arrebatou seu primeiro mundial de forma incontestável e impressionante no final de 1975, ajudando a Ferrari a sair de uma incômoda fila de 11 anos sem título.
Voltando a Emerson, o título de 
1974 foi importante para mostrar o real valor do piloto brasileiro que havia saído brigado da Lotus por conta do acordo não cumprido em Monza, que daria a ele uma sobrevida naquele mundial de 1973. Mas a sua mudança acabou sendo a certa: mudou-se para uma equipe estava em ascensão e livrou-se do caos técnico que se instalou na Lotus em 1975 por conta da adoção do Lotus 76, que não entregou o desempenho esperado fazendo com que Colin Chapman recorresse ao seu velho cavalo de guerra (Lotus 72), que salvou o ano ao conseguir três conquistas através de Ronnie Peterson.
Mesmo que não tenha tido o melhor carro, o M23 caiu como uma luva para Emerson Fittipaldi e este soube extrair o máximo que este bólido projetado por Gordon Coppuck podia entregar.
Foi uma grande época para a McLaren, que entrava de vez no time das melhores equipes, e para Emerson Fittipaldi, que confirmava de vez a sua genialidade no comando de um carro de corrida.
Os festejos de Emerson Fittipaldi ainda no pódio de Watkins Glen, com a sua então esposa Maria Helena

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Foto 803: Jody Scheckter, 40 anos atrás

A imagem de um grande momento para Ferrari, tiffosi e Jody Scheckter.
Neste 9 de setembro completou 40 anos da conquista do título de Scheckter e também da sua vitória no GP da Itália, que coroou um grande ano para a equipe italiana que vencera 6 corridas (três com Scheckter e outras três com Gilles Villeneuve), apostando na confiabilidade do conjunto 312T que chegava a quarta geração de um projeto vitorioso iniciado por Mauro Forghieri, após um período negro que a equipe passou na parte técnica - que consequentemente afetou os resultados de pista - e que começou a ser dissipada a partir de 1974 e consolidada a partir de 1975, com o primeiro título da equipe num intervalo de onze anos.
Essa conquista marcaria, também, o último de um V12 da equipe italiana assim como deixaria a Ferrari imersa num longo período sem título de pilotos que seria quebrado apenas em 2000, quando Schumacher venceu o seu primeiro título pela Scuderia.
Um dia de festa que foi revivido neste final de semana, quando Scheckter pôde voltar ao circuito italiano para dar algumas voltas com a sua 312T4 para as comemorações dos 40 anos do seu título.
Um dia para lá de especial para os italianos ali presentes.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

GP da Itália: Um novo ídolo para os tiffosi



Sem dúvida que o maior sonho de quase todos os pilotos é correr pela Ferrari e em seguida conquistar a dobradinha vitória em Monza/ Titulo Mundial. Dessa forma, Charles Leclerc já realizou dois destes três sonhos com uma atuação brilhante que lhe rendeu uma conquista arrebatadora no clássico circuito italiano e automaticamente conquistou a fanática torcida italiana.
Passados mais de 24 horas desta grande conquista e mesmo estando a milhares de quilômetros, conseguimos imaginar como foi aquela tarde de 8 de setembro que ainda carregava desde Spa-Francorchamps a carga emotiva pela perda do jovem Anthoine Hubert – que foi homenageado no pódio da F2 ao tocar a Marselhesa – e depois pelas voltas que Jody Scheckter deu com a sua Ferrari 312T4 no circuito italiano em comemoração aos 40 anos do seu título mundial, conquistado ali mesmo em Monza com direito a vitória e dobradinha com seu saudoso amigo Gilles Villeneuve que levou a torcida italiana ao delírio no já distante dia 9 de setembro de 1979. Isso sem contar com a enorme festa que foi feita durante a semana por conta dos 90 anos de história da Scuderia. Ou seja: uma conquista da Ferrari naquele território seria apenas o toque final de uma semana para lá de emotiva.
Mas Charles Leclerc fez ainda mais: encarnou o espirito combativo da equipe italiana e duelou fortemente com Lewis Hamilton, sempre respondendo aos ataques do piloto inglês. No mais incisivo deles, quando Lewis conseguiu o vácuo na saída da Curva Grande e fez a tentativa para a Chicane Della Roggia, Leclerc fechou bem a passagem deixando para o piloto da Mercedes a chance de ir para a área de escape para evitar uma rodada ou batida. O lance fez a torcida vibrar nas arquibancadas. Tal duelo fez lembrar o de Fernando Alonso e Michael Schumacher em 2005 na pista de Imola, quando o então emergente e futuro campeão mundial Alonso se defendeu dos ataques ferozes de Schumacher por um bom número de voltas até vencer aquele GP de San Marino, dando a ele o reconhecimento de grande piloto. Depois que Hamilton ficou sem como atacar por conta do desgaste de pneus, foi a vez de Bottas tentar o ataque que acabou sendo inofensivo devido os erros do piloto finlandês.
A corrida ainda mostrou uma Renault consistente com seus dois carros, onde Ricciardo e Hulkenberg tiveram uma disputa caseira. Sem a presença da Red Bull, que sofreu com a falta de potência do motor Honda e ainda viu Max Verstappen largar de último por causa de troca de motor e, para piorar, ainda teve uma escapada dele logo após a largada para se livrar de um possível acidente. Mas ainda assim, saiu com a asa dianteira quebrada. Vettel também teve seu dia para esquecer, após rodar na Ascari e voltar de forma perigosa que poderia ter causado um tremendo acidente com Lance Stroll – que acabou escapando e ficando atravessado na entrada da reta oposta e também voltando perogosamente, forçando Gasly escapar pela gravilha para não acertá-lo ao meio. Sebastian despencou de quarto para o fundo do pelotão e ainda tomou um Stop&Go por conta do incidente, enquanto Stroll foi punido com o Drive Through.
A conquista de Charles Leclerc não apenas o colocou no panteão de pilotos que conseguiram vencer em Monza com a Ferrari, como também pôde dar a equipe italiana uma conquista que não vinha desde 2010. Um grande dia para a Ferrari, tiffosi e especialmente para Leclerc, de quem as pessoas esperavam muito e que agora tem visto que o garoto de Mônaco é realmente um dos grandes talentos dos últimos anos.


Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...