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segunda-feira, 3 de julho de 2023

Foto 1034 - Ferrari 312PB, 1000km de Monza 1973

 

Jacky Ickx liderando Jean Pierre Beltoise em Monza 1973
(Foto: Autosprint)

O termo mais adequado para aquela situação do Mundial de Marcas de 1973, antes que os 1000km de Monza fossem realizados, era de uma verdadeira lavada da Matra sobre a Ferrari. Antes que partissem para aquela etapa, a Matra havia vencido - e muito bem - os 1000km de Vallelunga (2ª etapa) e os 1000km de Dijon (3ª etapa) - a etapa de abertura, as 24 Horas de Daytona - foram para carros GT naquela ocasião. 

Era uma condição bem diferente da qual a Ferrari havia provado na campanha de 1972: excetuando as 24 Horas de Le Mans, onde eles não estiveram presentes e também por não contar pontos para o campeonato, a equipe italiana venceu todas as 10 provas que contavam pontos. Foi um verdadeiro passeio que fez até a Ferrari baixar a guarda para 1973, a ponto de considerar inscrever apenas uma 312PB para Jacky Ickx que teria a companhia de alguns pilotos durante o certame. Isso acabaria ficando por terra e os italianos levaram três 312PB em algumas ocasiões, como esta em Monza.

Para os 1000km de Monza, 4ª etapa, a Ferrari inscreveu três 312PB: #1 para Brian Redman/ Jacky Ickx; #2 para Arturo Merzario/ José Carlos Pace; e o #3 para Carlos Reutemann/ Tim Schenken. Na Matra, dois MS70B ficaram a cargo de Jean Pierre Beltoise/ François Cevert  (#7) e Henri Pescarolo/ Gérard Larousse (#6). 

A batalha entre as duas equipes teve seu inicio nas qualificações onde o equilíbrio foi o ponto alto, com as duas dividindo bem a primeiras filas: Beltoise/ Cevert fizeram a pole com a marca de 1'21''130 contra 1'21''800 de Redman/ Ickx. Pescarolo/ Larousse, Merzario/ Pace e Reutemann/ Schenken fecharam o domínio franco-italiano, mas podíamos incluir nessa disputa uma intromissão dos dois Mirage M6 Ford de Derek Bell/ Howden Ganley (#4) e Mike Hailwood/ Vern Schupan/ Derek Bell (#5) que vinham em seguida no grid, porém a corrida mostraria que o duelo não sairia do previsto. 

A corrida foi uma bela luta entre Matra e Ferrari, confirmando toda a expectativa que permeava essa etapa. Beltoise/ Cevert conseguiram mostrar o quanto que o MS70B #7 era mais  veloz que o Ferrari, mas isso lhes custava um consumo maior de combustivel. Para a Ferrari, especialmente o #1 de Redman/ Ickx, que mostrava velocidade, mas não o suficiente para manter-se à frente do carro francês, o consumo de combustivel era bem menor e isso foi um trunfo importante para eles - quando o Matra #7 foi para a sua primeira parada de box na volta 33, o Ferrari #1, com Ickx ao volante naquele momento, conseguiu fazer mais sete voltas. O Matra #7 retornaria à ponta na volta 40, agora com Cevert no comando. 

Mesmo com um com problema num dos pneus, que o fez entrar nos boxes na volta 68 e quase custou uma volta de desvantagem, François Cevert partiu para uma grande recuperação para conseguir voltar à liderança na volta 122 ao passar pela Ferrari de Ickx/ Redman. A demonstração de força da Matra naquela tarde, especialmente com o carro #7, estava em outro nível e isso foi confirmado através da melhor volta que foi alcançada justamente nessa caça: Cevert chegou ao tempo de 1'21''900 numa incrível média de 252,747 km/h, desbancando o recorde que pertencia à Pedro Rodriguez que estabeleceu 1'24''000 numa média de 246,428 km/h. 

Mas este esforço custaria ao Matra #7 a embreagem, que apresentou problemas uma parada nos boxes na volta 133. O problema não foi resolvido e eles foram forçados a abandonar na volta 136, quando Cevert estava no comando. Para a torcida que estava presente naquele dia, a desistência do carro francês foi amplamente festejada, indicando que o caminho para uma vitória ferrarista era certeira. 

Jacky Ickx e Brian Redman tiveram apenas o trabalho de manter o 312PB #1 em perfeitas condições para cruzarem a linha de chegada lado a lado com o outro 312PB pilotado por Reutemann/ Schenken que fechou em segundo - três voltas atrás - para garantir uma bela dobradinha da Rossa em Monza. Em terceiro, com dez voltas de atraso, aparecia o Matra de Pescarolo/ Larousse, que teve alguns problemas durante a prova e isso impossibilitou-os de tentar buscar a vitória com a desistência do Matra de Beltoise/ Cevert. 

A Ferrari ainda venceria os 1000km de Nurburgring com Jacky Ickx/ Brian Redman, mas seria derrotada no Mundial de Marcas pela Matra por 124 x 115. 

Passados 50 anos a Ferrari reencontrará a sua torcida para as 6 Horas de Monza, próxima etapa do Mundial de Endurance, que será realizado no próximo dia 9 de julho. Será uma nobre oportunidade para saborearem a conquista das 24 Horas de Le Mans e, quem sabe, repetir o feito de 1973. 

terça-feira, 30 de maio de 2023

Foto 1029 - Porsche 908 & Duckham LM72, 24 Horas de Le Mans 1972

 



Na foto, um breve encontro entre o Porsche 908 LH Coupe #60 da Siffert ATE Racing pilotado por Reinhold Joest/ Michel Weber/ Mario Casoni e o Duckham LM72 da Duckham's Oil Motor Racing #68 conduzido por Alain de Cadenet/ Chris Craft.

A equipe Siffert ATE Racing foi batizada em homenagem a memória de Jo Siffert, que falecera no final de 1971 durante a Victory Race em Brands Hatch, prova extra-campeonato que foi realizada em outubro - o Porsche 908 utilizado por eles era de propriedade de Siffert e fora o mesmo com que ele vencera os 500km de Zeltweg de 1968. Apesar da saída da Porsche como equipe oficial naquele ano, agora já concentrando forças no seu projeto na Can-Am, a fábrica deu uma ajuda para retrabalhar este 908 e colocá-lo nessa nova configuração do Grupo 5 - a ATE, fabricante de freios, patrocinou a empreitada. O trio acabou na terceira posição na geral, dezenove voltas atrás do Matra MS670 #15 de Henri Pescarolo/ Graham Hill que venceram aquela edição.

Sobre o Duckham LM72 foi projetado por Gordon Murray a pedido de Cadenet - aproveitando-se da mudança de regulamento a partir daquela edição das 24 Horas de Le Mans, que agora passava a comportar carros esportovos do Grupo 5 de 3 litros. Murray, que na época havia sido nomeado chef de design da Brabham - que já estava sob os comandos de Bernie Ecclestone - usaria seu breve conhecimento nos Brabham para criar o LM72 com a suspensão do BT33 e motor Cosworth DFV. A dupla fechou na 12ª posição na geral e em quinto na classe S3000 destinado aos carros de 3 litros. Este LM72, que foi batizado de Duckham LM72, por conta do patrocínio da petrolífera - e que também dava nome à equipe - , ainda apareceria em Watkins Glen naquele ano de 1972, tanto na prova válida para o Mundial de Marcas quanto para o da Can-Am. Ele foi utilizado até 1974 em Sarthe.

Esta edição de 1972, a 40ª da grande prova, teve a marca da tragédia com a morte de Jo Bonnier na manhã de domingo após ele colidir com uma Ferrari GT e voar por sobre as árvores e incendiar - num momento que ele, junto de Gijs Van Lennep no Lola T280, estavam a se recuperar dos problemas que atrapalharam o bom andamento na prova, uma vez que chegaram a liderar e incomodar o domínio da Matra naquela edição.

Falando sobre eles, a Matra venceu a edição e tornou-se a primeira equipe francesa a vencer a clássica após 23 anos, já que a última tinha sido na folclórica conquista de Louis e Jean Louis Rosier com o Talbot Lago em 1950. Esta de 1972 foi, também, a ocasião onde Graham Hill gravou seu nome no que ficou conhecido como "Tríplice Coroa" que consiste em vencer as 500 Milhas de Indianápolis, GP de Mônaco (ou o Campeonato Mundial de Fórmula-1, já que há uma longa discussão sobre) e as 24 Horas de Le Mans. 

sábado, 25 de setembro de 2021

Vídeo: 24 Horas de Le Mans 1972 - Melhores Momentos

 


Apesar dessa edição de 1972 das 24 Horas de Le Mans ser lembrada como a prova onde Graham Hill alcançou a mítica marca da Tríplice Coroa no automobilismo, essa foi a vez de um dos grandes pilotos que já passaram por Sarthe começar a escrever a sua rica história na clássica francesa: Henri Pescarolo estava ao lado de Hill naquela edição e conquistava a sua primeira das quatro vitórias que ele viria ter na geral, assim como a primeira da Matra em Le Mans. Pescarolo foi o primeiro francês em 8 anos a conquistar as 24 Horas de Le Mans na ocasião - fato que não acontecia desde a conquista de Jean Guichet em 1964 - e foi o primeiro francês a ganhar a corrida pilotando um carro francês, situação que aconteceu pela última vez em 1950 quando Louis e Jean-Louis Rosier venceram aquela edição com um Talbot Lago. 

Henri Pescarolo completa 79 anos hoje. 


sábado, 29 de maio de 2021

Foto 948: Johnny Servoz-Gavin, Monza 1968

 


A caminho de um grande resultado... O Matra MS10 pilotado por Johnny Servoz-Gavin durante o GP da Itália de 1968. Ele fechou em segundo, neste que foi o nona etapa do campeonato de Fórmula-1 daquele ano. 

O GP da Itália foi mais uma vez pautado pelo jogo de vácuo, mas antes disso, nos treinos, John Surtees passava para conquistar a primeira pole da equipe Honda - e consequentemente a última do inglês na categoria. A corrida foi uma batalha interessante pela liderança reunindo os melhores pilotos do grid, com Surtees, Bruce Mclaren, Jackie Stewart, Chris Amon, Jo Siffert e Denny Hulme travando uma grande disputa. Mas os problemas mecânicos e/ou acidentes foram tirando alguns destes competidores do caminho, como Amon (que acidentou-se após escorregar no óleo deixado por um dos Honda, quando contornava a Lesmo), Surtees (que também bateu o carro na sequência do acidente de Amon); Mclaren abandonou na volta 35 com vazamento de óleo; Stewart teve problemas no motor Cosworth do Matra na volta 42; e Siffert teve a suspensão traseira quebrada na volta 58. 

As últimas dez voltas (a prova tinha 68 voltas em seu total) foi apenas para Denny Hulme administrar a vantagem de mais de 1 minuto que ele tinha sobre Servoz-Gavin que estava a travar um grande duelo contra a Ferrari de Jacky Ickx. Porém, o belga precisou ir aos boxes para colocar mais gasolina, o que abriu a oportunidade do francês da Matra ficar com o segundo lugar e Ickx com o terceiro. 

Este segundo lugar foi o melhor resultado da carreira de Johnny Servoz-Gavin na categoria, cuja estréia se deu no GP de Mônaco de 1967 pilotando pela Matra. Ele encerrou a sua carreira na Fórmula-1 e de piloto no GP de Mônaco de 1970, quando estava a serviço da Tyrrell, ao não qualificar-se para o GP. Apesar de nunca ter assumido tal fato, acredita-se que o ferimento em um dos olhos durante uma prova de rally, tenha influenciado bastante na sua decisão de largar o automobilismo. 

Hoje completa 15 anos da morte do piloto francês.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Foto 943: Robin Widdows, Le Mans 1969

 


O britânico Robin Widdows com o Matra MS 630/650 durante as 24 Horas de Le Mans de 1969. Ele compartilhou o carro com Nanni Galli, tendo largado em 18º e terminado em 7º com 42 voltas de atraso para a dupla do Ford GT40 #6 de Jacky Ickx e Jackie Oliver, que venceu aquela edição.

Falando em Ford GT40, essa foi a última vitória da marca oval com seu lendário carro, numa das melhores chegadas quando Ickx passou o Porsche 908 pilotado por Hans Hermann (que dividiu com o Gérard Larousse) para vencer por míseros 120 metros. A história vocês pode ler aqui, onde é falado sobre a saga do Porsche 917 até a sua primeira vitória em Le Mans.

Além dessa participação em Le Mans, que foi a única em sua carreira, Robin Widdows esteve correndo pela Matra nas 6 Horas de Watkins Glen onde dividiu o carro com Jean Guichet. Eles abandonaram com problemas na embreagem, enquanto que o outro Matra, conduzido por Pedro Rodriguez e Johnny Servoz-Gavin, terminou em quarto. 

Robin Widdows ainda teve uma participação na Fórmula-1 quando pilotou um Cooper no GP da Grã-Bretanha de 1968. Ele abandonou na volta 34 com problemas de ignição. 

Outro detalhe interessante sobre a carreira de Robin Widdows foi a sua participação em dois Jogos Olímpicos de Inverno em 1964 (Insbruck, Áustria) e 1968  (Grenoble, França) pela equipe britânica de bobsleigh. Aqui fica uma lista de alguns pilotos que chegaram a competir em Jogos Olímpicos.

Robin Widdows completa 79 anos hoje.

domingo, 23 de maio de 2021

Foto 938: Gérard Larousse, 1000Km de Nurburgring 1973

 


Gérad Larousse levantando voo com o seu Matra MS670B durante os 1000km de Nurburgring de 1973, então sétima etapa do Mundial de Marcas. Na ocasião, ele dividiu o comando do Matra com Henri Pescarolo. 

Foi um campeonato disputado palmo a palmo contra a Ferrari que alinhou suas 312PB, mas naquela etapa de Nurburgring foram os italianos que se saíram melhor ao vencer com Jacky Ickx e Brian Redman, e ainda ter a segunda posição ocupada por Arturo Merzario/ José Carlos Pace em segundo. A terceira posição ficou para o Chevron B23 de John Burton/ John Bridges. 

Os dois Matras que estiveram nesta prova sofreram problemas de motor e abandonaram: Larousse/ Pescarolo saíram logo na primeira volta, enquanto que François Cevert/ Jean Pierre Beltoise ficaram até a volta 12. Segundo a equipe, na época, esta série de problemas era por conta da divisão da equipe que ficou em dois lugares diferentes: a equipe ficando em Paul Ricard e a produção de peças sendo deslocada para Vélizy, ao norte da França.

Apesar deste infortúnio, a Matra conseguiu derrotar a Ferrari ao marcar 124 pontos contra 125 da rival italiana, marcando, assim, o fim de era bastante frutífera para o Campeonato Mundial. 

Sobre Gérard Larousse, hoje ele completa 81 anos.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Foto 914: Jean Pierre Beltoise, Zandvoort 1968

 



Jean Pierre Beltoise com o Matra MS11 durante o GP da Holanda de 1968. A prova realizada em Zandvoort foi a quinta do mundial de 1968.

A corrida foi dominada amplamente por Jackie Stewart que levou o outro Matra a vitória, liderando 87 voltas das 90 programadas. Beltoise terminou com mais um minuto e meio de atraso para Stewart após batalhar para terminar em segundo, sendo que estava em terceiro até a volta 23 quando teve uma escapada por conta da pista molhada. A parada foi para limpeza do acelerador e isso lhe custou algumas posições, ao voltar em sétimo. Conseguiu escalar o pelotão para terminar em segundo, neste que foi o seu primeiro pódio e também a primeira dobradinha da Matra na Fórmula 1. Pedro Rodriguez ficou em terceiro com o BRM.

Beltoise completaria 84 anos hoje. 

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Foto 887: François Cevert e Jean Pierre Beltoise, Le Mans 1973


 

François Cevert no comando do Matra MS 670B da Matra-Simca durante um dos estágios das 24 Horas de Le Mans de 1973. Ele dividiu o carro #10 com Jean Pierre Beltoise, mas não completaram a prova depois que Beltoise teve um estouro num dos pneus e acabou batendo quando ocupavam a quinta colocação já na 12ª hora de prova. 
Além do carro de Cevert e Beltoise, a Matra inscreveu dois modelos MS 670B e um MS670: Henri Pescarolo/ Gerard Larousse (#11) e Jean Pierre Jabouille/ Jean Pierre Jassaud (#12) pilotaram os MS 670B e Patrick Depailler/ Bob Wollek (#14).
A corrida foi um verdadeiro duelo entre Matra e os três 312PB inscritos pela Ferrari, que foi pautado pelos problemas mecânicos dos dois lados. As coisas começaram a se resolver pela manhã, quando o Ferrari 312PB de Jacky Ickx/ Brian Redman apresentou problemas no escapamento e logo em seguida apareceu o Matra #11 de Pescarolo/ Larousse com os freios defeituosos. Ambas equipes consertaram os problemas, mas a Matra foi mais rápida na ação e entregou o carro #11 na liderança da prova. Finalmente, já perto do fim, o Ferrari de Ickx/ Redman abandonou com o motor avariado. Pescarolo e Larousse acabaram por vencer com seis voltas de vantagem sobre o Ferrari 312PB de Arturo Merzario e José Carlos Pace e com 24 voltas sobre o outro Matra de Jean Pierre Jabouille e Jean Pierre Jassaud. 
Para a Matra foi a segunda conquista consecutiva em Sarthe, após ter vencido em 72 com Henri Pescarolo e Graham Hill com o MS 670.
Na ocasião as 24 Horas de Le Mans completava 50 anos de existência. 

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Grandes Atuações: Chris Amon, Clermont Ferrand 1972

Chris Amon com a Matra MS120D em Clermont Ferrand
(Foto: Divulgação)

Assim como a maioria de seus contemporâneos, Chris Amon foi um dos pilotos mais versáteis de sua geração algo que foi moldado nas mais variadas provas que o neozelandês esteve entre os anos 60 e 70. Isso deu a ele um profundo feeling para que pudesse transmitir as sensações dos carros para seus engenheiros, como bem destacou Mauro Forghieri quando disse que “Amon era o melhor piloto de testes com quem ele já havia trabalhado”. Por outro lado, a oportunidade de correr em outras categorias lhe abriu a oportunidade de vencer grandes provas como foram os casos das 24 Horas de Le Mans de 1966 em parceria com seu conterrâneo e amigo Bruce Mclaren no Ford GT40 MK II, marcando a primeira conquista da Ford em Sarthe; ele voltaria a vencer outras duas provas clássicas em 1967, quando levou as 24 Horas de Daytona e 1000km de Monza com Lorenzo Bandini em posse da Ferrari 330 P4 – e ainda ajudou a fábrica a conquistar o Campeonato de Marcas sobre a Porsche por apenas um ponto.  Chris ainda desafiaria Jim Clark durante o certame da Tasman Series no inicio de 1968 onde acabou por perder para o escocês, mas conseguindo impressionar a todos pela sua grande velocidade frente ao melhor piloto do momento – o titulo na série viria no ano seguinte. Na Fórmula-1, apesar de seu talento ser reconhecido, Amon não conseguiu traduzir isso em vitórias onde sempre algum infortúnio apareceu: uma quebra de transmissão da Ferrari em Mont Treblant faltando dezessete voltas para o fim deixou o neozelandês pelo caminho após ter liderado 73 voltas – de um total de 90 – quando apareceu o problema; ele ainda teve uma chance anterior em Brands Hatch, mas esbarrou num inspirado Jo Siffert que suportou bem a pressão de Amon e passou para vencer o GP britânico; tinha grande vantagem sobre Jackie Stewart durante o GP da Espanha de 1969 quando motor do Ferrari quebrou faltando 33 voltas para o fim. Ironicamente, Chris Amon conseguiu vencer em duas oportunidades, mas exatamente quando não valia nada para o campeonato: venceu o International Trophy em Silverstone 1970 – vencendo pela March – e ganhou o GP da Argentina de 1971 – pela Matra –, que serviu para homologar o circuito de Oscar Galvez.

Em 1971 Amon seguiu para a Matra – fazendo dupla com Jean Pierre Beltoise – onde conseguiu alguns bons resultados no campeonato como o terceiro lugar no GP da Espanha e a pole position para o GP da Itália, onde ele teve alguma chance de vencer caso o visor de seu capacete não tivesse caído após a tentativa do neozelandês em limpá-la, levando-o a diminuir o ritmo. Mas conseguiu salvar um sexto lugar e fechar a temporada na 11ª posição com nove pontos.  Amon continuou na Matra para 1972, enquanto que Beltoise seguiu para a BRM.

A Matra iniciou a temporada com o MS120C, uma clara evolução do MS120 que fora usado em 1970 e que foi sendo atualizado no decorrer de 1971 (MS120B) até chegar neste que foi pilotado por Chris Amon. Mas os graves problemas de câmbio atormentaram Amon e a Matra nas primeiras corridas da temporada, forçando até mesmo a não participação na Argentina depois que o câmbio quebrou na volta de aquecimento quando Chris era o 12º no grid. Salvaram um 15º lugar em Kyalami; abandonou na Espanha com mais um problema no câmbio; e conseguiu pontuar em Mônaco e Bélgica ao terminar em sexto nestas duas provas. Para a próxima etapa, na França, a Matra realizou algumas mudanças sendo a principal a estreia do novo carro o MS120D e também o uso do motor V12 do MS670 do World Sportscar.

Após dois anos com as provas sendo realizadas em Paul Ricard, o GP da França voltou para Clermont Ferrand que teve a última visita da Fórmula-1 em 1970. Porém, as coisas foram nebulosas para que este GP fosse realizado no belo traçado de Charade: a principal preocupação da CSI (Commission Sportive Internationale) era em relação as encostas rochosas do circuito, onde pedras se soltavam a todo momento e isso poderia causar inúmeros furos de pneus e até mesmo acidentes. Outras exigências giravam em torno da melhoria e implantação das barreiras de proteção (guard-rails) e também se discutia sobre a diminuição do traçado de Charade, onde um projeto para descer dos seus 8km para cerca de 4km. Enquanto que a pista teve as melhorias  nos guard-rails, a diminuição do traçado acabou não acontecendo – isso viria a ser feito uns bons anos depois. Ainda foram feitas novas bancadas e restaurantes para acomodar – e agradar – os espectadores e convidados, e ainda foi feita um pequeno alargamento da reta da estreita reta dos boxes.

Os treinos mostraram certo equilíbrio entre a Mclaren de Denny Hulme, a Tyrrell de Jackie Stewart, a Matra de Chris Amon e a Ferrari de Jacky Ickx seguindo bem próximos na tabela de tempos desde as atividades de sexta-feira, mas o piloto que parecia mais a vontade era justamente quem tinha tido mais problemas nas ultimas corridas: Amon estava confortável com as mudanças que a Matra levou para Clermont Ferrand e isso se revelou na primeira qualificação do sábado – foram duas sessões de uma hora cada no dia – ao anotar a marca de 2’54’’7, enquanto que Stewart foi quem chegou mais próximo ao fazer 2’55’’0. Na última sessão de qualificação, Amon melhorou ainda mais a sua marca ao baixar para 2’53’’4 e Denny Hulme foi o único que ainda tentou chegar próximo da marca do seu conterrâneo, ao ficar oito décimos atrás. Stewart não melhorou a sua marca e garantiu a terceira colocação, enquanto que Ickx chegou melhorar o tempo estabelecido na primeira sessão (2’57’’7) para 2’55’’1 ficando com a quarta posição. Para a Matra e Amon, aquele resultado conquistado até aqui era surpreendente e certamente lhes deram um horizonte bem animador para a corrida do dia seguinte.

No domingo o tempo estava muito bom e isso foi animador para as equipes e pilotos, já que as pedras rolantes das encostas em Charade era algo se considerar. Amon conseguiu partir bem e sustentar a sua liderança, mas sempre com Denny Hulme no encalço e mais Jackie Stewart. Aliás, os três conseguiram abrir boa vantagem para  Ickx já na segunda volta, enquanto o belga batalhava para tentar seguir o ritmo dos líderes.

A única preocupação que Amon tinha em relação ao Matra, era a quantidade de combustível que ele tinha de levar sendo muito mais que os carros movidos pelos V8 Ford Cosworth. Conforme a corrida foi se desenrolando e o Matra ficando mais leve, Chris conseguiu ampliar a vantagem sobre Hulme de forma gradativa, mas sempre com a corrida sob total controle.

O temores sobre as pedras em Charade se confirmaram na nona volta, quando Emerson Fittipaldi, que partira da oitava posição e estava na quinta posição tentando alcançar Ickx, acabou passando sobre uma dessas pedras e lançando-a contra o BRM de Helmut Marko que vinha em sexto. Para o azar do promissor austríaco – que havia feito uma ótima qualificação ao colocar o BRM em sexto – a pedra
Amon durante a qualificação
(Foto: Motorsport Images)
acabou por acertar seu capacete e atingir o olho esquerdo. Marko parou de imediato seu carro e foi retirado do local por um carro de resgate e levado para o hospital.
Pelas próximas voltas alguns pilotos sofreram com os furos nos pneus, decorrentes das pedras – antes da corrida chegou ser feita uma limpeza pelos comissários de pista, mas durante a corrida algumas se soltaram e acabaram ficando pelo acostamento – como foram os casos de Brian Redman e Patrick Depailler (este último fazendo sua estreia na Fórmula 1 pela Tyrrell). Enquanto os problemas começavam aparecer, Amon continuava a sua pilotagem precisa que aumentava aos poucos a diferença para Hulme que passava a ser assediado por Stewart na batalha pela segunda colocação.
Na 16ª volta Amon já levava quatro segundos sobre Hulme e quando o piloto da Mclaren foi superado por Stewart, a diferença de Chris para o escocês da Tyrrell já subira para cinco segundos. Tirando pelo tinha sido visto desde os treinos, abria-se a chance de uma batalha entre os dois pilotos pela vitória, mas sabia-se, também, que até aquela altura que Chris Amon e Matra tinham formado um conjunto fortíssimo em Charade e não seria tão fácil tirar do neozelandês a chance de vencer pela primeira vez.
Na vigésima volta é que a velha sina de Chris Amon resolve reaparecer: com uma boa diferença sobre Stewart, Amon deu uma pequena relaxada e acabou acertando uma das infames pedras que de imediato furou o pneu dianteiro esquerdo. Dessa forma, ele perdia a liderança e a chance de chegar a vitória, mas ainda demonstraria que estava em grande dia em Clermont Ferrand: após arrastar-se até os boxes e perder 50 segundos para trocar o pneu – onde os mecânicos se enrolaram para soltar as porcas – Chris voltou em oitavo (pouco tempo depois subiria para sétimo com a parada de box de Hulme) com mais de um minuto de desvantagem para o líder Stewart, mas isso não desanimou o neozelandês que passou a pilotar no limite e mostrar a todos que ele tinha equipamento suficiente para chegar a conquista.
Durante a perseguição a Mike Hailwood (6º colocado), Amon fez a melhor volta quatro segundos mais veloz que Stewart; despachou Mike na volta 26 assumindo o sexto posto; subiu para quinto após o estouro de pneu de Ickx, então mais uma vitima das pedras; Amon continuou a pilotar de forma impressionante, levando-o a cravar a melhor volta da corrida de forma absoluta em 2’53’’9 e isso lhe credencia a batalhar pela posições de François Cevert e Ronnie Peterson que ocupavam a terceira e quarta colocações respectivamente – com o francês da Tyrrell vencendo uma disputa que durava algumas voltas.

O ritmo alucinante de Amon o colocou na disputa direta contra Cevert e Peterson que ainda estavam próximos. A maior velocidade e destreza de Chris ao volante do Matra lhe deram uma oportunidade única de atacar os dois pilotos e ultrapassá-los na volta 35 e despachá-los. Amon tinha chegado ao terceiro lugar quinze voltas depois do desastroso furo que tirou dele a oportunidade de vencer.
A corrida terminou com Jackie Stewart vencendo, ao se aproveitar bem dos pneus que a Goodyear lhe colocou a disposição com bandas reforçadas e isso, aliado ao seu cuidado na pilotagem, a escapar das armadilhas em Charade. Emerson Fittipaldi terminou em segundo com 35 segundos de desvantagem e oito segundos à frente de Amon, que continuou a forçar nas voltas finais. Na volta de desaceleração e no pódio, os festejos e aplausos foram todos para Chris Amon. Um consolo moral para aquele que, sem dúvida, deveria ter sido o grande vencedor naquela tarde.

Para o campeonato aquela grande jornada da Matra na França não apareceu mais durante o campeonato: Amon conseguiu ainda um quarto lugar em Brands Hatch, quinto em Osterreichring e sexto em Mosport, chegando a 10ª colocação do campeonato com 12 pontos – terminou empatado em pontos com Ronnie Peterson. A Matra, que havia sentido o gosto de vencer pela primeira vez  as 24 Horas de Le Mans naquele ano, resolveu se retirar da Fórmula-1 e concentrar seus esforços no Mundial de Marcas – onde seria bem sucedida pelos próximos anos. O GP da França não voltou mais ao magnifico circuito de Clermont Ferrand, seguindo agora para Paul Ricard e depois em Dijon-Prenois.

Amon continuou na Fórmula-1 vagueando por algumas equipes de meio e fundo de pelotão e até mesmo criando a sua equipe própria, que não foi muito longe. E dessa forma, a chance de vencer outro GP nunca mais apareceu.

sábado, 20 de junho de 2020

Foto 873: Matra, Tour de France Automobile 1970



O Matra MS650 de Jean Pierre Beltoise e Jean Todt prestes a iniciar uma das etapas do Tour de France Automobile de 1970, que foi a 15ª edição.

A Matra entrou com duas inscrições para esta edição, com o Matra MS650 #145 para Henri Pescarolo/ Jean Pierre Jabouille/ Johnny Rives enquanto que o #146 ficou para Jean Pierre Beltoise/ Patrick Depailler/ Jean Todt – Rives e Todt eram os co-pilotos. A presença de Jabouille e Depailler foi em substituição a Pescarolo e Beltoise que tiveram de se ausentar por alguns dias devido o GP do Canadá, realizado no dia 20 de setembro.

O Tour foi realizado entre os dias 19 e 27 de setembro num total de 20 especiais, tendo a largada sendo feita em Bandol (próxima a Cote D’azur) e com o término em Nice, contabilizando um total de 4.525km.

A prova foi vencida por Beltoise/ Depailler/ Todt chegando com mais de quatro minutos de vantagem sobre o outro Matra de Pescarolo/ Jabouille/ Rives. A terceira colocação ficou com a dupla formada por Gerárd Larousse e Maurice Géllin, que conduziram um Porsche 911ST.

O Tour de France Automobile teve a sua primeira edição oficial em 1951 – apesar que antes disso outras duas foram realizadas nos anos de 1899 (vitória de René de Knyff com um Panhard et Levassor) e 1908 (vencido por Clément Bayard), mas que não entraram na contagem oficial. A vitória na prova de 1951, que organizada pelo Automóvel Clube de Nice, foi de Pierre Boncompagni/ Alfred Barraquet com um Ferrari 212 Export. A última edição foi em 1986, quando a prova já fazia parte do calendário do Campeonato Europeu de Rally. O maior vencedor de todas edições foi Bernard Daniche, ao vencer quatro vezes  em 1975, 77, 79 e 80 e todas com o Lancia Stratos HF.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Foto 747: GP da Espanha, 1971





O GP da Espanha foi o segundo do calendário da temporada de 1971, disputado no traçado citadino de Montjuich Park. Foi um intervalo de seis semanas entre o GP espanhol e o primeiro do calendário, que foi realizado em Kyalami para a disputa do GP da África do Sul.
A prova espanhola parecia se desenhar à favor da Ferrari com a dobradinha formada por Jacky Ickx e Clay Regazzoni na primeira fila. Porém, na corrida, é que as coisas foram diferentes: Jackie Stewart (Tyrrell) estava em melhor forma naquela manhã e já era segundo nas primeiras voltas e tomaria a primeira posição de Ickx na volta 6. Stewart conseguiu abrir grande vantagem na liderança, enquanto alguns de seus rivais iam ficando pelo caminho como foram os casos de Regazzoni (abandonando na volta 13 por falha na bomba de combustível) e Mario Andretti (Ferrari) na volta 50 com problemas no motor. Apesar da aproximação de Ickx no final da prova, Stewart ainda tinha uma diferença confortável para lhe assegurar a primeira vitória na temporada e também para a Tyrrell, que vencia a sua primeira na Fórmula-1. Jacky Ickx e Chris Amon (Matra) completaram o pódio.
Esta prova também marcaria a estréia dos pneus slicks na categoria, introduzidos pela Firestone.


Fotos: Motorsport Images

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Foto 680: GP da França, 1970

Os Matras em ação...
Henri Pescarolo indo à frente de Jean Pierre Beltoise durante o GP da França de 1970, disputado no belíssimo circuito de Charade em Clermont Ferrand.
Pescarolo terminou em quinto é Beltoise em 13o. A vitória foi de Jochen Rindt, com a Lotus.
O circuito francês é um dos mais belos a ter feito do calendário da Fórmula-1. E dos preferidos deste que vos escreve, claro.

domingo, 25 de setembro de 2016

Foto 597: Pescarolo, 74

Henri Pescarolo e sua Matra Simca MS670B #11 durante o fim de semana das 24 Horas de Le Mans de 1973, prova que ele venceu em parceria com Gerard Larousse.
Pescarolo completa hoje 74 anos.

sábado, 6 de agosto de 2016

Foto 591: De carona

Outros tempos em que as coisas eram bem mais simples. Jean Pierre Jarier, no seu belo Shadow Matra, dando uma carona para Jacques Laffite no fim de semana do GP da Itália de 1975.
Os dois franceses não tiveram sorte no GP italiano: enquanto que Jarier abandonou com problemas na bomba de combustível, Laffite abandonou na volta 7 com prblemas de câmbio em sua Williams Ford.
A vitória ficou com Clay Regazzoni (Ferrari), seguido por Emerson Fittipaldi (Mclaren Ford) e Niki Lauda (Ferrari), que acabou por ser coroado campeão do mundo naquele GP.

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Foto 590: Amon

Chris Amon comemorando a sua vitória no Grande Prêmio da Nova Zelândia, etapa de abertura
da Tasman Series em 1969
Quando comecei a estudar o automobilismo, desde meados dos anos 90, o nome de Chris Amon foi um daqueles que mais me chamou a atenção pelo simples fato de levar a alcunha de ter sido o "O melhor piloto a não ter vencido um GP". Christopher Arthur Amon teve sua série de azares na F1: talvez os mais famosos, que vem a mente é a sua quase vitória em Montjuich Park em 1968, quando herdou a liderança após os fortes acidentes dos dois Lotus 49 de Graham Hill e Jochen Rindt. Mas o motor de seu Ferrari acabou por quebrar na volta 56 quando levava quase trinta segundos de vantagem sobre Jackie Stewart. A outra remete-se ao GP da França de 1972, no belo circuito de Clermont Ferrand, e naquele dia Chris estava numa forma acima dos demais como bem vinha demonstrando desde os treinos, ao marcar a sua quinta e última pole na F1. Uma corrida solitária e formidável que o veloz neozelandês vinha fazendo ao volante de sua Matra foi abalada quando um dos pneus furou - as pedras, das encostas, causaram inúmeros furos nos pneus e ainda causou a perda de um dos olhos de Helmut Marko ao furar o capacete do piloto austríaco - e ele teve que arrastar-se até os boxes para trocá-lo. Sua recuperação para escalar o pelotão, foi uma das melhores atuações da década de 70 que o levaria até o terceiro posto, porém serviu apenas como consolo para um dia que poderia ter sido dele. Ao menos conquistas como nas provas extra-oficiais no Silverstone International Trophy (1970 pela March) e Argentina (1971 pela Matra), foi um reconhecimento de suas qualidades que já eram bem notadas desde a metade dos anos 60. Esticou a sua carreira até 1976 na F1, prestando serviços de modo esporádico a equipes como a Tecno, Tyrrell, BRM, Ensign e Wolf. Teve também uma curta e mal sucedida passagem como dono e piloto de equipe, quando alinhou o seu Amon AF101 em quatros GPs de 1974.
Mas Amon foi um dos pilotos mais versáteis de sua geração. Senão foi sortudo na F1, teve uma carreira bem eclética e com sucessos em outras praças. Sem dúvida alguma, a sua maior conquista foi as 24 Horas de Le Mans de 1966 quando dividiu o volante do Ford GT40 com seu conterrâneo Bruce McLaren, dando a dupla e também a Ford - que iniciava a sua saga em Sarthe - a primeira vitória na prova mãe do endurance mundial. Ainda venceria as 24 Horas de Daytona pela Ferrari em 1967, ano que ele ajudou a equipe italiana a vencer o Mundial de Marcas sobre a Porsche. Venceu também, em 1969, a Tasman Series com a Ferrari, titulo qual estava a perseguir a alguns anos já, mas sempre esbarrando em pilotos do naipe de um Jackie Stewart e Jim Clark pelo caminho. Ainda teve algumas aventuras na Cam-Am, em 1977, mas sem obter sucesso e após isso, viria a aposentar-se de vez.
Chris pode não ter sido campeão do mundo na F1, talvez exatamente por conta de sua alta dose de azares que sempre o acompanhou, mas sem dúvida foi um dos melhores pilotos de sua geração quando tomava posse dos mais variados carros de corrida.
Chris Amon faleceu hoje, aos 73 anos em Rotorua, na Nova Zelândia, após lutar contra um câncer.  

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Foto 511: Mirabeau

Bela foto onde pode-se ver dois trechos do circuito de Monte Carlo, em 1971: na Mirabeau, Jean Pierre Beltoise com sua Matra e lá embaixo, o Surtees com o patrão John ao volante, saindo da Lowes.
A foto foi feita durante a classificação, que foi feita com pista molhada.
Na corrida, Beltoise abandonou na volta 47 e Surtees terminou na sétima colocação. Jackie Stewart venceu, seguido por Ronnie Peterson e Jacky Ickx.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Foto 481: Gérard Ducarouge (1941-2015)

Infelizmente existem personagens das quais você sempre se pergunta o porquê de não ter conseguido chegar ao olimpo mais de uma vez. Talvez alguns percalços ou até mesmo o tal do "time" que não era perfeito.
Gérard Ducarouge foi um dos melhores projetistas da F1 moderna. Junto de Colin Chapman e Gordon Murray, formou um trio de grandes idéias que elevaram a tecnologia da categoria do final da década de 70 até o início dos 80 e após o desaparecimento de Chapman, juntou-se aos dois projetistas a genialidade de John Barnard.
De todo modo podemos dizer o quanto que os carros desenhados por Gérard eram belos. Como não olhar e se encantar pelas belas linhas dos Ligier JS5 (pós corcunda) até os elegantes JS11 e 15 das temporadas de 1979 e 80. Outros carros que também tinham a beleza marcante eram os Alfa Romeo do biênio 1982/83, equipe qual ele foi demitido após o GP francês de 1983 após a desclassificação de De Cesaris pelo fato do carro estar abaixo do peso.
No mesmo ano juntou-se à Lotus onde trabalhou forte na reestruturação da equipe e fez carros belíssimos e de bons desempenhos, como foram os casos dos modelos 95T (1984), 97T (1985), 98T (1986) e 99T (1987). Os três primeiros com motor Renault e o de 1987 com Honda. Foram nestes, à partir de 1985, que teve uma participação direta com Ayrton Senna que conquistou seis das sete vitórias de seus carros neste período. Aliás, quando Senna estava de saída da equipe, devido esta não lhe dar o melhor carro, Ducarouge escreveu uma carta ao piloto brasileiro em que "Pedia desculpas por, durante três anos, não ter conseguido dar a Senna um carro à altura de seu talento e antecipava que aquela frustração ele carregaria para o resto da vida.”. Uma parte do texto pode ser lida aqui na Autosport Portuguesa. Ducarouge continuou na Lotus até o final de 1988, quando saiu da equipe inglesa para ingressar na Larousse, onde ficou até 1990. Em 1991 ele aceitou o convite para ser Diretor Técnico da Ligier, até a sua retirada da F1 em 1994.
Senão conseguiu títulos naquele período de ouro da F1, a justiça tinha sido feito muito antes. Trabalhando na Matra desde os anos 60, onde ajudou a fábrica a melhorar consideravelmente os seus carros de F2 e F3, trabalhou no projeto do Matra MS80 Cosworth que venceu o mundial de 1969 da F1 com Jackie Stewart. Tempos depois, nos grandes anos da Matra em Sarthe, projetou os carros da fábrica francesa que arrebataram três vitórias seguidas em Le Mans de 1972 à 1974. Ele voltaria à trabalhar pela marca nos anos 90 como Diretor Internacional. 
A foto que encabeça o post, é do GP de Mônaco de 1985 em mais um click e Dale Kistemaker. Gérard Ducarouge faleceu hoje, ao 73 anos. 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Jean Pierre Beltoise (1937-2015)

Apesar de não ter sido um dos mais brilhantes pilotos de sua época, Jean Pierre Beltoise, se é que podemos dizer assim, foi um dos pilares da renovação do automobilismo francês nos anos 60 após a morte de Jean Behra em 1959, em Avus.
Infelizmente a marca que teve de levar por anos, devido a morte de Ignazio Giunti, acabou por ser a parte negativa em sua carreira, mas podemos destacar os seus serviços prestados à BRM de 1972 até 1974 onde conseguiu manter vivo o espírito da equipe após as mortes de Pedro Rodriguez e Jo Siffert. Foi nesse período que conseguiu a sua única vitória - e última da BRM - em Mônaco, 1972.
Foi um dos "Matra Boys" competindo pela equipe francesa desde 1967 até 1971, entre Fórmula 2, F1 e Mundial de Marcas.
Após sua retirada da F1, em 1974, continuou a competir na França em categorias de turismo - onde foi campeão nacional por duas vezes -  e depois em rallies - onde também venceu um campeonato.
Beltoise faleceu nesta segunda, aos 77 anos em Dakar, quando passava férias junto de sua esposa Jacqueline.
Abaixo o link de um vídeo feito pela INA (Institut National de l'Audiovisuel) na altura em que competia na F2.
https://www.youtube.com/watch?v=uUFLZcN1Nzw




domingo, 20 de julho de 2014

Foto 371: 1000Km de Buenos Aires, 1970

Bela foto da largada dos 1000Km de Buenos Aires de 1970. Na dianteira a Alfa Romeo T33/3 #6 de Andrea De Adamich/ Piers Courage, seguido pelo Porsche 917K #28 de David Piper/ Brian Redman; Porsche 908/2 #12 de Alex Soler Roig/ Jochen Rindt; e pelo Berta LR de Berta/ Luis Di Palma/ Carlos Marincovich.
A vitória ficou para o Matra - Simca MS630/650 #10 de Jean Pierre Beltoise/ Henri Pescarolo, seguido pelo Porsche de Alex Soler Roig/ Jochen Rindt e do Porsche 908/2 #38 de Tony Dean/ Eduardo Copello.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Foto 322: Matra M630

Não dá para identificar nem a pista e muito menos o piloto que está ao volante do carro da lendária equipe de Marcel Chassagny, mas o destaque em si é a beleza do Matra M630-BRM.
Este carro, que competiu entre 1967 até 1969, passou pelas mãos de Jean-Pierre Jaussaud, Johnny Servoz-Gavin, Jean-Pierre Beltoise, Henri Pescarolo, Robert Mieusset, Jean Guichet e Nino Vaccarella. A melhor posição do M630 nas provas do World SportsCar Championship foi nas 24 Horas de Le Mans de 1969, quando Guichet/ Vaccarella chegaram em quinto.
Este carro ainda leva a marca da tragédia, sendo que o piloto francês Jacques Robert Weber, mais conhecido como Robby Weber, veio a morrer durante um teste quando estava ao volante do M630 em Le Mans no mês de abril.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...