Uma pequena análise do que foi o Grande Prêmio da França deste 2022, vencido por Max Verstappen, lá no canal do Volta Rápida no Youtube.
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(Foto: Red Bull) |
A principal expectativa para esta prova na França era se a Mercedes recuperaria de seus dois grandes desaires nas provas anteriores, em Mônaco e Azerbaijão. Por outro lado, também seria curioso ver como a Red Bull se comportaria como a equipe a ser batida neste atual momento.
Os treinos livres revelaram um bom equilíbrio, dando a entender que o inferno vivido pela Mercedes nas últimas provas tinha sido apenas pontual, enquanto que a Red Bull continuava a sua tocada veloz e precisa com Max Verstappen. Aliás, a pole de Max foi uma jóia com o holandês conseguindo responder a uma possível ressurreição de Lewis Hamilton para este lugar que ele tão bem domina. Ele conseguiu melhorar a sua pole provisória por dois décimos no exato momento em que Lewis estava numa de suas grandes voltas, próximo a tomar a pole de seu oponente. Foi um passo importante para o menino dos olhos da Red Bull. Porém, a batalha era algo a considerar, já que Bottas havia também melhorado com o terceiro lugar e Perez em quarto. Uma briga direta entre Red Bull e Mercedes.
A largada de Max Verstappen foi boa, mas com ele se perdendo na primeira curva deu a Hamilton a chance de assumir a ponta da corrida. Sem dúvida alguma foi um grande presente para o inglês, que soube bem administrar a vantagem para Max ao evoluir aos poucos a diferença que chegou ser acima dos três segundos. Ou seja: uma Mercedes com bom ritmo de prova e na ponta, estava bem encaminhada para tentar retomar a sua rotina de vitórias naquela clássica pista.
Mas a coisas mudaram: com o desgaste de pneus aparecendo, o que restou foi a Mercedes parar Bottas primeiro na tentativa de pegar Verstappen na segunda posição, mas este foi esperto e parou na volta seguinte anulando, assim, qualquer chance do finlandês tentar pegar a posição. Porém, foi a Mercedes quem se deu mal ao parar Hamilton na volta seguinte e acreditar que ele poderia voltar na frente de Max, mas este conseguiu fazer uma bela volta e pegar a liderança do piloto inglês. Foi o primeiro nocaute da Red Bull sobre a Mercedes.
Dessa forma, Hamilton iniciou uma caçada a Max pelas voltas que se seguiram: o inglês tinha um carro mais equilibrado nos dois primeiros setores, mas os 2km de velocidade que a Red Bull tinha a mais faziam diferença na primeira parte da Mistral e as coisas melhoravam para eles logo após a Signes, onde Max conseguia abrir uma pequena diferença que não deixava Hamilton ter chances de atacar na reta dos boxes. Foi uma briga de gato e rato que demorou um bom par de voltas, até que certo momento arrefeceu por conta do desgaste dos pneus. Foi nesse momento que Max questionou a equipe sobre os pneus e voltas depois ele estava deixando a liderança de lado para ir a uma troca dos pneus duros para os médios, tentando uma arriscada situação faltando em torno de 18 voltas para o fim. Mercedes estaria próxima de provar do seu próprio veneno?
Max retornou em quarto e em poucas voltas despachou seu companheiro Sergio Perez, para depois ir buscar Valtteri Bottas um pouco antes da Signes e assumir a segunda posição. Os vários retardatários que estavam entre ele e Hamilton, ajudaram o inglês da Mercedes a segurar a diferença na casa dos 4,5 - 5 segundos. Os pneus gastos deram a Hamilton um trabalho a mais - tanto que ele errou na parte sinuosa - mas ele ainda conseguia diminuir o prejuízo para o holandês. Sem a presença natural dos retardatários, Max aproximou -se ainda mais rápido para assumir a liderança faltando uma volta para o fim, quando passou sem grande dificuldade por Hamilton na primeira parte da Mistral e partir para uma vitória espetacular, devolvendo aquela derrota que eles tiveram em Barcelona em situação bem parecida. Foi o segundo nocaute na Mercedes durante a corrida.
Ficará a pergunta se a Mercedes deveria ter parado Hamilton mais cedo na primeira parada e se deveriam ter seguido Verstappen na segunda. Pelo ritmo que eles apresentaram em Paul Ricard a chance de vencer era real, mas erraram nas estratégias de tentar neutralizar qualquer que fosse os movimentos da Red Bull com Max. E além de perder a prova, ainda perderam a chance de ter Bottas em terceiro, já que o mesmo avisara que aqueles pneus não aguentariam até o fim.
Para a Red Bull, que venceu as últimas três corridas - e com autoridade - é um momento especial para eles e certamente vão embalados para correr duas vezes em casa e com grandes chances de maximizar todos os resultados num local onde Max Verstappen costuma brilhar ainda mais.
Temos um campeonato em aberto. Sem sombra de dúvida
James Hunt com a sua McLaren M23 durante o GP da França de 1976, de onde saiu com uma importante vitória. (Foto: Motor Sport Magazine) |
Este GP da França, o oitavo da temporada de 1976, apresentou um embrião que colocaria a categoria em ebulição nos próximos anos: com Bernie Ecclestone já a frente dos interesses das equipes - tendo fundado a FOCA (Formula One Constructors Association) em 1974, esta já não era bem vista pela autoridades da FIA/ CSI. Para isso, Fritz Huschke von Hanstein, ex-piloto da Porsche e vice-presidente da CSI, colocou Patrick Duffeler - ex-diretor de markenting da Phillip Morris - para este trabalhasse ao lado dos organizadores dos GPs no que se diz respeito aos contratos com a FOCA.
O primeiro embate foi sobre o GP do Japão que integraria o calendário já naquele ano: Bernie pediu garantias para os japoneses sobre cobrir as despesas do envio dos materiais ao Japão. Isso logo chegou aos ouvidos de Duffeler, que logo interveio à favor dos japoneses que pediu a eles para não atenderem a pressão de Ecclestone - que já ameaçava não levar a categoria ao Japão caso não tivessem as despesas pagas. Apesar do esforço de Duffeler, os promotores japoneses acabaram aceitando e o antigo diretor da Phiilip Morris - que já conhecia Bernie desde as negociações frustradas que ambos tiveram em levar a Marlboro para a Brabham em 1974 - viu que jogo de negócios na categoria era bem mais pesado, mostrando que a CSI ainda não estava preparada para enfrentar a FOCA nas negociações.
Enquanto que as rusgas entre FOCA e CSI acontecia, outra batalha, esta nas pistas, estava a todo vapor com Ferrari e McLaren batalhando pelos títulos de pilotos e construtores naquele ano. A Mclaren tinha revisto seus refrigeradores de óleo e entregado a James Hunt e Jochen Mass um M23 muito melhor, enquanto que do outro lado da trincheira a Ferrari levava para a pista francesa novos motores com mais potência. Mas uma atitude esnobe da Ferrari em testar estes novos propulsores sairia bem caro para eles naquela tarde em Paul Ricard.
Niki Lauda e James Hunt abriram o duelo já com a disputa pela pole. Neste o inglês da McLaren venceu o primeiro round ao marcar a pole com o tempo de 1'47''89 contra 1'48''17 de Lauda, vencendo seu rival austríaco por 28 milésimos.
Mas a largada mostrou um Niki Lauda muito mais esperto ao assumir a liderança já nas primeiras curvas e imprimir um ritmo alucinante, a ponto de abrir cinco segundos para Hunt em cinco voltas. Um desempenho impressionante do sempre veloz Lauda, que parece fazer questão de mostrar toda a superioridade do 312T2 ao aumentar um segundo por volta sobre James. Mas a mancada - ou soberba - da Ferrari em não realizar testes com estes novos motores, aparece na volta nove quando o Ferrari de Lauda estaciona em Sainte-Beaume com o virabrequim arrebentado. Foi o termino de uma grande sequência de provas sem abandonar de Niki Lauda.
James assumiu a liderança, mas isso não significava que ele estivesse com tudo sob controle: a presença de Clay Regazzoni com a outra Ferrari ainda daria um bom trabalho para o inglês pelas próximas voltas, mas, assim como Lauda, o motor Ferrari de Regazzoni também falha e obriga o suíço abandonar. Uma tarde desastrosa para a equipe de Enzo Ferrari.
Hunt apenas administrou - e aumentou - a diferença para Patrick Depailler para vencer o GP francês e assumir o segundo lugar no mundial de pilotos com 26 pontos - o mesmo número de pontos de Depailler - , mas ainda bem longe de Lauda que tem 52 pontos.
Um fato a se destacar nesse final de semana de GP da França foi a prova da Fórmula Renault, que foi suporte da F1, onde uma futura promessa venceu. Seu nome: Alain Prost.
Hoje completa 28 anos da morte de James Hunt.
A última prova de De Angelis foi em Mônaco, quando abandonou com problemas no turbo |
Prontas para o duelo: Toyota, Porsche e Audi em Paul Ricard, durante a sessão de fotos no Prologue (Foto: dailysportscar.com) |
(Foto: Porsche) |
Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...