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terça-feira, 19 de março de 2024

4 Horas de Goiânia - Uma estreia e tanto para Renan Guerra e Marco Pisani

Um inicio promissor: Marco Pisani/ Renan Guerra vencendo na estreia deles com Ligier e na classe P1
(Foto: Bruno Terena)

O autódromo de Goiânia mostrou mais uma vez que é território restrito da Ligier. Desde a estréia do modelo JS P320 em 2022 através da equipe BTZ, que foi a pioneira em trazer o modelo LMP3 francês para cá, o protótipo perdeu apenas uma etapa. A forte adaptação ao local e também as altas temperaturas de Goiânia, rederam frutos impressionantes para um carro que tem crescido bastante no gosto dos pilotos e chefes de equipes, tanto que nesta etapa de abertura do Império Endurance Brasil outros três modelos fizeram seu debut: a Autlog trouxe um para o trio formado por André Moraes Jr/ Flavio Abrunhoza/ Leandro Ferrari; a novata Foresti Sport tem o seu que foi pilotado por Victor Foresti/ Lucas Foresti; e a KTF Sports com um destinado à Marco Pisani/ Renan Guerra que, assim como os outros que também estreariam com o modelo JS P320, eram oriundos da GT4 - isso sem contar no retorno do Ligier da equipe FTR conduzido por Claudio Ricci/ Fernando Poeta/ Andersom Toso, que voltam à categoria após o carro ter tido um incêndio na etapa de Cascavel ano passado. Juntando estes quatro ao outros dois Ligier, que já estão consagrados nas mãos da BTZ (que são os campeões da categoria com Gaetano Di Mauro/ Guilherme Bottura) e da AMattheis (Xandinho Negrão/ Marcos Gomes), o contingente de seis carros franceses para competir contra os AJR e Sigma, abrem uma ótima perspectiva de como será este campeonato de endurance. 

Os treinos livres deram uma tônica de como poderiam ser estes trabalhos, com Renan Guerra/ Marco Pisani conseguindo cravar o melhor tempo na quinta com o Ligier #31 e com uma ligeira diferença de 88 milésimo sobre o AJR #444 de Vicente Orige/ Sarim Carlesso e de 3 décimos sobre o outro AJR #35 de Pedro Queirolo/ David Muffato. Os demais treinos livres ainda mostraram bastante desse equilibrio, ainda que pese o domínio dos AJR: no segundo treino livre a melhor marca foi de Alexandre Finardi/ Nicolas Costa/ Pedro Maldi com o AJR #30 e no terceiro treino livre foi a vez do AJR #35 de David Muffato/ Pedro Queirolo assumirem a dianteira. 

Esse melhor tempo da dupla que estreou pela TMG Racing nesta temporada, após um bom tempo pela JLM Racing, foi um ótimo presságio para eles já que na qualificação a dupla do AJR #35 acabaria ficando com a pole. Foi um momento muito importante para Muffato e Queirolo, que estão iniciando essa nova jornada na nova equipe. “Estamos aliviados! Acho que fazia dois anos que não largávamos na pole position. Sofremos muito com problemas de motor nos últimos anos. Para começar em uma nova equipe é muito bom”, destacou Pedro Queirolo. 

Essa felicidade da dupla se converteria num inicio vertiginoso e convincente através do bom andamento do AJR #35 que abriu ótima vantagem já no início de prova sobre o AJR #444 de Orige/ Carlesso - que são da JLM Racing, antiga equipe de Muffato/ Queirolo. O carro não deu nenhum sinal de fraqueza, com ambos os pilotos conseguindo um bom ritmo em seus stints sem nunca deixar cair o rendimento mesmo com o forte calor. Infelizmente, num dos últimos pit-stops, o pneu traseiro esquerdo não teve a porca bem fixada e eles acabariam perdendo muito tempo no box, jogando fora a chance de vencer uma corrida que estavam em suas mãos. Para completar o pacote de azares,a porta do lado esquerdo não fechava, mas isso era o de menos: o período perdido ali foi crucial para que o melhor carro da prova não ficasse com a vitória. 

Este domínio do AJR #35 por quase toda a prova deixou bem claro que, para alguém sonhar com algo melhor, teria que torcer para que o carro tivesse algum problema. Com esse azar (mais um) de Muffato/ Queirolo, a corrida ficou em aberto para dois Ligier: Marcos Gomes/ Xandinho Negrão estiveram brilhantes nessa corrida com um ritmo muito forte, sendo a segunda dupla mais veloz da corrida, mas ficava claro que uma vitória era bem mais dificil por conta dos implacáveis Pedro Queirolo/ David Muffato. Com o problema destes, o caminho parecia aberto para a vitória, mas eles precisavam de um Splash & Go para completar a corrida e se isso fosse feito em Safety Car, a chance de ganhar era enorme, mas em bandeira verde, a situação tornaria-se irreversível. Esse SC nunca veio e eles precisaram entrar para a sua parada rápida para completar o tanque. A chance de Renan Guerra/ Marco Pisani no outro Ligier #31 tinha aparecido.

A corrida feita por Guerra/ Pisani foi brilhante também. Ao mesmo modo de seus outros dois rivais, eles estavam num ritmo muito bom com os dois pilotos, sendo que Renan conseguia poupar bastante o combustível e Pisani conseguia andar extremamente rápido quando era preciso. A boa economia feita por Guerra, aliado a ótima velocidade de Pisani, deu uma janela importante para eles já que não precisariam parar mais para um reabastecimento rápido no final da corrida. Pisani foi sensacional em sua condução no stint final, levando muito bem o carro a uma vitória importante ao lado do também brilhante Renan Guerra, que esteve espetacular quando tomava posse do Ligier. Pisani destacou bem essa inédita conquista deles na classe principal: “Inacreditável. Acho que ainda não caiu a ficha. A gente teve pouco tempo com o carro, mas contamos com o apoio da equipe (KTF Racing). O resultado aqui foi feito fora da pista. Foi 90% fora da pista e 10% na pista. É incrível sair da GT4 onde a gente toma 5, 7, 8 voltas dos protótipos. Fazer isso tudo com concorrentes de peso, pilotos sensacionais de primeira categoria… não tenho nem o que falar. Só quero agradecer”.

A segunda posição para o Ligier #9 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes pode ter soado como uma vitória para eles já que a classificação foi sofrível, mas ainda assim não foi tão satisfatório: “Foi um fim de semana com uma performance bem aquém do esperado, do que a gente tem de equipe e pilotos. Conseguimos ainda salvar um P2 super importante para o campeonato. A estratégia foi perfeita. Agora é trabalhar para voltar a 100% da nossa velocidade e disputar esse campeonato, que tem tudo para ser o mais competitivo da história da P1” destacou Marcos Gomes. O engenheiro da equipe, Guilherme Gonçalves, reforçou a ideia de melhorar muitos pontos que foram abaixo nessa etapa de abertura: “Certamente temos uma lista de coisas bem grande a fazer para a próxima etapa, principalmente do ponto de vista de performance do carro. Algumas mudanças que a gente decidiu fazer do ano passado para esse certamente não corresponderam e precisamos trabalhar para buscar mais performance”

Os demais Ligier tiveram diferentes destinos: enquanto que dois estavam na briga pela vitória, o #42 da Foresti Motorsport, com Lucas Foresti/ Victor Foresti, tinham terminado na quinta posição, mas acabaram levando dez voltas de acréscimo ao final da prova por não terem cumprido um procedimento numa das paradas de box. Inicialmente, com essa punição, cairiam para oitavo, mas acabaram entrando com recurso e a penalização foi retirada, voltando, assim, a quinta posição. Os Ligier das equipes BTZ e FTR abandonaram com problemas mecânicos.

A TechForce, que comanda as ações do Sigma G5 P1 #12, também enfrentou alguns percalços nessa etapa, mas a sua parte final foi forte o suficiente para garantir a terceira posição com o trio formado por Marcelo Vianna/ Christian Rocha/ Sergio Jimenez. O inicio da corrida para eles pareci bem forte, mas tiveram uma queda de performance que o fizeram despencar na classificação e, no decorrer da prova, ainda tiveram que lidar com o vazamento intenso de óleo do AJR #444 que sujou bastante o para-brisa do carro. O chefe da equipe e que também estava inscrito neste caso acontecesse algo com algum dos pilotos, Jindra Kraucher, falou sobre o desempenho da equipe nessa etapa: “O problema do óleo acabou com o stint do Marcelinho. Ainda por cima, quando o Christian assumiu para o seu stint, o Safety Car passava pela reta e ficamos presos mais uma volta na saída dos boxes. Mas eu diria que estava ruim e ficou bom. O carro estava perfeito, o Serginho [Jimenez] andou rápido e constante como sempre, o Christian que era novato fez um ótimo stint, muito constante e sem erros. Saímos satisfeitos de Goiânia e motivados para fazer melhor na próxima etapa”. O outro Sigma G5 P1 #11 da equipe FTR Motorsport, pilotado por Emilio Padron/ Fernando Ohashi/ Henrique Assunção, teve problemas na qualificação e fizeram uma boa prova de recuperação, conseguindo fechar na sexta colocação e vencendo na subclasse "P1 Legends"

Os AJR poderiam muito bem ter conseguido bons resultados com três dos quatro carros presentes, mas apenas o #35 de Muffato/ Queirolo é que teve a grande chance de vencer e que não aconteceu por motivos já citados mais acima. O #444 da JLM Racing de Orige/ Carlesso sofreram bastante com o vazamento de óleo - que gerou algumas reclamações de outros competidores - o que forçou algumas visitas a mais nos boxes para reposição de óleo; o AJR #30 da Power Imports, pilotado por Alexandre Finardi/ Nicolas Costa/ Pedro Maldi, teve um inicio bem promissor com o ritmo muito forte de Nicolas Costa, mas depois passaram a ter problemas no câmbio e em seguida com a asa traseira pra mais tarde abandonarem; o terceiro AJR, #26 da Mottin Racing de Adriano Baldo/ Gustavo Martins/ Oswaldo Sheer, tiveram problemas desde o inicio da corrida e abandonaram na volta 26 com problemas no motor.


Vitória para a Porsche na GT3 e GT4

Uma vitória tranquila na despedida do multi campeão 911 GT3 R
(Foto: Ricardo Saibro)


Essas duas classes ficaram bem esvaziadas devido aos problemas com os envios dos demais carros, que estava na Alemanha para revisão, não conseguirem chegar a tempo por conta da greve naquele país. Dessa forma, a classe GT3 se viu com apenas três carros - o Porsche 911 GT3 R #55 da Stuttgart Motorsport (Marcel Visconde/ Ricardo Mauricio/ Marçal Müller); o Mercedes AMGT GT3 #83 do Team RC com Maurizio Billi/ Marco Billi/ Max Wilson; e o outro Mercedes AMG GT3 #63 da Tech Force conduzido por Guilherme Ribas/ Sergio Ribas.

Nessa classe a vitória ficou para o Porsche #55 após uma prova tranquila que o trio, vencedor das Mil Milhas,  conseguiu manter sob controle e contou com problemas no Mercedes #83 que acabou abandonando na volta 103 quando Max Wilson estava no comando. A segunda posição ficou para o Mercedes #63. 

Os três pilotos do Porsche #55 comentaram sobre essa conquista na abertura do campeonato:

Marcel Visconde: “Foi uma vitória merecida da equipe. Cumprimos nosso dever de colocar o carro no grid e de fazer as quatro horas de prova. Estamos muito contentes porque fizemos nosso trabalho e o resultado foi colhido”.

Marçal Müller: “Foi um ótimo fim de semana. É bom começar o ano vencendo e marcando pontos importantes para o campeonato”.

Ricardo Mauricio: “Começar vencendo é muito bom. Tomara que o carro novo chegue a tempo de podermos entendê-lo e, quem sabe, conseguir mais vitórias e mais um título na GT3”.

Para este modelo GT3 R, que venceu o campeonato da classe em 2023 e ganhou as Mil Milhas em janeiro passado, é o canto do cisne, já que a principio não estaria em Goiânia, mas o atraso na chegada do novo GT3, acabou sendo recrutado para levar este trio à conquista mais uma vez.

Na GT4 a Porsche teve uma disputa caseira, já que, à exemplo da GT3, também estava esvaziada. O dois 718 estiveram na ponta em diversas situações, mas a vitória acabou ficando para o #21 pilotado por Allan Hellmeister/ Jacques Quartiero - que ainda pagaram um punição por terem ficado menos tempo numa das paradas de box. Eles contaram com problemas no ABS do gêmeo #718 pilotado por Luiz Landi/ Eric Santos/ Giuliano Bertucelli (João Tesser pilotaria também, mas na noite anterior foi diagnosticado com dengue e não pôde correr), que teve essa avaria por conta de algum detrito que teria rompido o chicote do dispositivo. "O suporte falhou, o chicote do ABS ficou pendurado e raspando no pneu, até o momento em que partiram-se os fios do sensor de velocidade de roda. Aí dá falha do ABS. O freio continua funcionando normalmente, mas você não tem o sistema de ABS e tem que desligar o sistema para que não fique dando alarme e atrapalhando o piloto", disse Felipe Grizzi, engenheiro e chefe da equipe Stuttgart Motorsport.

Vitória do professor e aluno, já que Hellmeister foi instrutor do Quartiero no inicio de carreira
(Foto: Ricardo Saibro)


Os pilotos dos dois 718 comentaram sobre o desempenho nessa prova:

Jacques Quartiero: “Estou muito emocionado. O Alan foi meu professor quando comecei a treinar para estrear no automobilismo. Só agora conseguimos correr juntos. Foi uma corrida difícil porque tivemos uma penalização, mas no fim tudo deu certo”.

Alan Hellmeister: “Foi nossa primeira prova juntos e começamos com vitória. Estou muito contente, é um ótimo começo.”

Luiz Landi: “Nosso problema foi o rompimento do chicote do sensor do ABS, devido a algum atrito. Fiz todo o último stint sem ABS e por isso eu tinha que frear antes, e às vezes alguma roda travava. Dei uma rodada no fim da reta e por sorte não aconteceu nada, pude voltar para a corrida. ‘Peguei a mão’ do carro sem ABS e consegui andar rápido, mas perdemos a liderança da GT4”.

Giuliano Bertucelli: “Foi muito legal, até mais do que eu imaginava. O carro é muito gostoso de pilotar. Chegamos a liderar, mas tivemos uma pane e o carro andou boa parte do tempo sem ABS. Já estou pensando na próxima corrida!”.

Eric Santos: “Larguei e consegui estabelecer um ritmo legal de corrida. Foi uma estreia, precisei aprender a lidar com o tráfego. Estava muito quente, e nessas horas ter ar condicionado dentro do carro sempre ajuda!”.

Na terceira posição ficou o BMW M2 Clubsport #64 da MC Tubarão e pilotado por Henry Visconde/ Enzo Visconde/ Kim Camelo. Este trio nem pôde largar, já que tiveram problemas eletrônicos, mas os problemas foram resolvidos e assim conseguiram entrar para a corrida.

Para a próxima etapa, que será realizada em Interlagos no dia 11 de maio, espera-se a presença dos carros que não puderam vir para esta etapa de Goiânia, assim como a reativação da classe P2.


domingo, 7 de maio de 2023

Império Endurance Brasil - 4 Horas de Goiânia: Território da Ligier

(Foto: Império Endurance Brasil/ Instagram)

Uma das coisas mais impressionantes de um ano para cá, tem sido o desempenho do Ligier JSP320 LMP3 no circuito de Goiânia. Desde a sua estréia, através da equipe BTZ Motorsport, o carro francês venceu todas e na realização da segunda etapa do Império Endurance Brasil lá mesmo, nas 4 Horas de Goiânia, eles voltaram a vencer a corrida. Bottura, Di Mauro e Kiryla, o atual campeão da classe P1 e que foi chamado para esta corrida, tiveram boas batalhas contra os AJR e Sigmas.

Essa etapa de Goiânia foi das mais interessantes e bem disputadas, principalmente nas duas primeiras classes (P1 e GT3) onde as vitórias foram confirmadas já nos minutos finais. Na P1 tivemos um início forte do Sigma G5 #2 com Aldo Piedade ao volante que logo assumiu a liderança e ficou por lá quase que por toda primeira meia hora. Foi uma pena que a queda de rendimento do belo protótipo da Scuderiach, seguido por problemas na asa traseira, que chegou a se desfazer por quase completa, tenha tirado o trio (Aldo Piedade/ Sergio Jimenez/ Marcelo Vianna) da briga pela vitória - eles fecharam na 15ª na geral e em 4º na P1. O mesmo se aplica ao outro Sigma G5 #444 da Motorcar que esteve na briga pela vitória por quase toda a corrida, mas problemas no DRS fez com que abrandasse o ritmo do trio formado por Orige/ Bonatti/ Genz que encerrou na quarta posição (geral e na classe).

Os AJR não tiveram melhor sorte, apesar do bom andamento de alguns deles. Talvez pudéssemos apontar o AJR #35 de Pedro Queirolo/ David Muffato que estava bem na liderança após a queda do Sigma #2, mas foi apanhado por problemas logo em seguida a ponto do carro ficar parado no final da reta principal. A perda de seis voltas foi uma tremenda lástima, uma vez que o ritmo era dos melhores. É também de se lamentar os problemas de câmbio que apanharam o AJR #99 do trio Rodrigo/ Romera/ Rimbano que estavam na liderança até os últimos 20-15 minutos e com uma diferença de dez segundos sobre o Ligier #117 de Bottura/ Di Mauro/ Kiryla. A parada de box no final foi um tremendo balde d'água fria no trio que levou a subclasse P1 Legends, destinada a trios ou duplas com pilotos com mais de 50 anos. Eles fecharam em terceiro. De se destacar, também, o bom desempenho do AJR #80 de Finardi/ Suzuki/ Cibien que estiveram entre os primeiros - chegando ocupar até o terceiro lugar - por um bom tempo, mas quebra da correia do alternador forçou o abandono do trio da Power Imports Racing.

Tivemos a estreia de outro Ligier JSP320 que foi inscrito pela FTR Motorsport e conduzido por Poeta/ Ricci/ Toso. Apesar do carro ter chegado na semana da corrida e terem tido pouco tempo para trabalhar no acerto, o trio conseguiu um bom desempenho e estavam em terceiro quando o semi-eixo quebrou. Isso só confirma como este modelo da Ligier tem ótimo casamento com a pista de Goiânia.

GT3 e GT4


(Foto: Império Endurance Brasil/ Instagram)

Apesar da classe GT3 ter tido uma competição mais branda nas três horas e meia, foi na última meia hora que a essa categoria ganhou vida quando o BMW M4 #15 de Sanchez/ Abreu entrou em batalha direta com o Mclaren 720S #16 pilotado por Hahn/ Khodair. Átila Abreu e Allan Khodair batalharam ferozmente pela liderança na fase final da corrida, sempre com vantagem de reta para o BMW e no miolo para o Mclaren. Foi nesse ponto onde ocorreu o entrevero, quando Mclaren deu um toque no BMW e isso fez com que o carro alemão desequilibrasse e desse a Khodair a chance de assumir a liderança. Para os comissários, Allan foi o culpado e tomou 5 segundos de punição e quando foi divulgado, a diferença estava em 3 segundos e foi logo ampliada para 5.6 ao final da corrida, garantindo a vitória da dupla do Mclaren.


Na classe GT4 a vitória ficou para o Porsche Cayman GT4 #718 de Landi/ Quartiero/ Filho/ Dirani. O quarteto foi formado exclusivamente para esta corrida já que o #21, que seria conduzido por Quartiero/ Dirani, teve problemas e não pode correr.

A terceira prova do calendário, as 6 Horas de Interlagos, será realizada em 27 de maio.


domingo, 1 de maio de 2022

4 Horas de Goiânia: De primeira, deu Ligier

Uma grande estréia para o Ligier JS P320 em Goiânia
(Foto: Gaetano Di Mauro/ Instagram)

Foi um início promissor para um campeonato do qual esperamos muito. O Império Endurance Brasil teve um começo bem interessante no Autódromo Ayrton Senna, onde foi realizada a sua abertura com as 4 Horas de Goiânia. Apesar de imaginar uma batalha com uma vitória de um dos AJR ou até mesmo do Sigma G4, acabou que as coisas saíssem bem para um carro que até uma semana atrás não estava em terras brasileiras: O Ligier JS P320 Nissan acabou por vencer a primeira prova deste campeonato logo numa situação onde ninguém esperava tal resultado. Mas claro, não foi tão fácil.

É importante dizer que foi uma corrida que estava, inicialmente, nas mãos do Sigma #12 de Aldo Piedade/ Beto Ribeiro e de outros AJR de números #1 (Emilio Padron, Fernando Ohashi, Fernando Fortes e Henrique Assunção), #35 (Pedro Queirolo/ David Muffato) e #444 (Vicente Orige/ Gustavo Kyrila). Por outro lado, não podia ignorar o bom ritmo do Ligier #117 de Gaetano Di Mauro/ Guilherme Botura que não deixava os ponteiros se distanciarem. Era um bom início, diga-se, com estes cinco carros andando próximos desde a primeira hora. 

Conforme a corrida foi avançando, tráfego aparecendo e as paradas de box sendo feitas, este grupo automaticamente se dissolveu, mas por outro lado o forte calor começou a fazer suas vítimas. Foi o caso do AJR #35 de Queirolo/ Muffato que estavam em ótima disputa com o Sigma #12 quando o motor acabou pifando e deixando a dupla pelo caminho. Outros dois AJR que também tinham chances de vencer, tiveram seus problemas: o #1, que também estava em batalha contra o Sigma #12, apresentou problemas nos freios e ficou de fora; enquanto que o #444 precisou ficar nos boxes por algumas voltas por conta de vibrações, devido a um furo de pneu. 

Mas, e o Sigma? A máquina campeã das Mil Milhas Brasileiras deste ano estava em grande forma e com um ritmo para lá de satisfatório: fosse com Piedade, fosse com Ribeiro, o carro respondia da melhor forma possível e com boa velocidade a ponto de ter anotado a melhor volta da corrida (1'17"885). Apesar de estarem bem, houve sustos como o toque no BMW M4 GT3 #17 de Átila Abreu/ Leo Sanchez e mais adiante, um problema na suspensão traseira onde viram que um parafuso estava frouxo e não podia ser apertado. A Equipe FTR ainda levou outro Sigma com número #02 e que foi pilotado por Erik Mayrink / Hugo Cibien / Tiel Andrade/ Marcelo Vianna, mas estes tiveram um toque com um dos Mercedes da categoria GT4 e acabou danificando bastante a lateral esquerda da asa traseira e daí em diante os problemas se intensificaram até seu abandono. Tiel Andrade deve voltar na próxima etapa do campeonato que será realizado em Interlagos em maio, já com o novo Tubarão IX que é feito em parceria com a Sigma. 

Mas o Sigma #12, que estava até então intocável na liderança e parecia caminhar para uma vitória inédita na categoria, acabou apresentando problemas no cubo da roda dianteira esquerda que acabou se soltando quando faltava 50 minutos para o final. Para piorar, com a batida no asfalto após perder a roda, acabou danificando o radiador e automaticamente tirando-os a chance de vencer esta prova. Foi mais um azar para a equipe FTR, que teve boas chances em Interlagos e Curitiba em 2021 e acabou ficando pelo caminho. 

Dessa forma, a chance para o novo Ligier, que apresentou um ritmo muito bom e andando na mesma balada de protótipos mais rodados, apareceu e não foi desperdiçado por Di Mauro/ Botura que levaram essa primeira conquista para o protótipo francês logo na sua primeira aparição na competição. O AJR #444 de Orige/ Kyrila conseguiu recuperar-se a ponto de ficar em segundo, mas com duas voltas de atraso para o Ligier. Para o Ginetta G58, que tanto sofreu com problemas nos últimos anos, estes foi um inicio de temporada bem melhor ao se aproveitar dos problemas que iam à frente e conquistar um ótimo terceiro lugar com a família Ebrahim no comando (Wagner, Pedro, Fábio). 


Na GT3, vitória para Negrão e Gomes

(Foto: @alexandresnegrão/ Instagram)

Essa era outra classe que se desenhava bem interessante desde os treinos, com os carros andando por boa parte no mesmo segundo. E foi uma disputa bem interessante entre os Mercedes AMG GT3, com a conquista ficando para o Mercedes #9 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes após duelarem contra o Mercedes #63 de Sergio Ribas/ Guilherme Ribas - que lideram a prova e acabaram abandonando- e depois na parte final contra o Mercedes #50 de Maurizio Billi/ Marco Billi/ Max Wilson, que terminaram na segunda posição. A terceira posição ficou para o Porsche 911 GT3R #55 de Ricardo Mauricio/ Marcel Visconde/ Marçal Muller, que venceu a disputa contra o Mercedes #8 de Julio Campos/ Guilherme Figueroa - que apresentaram problemas. O Mercedes #3 de Guilherme Salas/ Alexandre Auler também tiveram boas chances de vitória ao lideraram parte da prova, mas acabaram perdendo tempo e ficando duas voltas atrás, fechando em quarto na classe.

Alguns dos favoritos acabaram sendo prejudicados por incidentes: O McLaren 720S GT3 de Allan Khodair/ Marcelo Hahn levaram um toque logo no inicio da prova e danificou o semi-eixo, fazendo com que fossem aos boxes e perdessem, ao todo, 20 voltas para o líder da classe GT3 e 30 para o líder da geral. Um final de semana bem complicado para eles que chegaram de última hora para essa prova e já enfrentaram problemas eletrônicos e de acerto desde os treinos. 

A segunda baixa ficou para os atuais campeões da classe GT3 Cacá Bueno/ Ricardo Baptista que acabaram se enroscando com o AJR #80 de Rafael Suzuki / Alexandre Finardi / Márcio Mauro e abandonaram quando tinham 56 voltas completadas. 

Essa classe ainda viu a estréia do BMW M4 GT3 conduzido por Atila Abreu/ Leo Sanchez que, assim como o Ligier, chegou há poucos dias aqui no Brasil e foi direto para a prova de Goiânia. Mas problemas eletrônicos acabaram atrasando bastante o andamento. 


GT4 e as demais classes

(Foto: Império Endurance Brasil/ Instagram)


Na GT4 a vitória ficou para o Mustang GT4 #22 de Flávio Abrunhoza / Cássio Homem de Mello / André Moraes Jr/ Gustavo Conde que enfrentaram problemas no cabeçote e por muito pouco não voltaram para São Paulo, já que o conserto da peça era praticamente irreversível. A presença do patrocinador da equipe Liqui Molly acabou salvando o final de semana ao conseguir um produto que conseguisse vedar o local. Dessa forma o quarteto foi para a corrida e completou sem maiores
problemas, sendo recompensados com uma bela vitória. A segunda posição ficou para o Mercedes AMG GT4 #31 de Renan Guerra / Marco Pisani / Leandro Ferrari/ Vinicius Vale e a terceira posição para um dos novos Porsche 718 Cayman GT4 com Danilo Dirani / Jacques Quartiero conduzindo o #21. 


Na classe P2, que estava esvaziada nessa etapa, contou com apenas o Grand Am #18 de Fernando Poeta / Cláudio Ricci. Na também esvaziada P2 Light - que teve três competidores - a vitória ficou para o MRX #34 de Ricardo Haag / Mário Marcondes, seguido pelo outro MRX #7 de Aldoir Sette / Guga Ghizzo e em terceiro o Ferrari 458 GT3 #155 de Tom Filho / Ricardo Mendes - que acabaram sendo integrados a classe P2 Light, apesar de estarem na classe GT3 Light. 

A próxima etapa será as 4 Horas de Interlagos, no dia 21 de maio. 

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...