Mostrando postagens com marcador GP da Hungria. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador GP da Hungria. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Foto 1035 - Tazio Nuvolari, GP da Hungria 1936

 

(Foto: Az Autotó)

O sempre astuto Tazio Nuvolari durante o Grande Prêmio da Hungria de 1936, naquele que foi o primeiro GP, realizado nas ruas do Parque Nepligét em 21 de Junho.

Antes que a Fórmula-1 colocasse seus carros para competir no novo - e sinuoso - circuito de Hungaroring, cinquenta anos antes os pilotos da Era de Ouro dos Grandes Prêmios tiveram a primazia de estarem presentes no primeiro GP húngaro da história, ainda que este não fizesse parte do Campeonato Europeu de Pilotos do ano de 1936. O Királyi Magyar Automobil Club (KMAC) organizou aquele GP após receber o sinal verde do AIACR (Association Internationale des Automobile Club Reconnus), realizando a corrida em 21 de junho - inicialmente a data seria em maio, mas acabou sendo transferida para junho a pedido dos organizadores. 

O circuito estava localizado no Parque Nepligét e tinha uma extensão de 5km e a prova teria uma distância de 250km, o que daria um total de 50 voltas. Essa prova foi bem recebida pelo público e isso deu a impressão que poderia ser um sucesso lucrativo para os organizadores, porém acabaria por ser um tremendo prejuízo para eles. Suspeitas de que teriam tido fraudes com relação ao ingressos foi levantada, já que o número de parte destes bilhetes não batiam com os do registro ou até mesmo eram iguais a outros. Depois de uma severa investigação, ficou claro que os bilhetes suspeitos eram originais, porém o papel usado neles diferiam dos outros e até mesmo a parte do corte - onde se destacava o canhoto - não era precisa. No entanto, apesar do prejuízo financeiro que a prova proporcionou, a parte de divulgação foi ampla e satisfatória, com grande repercussão da mídia local e estrangeira. 

Um total de 11 pilotos foram inscritos para este GP húngaro: a Mercedes levou três W25K para Rudolf Caracciola, Manfred Von Brauchitsch e Louis Chiron; Auto Union também inscreveu três Type C para Bernd Rosemeyer, Achille Varzi e Hans Stuck; a Scuderia Ferrari levaria três Alfa Romeo 8C-35 para Tazio Nuvolari, Antonio Brivio e Mario Tadini, mas Brivio acabaria por não ir; outros três Alfa Romeo, todos P3, seriam inscritos, mas apenas os de Austin Dobson e Charles Martin - inscritos individulmente - é que alinhariam para a prova. A Maserti também teria três carros nessa prova, mas apenas o piloto local, László Hartmann, com um 6CM da equipe oficial, é que conseguiu competir. 

O forte calor trouxe alguns problemas relacionados ao asfalto que começou a desintegrar durante os treinos livres e que duraria até a qualificação, que viu Rosemeyer cravar a pole com o tempo de 2'38''15. Stuck aparecia em segundo com 1''7 de desvantagem para Bernd e em terceiro Nuvolari, que se intrometeu entre os seis carros alemães, alimentando a esperança de que, numa pista sinuosa como aquela de Nepligét, o seu Alfa Romeo poderia fazer frente a Mercedes e Auto Union. 

O cenário da corrida apresentava uma batalha particular entre Rudolf Caracciola e Bernd Rosemeyer, com ambos se marcando de muito perto. Mas isso duraria apenas por 28 voltas, já que Caracciola perderia terreno e abandonaria com problemas no motor de seu Mercedes, do mesmo modo que acontecera na prova de Eifelrennen da semana anterior.

Após o abandono de Caracciola é que a maestria de Tazio Nuvolari entrou em cena. Com um ritmo mais cadenciado para conservar os pneus de seu Alfa Romeo, o mantuano conseguiu, ainda assim, manter os carros alemães em sua alça de mira e quando viu que estes enfrentavam problemas, partiu para o ataque: Brauchitsch foi o primeiro ser ultrapassado por Tazio, quando o italiano aproveitou-se de um erro de Manfred - ou, talvez, levado um toque de Nuvolari - para assumir a segunda posição quando o piloto da Mercedes escapou.

Nuvolari continuava com a sua impressionante forma quando descontou oito segundos em três voltas para então líder Bernd Rosemeyer, que enfrentava problemas com a direção do Auto Union. Na volta 35 Tazio assumiu a liderança e partiu para aumentar a diferença até chegar aos 16 segundos sobre Bernd que, segundo relatos, estava com sérias dificuldades com direção que estava vibrando fortemente a ponto de chegar rasgar as suas luvas e causar ferimentos em suas mãos - a situação foi tão critica que, ao final da prova, ele foi retirado do carro e atendido de imediato por Dr. Gläser - então médico que acompanhava a equipe da Auto Union - e mais tarde seria levado ao hospital. 

Nuvolari passou para completar as 50 voltas deste GP húngaro em primeiro após 2 horas e 14 minutos de duração, mostrando mais uma vez a sua genialidade num carro de corrida. Essa corrida acabou por ser bem desastrosa para a Mercedes que não teve nenhum carro completando a prova - Chiron abandonou na volta 19 por problemas no compressor e Caracciola, como dito mais acima, com problemas de motor. Brauchitsch abandonou quando faltando duas voltas para o fim com um braço de suspensão torto, resultado da sua escapada, mas acabou sendo classificado em quarto. A Auto Union teve seus três carros classificados, com Rosemeyer em segundo e Varzi em terceiro. Stuck passou mal e deixou o comando de seu Type C para Ernst Von Delius a partir da volta 22, que levou o carro até a quinta posição. 

 Apesar de ter sido uma brilhante vitória - mais uma - da enorme carreira de Nuvolari, o piloto italiano quase não competiu nesse primeiro GP da Hungria já que seu filho Giorgio estava muito doente - infelizmente ele morreria um ano depois por conta de uma miocardite, quando tinha 19 anos.

Apesar das tentativas frustradas de realizar as edições dos anos seguintes, que foram impossibilitadas por problemas financeiros, a Hungria só voltaria a receber um GP cinquenta anos depois quando passaram a fazer parte do calendário da Fórmula-1 em 1986.

domingo, 1 de agosto de 2021

GP da Hungria - Dimanche Bleu

 


Hungaroring é mais odiada que amada e isso é fácil de entender por conta de sua natureza travada, onde os carros seguem um ao outro sem oferecer grandes chances de ultrapassagens e transformam as corridas em modorrentas procissões. Ok, isso mudou um pouco desde a adoção do DRS, mas mesmo assim é uma das pistas - excetuando as de rua - onde quem larga nas primeiras filas - principalmente das duas primeiras - tem uma chance de alcançar o lugar mais alto do pódio. Mas existem as suas exceções uma vez outra nesta pista localizada em Budapeste. 

O que se viu na tarde húngara foram lances memoráveis de uma temporada que tem sido a mais interessante desde 2012. O enorme erro de Valteri Bottas desencadeou uma situação que até então parecia estar marcada para mais uma batalha entre Hamilton e Verstappen, desta vez com o inglês liderando o pelotão com uma largada convincente. Ma a pista molhada foi traiçoeira para Bottas que logo acertou a traseira de Lando Norris, que levaria as duas Red Bull mais a frente causando um strike que deixou apenas Max Verstappen para contar a história no GP, mas de uma forma manca já que as badgeboards fora destruídas no contato com Lando. Um pouco mais atrás, como reflexo do enrosco, Stroll acabou tirando ele e Charles Leclerc da contenda. Ou seja: apenas na primeira curva, cinco carros de fora. 

A aparição da bandeira vermelha deu um tom ainda mais impressionante: com a Mercedes optando em não trocar os pneus intermediários de Hamilton, enquanto que o restante do grid foi aos boxes quando estavam a caminho do grid, proporcionou a bizarra cena de Lewis largando sozinho. O heptacampeão liderou apenas a primeira volta para em seguida ir aos boxes e trocar para os médios e voltar... em último, enquanto que a prova era liderada por... Esteban Ocon! O GP húngaro parecia ter embaralhado as cartas e entregado uma partida fenomenal pelas voltas seguintes. 


Atuações de primeira classe e uma mágica vitória dos Le Blues



A tarde em Hungaroring foi das mais agradáveis. Ela nos proporcionou situações das mais interessantes, onde uma boa parte do grid foi posta para mostrar do que poderiam fazer num carro de corrida. 

O duo da Williams aproveitou bem do caos para chegar aos pontos, um fato que não acontecia desde o GP da Itália de 2018 quando Stroll e Sergey Sirotkin ficam com a nona e décima posições. Lattifi marcou seus primeiros ponto ao terminar em oitavo e certamente guardará este momento, assim como em ver seu nome na terceira posição por algumas voltas. George Russell conseguiu seus primeiros pontos pela Williams com o nono lugar, algo que ele vinha perseguindo há tempos e que veio, com direito a se emocionar durante uma entrevista. 

Max Verstappen pouco pode fazer com um carro tão avariado, mas podemos dizer que ainda teve uma boa dose de sorte em dois lances pelo menos: por não ter tido a roda dianteira direita arrancada na batida de Lando Norris e depois por ter o pneu do lado esquerdo furado na feroz disputa que teve com Mick Schumacher - que esteve brilhantemente nas disputas contra carros muito mais rápidos que o seu naquelas primeiras voltas, mostrando uma maturidade impressionante. Certamente o prejuízo para o agora vice-líder seria ainda maior. 

Para uma corrida tão cheia de armadilhas no inicio, Yuki Tsunoda esteve muito bem ao livrar-se de toda aquela bagunça da primeira curva e durante a prova ele foi consistente e sempre próximo de Pierre Gasly, que travou boas disputas com Verstappen e Hamilton nas voltas iniciais. Para o francês, sobrou o ponto da melhor volta do GP alcançada na última volta e mais os nove da sexta posição. 

Fernando Alonso escapou de todo aquele entrevero e isso foi importante para o que viria mais a frente no GP. O seu encontro com Lewis Hamilton, que buscava ainda a vitória, após ter trocado dos duros para os médios naquelas últimas vinte voltas, nos proporcionou uma pilotagem de primeira qualidade vinda de dois mega campeões e velhos rivais de guerra. Foram de oito a dez volta com Hamilton tentando de todas as formas superar Alonso, mas o veterano espanhol sempre com uma pilotagem defensiva e limpa bloqueou todas as investidas do heptacampeão. Com aquela carga total de pressão, ficou impossível para Fernando segurar Lewis até que ele cometeu um erro na freada da primeira curva e deu a chance de Hamilton pegar o quarto lugar. Mas atuação de Alonso foi importante para proteger a futura conquista de Ocon e Alpine. 

A batalha contra Fernando Alonso foi o seu ponto alto na corrida, mas não da para ignorar a grande pilotagem de Hamilton. O erro da Mercedes - apesar de Toto dizer que de qualquer jeito Lewis cairia no pelotão, parando antes da relargada ou não - lhe custou uma fácil vitória em Hungaroring, mas garantiu uma corrida bem interessante: primeiramente ele ficou preso atrás de Gasly por um bom tempo e a troca dos médios para os duros foi uma escolha correta, tanto que ele ganhou as posições de Gasly e de um manco Verstappen para depois iniciar a sua escalada até chegar ao quinto lugar e ficar atrás de Carlos
Sainz por um bom tempo. A troca pelos médios nas vinte voltas finais nos deu a bela disputa com Alonso que o fez perder um bom par de voltas. Quando livrou-se do espanhol, ele teve que alcançar e ultrapassar Sainz para subir ao terceiro posto. Ele terminaria próximo de Ocon e Vettel, mostrando que se não tivesse perdido tanto tempo com Alonso, poderia ter partido para uma intensa disputa pela vitória com estes dois. E ainda terminaria esgotado, uma vez que a água havia acabado.

Talvez de todos estes, Carlos Sainz é o que menos tenha aparecido, mas teve uma prova constante entre os primeiros. O pódio estava quase no seu alcance, mas o ritmo de Hamilton, mais o desgaste dos pneus duros de sua Ferrari, impossibilitaram que ele chegasse ao terceiro lugar. 

Ocon e Vettel foram outros dois que nos presenteou com uma memorável disputa, não tão intensa quando a de Alonso vs Hamilton, mas como um jogo de xadrez com os dois se marcando constantemente. Desde quando eles apareceram em segundo e terceiro e depois em primeiro e segundo, Ocon e Vettel fizeram uma prova de gato e rato, distanciando aos poucos dos demais para continuarem uma disputa particular. Vettel ainda tentou algumas investidas contra o jovem francês, que soube se defender bem, mas em seguida Esteban voltou ao controle da situação e administrou uma vantagem que não foi muito além de 1,5 segundos. Para Vettel foi a repetição da ótima posição já alcançada no Azerbaijão este ano, mas a tensão em ficar sem o segundo lugar ainda ronda, uma vez que, segundo a FIA, não tinha 1 litro regulamentar de combustivel - tinha em torno de 300ml. Já Otto Szafnauer disse que havia 1,74 litros no tanque, o que é suficiente para a medição. Inicialmente Vettel tinha sido desqualificado, mas a Aston Martin conseguiu um recurso para impedir isso e o carro seguirá para a França para avaliação.

Ocon mostrou uma grande frieza, digna dos grandes campeões para manter-se na liderança e caminhar para uma inédita vitória para ele e a Alpine, alcançando uma conquista de piloto e equipe francesa que não vinha desde Olivier Panis e Ligier no distante GP de Mônaco de 1996 que, por coincidência, também foi uma corrida bastante atribulada - para completar a efeméride, este GP de Mônaco foi também a última vez onde além da vitória ter sido de piloto e equipe francesa, a melhor volta também ficou para um piloto francês com Jean Alesi cravando a marca na ocasião. Desta vez, foi a vez de Pierre Gasly fazer a melhor volta no GP húngaro. 

São situações como esta da Hungria onde a oportunidade de uma história tão bacana pode ser feita. Num campeonato tão imprevisível como este, pode ser que ainda tenhamos outra chance de vermos algo do tipo. 


terça-feira, 27 de julho de 2021

Foto 1002 - Philippe Alliot, Hungaroring 1994

 


Duas cenas incomuns: a primeira é a raríssima chuva que se fez presente no primeiro treino em Hungaroring em 1994, que abria os trabalhos daquele GP da Hungria, então 10ª etapa do campeonato da Fórmula-1. A outra remonta a presença de Philippe Alliot no comando do Mclaren MP4/9 Peugeot durante um Grande Prêmio. Ele estava na função de piloto de testes da equipe inglesa naquele ano e a oportunidade surgiu quando Mika Hakkinen tomou um gancho de um GP, após ser considerado culpado no acidente que envolveu outros carros logo na largada do GP da Alemanha. 

A prova foi mais uma batalha de Michael Schumacher contra Damon Hill na disputa por aquele mundial, com o piloto alemão chegando a sua sétima conquista no ano e ampliando a sua diferença para Hill em 31 pontos (76x45). Essa diferença seria reduzida a 1 ponto nas três provas seguintes, com Schumacher sendo desqualificado em Spa e cumprindo o gancho de duas provas (Monza e Estoril) por conta da bandeira preta ignorada em Silverstone. O campeonato ganharia alguma emoção.

Apesar desta oportunidade única a bordo de um bom carro, Alliot não foi tão longe: fez o 14º tempo no grid e abandonou a prova na 21ª volta após um vazamento de água. Mas o francês estava satisfeito pela oportunidade que lhe foi concedida: “Em 1993, fiz o Paris-Dakar, as 24 horas de Le Mans e uma temporada de F1. Dirigir este McLaren-Peugeot é para mim foi uma conquista ”

Alliot ainda voltou a pilotar naquela temporada de 1994, mas desta vez pela Larousse na prova da Bélgica onde abandonou na volta 11 com problemas no motor Ford. 

Philippe Alliot completa 67 anos hoje.


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Foto 879: Nelson Piquet, Hungria 1986

(Foto: LAT Photographic)
Belissima foto de Nelson Piquet com a sua Williams durante o GP da Hungria de 1986, que marcou a primeira aparição da Fórmula-1 naquele local.
A corrida foi um grande sucesso, ao estabelecer o recorde de 200.000 espectadores naquele final de semana do GP húngaro que só foi batido em Adelaide 1995, quando aconteceu o GP da Autrália. Naquela ocasião, onde a F1 apareceu pela última vez belo traçado de rua de Adelaide, marcou um total de 210.000 espectadores.
Voltando ao GP da Hungria, esta ficou marcada pela histórica ultrapassagem de Nelson sobre Ayrton Senna na tomada da primeira curva. A manobra, que foi completada por fora, com Piquet "drifitando" o Williams, é considerada por muitos como a mais bela ultrapassagem da história da categoria.
No final, Nelson acabou por vencer com Ayrton em segundo e Nigel Mansell em terceiro.
Hoje o grande tricampeão completa seus 68 anos de vida.  

domingo, 19 de julho de 2020

GP da Hungria: Um nível acima

Lewis Hamilton durante o GP da Hungria
(Foto: Mercedes)


Chegamos numa fase da carreira de Lewis Hamilton que faltam adjetivos para qualificá-lo. Qualquer coisa que viemos a escrever sobre ele, é cair automaticamente numa enorme redundância, num círculo vicioso onde elogiar o melhor piloto do momento chega a ser chato. Mas sempre cairemos nessa tentação de sempre falar o quanto que inglês é espetacular - e esse foi o caso de hoje em Hungaroring, onde ele chegou a sua segunda vitória na temporada, a oitava na história do GP húngaro e a sua 86a conquista, num passeio para lá de tranquilo no travado circuito da Hungria.
Apesar dessa corrida ter sido interessante, principalmente pelo fato dela ter iniciado com asfalto úmido, o que ajudou a embaralhar as ações nas posições abaixo do segundo lugar, Hamilton e Verstappen tiveram pouco trabalho. Pela parte do holandês, o susto em escapar e bater na volta de instalação do grid e ter um trabalho fenomenal dos mecânicos da Red Bull, que entregaram seu carro há poucos segundos do fechamento do Pit Lane, foi a grande vitória para ele e a equipe austríaca. Mas no decorrer do GP, eles não foram páreo para um inspirado Lewis Hamilton que já mostrava nas primeiras voltas com pista úmida um passo impressionante ao abrir oito segundos sobre Max. Assim que colocaram os pneus Slick quando a pista criou o trilho seco, o domínio de Hamilton aumentou ainda mais e o inglês pode fazer sua corrida sem nenhum infortúnio, apenas levando o Mercedes a mais uma vitória emblemática na temporada e também no GP húngaro, assim como acontecera um ano antes na sua fabulosa conquista contra o mesmo Max.
Por outro lado, a Mercedes deve ter relembrado daquela estratégia e tentou replicá-la para Valtteri Bottas, que procurou fazer uma prova de recuperação após realizar uma péssima largada e cair para sétimo. O que a Mercedes fez em 2019 foi ter chamado Lewis para os boxes e trocar seus pneus para os macios e tentar pegar um dominante Max Verstappen, uma vez que Lewis havia arriscado em algumas oportunidades e foi brilhantemente rechaçado por Max, que parecia caminhar fortemente para a vitória. Exatamente por isso, a Mercedes precisou fazer essa parada arriscada - aproveitando-se da grande diferença que eles tinham sobre as Ferrari - e voltar em segundo com vinte segundos de desvantagem em relação a Verstappen - que vinha com pneus duros e a Red Bull acabou optando em deixá-lo na pista com os pneus duros, pois sabiam que se caso parassem na volta seguinte, perderiam a posição para Lewis. Resumindo, Hamilton voltou vinte segundos atrás, descontou e assumiu a liderança faltando três voltas para o final, garantindo uma vitória magistral para ele e equipe. Um ano depois eles precisavam fazer o mesmo, mas agora com Bottas lutando pelo segundo lugar contra... o mesmo Max Verstappen. Mas desta vez, Bottas não conseguiu fazer o mesmo que Hamilton fizera um ano antes, mesmo tendo pneus mais novos que o holandês e terminando na terceira posição.
Por mais que alguns pilotos tenham o melhor equipamento em mãos, nem sempre conseguem transformar isso em resultado. Não é nenhuma novidade que Bottas esteja abaixo de Lewis - e isso já estamos cansados de ver nas últimas temporadas - mas a situação de hoje comparada a do ano passado, que foi bem parecida, mostra o tamanho do abismo que separam os dois pilotos da Mercedes. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Os 25 anos do Tri – A consagração de Ayrton Senna - Final

(Continuação)




Grande Prêmio da Alemanha –
Parecia uma repetição que havia acontecido em Silverstone, semanas antes: Mansell dominara amplamente todos os treinos, mas na classificação uma pequena vantagem de quase dois décimos para Senna, o segundo. A corrida foi um passeio do Leão, com uma largada precisa e dura sobre Ayrton que perdera a segunda posição para Berger que pulou de terceiro. Nigel foi embora, deixando para os que estavam atrás, se digladiarem pela segunda posição. Melhor sorte para Patrese que, apesar de ter feito uma largada péssima – mais uma – conseguiu recuperar-se para terminar em segundo e oferecer a Williams mais uma dobradinha. Senna e Prost duelaram pela terceira posição em certo estágio da corrida, com a melhor ficando para o brasileiro que jogou pesado com o seu velho rival na freada para a primeira chicane, tanto que Prost acabou escapando pela área de escape e indo pra fora. Gerou umas boas reclamações de Alain... Alesi foi outro que se deu bem, ao apostar em pneus mais duros e optar por não parar o que lhe rendeu o terceiro lugar. Para Senna o desaire aconteceu perto fim, ao ficar –outra vez – sem combustível. O dia não era da McLaren, já que Berger parecia ter o terceiro lugar garantido, mas também ficou combustível. Um dia péssimo para a equipe de Ron Dennis, que ainda viu a liderança de Construtores ir para as mãos da Williams (70x71). Mansell venceu, seguido por Patrese, Alesi, Berger, De Cesaris e Gachot (outra boa jornada da equipe Jordan). Campeonato: Senna 51; Mansell 43; Patrese 28; Prost 21; Berger 19. 




Grande Prêmio da Hungria –
Era de se esperar uma reação da McLaren. Não podia a equipe de Ron Dennis esperar de braços cruzados uma queda de rendimento da Williams, porque esta seria bem mais difícil. Portanto, arregaçaram as mangas – tanto eles quanto Honda e Shell – e trabalharam fortemente em Silverstone para conseguir bons resultados que foram levados para a etapa de Hungaroring. Com esse trabalho pesado, o que se viu na pista húngara foi um renovado MP4/6 com um Ayrton Senna a explorar todas as vantagens que aquele renovado carro lhe proporcionara. Há de convir que a Williams não se achou naquele circuito e isso facilitou um pouco, mas não tiramos o mérito do trabalho feito pela McLaren que, convenhamos, tinha passado da hora de acontecer. Ayrton cravou a pole e fez a sua corrida defendendo-se como podia dos ataques de Patrese, que agora havia feito uma boa largada partindo da segunda colocação. Mas os problemas nos freios o fizeram tirar o pé e dar passagem para que Mansell fizesse o ataque a Senna. Do mesmo modo que o italiano, Nigel tentou e não conseguiu, esbarrando nas defesas de Ayrton e do mesmo modo que seu companheiro, o Leão acabou enfrentando problemas nos freios e desistindo de continuar a pressionar o piloto brasileiro. Senna venceu o GP (após cinco provas sem ter esta oportunidade), com Mansell em segundo, Patrese terceiro, Berger em quarto, Alesi em quinto e Capelli (marcando o primeiro e único ponto que a Leyton House teve no mundial) em sexto. E a McLaren recuperava, por dois pontos (83x81), a liderança do mundial de construtores. Campeonato: Senna 61; Mansell 49; Patrese 32; Berger 22 Prost 21. 



Grande Prêmio da Bélgica –
A prova belga acabou por ser de grande sorte para Senna. Numa pista que tão bem conhece e que já havia vencido em outras quatro oportunidades – três dela de forma consecutiva –, o piloto brasileiro marcou a pole com mais de um segundo de vantagem sobre... Prost que aparecia numa bela segunda colocação. As Williams não tinham tido boa jornada: Mansell marcara o terceiro melhor tempo, mas Patrese tinha conseguido a segunda melhor marca. Uma vistoria técnica, que constatou o não funcionamento da marcha ré acabou anulando a sua melhor volta e o deixando apenas com a sua segunda melhor marca... que lhe dava o 17º tempo. Esta prova marcaria a estréia de Michael Schumacher, que substituía Bertrand Gachot. A corrida acabou quase que sendo uma roleta russa para o piloto da McLaren: apesar de uma liderança quase que confortável Senna passa a ter problemas sérios com o câmbio de sua McLaren a ponto de perder, em uma só volta, dez segundos para Alesi. Ayrton passou a evitar a 1ª e 2ª onde as trocas encavalavam e dificultava demais a troca. Para a sua sorte, Jean Alesi, que liderava, tem problemas no motor e abandona. Parecia que as coisas seriam tranqüilas para Ayrton, mas aí surgia... a Jordan de De Cesaris, que estava em grande forma naquele momento e apenas três segundos de Senna. Mais uma vez a sorte sorria para o piloto da McLaren: o motor Ford do Jordan pifou faltando três voltas para o final. Foi um refresco e tanto para o brasileiro que passou para vencer o GP belga, com Berger em segundo, Piquet em terceiro, Moreno em quarto, Patrese (que estava em terceiro, mas sofreu alguns problemas no câmbio que logo o fez tirar o pé e perder posições para Piquet e Moreno) quinto e Blundell (conseguindo os primeiros pontos da Brabham no campeonato)em sexto. Campeonato: Senna 71; Mansell 49; Patrese 34; Berger 28; Piquet 22. 




Grande Prêmio da Itália –
O GP italiano apresentava uma novidade numa das equipes de ponta: o talento apresentado por Schumacher foi logo observado pela raposa Flávio Briatore, que logo correu para garantir um contrato com ele e desalojar Moreno do segundo carro para que o alemão ingressasse na Benetton. Isso gerou algumas dores de cabeça para Roberto que logo entrou com ação judicial. Bernie precisou intervir e resolver o assunto. Com isso a nova estrela pôde fazer sua estréia pela Benetton e segunda corrida na categoria, enquanto que Moreno conseguiu uma vaga na Jordan. Ayrton marcara mais uma pole, um décimo a frente de Mansell. A marca de Senna passou bem perto do recorde de Keke Rosberg, estabelecido na qualificação para o GP da Grã-Bretanha de 1985 quando o finlandês fez 256,629 Km/h para marcar a pole. Ayrton ficara a 0,078km/h do recorde... Na corrida, apesar de seu esforço, Ayrton não foi páreo para as Williams, especialmente a de Mansell com quem batalhou por algumas voltas. Mas antes disso, tinha duelado contra Patrese que chegou assumir o comando, mas abandonaria com o... câmbio quebrado na freada para a Ascari. Um azar do piloto italiano. Mansell foi quem partiu para o ataque e conseguiu passar o brasileiro, que ainda iria para os boxes para trocar os pneus e conseguir recuperar-se para garantir o segundo lugar a sete voltas do fim após ultrapassar Prost. Mansell garantiu a vitória, brecando a reação de Senna que durava já duas corridas; Ayrton foi o segundo, Prost terceiro, Berger quarto, Schumacher (a nova estrela do mundial, que fizera bom treino ao colocar-se à frente de Piquet e conseguindo bom ritmo em toda a prova) em quinto e Piquet (que completara nesta etapa seu GP de número 200) fechando em sexto. Campeonato: Senna 77; Mansell 59; Patrese 34; Berger 31; Prost 25. 




Grande Prêmio de Portugal –
A prova de Estoril acabou sendo vital para o desfecho que o campeonato teria em poucas semanas. O tremendo azar que Mansell teve na hora em que entrou para os boxes para realizar seu pit-stop, era digna de pastelão com os mecânicos da Williams correndo com o pneu traseiro na mão para tentar devolver Nigel à pista. O trabalho mal feito pelos mecânicos naquela altura, deixando que Mansell partisse para a pista com a roda ainda solta, custou uma vitória para o Leão e piorou ainda mais quando ele tomou uma bandeira preta por causa da colocação do pneu em plena pista de rolagem do pitlane. Foi um desaire total... Ayrton Senna, sem dúvida alguma, saiu no lucro, uma vez que a posição que conquistaria naquele momento seria o do terceiro lugar. Não tinha nenhuma condição de discutir vitória com as Williams e a sua preocupação era apenas para tentar salvar o máximo de pontos possível. Com a segunda posição conquistada, a diferença para Nigel subiu para 24. E naquela altura faltavam apenas três GPs para o final... Patrese foi o grande nome daquele GP. Além de uma pole convincente, conseguiu domar Mansell por algum momento da corrida, mas precisou entregar a posição para ele por conta do jogo de equipe. Mas quando aconteceu o abandono de Nigel, ele voltou a carga total conseguindo uma vitória maiúscula naquele GP. Uma bela apresentação do italiano. Outro grande nome foi o de Pierluigi Martini, que brigara com Alesi pela terceira colocação da corrida. Aliás, Martini sempre conseguiu bons resultados naquela pista portuguesa estando a serviço da Minardi. Quem não se lembra dele liderando uma das voltas em 1989? Patrese venceu, mas Ayrton também pôde considerar-se vitorioso visto o que conseguira com aquela segunda posição. Alesi foi o terceiro, Martini o quarto, Piquet (conseguindo domar o novato Schumacher) em quinto e Schumacher em sexto. Campeonato: Senna 83; Mansell 59; Patrese 44; Berger 31; Piquet 25. 




Grande Prêmio da Espanha –
O novo circuito da Catalunha, que abrigou o GP espanhol naquele ano, presenciou a garra de Mansell para tentar reverter o prejuízo que tivera semanas antes em Estoril. Apesar da primeira fila da McLaren – com a pole ficando para Berger – Nigel não se intimidou com a estratégia traçada por Ayrton. Para o brasileiro, era importante aquela colocação de Gerhard, uma vez que ele poderia abrir grande vantagem equanto Senna atrasava Mansell e caso fosse ultrapassado, o Leão teria que trabalhar pesado para alcançar Berger. Apesar de Schumacher ter assumido a terceira colocação ainda no inicio da prova, uma rodada do mesmo facilitou a vida de Nigel que começou a alcançar Senna. Os dois acabariam por protagonizar uma das cenas icônicas da F1 e dos anos 90 ao descerem a enorme reta dos boxes da pista espanhola lado a lado, para Senna perder o segundo posto na freada. Um momento tenso, mas belo protagonizado pelos dois grandes pilotos. A escolha errada de pneus por Ayrton (que optara por pneus mais duros do lado esquerdo) causava pouca aderência e numa pista com a garoa a cair, tornava-se um sabão. Tanto que a rodada acabou inevitável na entrada da reta dos boxes na 13ª passagem. Senna terminaria em quinto, num fim de semana desastroso para ele. Mansell conseguira alcançar Berger e assumir o comando da corrida. O austríaco abandonaria mais tarde com problemas na parte elétrica. No final, Mansell vence seguido por Prost, Patrese, Alesi, Senna e Schumacher. Campeonato: Senna 85; Mansell 69; Patrese 48; Prost e Berger 31. 




Grande Prêmio do Japão –
Pela terceira a F1 viveria a possibilidade de ver o campeonato ser decidido em Suzuka. Para a Honda, seria um desfecho e tanto garantir o seu quinto título mundial como fornecedora de motores naquele local pelo quinto ano consecutivo. Para Ayrton, era a oportunidade de tentar fazer a mesma jogada que dera errado em Barcelona. Nisso, o empenho de Honda e Shell para produzirem motores e combustíveis especiais para aquela ocasião, não foram medidos: enquanto a petrolífera ofereceu óleos e combustível de primeira linha, a fábrica japonesa trabalhou em novas especificações de motores entregando dois tipos para a McLaren: uma para classificação e outro para a corrida. Uma época em que podiam se dar este luxo e quando a categoria não pegava no pé em relação aos altos custos. Bons tempos... Este esforço hercúleo foi bem vindo quando a classificação terminou: Berger assinalava mais uma vez a pole, com Senna em segundo para depois aparecer Mansell. Um cenário bem parecido com aquele que todos presenciaram semanas atrás na Catalunha. Mas será que desta vez daria certo? Do mesmo modo que em Barcelona, Berger largou bem e junto de Ayrton formaram o bloqueio para que Mansell não conseguisse ultrapassá-los. Gerhard conseguiu abrir boa vantagem e Senna, repetindo o que fizera nas primeiras voltas na Espanha, segurava Mansell que aos poucos iniciava uma pressão sobre o brasileiro. A tática em segurar Nigel e deixar que Berger abrisse grande vantagem, estava funcionando de forma perfeita: na nona volta o piloto austríaco já estava com dez segundos sobre Ayrton. Porém, Mansell resolveu encerrar o assunto: colado no câmbio do McLaren, ele acabou perdendo a dianteira do Williams e foi direto para a caixa de brita. Fim de prova e fim de disputa. Senna se sagrara tricampeão com aquele resultado, mas ainda tinha uma corrida para ser disputada. Ayrton conseguiu alcançar Berger, que sofria com problemas no carro, e o ultrapassou. As coisas se manteram inalteradas até a última volta, quando Senna diminuiu o ritmo e deixou Gerhard ultrapassá-lo na última curva para vencer a corrida. Depois soube que aquela atitude tinha sido fruto de um acordo entre Ayrton e Ron Dennis e que fora discutida entre os dois nas últimas voltas via rádio. Berger acreditara que Senna também tinha problemas naquele momento em que esteve lento, porém descobriria mais tarde que era um acordo e isso não agradou muito o austríaco... Berger venceu, com Ayrton, agora tricampeão, em segundo (e soltando o verbo na coletiva de imprensa sobre os acontecimentos dos últimos dois anos), Patrese em terceiro, Prost em quarto, Brundle em quinto (numa boa jornada da Brabham) e Modena em sexto. Menção para Piquet, que teve problemas na suspensão antes da largada e tudo foi solucionado em tempo recorde no grid para conseguir largar em último – ele largaria originalmente na décima posição. Nelson acabou em sétimo. Campeonato: Senna 91; Mansell 69; Patrese 52; Berger 41; Prost 34. 




Grande Prêmio da Austrália –
Adelaide, nos últimos anos, tornara-se um local mais para festas de fim de temporada. Um ambiente mais leve e menos sisudo, afinal os campeonatos sempre se decidiram em Suzuka desde 1987. E o de 1990 não foi diferente, se bem que a chuva, torrencial, também quis participar da prova. Mas exagerou na mão: assim como em 1989, a chuva foi forte e fez com que os pilotos se virassem como podiam naquelas condições adversas. Escapadas e batidas deram o tom naquela derradeira etapa. Senna marcara a pole, com Berger ao seu lado e já na largada o austríaco perdera a segunda posição para Mansell, que passa a perseguir Ayrton. Atrás, escondidos sob o forte spray d’água, o caos desenrolou-se com vários pilotos rodando e batendo no muro, como foram os casos de Martini, Gugelmin, Mansell... Senna ainda liderava a corrida quando acenou para o diretor de provas, Roland Bruynsereade, para interroper a prova na passagem da 16ª volta. Ambos tinham combinado isso caso as condições piorassem. Trato é trato e a prova acabou sendo encerrada em bandeira vermelha, tornando-se, assim, a menor da história com apenas 14 voltas completadas (52.82 km). Senna venceu, com Mansell em segundo, Berger em terceiro, Piquet em quarto, Patrese em quinto e Gianni Morbidelli (que substituiu o demitido Alain Prost) em sexto.

Resultado final dos Mundiais de Pilotos e Construtores de 1991

domingo, 24 de julho de 2016

GP da Hungria: World Championship of Punishments

Sabemos bem que a pista húngara não é das melhores para exaltar as qualidades dos pilotos, que podem, através disso, proporcionar um melhor espetáculo para aqueles que assistem. Foram poucas as provas que marcaram época, ou até mesmo lances: a famosa ultrapassagem de Piquet sobre Senna na primeira edição, em 1986; a recuperação, acompanhada de grande ultrapassagem sobre Senna, de Mansell em 1989; as voltas hipnóticas de Michael Schumacher para superar e vencer as Mclarens em 1998; a caótica e marcante edição de 2006, numa das raras vezes em que a chuva deu as caras e nos brindou com pilotagens de mestre de Alonso e Michael Schumacher e ainda contando com a primeira vitória de Button; o entrevero de Alonso e Hamilton em 2007 e a genial vitória de Ricciardo em 2014, é alguns dos momentos que ainda salvam estes trinta anos de existência de Hungaroring. Mas, infelizmente, a natureza de um circuito que era pra ser um dos mais modernos da F1 na época de sua entrada do calendário, acabou sendo um kartódromo em tamanho família que precisa de condições climáticas variáveis para que proporcione momentos de maior emoção. Fora isso, é uma pista interessante apenas no videogame.
A questão deste fim de semana na Hungria repousa exclusivamente na atuação dos comissários desportivos que não tiveram uma jornada das melhores. Pegando do sábado, quando Rosberg ignorou as bandeiras amarelas no finalzinho do Q3 - devido uma rodada de Alonso - e passou para conquistar uma polêmica pole. Teoricamente, deveria perder a pole, mas sabe lá qual foi o argumento que ele e a Mercedes usaram para conseguir convencer os comissários - quando vi o vídeo, Rosberg tirou o pé assim que viu a sinalização, logo após a chicane, e quando virou para a esquerda, a sinalização não estava mais lá, o que fez o alemão ter pouco tempo de desaceleração. É algo bem discutível.
Não bastasse isso, ainda tivemos uma caça para com aqueles que passassem na faixa branca da área de escape. Isso fez com que Daniil Kvyat soltasse o verbo contra essa regra, ao afirmar - e com razão - que era melhor arrancar o asfalto e voltar com a grama e brita. Durante a corrida foi normal vermos que Verstappen, Vettel e Alonso, recebessem chamadas por conta de ultrapassarem os limites da pista. Outro fato que acabou acontecendo foi a punição dada a Jenson Button, quando este recebeu algumas informações via rádio fazendo com que a FIA entendesse que aquilo fosse orientações da Mclaren para com seu piloto. O pobre Button já estava se arrastando com vários problemas em seu carro, e o Drive Through não alterou em nada sua corrida que já estava prejudicada. O lance onde a Mercedes pareceu orientar Hamilton no momento que este perdia terreno para Rosberg e Ricciardo, não teve nenhum tipo de ação por conta dos comissários o que mostra o quanto que estão confusos.
A verdade é que este fim de semana apenas deixou mais latente toda uma situação que acompanhamos já a algum tempo, que é o excesso de punições - em condições até mesmo descabíveis - e a falta de uso delas em algumas condições.
Portanto, o fato de ter uma equipe dominante, que ganha quase todas as provas do ano ou corridas sem nenhum tipo de emoção, são apenas detalhes que acontecem na F1 a tempos. Mas as confusões causadas pelos comissários da categoria, acabam sendo o grande câncer da categoria no momento.

domingo, 26 de julho de 2015

GP da Hungria: Um bela corrida em tributo a Jules

Sebastian Vettel decidiu a sua vida logo na largada, ao superar a má partida do duo da Mercedes
Nestes quase trinta anos de GP da Hungria podemos contar nos dedos as vezes que esta corrida foi emocionante: em 2006, com a intervenção da chuva, vimos uma exibição inesquecível de Alonso e Schumacher na pista e também de Button, que acabaria por vencer o seu primeiro GP na F1. Ano passado, também com uma ajuda da chuva, vimos Daniel Ricciardo abrir caminho para a sua segunda conquista na categoria ao realizar duas ulrapassagens de mestre em Hamilton e Alonso, num dos finais mais impressionantes daquele ano. Dessa vez não teve chuva, apesar de que a previsão apontasse uma pequena possibilidade que foi rechaçada com o sol aberto e poucas nuvens.
Era bem possível que víssemos uma corrida no melhor estilo de Hungaroring, mas a fabulosa largada de Vettel e Raikkonen nos deu a impressão de que as coisas fossem bem diferentes, como acabou acontecendo: Sebastian sumiu na frente, enquanto que Raikkonen manteve uma boa distância para Rosberg que não tinha mais a presença de Hamilton que errara na primeira volta despencando para nono. Melhor cenário que este, principalmente para a Ferrari, não existia. Porém a prova não teve grandes movimentações, excetuando algumas manobras corajosas de Ricciardo que fizeram a torcida ficar de pé nas arquibancadas, mas após o acidente de Hulkenberg que fez ser acionado o Safety Car é que as coisas mudaram de figura: a atitude dos pilotos foi outra após essa intervenção e eles partiram para uma prova de sprint, onde toques e várias ultrapassagens aconteceram de forma vertiginosa. Vettel pôde até se preocupar com a proximidade de Rosberg, mas a falta de atitude por conta do conterrâneo fez com que Sebastian continuasse incólume na ponta da corrida enquanto que Nico sofria pressão de Ricciardo, até que numa tentativa de ultrapassagem deste acontecesse um toque entre eles. Daniel teve alguns danos na asa dianteira e Rosberg um furo no pneu traseiro esquerdo que o fez despencar na classificação da prova. Para quem estava prestes a conseguir a liderança do campeonato, o desfecho foi dos mais brochantes. Aliás, esta foi uma corrida para esquecer da Mercedes e muito mais pela conduta de seus pilotos na pista.
Sebastian Vettel foi impecável desde a largada até o final, conseguindo maximizar toda a vantagem que conseguira num domingo atípico, mas ele mesmo já havia alertado que essa era uma boa chance para conseguir apanhar a Mercedes. Como eu disse na sua vitória em Sepang neste ano, é nestes momentos em que um grande piloto, em posse de um carro mediano - e que fique claro, mediano dentro do mundo das equipes grandes - é que consegue mostrar do que é capaz. Não é toa que Alonso nos seus tempos de Ferrari tinha essa pecha de melhor do grid.
Falando em Alonso, a corrida que foi realizada por ele e Button hoje, entra como um ato de paciência e resistência: paciência pelo fato de galgar as posições que foram sendo deixadas por erros, punições e incidentes de outros. A resistência por conta do carro e motor Honda, que deram aos dois essa possibilidade de conseguir chegar ao final da prova e marcar um bom número de pontos. A pista favoreceu bastante, claro, mas aparenta uma boa evolução da Mclaren e Honda. As provas de Spa e Monza nos mostrarão o quanto que foi essa melhora.
A Williams ficou no meio termo: enquanto que Bottas fez uma boa prova, Massa esteve muito abaixo da média nessa etapa. O uso da asa nova por Valtteri pode ter surtido um bom efeito para ele, mesmo que não tenha andado próximo de Ferrari e Red Bull, mas foi animador. Felipe esteve perdido nessa etapa com punições para pagar e o desempenho despencando durante o certame. Dias melhores em Spa e Monza é o que todos esperam por lá.
A Red Bull fez a sua melhor apresentação da temporada e fica mais do que claro que Ricciardo e Kvyat com um carro bem balanceado, podem conseguir apresentações bem melhores. E apesar de Daniel ter ficado em terceiro, devido a troca do bico do carro, ficou claro que se tivesse passado por Rosberg teria sido uma encrenca da pesada para Vettel naquelas voltas finais.
Apesar de Carlos Sainz ter abandonado, a Toro Rosso segue com uma dupla muito promissora: os trabalhos realizados por ele e Verstappen até aqui são dignos de aplausos e o que pequeno Max chegou em quarto e por muito pouco não igualou o pódio que o pai Jos conseguiu lá mesmo em Hungaroring em 1994, quando foi terceiro com a Benetton.
Os comissários estiveram numa jornada inspirada, ao dar inúmeras punições neste GP. Que o diga Pastor Maldonado, que anotou três apenas hoje.

Foi um bom dia este em Hungaroring. E não podia ter sido melhor esta corrida que foi um tributo à memória de Jules Bianchi. E onde quer que ele esteja certamente gostou do belo espetáculo que lhe foi oferecido.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Vídeo: As oito vitórias de Michael Schumacher - 1994

E hoje completa 20 anos do desfecho de um dos campeonatos mais trágicos e marcantes da história da Fórmula-1. Ao mesmo tempo que Ayrton Senna desaparecia de cena, a genialidade e o lado negro de Michael Schumacher afloravam a olhos vistos fazendo com que o germânico tomasse o trono de melhor piloto da categoria e ao mesmo inserisse o seu nome entre os melhores de todos os tempos.
Abaixo as nove vitória de Michael "The Machine" Schumacher naquela temporada de 1994.

domingo, 27 de julho de 2014

GP da Hungria: Atacar é preciso

E que belas foram estas voltas finais em Hungaroring, não? Observando as atitudes dos três primeiros na luta intensa que foi pela vitória, Ricciardo mais uma vez, a exemplo do que acontecera no Canadá, atacou no momento certo e fez duas belas ultrapassagens em Hamilton e depois em Alonso para vencer a sua segunda corrida na F1. Fernando era uma aposta certeira para que tivesse de fazer mais uma parada de box devido o longo tempo que estava usando os macios, mas preferiu arriscar em vista de que não tem nada a perder. E quase ganhou... . Lewis sem dúvida foi o cara da prova e quando passou por Vergne, eu botava fé que ele chegaria em Alonso. Me enganei. Teve que passar pelo constrangimento de ouvir da Mercedes a mensagem para deixar Rosberg passar - sendo que este nem ameaçou - e depois se aproximar de Alonso em passo de formiga. Talvez ele estivesse poupando os pneus para um ataque no final, que nunca veio. Não chegou atacar o piloto da Ferrari com veemência a ponto de tentar fazer com ele errasse ou fizesse a manobra na marra, bem ao seu estilo. Daniel, que havia trocado os pneus nas últimas 15 ou 13 voltas finais, se aproximou e esperou para ver o que acontecia... e não aconteceu nada. Daí a sua atitude de atacar os dois veteranos.
Daniel tem a mesma raça de Hamilton, mas sabe usá-la em momentos certos como aconteceu em Montreal e hoje em Hungaroring. É como aquela raposa que vigia o galinheiro e num momento de distração que a porta ficou aberta, ela vai lá e ataca sem dar a mínima chance para a sua presa.
Daniel foi espetacular nestas voltas finais e mostrou mais uma vez o seu valor. E sem dúvida é o piloto do ano até aqui.

A corrida
Foto: Darko Vojinovic / AP

Aquelas provas enfadonhas de Hungaroring deram uma trégua hoje - ok, em algumas situações os "trenzinhos" foram formados, mas tem que se dizer que o uso do DRS num grupo que tenha três carros, ou mais, anula o proveito do piloto que está logo atrás. Foi assim que se manteve aquele grupo formado por Vergne, Alonso, Rosberg, Vettel e Hamilton.
A aposta numa chuva que não chegou no restante da prova, matou as poucas chances da Mclaren fazer um bom resultado na pista húngara, com seus dois pilotos arriscando com pneus intermediários após a saída do primeiro SC.
A Williams também se deu mal, mas talvez pelas estratégias que usou para Bottas e Massa. Creio que com alguma boa cartada, principalmente com Valtteri, a equipe poderia colocado-o na briga pela vitória. Fica para Spa e Monza, onde creio que a equipe terá uma boa chance de vencer.
Raikkonen teve uma boa prova até, fazendo dois pit-stops e se aguentando por 32 voltas com pneus macios. Até pensei que ele conseguiria chegar mais à frente, mas se meteu numa dura batalha com Massa e assim ficou até o fim, terminando em sexto.
Vettel estava muito bem e também tinha hipóteses de uma vitória, visto que tinha um bom ritmo e aguentando bem a pressão de Hamilton. Mas uma rodada na entrada da reta dos boxes e escapando milagrosamente de uma batida - que seria bem parecida com que Perez sofrera minutos antes -, tirou as suas possibilidades de um lugar no pódio.
E não posso esquecer de mencionar Vergne que fez, talvez, a sua melhor corrida na F1 com um belo desempenho e dando combate a Alonso, Rosberg e Hamilton.
E a F1 voltará em agosto, bem no seu finalzinho, com o GP belga. E até lá especulações e mais especulações numa série de campos da categoria.
Assunto não vai faltar

sábado, 26 de julho de 2014

GP da Hungria - Classificação - 11a Etapa

Se parecia que Rosberg teria alguma dificuldade neste treino, ela se esvaneceu quando Hamilton parou na Q1 com um incêndio no motor devido um vazamento de combustível. Mesmo com Vettel num ótimo dia e oferecendo uma certa ameaça, Nico esteve na ótima forma de sempre e cravou a sua sexta pole no ano.
A Red Bull, pelas mãos de Vettel, esteve bem e amanhã uma possível vitória não é descartada frente aos problemas que a Mercedes tem enfrentado. Ricciardo sairá em quarto, mas tem as suas chances de pódio, mesmo que tenha de lutar contra as Williams e Alonso.
Outro bom trabalho da equipe de Tio Frank, já as perspectivas para este circuito não eram das melhores. Com um carro tão bom em retas, será complicado alguém ultrapassá-los e também de segurá-los. Suponho que Vettel não terá vida fácil com Bottas logo atrás dele.
Para a Ferrari, restou apenas Alonso em quinto e Raikkonen limado ainda no Q1. Também mostraram uma certa evolução - a exemplo da Red Bull, credito isso ao circuito húngaro.

O que esperar da corrida?
Acredito num duelo ferrenho pela ponta se caso Vettel ou outro pular à frente de Rosberg. Caso contrário, já era.
Sobre Hamilton, largar dos boxes é uma boa pedida para tentar se livrar de possíveis enrroscos na primeira curva. Mas num todo, espera-se mais uma bela corrida dele.

Foto: Mark Thompson / Getty Images
Grid de largada para o Grande Prêmio da Hungria - 11ª Etapa

Pos  Piloto             Equipe                  Tempo      Dif
 1.  Nico Rosberg       Mercedes              1m22.715s
 2.  Sebastian Vettel   Red Bull-Renault      1m23.201s  +0.486s
 3.  Valtteri Bottas    Williams-Mercedes     1m23.354s  +0.639s
 4.  Daniel Ricciardo   Red Bull-Renault      1m23.391s  +0.676s
 5.  Fernando Alonso    Ferrari               1m23.909s  +1.194s
 6.  Felipe Massa       Williams-Mercedes     1m24.223s  +1.508s
 7.  Jenson Button      McLaren-Mercedes      1m24.294s  +1.579s
 8.  Jean-Eric Vergne   Toro Rosso-Renault    1m24.720s  +2.005s
 9.  Nico Hulkenberg    Force India-Mercedes  1m24.775s  +2.060s
10.  Kevin Magnussen    McLaren-Mercedes
11.  Daniil Kvyat       Toro Rosso-Renault    1m24.706s  +1.396s**
12.  Adrian Sutil       Sauber-Ferrari        1m25.136s  +1.826s
13.  Sergio Perez       Force India-Mercedes  1m25.211s  +1.901s
14.  Esteban Gutierrez  Sauber-Ferrari        1m25.260s  +1.950s
15.  Romain Grosjean    Lotus-Renault         1m25.337s  +2.027s
16.  Jules Bianchi      Marussia-Ferrari      1m27.419s  +4.109s
17.  Kimi Raikkonen     Ferrari               1m26.792s  +1.851s***
18.  Kamui Kobayashi    Caterham-Renault      1m27.139s  +2.198s
19.  Max Chilton        Marussia-Ferrari      1m27.819s  +2.878s
20.  Marcus Ericsson    Caterham-Renault      1m28.643s  +3.702s
21.  Lewis Hamilton     Mercedes
22.  Pastor Maldonado   Lotus-Renault

*Kevin Magnussen largará dos boxes por ter trocado o câmbio e por avaria no chassi, após o seu acidente no Q3

sexta-feira, 25 de julho de 2014

GP da Hungria - Treinos Livres - 11ª Etapa

Lewis Hamilton: “Tivemos dificuldades com a pouca aderência da pista hoje. Eu não sei se é por causa dos pneus ou da pista em si, mas estava muito ruim nas duas sessões
Será importante conseguir uma boa posição de largada amanhã, pois será difícil seguir os carros nesta pista e é sempre difícil ultrapassar aqui.
Temos algum trabalho para fazer durante a noite para garantir que vamos ter o melhor acerto para o fim de semana, já que não estamos totalmente confortáveis com o carro ainda. Mas nosso ritmo de corrida pareceu OK. Vamos precisar olhar para toda a telemetria para realmente saber em que pé estamos”.


Nico Rosberg: “Eu fiquei um pouco surpreso que tivemos o carro mais rápido hoje, pois eu esperava que a Red Bull se aproximasse novamente, então é um começo bem encorajador para o fim de semana.
O carro está ótimo e super rápido nas curvas, então, no geral, estou bem contente. Ainda preciso encontrar mais tempo e há mais trabalho para ser feito no acerto do carro essa noite se quisermos conseguir isso. Mas estou confiante de que podemos fazer acontecer.
A classificação vai ser crucial aqui, pois ultrapassar não é fácil nessa excelente pista. Vamos trabalhar duro durante a noite, como sempre, para ver o que acontece amanhã”.
 

Sebastian Vettel: “Acho que podemos estar um pouco mais perto neste fim de semana, hoje pelo menos pareceu um pouco melhor. Mas de novo nós vimos que as pessoas podem dar um grande passo de sexta para sábado, especialmente a Williams, então temos que ter cuidado.
Esperamos que possamos dar um passo grande o suficiente para manter o ritmo de hoje e para podermos usar um pouco mais de potência, mas temos que esperar para ver onde estamos”.

Felipe Massa: “Tudo que a gente experimentou hoje a gente vai usar no carro, lógico que eu tenho algumas coisas mais antigas, que eu vou continuar usando, mas continuo achando que não é uma pista para nós. A Red Bull e a Ferrari devem crescer aqui também. E agora é tentar fazer o máximo amanhã para fazer o máximo que der na classificação.
Acho que vai ser difícil alguém chegar na Mercedes aqui. Eles possuem o melhor carro, sem dúvida, e aqui também. Talvez, a Red Bull esteja um pouco mais perto da Mercedes aqui e a Ferrari também deve estar um pouco mais competitiva do que nas últimas corridas. Mas apenas relativo à pista.
Tive um problema na parte traseira do carro e aí toda a curva para a direita, o carro tinha uma reação estranha. Curva para esquerda era normal, mas para a direita era estranha. Ainda precisamos analisar, agora precisamos desmontar e ver o que houve.
Nós temos de analisar porque estava acontecendo isso com a traseira do carro. Ele saia para um lado só em um tipo de curva. Estava muito diferente do que deveria ser, por isso nós paramos para analisar o carro. E, sem dúvida, vamos trocar o que precisar trocar para amanhã".



O resultado dos dois treinos livres em Hungaroring

Treino Livre 1

Pos Piloto               Equipe                    Tempo       Dif   Voltas
 1. Lewis Hamilton       Mercedes                1m25.814s           27
 2. Nico Rosberg         Mercedes                1m25.997s  +0.183s  31
 3. Kimi Raikkonen       Ferrari                 1m26.421s  +0.607s  29
 4. Fernando Alonso      Ferrari                 1m26.872s  +1.058s  23
 5. Sebastian Vettel     Red Bull-Renault        1m27.220s  +1.406s  28
 6. Kevin Magnussen      McLaren-Mercedes        1m27.357s  +1.543s  28
 7. Jean-Eric Vergne     Toro Rosso-Renault      1m27.683s  +1.869s  30
 8. Daniel Ricciardo     Red Bull-Renault        1m27.782s  +1.968s  16
 9. Jenson Button        McLaren-Mercedes        1m27.804s  +1.990s  27
10. Felipe Massa         Williams-Mercedes       1m27.960s  +2.146s  24
11. Esteban Gutierrez    Sauber-Ferrari          1m27.967s  +2.153s  25
12. Nico Hulkenberg      Force India-Mercedes    1m28.101s  +2.287s  28
13. Daniil Kvyat         Toro Rosso-Renault      1m28.208s  +2.394s  32
14. Pastor Maldonado     Lotus-Renault           1m28.266s  +2.452s  28
15. Valtteri Bottas      Williams-Mercedes       1m28.330s  +2.516s  21
16. Sergio Perez         Force India-Mercedes    1m28.376s  +2.562s  24
17. Romain Grosjean      Lotus-Renault           1m28.593s  +2.779s  24
18. Adrian Sutil         Sauber-Ferrari          1m29.025s  +3.211s  23
19. Kamui Kobayashi      Caterham-Renault        1m30.363s  +4.549s  30
20. Marcus Ericsson      Caterham-Renault        1m30.892s  +5.078s  24
21. Max Chilton          Marussia-Ferrari        1m31.004s  +5.190s  5
22. Jules Bianchi        Marussia-Ferrari        1m31.248s  +5.434s  20

Treino Livre 2
Pos Piloto                Equipe                     Tempo      Dif   Voltas
 1. Lewis Hamilton        Mercedes                 1m24.482s          38
 2. Nico Rosberg          Mercedes                 1m24.720s +0.238s  38
 3. Sebastian Vettel      Red Bull-Renault         1m25.111s +0.629s  33
 4. Fernando Alonso       Ferrari                  1m25.437s +0.955s  26
 5. Kevin Magnussen       McLaren-Mercedes         1m25.580s +1.098s  34
 6. Kimi Raikkonen        Ferrari                  1m25.730s +1.248s  30
 7. Daniel Ricciardo      Red Bull-Renault         1m25.983s +1.501s  29
 8. Valtteri Bottas       Williams-Mercedes        1m25.999s +1.517s  37
 9. Jenson Button         McLaren-Mercedes         1m26.234s +1.752s  33
10. Felipe Massa          Williams-Mercedes        1m26.402s +1.920s  18
11. Daniil Kvyat          Toro Rosso-Renault       1m26.689s +2.207s  42
12. Jean-Eric Vergne      Toro Rosso-Renault       1m26.703s +2.221s  37
13. Nico Hulkenberg       Force India-Mercedes     1m26.789s +2.307s  39
14. Adrian Sutil          Sauber-Ferrari           1m26.919s +2.437s  41
15. Sergio Perez          Force India-Mercedes     1m27.013s +2.531s  39 
16. Pastor Maldonado      Lotus-Renault            1m27.019s +2.537s  40
17. Romain Grosjean       Lotus-Renault            1m27.021s +2.539s  14  
18. Esteban Gutierrez     Sauber-Ferrari           1m27.480s +2.998s  32
19. Kamui Kobayashi       Caterham-Renault         1m28.370s +3.888s  35 
20. Jules Bianchi         Marussia-Ferrari         1m28.469s +3.987s  26
21. Max Chilton           Marussia-Ferrari         1m28.586s +4.104s  35
22. Marcus Ericsson       Caterham-Renault         1m29.036s +4.554s  34

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Foto 323: Tabelinha

E Senna devolveu o pneu para Donnelly, que acabou na barreira de pneus. E pelo que parece a pista é a de Hungaroring, em 1990.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Apenas uma jogada


(Foto: Divulgação)

O cair da bandeira quadriculada em Hungaroring encerrou a primeira parte do mundial de Fórmula-1 e iniciou uma frenética bateria de especulações em torno de três nomes: Ferrari, Alonso e Red Bull. A visita do agente do piloto espanhol ao motorhome da equipe rubro-taurina que, segundo Abad e Horner, era para tratar sobre Carlos Saiz Jr., que faz parte do programa de jovens pilotos da Red Bull, ascendeu a luz amarela em todos os meios de comunicações que começaram a caçar todas as informações e depoimentos de todos os lados, uma vez que presença do empresário de Alonso estaria negociando uma possível ida do seu agenciado para o time dos energéticos a partir de 2014. Os elogios de Christian Horner para o piloto espanhol só aumentaram o frisson da imprensa e as reclamações de Fernando com o baixo desempenho da Ferrari na corrida húngara serviram para deixar ainda ouriçada toda a comunidade da categoria.
Apesar de que exista a velha a máxima de que “contratos podem ser rasgados”, acho difícil Alonso sair da Ferrari antes do término do seu contrato que espira em 2016. Ao contrário do que foi com a McLaren em 2007, o ambiente da “Rossa” é muito menos hostil do que existia no time de Woking. A não ser que ele faça como Prost em 1991 que chamou o carro da Ferrari de caminhão e foi “convidado” a se retirar da equipe ao final daquele ano, tanto que nem disputou o GP da Austrália. Mas nem isso, no meu ver, faria com que Fernando saísse de lá. Outra: Horner fez o certo. Foi diplomático em elogiar Alonso, mas talvez se lembre bem de quando foi procurar o espanhol na metade da década passada para integrar a então novata Red Bull e ouviu um não. Ironicamente, o “Patinho Feio” que Fernando deu de ombros há quase dez anos, virou um belo “Cisne” e o tem deixado constantemente para trás. Se arrependimento matasse... . Por outro lado Vettel também já expressou a sua opinião, dizendo que prefere Kimi do que Fernando por lá, uma vez que o seu relacionamento com o finlandês é muito melhor dentro e fora das pistas do que é com Alonso. E Sebastian sabe muito bem disso, afinal ele era um garoto que estava dando os primeiros passos na categoria quando assistiu de camarote o embate Alonso vs McLaren & Hamilton em 2007 e viu o inferno que pode se transformar a Red Bull com a presença de Fernando por lá.
A impressão que passa é que todo este cenário formado por Fernando Alonso, com relação as suas constantes reclamações, é unicamente para pressionar a Ferrari a procurar melhorar o carro que tem caído pelas tabelas. Na Hungria pôde ser visto que a equipe italiana esteve um passo atrás de Red Bull, Mercedes e Lotus e isso tem incomodado o piloto espanhol, que chegou a dizer que a quando a equipe entrega à ele e Massa um carro competitivo, ambos conseguem boas performances e o exemplo usado por ele foi exatamente a corrida da Espanha quando venceu e Felipe foi terceiro, nessa que foi a melhor apresentação da equipe na temporada. De certa forma Alonso tem razão, mas isso não vem de hoje e muito menos de 2010. Em 2009, quando as regras foram mudadas, era normal você ler e ouvir declarações de Massa e Raikkonen de como era complicado pilotar a F60 e isso ficou mais claro quando Luca Badoer e Giancarlo Fisichella puseram as mãos neste carro e passaram a frequentar as últimas posições nas corridas em que substituíram o acidentado Massa. Se não fosse a vitória de Kimi em Spa naquele ano, a Ferrari teria passado em branco. Portanto as dificuldade da equipe em desenvolver os carros vem desde 2009 e Fernando Alonso, pensando que pudesse pegar uma época de grande fase da equipe igual à década passada, acabou se dando mal. A proibição dos testes nos períodos entres as provas foram proibidos e nenhuma equipe sentiu tanto essa decisão do que a Ferrari, que estava acostumada a terminar as corridas e na segunda-feira seguinte já correr para Fiorano ou Mugello para testar novas peças ou solucionar problemas. O uso do túnel de vento da Toyota, em Colonia, não é confiável. A equipe japonesa, na sua estadia na categoria, sempre reclamava que nem sempre os resultados obtidos naquele túnel eram traduzidos na pista, sendo que durante os treinos e corridas era um verdadeiro fiasco.
Por outro lado, Alonso também não foi capaz de construir em torno de si uma equipe forte, como fizera Michael Schumacher na segunda metade dos anos 90, que mais tarde culminou num período de domínio brutal do piloto alemão que se estendeu de 2000 até 2004. Mas antes de obter todo esse sucesso, Michael trabalhou forte junto de Todt, Brawn, Byrne e outros caras da parte técnica que conseguiram ganhar quilometragem para que pudessem desempenhar cada um o seu papel, de forma a dar para a Ferrari todo o sucesso que veio em seguida. Talvez eles esperassem isso de Fernando, como também o próprio esperasse uma equipe mais bem organizada como era nos tempos de... Schumacher. Por isso que não foi à toa o puxão de orelha de Luca Di Montezemolo, dizendo que o espanhol devia "evitar polêmicas e dar com humildade e determinação sua própria contribuição, estando perto, na pista e fora, à equipe e aos seus homens". 
A Ferrari já contra-atacou e contratou James Alisson, que trabalhou na equipe entre 2002 e 2004 e esteve no comando dos projetos dos Renaults que foram campeões com o próprio Fernando Alonso no biênio 2005/06. Era uma contratação que já vinha sendo ventilada na imprensa há algum tempo, mas ele poderá trabalhar na equipe somente a partir de setembro quando estará livre do seu contrato com a Lotus. Interessante isso, pois ele entrará na equipe exatamente quando o mundial estiver com oito provas restantes e pode, quem sabe, dar um fôlego para a equipe nessa reta final. O possível regresso de Rory Byrne a equipe em 2014, deixaria mais forte a equipe técnica da Ferrari.
Com a pressão exercida por Alonso e as casa de Maranello a se mexer para tentar sair dessa crise, pode render uma boa fase para o time nos próximos anos. E se eu fosse o Alonso, não sairia de lá agora.  

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...