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sábado, 12 de junho de 2021

Foto 965: Innes Ireland, GP dos EUA 1961

 


Uma vitória que por muito pouco não aconteceu. Na foto, Innes Ireland com o Lotus 21 do Team Lotus, onde o escocês acabou por vencer e dar a equipe de Colin Chapman a primeira na Fórmula-1.

Este GP dos EUA de 1961 acabou por ser o primeiro realizado em Watkins Glen, localizado no interior de Nova Iorque. Também teve um impasse se a prova aconteceria, já que a autorização vinda da FIA não foi feita até o final de agosto. Porém, as coisas se resolveram e em 8 de outubro o GP foi autorizado. 

A Ferrari não se fez presente neste GP, uma vez que o título de pilotos estava decidido e também por toda tragédia que envolveu aquele GP da Itália com a morte de Wolfgang Von Trips que lutava pelo título junto de seu companheiro de Ferrari Phil Hill. Dessa forma, apenas as equipes inglesas e a Porsche é que cruzaram o oceano para a realização deste derradeiro GP. 

A disputa já prometia bastante desde os treinos, com a batalha pela pole sendo bem acirrada até o momento em que Jack Brabham acabou com a farra e colocou seu Cooper Climax na primeira posição com mais de 1 segundo de vantagem sobre o BRM Climax de Graham Hill. De Graham até Masten Gregory, o 11º no grid, todos ficaram no mesmo segundo. Ireland classificou-se na oitava posição, mas ele teve alguns azares: por muito pouco não acidentou-se na South Loop quando a direção do Lotus falhou e um pouco antes dos treinos de sábado ele teve uma quebra de câmbio. Essa prova também teve a participação de alguns importantes personagens do automobilismo americano, como Roger Penske, Jim Hall, Lloyd Ruby, Hap Sharp e Walt Hangsten.

A prova parecia ficar restrita entre Stirling Moss e Jack Brabham, uma vez que ambos estavam duelando pela primeira posição de forma visceral. Mas o panorama mudou à favor de Moss quando o motor do Cooper de Brabham começou a vazar água na volta 34, o que deixou o inglês sozinho na liderança da prova. Jack ficou na corrida até a volta 57 quando abandonou. 

Mais atrás se encotrava Innes Ireland que tomou um belo susto já na primeira curva quando a prova entrava na terceira volta: ele escorregou num rastro de óleo e rodou, quase ficando de fora da corrida, mas conseguiu recuperar-se para seguir em 11º. De certa forma estraga uma bela prova do escocês até ali, já que pulara de oitavo para terceiro na largada. 

A recuperação de Ireland foi rápida: ele estava em quarto na volta 8, mostrando que o ritmo do Lotus 21 era muito bom naquele circuito de Watkins Glen, mas não o suficiente para incomodar Moss e Brabham que estavam em outro nível. Innes subiu para terceiro na volta 34 ao ultrapassar Bruce McLaren e onze voltas depois ele aparecia na segunda posição, quando Jack começou a cair na tabela. 

Moss também apresentou problemas quando a pressão do óleo de seu Lotus Climax começou a cair e forçando o seu abandono na volta 59. Isso significava que Innes Ireland era o novo líder do GP, mas antes ele teria alguns desafios: Graham Hill chegou perseguir Innes, mas abandonou com problemas no magneto; Roy Salvadori também chegou próximo, mas faltando três voltas para o final, o motor de seu Cooper também cedeu. Ireland venceu a prova, a sua primeira e única, com Dan Gurney em segundo e Tony Brooks em terceiro - este conquistando seu último pódio na sua última corrida. Innes Ireland ainda relatou que nas últimas voltas ele estava sem pressão de combustível...

Innes Ireland completaria 91 anos hoje.

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Foto 945: Piers Courage, Watkins Glen 1968

 


O veloz Piers Courage com o BRM P126 da equipe de Reg Parnell durante o GP dos EUA em Watkins Glen, 11ª e penúltima etapa do Mundial de Fórmula-1 de 1968. O piloto inglês abandonou na volta 93 com problemas na suspensão. 

Essa prova marcou a estréia de Mario Andretti na categoria e de imediato marcando a pole pela Lotus, mas problemas com o bico e mais tarde com a embreagem o tiraram da corrida na 32ª volta. Bobby Unser, então vencedor vigente da Indy 500 daquele ano, também participou da prova com um BRM P138 oficial e abandonou com 35 voltas de corrida com motor quebrado. Assim como Mario, foi também a sua estréia na categoria, mas tornou-se na sua única aparição na Fórmula-1. O outro estadunidense na prova, Dan Gurney, foi o quarto pilotando um McLaren. A prova foi vencida por Jackie Stewart, com Graham Hill em segundo e John Surtees em terceiro. 

Aquele ano de 1968 foi a primeira temporada completa de Piers Courage na Fórmula-1, tendo estreado em 1966 com a Lotus na Alemanha e depois fazendo outras duas provas pela equipe de Reg Parnell em 1967 na África do Sul e Mônaco - nestas três tentativas ele abandonou e ainda teve uma não qualificação para o GP britânico de 1967. Em 1968, ainda pela equipe de Reg Parnell, ele teve dois bons resultados no GP da França (6º) e na Itália (4º). 

Foi na equipe de Frank Williams onde ele teve seus dois melhores resultados ao ficar em segundo nos GPs de Mônaco e Estados Unidos em 1969. E ainda teve dois quinto lugares nos GPs da Grã-Bretanha e GP da Itália, fechando aquele mundial com 16 pontos. 

Infelizmente a promissora carreira foi tragicamente interrompida no acidente em Zandvoort, durante o GP da Holanda de 1970, que lhe custou a vida quando estava a serviço de Frank Williams, pilotando um De Tomaso. 

Hoje Piers Courage completaria 79 anos.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Foto 932: Colin Chapman, Watkins Glen 1972

 

 

Toda atenção de Peter Warr e Colin Chapman durante os treinos para o GP dos EUA de 1972 realizado em Watkins Glen, que era a etapa final daquela temporada. Na foto ainda podemos ver Emerson Fittipaldi, o recém coroado Campeão Mundial, e a sua esposa Maria Helena. O click é de Richard Kelley.

Apesar do campeonato de pilotos ter sido definido em Monza, ainda existia a luta pelo vice-campeonato na tabela dos pilotos que estava entre Jackie Stewart (36 pontos) e Denny Hulme (35 pontos) e também entre os construtores, com a Mclaren aparecendo com 45 pontos contra 42 da Tyrrell - ou seja, era uma luta entre Mclaren e Tyrrell nas duas frentes. Mas aquele GP ainda tinha outros atrativos: a Firestone sinalizou com uma retirada de campo, mas que foi rechaçada pela mesma após as equipes clientes reclamarem; a Ferrari vivia seus momentos de crise, que mais tarde, no decorrer de 1973, ficaria insustentável. Nesta esteira, Mauro Forghieri foi retirado das pranchetas por Enzo Ferrari; José Carlos Pace assinava contrato com a Surtees para 1973, deixando a Williams para quem correu aquele 1972 marcando 3 pontos; este GP estadunidense viu a estréia de Jody Scheckter pela Mclaren, mas antes disso, Colin Chapman havia sondado o novato sul-africano que acabou ficando mesmo na equipe chefiada por Teddy Mayer.

Jackie Stewart teve um final de semana perfeito em Watkins Glen, ao marcar a pole position, liderar todas as voltas do GP - sem ser ameaçado - e ainda marcar a melhor volta. François Cevert, que havia ganho ali um ano antes, conseguiu a segunda posição dando à Tyrrell a dobradinha após batalhar contra Hulme por aquela posição, ficando 32 segundos atrás de Jackie. Denny Hulme ficou com o terceiro lugar, com 37 segundos de desvantagem para o vencedor. Este resultado significava que Stewart garantia o vice-campeonato com 45 pontos contra 39 de Denny Hulme, e no campeonato de Construtores a Tyrrell ficava com 51 pontos contra 47 da Mclaren. 

Para Colin Chapman, que havia garantido os dois títulos daquela temporada, a corrida final foi decepcionante: Emerson abandonou na volta 17 por problemas na suspensão, Dave Walker saiu na volta 44 com vazamento de óleo e Reine Wisell completou a prova em 10º com duas voltas de atraso para Jackie Stewart. 

Colin Chapman completaria 93 anos hoje.

sábado, 10 de outubro de 2020

Foto 893: Jacky Ickx, GP dos EUA 1976









As fotos do que poderia ter sido mais uma tragédia para a conta do circuito de Watkins Glen, que carregava já naquela época as tristes imagens das mortes de François Cevert em 1973 e de Helmut Koinigg em 1975. 

As fotos retratam o pós acidente que Jacky Ickx sofreu na 15 volta do GP dos EUA de 1976 onde o seu Ensign foi de frente no guard-rail da curva "The Boot". A dianteira do carro chegou atravessar a parte de baixo da barreira fazendo com que fosse cortada. O carro foi ricocheteado de volta para a pista onde teve um princípio de incêndio. Ickx saiu do carro mancando e com leves queimaduras e ferimentos nos pés, naquela que poderia ter tido um destino parecido com o de Cevert e Koinigg. Segundo Emerson Fittipaldi que estava logo atrás, o estrondo do Ensign batendo na barreira metálica foi tamanho que ele pôde ouvir.

A corrida foi vencida por James Hunt que batalhou contra Jody Scheckter por toda a prova. Essa conquista deu ao inglês a diminuição da diferença para Lauda, que era de oito pontos e caiu para apenas três. Niki terminou em terceiro, com Jody em segundo.

Hoje completa exatos 44 anos do GP em Watkins Glen, então penúltima etapa do Mundial de 1976.



domingo, 4 de outubro de 2020

Foto 892: Emerson Fittipaldi, Watkins Glen 1970


Emerson Fittipaldi durante o GP dos EUA de 1970: o início de uma saga
(Foto: Motorsport Images)


É sempre bom relembrar datas importantes e quando elas completam aniversários redondos, nos fazem pensar o quanto aquele momento foi emblemático para formar uma opinião, formar uma legião de fãs, mudar o conceito em alguma área, mudar o comportamento da sociedade, abrir uma série de oportunidades. Aquele distante 4 de outubro em Watkins Glen, quando Emerson Fittipaldi cruzou a linha de chegada para vencer seu primeiro GP na Fórmula-1, foi o momento que rompeu o dique e o que se viu em seguida foi uma avalanche de uma modalidade que pouca gente assistia e que em pouco tempo passou a ser um dos assuntos mais comentados da história esportiva nacional.

A vitória de Emerson Fittipaldi aconteceu num momento importante do esporte brasileiro, justamente quando o público ainda estava de ressaca do fabuloso tricampeonato de futebol. Foi interessante juntar aquele entusiasmo da conquista da Copa do Mundo do México e apresentar ao povo, ainda mais aquele que não tinha grande apreço ao esporte bretão - que certamente adotou o automobilismo como o "seu esporte de cabeceira" -, uma modalidade onde a tecnologia e velocidade estavam aliados e ter um piloto brasileiro vencendo, ajudou a dar um impulso para aquela categoria que tinha já seus vinte anos de existência, mas que aqui era conhecida apenas por um nicho que conquistara a sua solidez no decorrer da década de 60. E a partir dessa solidificação que surgiu Emerson Fittipaldi e outros que viriam em seguida. 

A vitória em Watkins Glen ajudou a dar uma importância a Fórmula-1 por aqui que foi sendo construída quilômetro por quilômetro pelo mesmo Emerson e que mais tarde teria a companhia de seu irmão Wilson Fittipaldi e de seu contemporâneo José Carlos Pace, formando assim uma "segunda expedição brasileira" na categoria, algo como fizera Chico Landi, Gino Bianco, Hermano Da Silva Ramos, Fritz D'Orey... O GP extra-campeonato realizado em Interlagos no ano de 1972 foi um tremendo sucesso, mostrando que a chance de aquilo dar certo por aqui só dependia de um resultado maior, que veio ao final da temporada com a espetacular vitória de Emerson Fittipaldi no GP da Itália que o coroou Campeão do Mundo pela primeira vez. Um momento que pode ser sentido por gerações sempre que ouvirem a inesquecível narração do Barão Wilson Fittipaldi, que narrou a conquista de seu filho Emerson em Monza. 

O resultados que se seguiram apenas deram continuidade ao sucesso crescente que deu vida a idéia da formação da equipe brasileira Copersucar Fittipaldi, que entre críticas desconstrutivas, problemas financeiros, bons resultados e muita força de vantagem, aguentou até o início dos anos 80. Isso sem contar nos "herdeiros" de Emerson - Nelson Piquet e Ayrton Senna - que continuaram a aumentar o legado brasileiro de títulos até 1991. José Carlos Pace, Rubens Barrichello e Felipe Massa também ajudaram aumentar o número de vitórias até a derradeira, no distante GP da Itália de 2009 vencido por Barrichello.

A verdade é que hoje completa-se 50 anos que o Brasil descobriu a Fórmula 1 e os demais caminhos que levam a outras categorias. É dia de celebrar um acontecimento que criou uma legião de pessoas que curtem automobilismo no seu todo com paixão e admiração, e que continuam a semear o automobilismo por todos os cantos. O que podemos dizer é que se caso não tivesse acontecido nada daquilo, era bem difícil que estejamos aqui falando disso com entusiasmo. 

O dia 4 de outubro tem que ser celebrado sempre por essa geração e pelas que ainda virão. 


domingo, 6 de outubro de 2019

Foto 806 - José Carlos Pace, 75

(Foto: Christian Sinclair)

José Carlos Pace em ação, durante o GP dos EUA de 1974 em Watkins Glen.
Foi nesta ocasião que o piloto brasileiro contou com um fato curioso, onde ele sonhou com seu pai que o aconselhava a tirar a seta que ele tinha no capacete. Pace acordou e fez isso de imediato indo raspar com uma gilete as pontas da seta, que segundo seu pai, fazia pesar em sua carreira pelo fato de apontar para baixo.
De forma coincidente, Pace acabou por conquistar o segundo lugar naquele GP final de 1974 ao ultrapassar James Hunt que sofria com problemas de freios em seu Hesketh.
Além de hoje completar 45 anos deste acontecimento, Pace também completaria 75 anos.

45 Anos do Bicampeonato - Emerson, O Grande - Parte Final


Continuação...

O desafio da Ferrari, chances para Tyrrell, ascensão da Brabham e Emerson bicampeão


Ronnie vencendo o seu segundo GP na temporada
O GP da França, disputado em Dijon-Prenois, deu início a segunda parte de um campeonato que prometia ser equilibrado exatamente pela crescente da Ferrari que parecia conseguir traduzir a sua inquestionável velocidade nas qualificações também nas corridas. Seria um desafio e tanto para a McLaren de Emerson Fittipaldi, que tinha a seu favor a confiabilidade e a regularidade do piloto brasileiro. Mas não podia-se descartar a velocidade do jovem duo da Tyrrell - Scheckter e Depailler - assim como a eficiência de Ronnie Peterson no comando do Lotus 72. Isso sem contar em Carlos Reutemann, que também era um candidato a roubar valiosos pontos com a sua Brabham.
A única novidade entre os pilotos foi a aparição de José Carlos Pace com o Brabham da equipe Hexagon, mas infelizmente não obteve qualificação por problemas mecânicos. Neste GP apenas 22 carros - de um total de 30 inscritos - foram permitidos no alinhamento.
O treino classificatório viu mais uma vez Niki Lauda ficar com a pole e ao seu lado Ronnie Peterson, extraindo mais uma vez o máximo do Lotus 72. Tom Pryce foi a grande sensação da qualificação ao fazer o terceiro tempo com a Shadow. Regazzoni, Fittipaldi e Hailwood fecharam os seis primeiros.
A corrida começou de forma caótica a partir do momento que Pryce teve uma má largada e no momento que era engolido pelo grid, acabou sendo acertado pelo Brabham de Reutemann. Hunt e Pescarolo também se envolveram no acidente. Reutemann ainda continuou na corrida, fazendo duas visitas aos boxes para verificações na suspensão dianteira para depois rodar e abandonar definitivamente na volta 25.
Niki Lauda parecia estar forte neste GP, mas fortes vibrações num dos pneus o forçou a descer para o segundo lugar. Ronnie Peterson assumiu a liderança para vencer a sua segunda corrida no ano, seguido por Lauda e Regazzoni. Emerson Fittipaldi estava em quarto quando o motor Cosworth explodiu. Jody Scheckter terminou em quarto, com Ickx em quinto e Hulme em sexto.
Com estes resultados Niki Lauda era o novo líder do campeonato com 36 pontos, seguido por Regazzoni com 32; Emerson Fittipaldi caía para terceiro; Jody Scheckter em quarto com 26 e Ronnie Peterson aparecia em quinto com 19 pontos.

Brands Hatch sediou o GP da Grã-Bretanha e nesta corrida pode-se ver a presença recorde da temporada com 34 inscritos. Destaque para a aparição de carros da Lyncar e Maki que foram pilotadas por John Nicholson e Holden Ganley, respectivamente - porém não classificadas para a corrida. José Carlos Pace estreou pela Brabham em substituição a Rikky Von Opel, que se retirou da categoria. Derek Bell assumiu o posto num dos carros da Surtees, posto que ficaria até o GP do Canadá. Peter Gethin também assumiu um lugar no grid, ao substituir o acidentado Guy Edwards - que quebrou o pulso numa prova da F-5000 - na equipe Embassy Hill. Lella Lombardi apareceu com um Brabham da equipe Allied Polymer Group com o #208, por conta do patrocínio da Rádio de Luxemburgo que tinha suas ondas de alcance em 208 metros - algo em torno de 1439kHz. O grid foi formado com 25 participantes.
Scheckter aproveitou bem a chance para vencer em Brands Hatch
Niki Lauda continuou a sua grande performance nas qualificações ao fazer a pole, porém teve ao seu lado Ronnie Peterson que igualou seu tempo no treino (1'19"7). Jody Scheckter, Carlos Reutemann, Tom Pryce e James Hunt fecharam os seis primeiros. Outros dois candidatos ao título, Emerson e Clay, apareciam na quarta fila em sétimo e oitavo respectivamente.
A corrida foi praticamente um passeio de Niki Lauda, que dominou quase que todo GP de ponta a ponta. Seus rivais mais próximos enfrentaram problemas, como Reutemann que acidentou na volta 38; Peterson e Regazzoni sofreram furos nos pneus e isso forçaram a sua ida aos boxes, perdendo terreno. Até a volta 73 Niki Lauda parecia que estava próximo de vencer - apesar da aproximação de Scheckter - mas o furo no pneu de seu Ferrari, procedente dos destroços do acidente de Hans Stuck da curva Dingle Dell, aumentou e ele teve que parar no box. Quando estava prestes a voltar, foi impedido e por comissários que alegavam que a prova estava prestes a terminar. Com isso Lauda perdeu o quinto lugar, que só foi recuperado algum tempo depois que a Ferrari entrou com recurso na CSI.
Jody Scheckter vencia, assim, o seu segundo GP com Emerson Fittipaldi, que soube aproveitar os infortúnios daqueles que iam à sua frente para chegar a um ótimo segundo lugar. Jacky Ickx conquistou o terceiro lugar, repetindo o seu melhor resultado naquela temporada - foi terceiro no Brasil; Regazzoni, Lauda e Reutemann fecharam os seis primeiros.
Niki Lauda continuou na liderança do campeonato, agora com 38 pontos; Emerson Fittipaldi aparecia em segundo com 37; Jody Scheckter e Clay Regazzoni apareciam empatados com 35 pontos; e na quinta colocação Ronnie Peterson com 19 pontos.

Nurburgring recebeu algumas mudanças para melhorar a segurança, especialmente com adição de guard-rails e áreas de escape com bancada de areia. O GP da alemão foi bem movimentado desde os treinos, quando Ronnie Peterson acidentou-se com a Lotus 72 nos treinos livres a deixando inutilizável. Dessa forma o piloto sueco teve que utilizar a 76, enquanto que Jacky Ickx ficou com a 72; a Ferrari estreou novos aerofólios, enquanto que a BRM conseguiu eliminar 20kg de peso dos P201. Howden Ganley acidentou com o Maki e machucou gravemente os pés, forçando o seu retiro da categoria.
A Ferrari deu as cartas mais uma vez na classificação, com Lauda fazendo a sua sétima pole no ano e Regazzoni logo em seguida. Emerson Fittipaldi, Scheckter, Depailler e Reutemann fecharam os seis primeiros.
A corrida foi dominada amplamente por Clay Regazzoni, que liderou todas a voltas do GP reencontrando uma vitória que não vinha desde o Grande Prêmio da Itália de 
1970. Niki Lauda acabou batendo ainda no início da corrida quando tentou superar Jody Scheckter. Este GP também
Regazzoni conseguiu encaixar um bom final de semana e venceu
em Nurburgring
revelou-se desastroso para a McLaren: enquanto que Emerson Fittipaldi e Denny Hulme se acidentaram ainda no grid, após o brasileiro ficar parado por problemas na embreagem e ser acertado por Hulme - Denny ainda tentou usar o carro reserva, mas foi desclassificado -, Mike Hailwood teve um forte acidente na volta 13 quando passou pelo trecho da Pflanzgartem indo de frente ao guard-rail. Mike teve uma das pernas quebrada e igual ao que acontecera com Ganley, acabou encerrando a sua carreira na Fórmula 1. Outros pilotos se acidentaram, mas sem gravidade como foram os casos de Jacques Laffite (Iso), John Watson (Brabham) e Depailler (Tyrrell).
Jody Scheckter, Carlos Reutemann, Ronnie Peterson, Jacky Ickx e Tom Pryce, que conquistou seu primeiro ponto na categoria, fecharam os seis primeiros.
Com a vitória, Regazzoni assumiu a liderança do mundial com 44 pontos enquanto que Scheckter subiu para segundo com 41 pontos. Niki Lauda continuou com seus 38 pontos, agora em terceiro; Emerson caiu para quarto com seus inalterados 37 pontos e Ronnie Peterson continuava em quinto, agora com 22 pontos.

O GP da Áustria trouxe algumas novidades para o pelotão. A McLaren recorreu a David Hobbs para substituir o convalescente Mike Hailwood; Guy Edwards ainda não estava em condições de voltar a pilotar e isso forçou Graham Hill ir atrás de Rolf Stommelen para assumir o comando do Lola-Ford da equipe Embassy; Jochen Mass deixou a equipe Surtees e junto levou o principal patrocinador da equipe, a Bang & Olufsen. Jean Pierre Jabouille substituiu o piloto alemão. Aproveitando que a prova era em território austríaco, dois pilotos locais estrearam: Dieter Quester alinhou um Surtees TS16 da equipe Memphis Team International, enquanto que Helmut Koinnig ficava a cargo do Brabham BT42 da Elan Racing Team. A principal ausência remontava a BRM, que alinhou apenas o carro de Jean Pierre Beltoise. O segundo carro que era de Henri Pescarolo acabou ficando de fora por problemas no fornecimento de motor.
Reutemann aproveitou bem dos problemas dos favoritos
para vencer em Osterreichring
Niki Lauda fez a pole, acompanhado por Carlos Reutemann na primeira fila. Emerson Fittipaldi e Carlos Pace formaram uma segunda fila brasileira, enquanto que Jody Scheckter e Ronnie Peterson formavam a terceira fila. Clay Regazzoni aparecia em oitavo, logo atrás de James Hunt.
A corrida foi resumida a uma prova de sobrevivência: Reutemann teve uma melhor saída e assumiu a liderança, enquanto que Lauda ficava em segundo. A corrida do piloto argentino foi a mais tranquila possível liderando a corrida de ponta a ponta, mas da segunda posição para trás foi de problemas e mais problemas para os pilotos que disputavam o título: Jody Scheckter abandonou na volta 9 com problemas no câmbio; Niki Lauda ficou de fora com o câmbio quebrado na volta 17; enquanto que Fittipaldi abandonou pelo mesmo problema, na volta 38. Pace era segundo e estava prestes a subir pela primeira vez ao pódio, quando a pressão do óleo fez o motor Cosworth falhar na passagem 42. Ronnie Peterson assumiu a segunda posição do brasileiro, mas quatro voltas depois apresentou problemas na transmissão.
Denny Hulme voltou ao pódio na segunda posição, James Hunt foi o terceiro, John Watson o quarto, Clay Regazzoni foi o único dos quatro candidatos ao título a completar a corrida, ainda que tenha sido em quinto e contado um pouco com a sorte, pois teve um furo num dos pneus traseiros de precisou trocá-lo, e a sexta colocação ficou para Vittorio Brambilla.
Os dois pontos conquistados por Regazzoni foram importantes para deixá-lo um pouco mais confortável na liderança da tabela com 46 pontos; Jody Scheckter em segundo com 41; Niki Lauda terceiro com 38; Emerson Fittipaldi em quarto com 37; e Carlos Reutemann subindo para quinto com 23 pontos.

Monza e sua atmosfera festiva por conta dos tiffosi, que costumam lotar as arquibancadas do tradicional circuito italiano, recebeu a antepenúltima etapa daquele mundial de 1974. Apesar dos inúmeros problemas enfrentados nos últimos GPs, a esperança da torcida - e imprensa - italiana é que a Ferrari recuperasse a confiabilidade e partisse para uma conquista arrebatadora que lhes pudessem dar o ânimo necessário para uma conquista que não vinha desde 1964.
A Lotus repetiu a sua formação, ao entregar o 72 para Peterson - agora com a dianteira do carro voltando ao seu formato original - e o 76 para Ickx; a Brabham cedeu o BT44 reserva para John Watson.
A esperança dos ferraristas aumentaram quando Niki Lauda anotou mais uma pole para a sua coleção, formando a primeira fila com Carlos Reutemann - assim como acontecera no Osterreichring. Carlos Pace e John Watson alinharam as outras duas Brabham na segunda fila, mostrando o bom rendimento que aqueles carros da equipe de Bernie Ecclestone estavam atingindo naquela fase final. Emerson Fittipaldi e Clay Regazzoni ocupavam a terceira fila. Jody Scheckter fez apenas o 12o tempo.
O decorrer do GP foi um sonho de uma noite de verão para os italianos, que chegaram a vislumbrar
Peterson e Emerson reeditaram em Monza o resultado de 1973, mas desta
vez favorável ao brasileiro
uma possível dobradinha: Lauda conseguiu sustentar a liderança e na segunda volta Regazzoni já superava Reutemann na briga pela segunda posição, deixando um cenário animador naquele momento para a torcida e também para o campeonato. Mas os azares - leia-se confiabilidade - acabaram tirando Lauda de combate na volta 33 por causa da refrigeração no motor. Regazzoni assumiu a liderança e as coisas pareciam bem encaminhadas até que o motor do Ferrari também falhou. O que parecia ser uma festa para os torcedores italianos, tornou-se uma tarde para lá de desastrosa.
Ronnie Peterson venceu o GP italiano após duelar contra Emerson Fittipaldi, que ficou em segundo. Jody Scheckter fez uma bela prova de recuperação e terminou em terceiro, salvando um final de semana que tendia a ser desastroso após a qualificação. Merzario ficou em quarto - nesta que foi última vez a pontuar na Fórmula 1 - Pace ficou em quinto e Hulme em sexto. Reutemann acabou abandonando na volta 13 por problemas de câmbio e suas já remotas chances de título desapareceram nesta corrida.
O campeonato ficou ainda mais embolado com Regazzoni se mantendo na ponta com seus 46 pontos, um a mais que Scheckter que ocupava a segunda posição e três a mais que Emerson Fittipaldi que aparecia em terceiro; Lauda era quarto com 38 e Peterson em quinto com 31
.
A Formula-1 rumou para Mosport onde ocorreria o GP do Canadá. Cinco pilotos estavam ainda no jogo, mas aquela corrida decidiria o destino de dois deles na disputa por aquele eletrizante – e imprevisível – campeonato. Penske e Parnelli, com seus modelos PC1 e VPJ4, estrearam naquele GP tendo Mrk Donohue e Mario Andretti em seus respectivos carros. Chris Amon substituiu Pescarolo na BRM; Mass assumiu o comando do Mclaren Yardley no lugar de David Hobbs; e Helmuth Koinnig enfim estreou-se em GPs, ao competir pela Surtees.
Os treinos saíram um pouco da sua rotina da qual todos já estavam acostumados: ao invés da Ferrari de Lauda na dianteira, era o M23 de Emerson Fittipaldi que encabeçava aquele grid – era a segunda pole naquele ano (a outra havia sido em Interlagos). Niki Lauda aparecia em segundo, com Scheckter, Reutemann, Jarier e Regazzoni completando os seis primeiros naquele grid. Ronnie Peterson aparecia apenas em décimo.
Emerson vencendo em Mosport: um importante passo para
o segundo título
A corrida foi tensa e emocionante. Niki Lauda conseguiu tomar a liderança já na largada e a sua condução parecia inabalável, tendo Emerson em segundo, Regazzoni em terceiro e Scheckter em quarto, que logo em seguida ultrapassaria Clay na disputa pelo terceiro lugar. Mas as coisas passaram a se definir mais a frente, quando Scheckter escapou e bateu forte na volta 49 e Niki Lauda, pressionado por Emerson, acabou perdendo o controle de sua Ferrari ao passar sobre detritos e bateu quando a corrida estava na 70ª volta. Fim de prova para o piloto austríaco que dava adeus a sua já remota chance de conquistar o título. Emerson venceu o GP canadense num momento importante do campeonato, tendo Regazzoni em segundo, Peterson – que fizera uma bela corrida de recuperação, conseguindo até mesmo alcançar e ameaçar a segunda posição de Regazzoni – ficou em terceiro e infelizmente também deixava as sua remotas chances de conquistar o mundial. James Hunt, Patrick Depailler e Denny Hulme completaram os seis primeiros – esse GP do Canadá foi o derradeiro para Derek Bell e Eppie Wietzes, assim como também a última vez que Denny Hulme chegou a casa dos pontos e Emerson Fittipaldi marcando um pole na Fórmula-1.
A tabela do campeonato mostrava a retomada da liderança de Emerson Fittipaldi agora com os mesmos 52 pontos de Regazzoni; Jody Scheckter era o terceiro com 45; Niki Lauda em quarto com 38; e Ronnie Peterson em quinto com 35.
Três contendores e a chance de um título mundial. Mais um menos assim é que poderiam iniciar o título de uma matéria para aqueles dias que antecediam o derradeiro GP daquela eletrizante temporada de 1974. Daqueles três, apenas Emerson Fittipaldi é quem havia experimentado o gosto de ser um campeão mundial – tal primazia conquistada dois anos antes quando era piloto da Lotus. Para Clay Regazzoni e Jody Scheckter era a primeira oportunidade de ambos para chegar ao olimpo da categoria. A matemática era favorável aos dois líderes do campeonato: Emerson precisava chegar a frente de Regazzoni e em caso de vitória de Scheckter, precisava terminar até a quarta colocação – e o mesmo se aplicava a Regazzoni, que precisaria ficar na frente de Fittipaldi e terminar em quarto em caso de vitória de Jody; para o jovem sul-africano as coisas eram mais complicadas: era obrigado a vencer e torcer para que Emerson e Clay ficassem da quinta posição para baixo. Ou seja: apenas um milagre para que Jody pudesse vencer o seu primeiro mundial na Fórmula-1. Certamente seria uma final tensa e emocionante para estes três pilotos.
As equipes realizaram testes de dois dias em Watkins Glen, uma semana antes do GP onde enfrentaram um frio rigoroso que beirava zero grau. Na semana seguinte, o frio ainda era intenso e possibilidade de nevar também era considerada – algo que não chegou acontecer e já na sexta-feira chegou fazer sol e a temperatura subiu para seis graus.
A classificação relegou seus principais pilotos daquele final de semana a coadjuvantes: Carlos Reutemann continuou a demonstrar a ótima evolução do Brabham BT44 ao fazer a pole position, tendo ao seu lado James Hunt que também vinha numa boa crescente naquelas últimas corridas com a sua Hesketh; Mario Andretti levou o carro da Parnelli (VPJ 4) a um excelente terceiro lugar, uma vez que até conseguira na sexta o melhor tempo da classificação; José Carlos Pace ficou com quarto melhor tempo, enquanto que Niki Lauda era o quinto. O primeiro dos favoritos ao título a aparecer no grid era Jody Scheckter que assinalava o sexto tempo. John Watson era o sétimo, tendo ao seu lado Emerson Fittipaldi que enfrentara uma série de problemas de acerto em seu Mclaren desde a sexta-feira. Mas problemas de acerto não era exclusividade de Emerson: Clay Regazzoni também sofrera um bocado e cravou o nono tempo para aquela corrida. A ausência nesta última corrida do ano ficava por conta de Jean Pierre Beltoise, que se acidentou com seu BRM num dos treinos e teve uma pequena fratura num dos pés.
Antes mesmo que a corrida começasse, problemas apareceram para alguns no grid: para a Parnelli a perspectiva de uma boa apresentação por parte de Mario Andretti era considerável, porém as coisas começaram a ruir quando o motor Cosworth apresentou problemas ainda no warm-up – e que viria agravar mais tarde quando a corrida estava prestes a começar, sendo que o Parnelli precisou de ajuda
Reutemann mostrou bem a evolução da Brabham ao vencer
convincentemente em Watkins Glen
para largar e isso custou a Mario uma desclassificação quatro voltas depois. A outra aflição por conta do motor Cosworth tinha ficado com a Tyrrell de Jody Scheckter, que se recusava a funcionar. Como num bom filme de drama/ suspense, o motor Cosworth pegou um pouco antes que o box fosse fechado.
Já na corrida, Carlos Reutemann fez valer a sua vantagem da pole ao sustenta-la frente a James Hunt, Pace, Lauda, Scheckter, Fittipaldi e Regazzoni – estes dois últimos conseguindo fazer boa largada, deixando para trás Watson e Andretti, que não conseguira largar por conta dos problemas não solucionados. Mario anda voltou a corrida, mas foi desclassificado por ter sido empurrado pelos mecânicos ainda no grid. Ainda sobre os três candidatos ao título, que agora seguiam um ao outro de muito perto, Emerson chegou perder a sexta posição para Regazzoni de forma milimétrica, que foi logo recuperada pela brasileiro que estava com boa distância para Scheckter. As coisas iam bem até ali... Infelizmente, quando a corrida atingira a décima volta, é que veio a tragédia quando o Surtees de Helmuth Koinigg, que estava em seu segundo GP, passou reto no mesmo ponto onde morrera François Cevert em 1973. O Surtees acabou batendo e atravessando a parte inferior do guard-rail e dessa forma degolando Koinigg. Foi a segunda morte num intervalo de doze meses em Watkins Glen, exatamente pela má fixação da proteção metálica.
A corrida para Emerson Fittipaldi começou a dar certo quando Regazzoni apresentou problemas de vibração em sua Ferrari, fazendo com que despencasse algumas posições. As coisas para suíço acabaram por piorar quando ele foi aos boxes trocas os pneus e perder uma volta para demais, o que levou a Mclaren a mostrar uma placa para Emerson indicando que Clay estava de fora. O desastre final para a Ferrari foi quando Lauda, que seguia em quarto, apresentou problemas na direção e isso o fez abandonar na volta 39. Um final de semana que poderia ser de desforra para a Rossa, acabou por ser apenas o retrato fiel do que aquela temporada para eles: um carro veloz, mas pouco confiável.
O então novo bicampeão
A única coisa que Emerson precisava naquele momento da corrida era cuidar do equipamento, uma vez que Rega já estava fora de combate e Scheckter não conseguia ir muito além do quarto lugar – apesar de algumas investidas do brasileiro, que foram muito bem rechaçadas por Jody. Porém, na volta 45, um tubo de alimentação do motor Cosworth do Tyrrell de Jody acabou por quebrar e deixar o sul-africano a pé. Definitivamente Emerson Fittipaldi chegara ao segundo mundial, ajudando também a Mclaren a conquistar seu primeiro titulo de construtores. O vermelho e branco dos uniformes da Mclaren se misturaram ao verde amarelo dos inúmeros torcedores brasileiros, que foram até Watkins Glen para festejar e testemunhar este grande momento do esporte a motor do Brasil na Fórmula-1.
Carlos Reutemann dominou amplamente o GP sem dar chances a Hunt, que fora ultrapassado por Pace que acabou por formar uma dobradinha dos “Carlos” para a Brabham, algo que não acontecia desde o GP do Canadá de 1969 quando os “Jacks” fizeram a dobradinha – Jacky Ickx e Jack Brabham; os problemas de freio do Hesketh acabaram relegando Hunt ao terceiro lugar; Emerson confirmou seu titulo com o quarto lugar; John Watson levou o terceiro Brabham BT44 (Goldie Hexagon Racing) ao quinto lugar; e Patrick Depailler salvou mais um ponto para a Tyrrell com o sexto lugar. Este GP estadunidense marcou a derradeira participação de Denny Hulme na Fórmula-1 – mesmo que ainda ficasse ativo como presidente da GPDA (Associação de Pilotos de Grande Prêmio). Apesar de não ter corrido em Watkins Glen, Jean Pierre Beltoise também deixava a Fórmula-1 após mais de uma década nesta categoria.


Não tem como negar que Emerson Fittipaldi foi espetacular neste campeonato. Mesmo que o McLaren M23 fosse um ótimo carro, a maior velocidade do Ferrari 312B3 era impressionante e isso foi constatado nas nove pole conquistadas por Niki Lauda - e em algumas corridas onde o austríaco esteve em grande forma, independente se tenha conquistado Oi não a vitória. Porém o grande trunfo daquele M23 estava em sua confiabilidade e tendo o manejo suave e preciso de Emerson, o conjunto se saiu formidável para um mundial tão equilibrado como aquele.
Outro ponto importante naquela temporada foram as aparições de pilotos que teriam papel fundamental no decorrer daquela década: Carlos Reutemann, José Carlos Pace, Jody Scheckter, Niki Lauda, James Hunt, Patrick Depailler, Tom Pryce, John Watson - para falar dos principais - mostraram suas qualidades em poucas etapas. Por estarem em posse de carros de ponta, Lauda, Reuteman e Scheckter estiveram em maior evidência e conseguiram beliscar seus sucessos de forma convincente - tanto que tiveram chances no campeonato, especialmente Lauda e Scheckter que foram até o final com possibilidades, principalmente o sul-africano. Mas Niki Lauda foi, destes citados, o que chamou maior atenção e ficou claro que caso os problemas não tivessem aparecido, o austríaco teria sido um rival muito mais difícil e perigoso do que foi Clay Regazzoni para Emerson Fittipaldi. Com uma Ferrari 
312T refinada e altamente confiável, essas impressões foram confirmadas quando o jovem austríaco arrebatou seu primeiro mundial de forma incontestável e impressionante no final de 1975, ajudando a Ferrari a sair de uma incômoda fila de 11 anos sem título.
Voltando a Emerson, o título de 
1974 foi importante para mostrar o real valor do piloto brasileiro que havia saído brigado da Lotus por conta do acordo não cumprido em Monza, que daria a ele uma sobrevida naquele mundial de 1973. Mas a sua mudança acabou sendo a certa: mudou-se para uma equipe estava em ascensão e livrou-se do caos técnico que se instalou na Lotus em 1975 por conta da adoção do Lotus 76, que não entregou o desempenho esperado fazendo com que Colin Chapman recorresse ao seu velho cavalo de guerra (Lotus 72), que salvou o ano ao conseguir três conquistas através de Ronnie Peterson.
Mesmo que não tenha tido o melhor carro, o M23 caiu como uma luva para Emerson Fittipaldi e este soube extrair o máximo que este bólido projetado por Gordon Coppuck podia entregar.
Foi uma grande época para a McLaren, que entrava de vez no time das melhores equipes, e para Emerson Fittipaldi, que confirmava de vez a sua genialidade no comando de um carro de corrida.
Os festejos de Emerson Fittipaldi ainda no pódio de Watkins Glen, com a sua então esposa Maria Helena

segunda-feira, 25 de março de 2019

Foto 709: Fritz d'Orey, Sebring 1959

Sinceramente, é bem difícil achar fotos desse momento. Talvez seja o único registro, realmente.
Aqui um então jovem brasileiro e promissor Fritz d'Orey pilotando um Tec Mec F415 Maserati desenvolvido por Valerio Colotti a partir ultraconfiavel Maserati 250F. O nome Tec Mec vinha de "Studio Tecnica Mecanica", fundado pelo próprio Colotti. Porém, o carro foi inscrito pela Comoradi no GP dos EUA de 1959, em Sebring.
Fritz largou em 17o e estava na décima colocação quando um vazamento de óleo pôs fim a sua corrida na sétima volta. Foi a única aparição do Tec Mec F415 na Fórmula-1. A prova de Sebring, que encerrou a temporada de 1959, foi histórica para o Oceania: enquanto que um jovem Bruce McLaren (Cooper-Climax) chegava a sua primeira vitória, Jack Brabham - também com um Cooper-Climax - conquistava seu primeiro mundial na categoria. Nada menos que dois grandes nomes que viriam a fazer parte da história da categoria com mais intensidade, ao fundarem duas equipes de grande sucesso: McLaren e Brabham.
Para Fritz d'Orey foi a derradeira corrida na F1 - já havia andado na França (onde foi décimo) e na Inglaterra (onde abandonou). Em ambas as provas correu com o Maserati 250F da Scuderia Centro Sud. Depois disso, Fritz se enveredou nas provas de Endurance, correndo pela Ferrari com destaque para as 12 Horas de Sebring de 1960, quando fechou na sexta colocação no geral e primeiro na categoria destinada a carros de 3.000cc). A sua carreira foi interrompida no final de semana das 24 Horas de Le Mans do mesmo ano, quando sofreu grave acidente ao acertar uma árvore e ficou 8 meses em recuperação. Fritz não voltou mais a pilotar.
Hoje o grande piloto completa 81 anos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

GP dos EUA - Enfim, Kimi


Havia uma torcida grande e não é de hoje. Kimi com as suas declarações praticamente monossilábicas e tiradas desconcertantes nos engenheiros durante as atividades de pista, ajudou a ganhar ainda mais uma torcida que tem presenciado pilotos reclamando de tudo durante as provas. Um piloto a moda antiga, avesso a perguntas toscas e objetivo com respostas secas precisa, por mais que seja simples.
Este período serviu para moldar o gosto do público mais jovem para com ele e desde então, uma vitória por parte do finlandês passou a ser esperada. Poderia ter vencido ano passado em Mônaco e Hungria, mas cumpriu a risca as ordens da Ferrari para que Vettel saísse vencedor nelas. E este ano teve a grande chance em Monza, mas frente aos problemas de pneus da Ferrari, aliado a uma soberba atuação da Mercedes, viu a oportunidade se esvair. Mas desta vez, em Austin, o grande finlandês esteve nos seus grandes dias.
Uma tremenda largada, suportando bem a intimidante manobra de Hamilton, e um ritmo preciso para conseguir se manter o máximo possível longe do inglês. Melhor: mesmo quando Lewis esteve em seu encalço, suportou pressão e soube bloquear qualquer ação que pudesse dar ao inglês a chance de passá-lo antes que fosse aos boxes, pois caso fosse ultrapassado, poderia deitar por terra suas chances de tentar uma vitória.
Conseguiu descontar uma vantagem de 17 segundos que o separava de Lewis e quando o inglês foi aos boxes, reassumiu a liderança para seguir firme para conquistar uma vitória que não via desde o GP da Austrália de 2013. Um hiato de cinco anos que foi quebrado em grande estilo, fazendo relembrar seus grandes dias.
Austin presenciou, talvez, a última conquista de Kimi na Fórmula 1. Mas ainda faltam outras três para o fim e quem sabe, um repeteco do bom e velho Kimi de guerra possa vir nelas.
Os fãs do Ice Man agradecem. E a Fórmula 1 também. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Foto 605: Watson e Piquet - Watkins Glen 1979

"Vai uma carona aí, Piquet?" Nelson não hesitou em pegar uma carona no Mclaren de John Watson, durante o fim de semana do GP dos EUA disputado em Watkins Glen.
Piquet - que largou em segundo neste GP - abandonou na 53ª volta após problemas de câmbio; Watson terminou em sexto.
A vitória foi de Gilles Villeneuve.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Os 25 anos do Tri – A consagração de Ayrton Senna - 2ª Parte

(Continuação)


A temporada  



Grande Prêmio dos EUA –
Phoenix voltava a receber a prova de abertura do mundial. E mais uma vez Ayrton Senna venceria a prova para dissipar as preocupações que haviam tomado conta da equipe, após os testes pouco produtivos em Estoril dias antes. Foi um resultado importante para tranqüilizar a equipe. Na contramão da McLaren, a Ferrari não conseguiu repetir as boas performances da pré-temporada e a segunda colocação de Prost acabou sendo um prêmio de consolação. Nelson Piquet salvou um belo terceiro lugar após duelar com as duas Ferraris. A Williams não completou por conta de problemas na caixa de câmbio. Completaram os seis primeiros Stefano Modena, Satoru Nakajima e Aguri Suzuki. Classificação: Senna 10; Prost 6; Piquet 4; Modena 3; Nakajima 2; Suzuki 1.  




Grande Prêmio do Brasil –
Era uma boa oportunidade para Senna redimir-se do erro que cometera um ano antes, quando bateu com Nakajima e jogou fora uma vitória quase garantida. Ayrton cravou a pole, numa de suas costumeiras voltas canhão. Mas a ameaça da Williams era evidente nesta etapa, visto a proximidade deles na classificação. Na corrida, era difícil o carro de Mansell sumir do retrovisor do McLaren de Senna e por mais que o piloto brasileiro conseguisse uma boa volta, Nigel estava pronto para responder com outra ainda melhor. As coisas pareciam que poderiam melhorar com o abandono de Nigel na volta 59, quando câmbio da Williams falhou, mas Ayrton também passou a ter problemas com as marchas perdendo-as pouco a pouco até ficar travado na sexta marcha. O enorme esforço para segurar o carro naquela condição, foi agravado com a chegada da garoa. A grande diferença que separa ele de Patrese – 40 segundos – foi reduzida drasticamente para três e para a sorte do brasileiro, o italiano também passou a enfrentar problemas com o câmbio o que facilitou um pouco a sua vida. Ayrton, totalmente esgotado fisicamente por causa do grande trabalho daquelas voltas finais, venceu com Patrese em segundo, Berger em terceiro, Prost em quarto, Piquet em quinto e Alesi em sexto. Classificação: Senna 20; Prost 9; Patrese e Piquet 6; Berger 4.  




Grande Prêmio de San Marino –
Acabou por ser uma prova desastrosa e interessante. Desastrosa para três pilotos experientes: enquanto que Berger e Alain Prost cometiam o triste erro de rodar e escapar em plena volta de apresentação – a pista estava molhada naquele momento, tanto que Prost acabou nem voltando para a corrida – Piquet também escaparia para não voltar mais, mas este quando a prova ainda se iniciava. Ao menos Berger teve a chance de voltar e conseguir um belo segundo lugar. Ayrton marcara mais uma pole, mas no início da corrida Patrese é quem lhe dá combate ao liderar muito bem com pista encharcada. Mas com a pista secando, Senna volta a encostar no Williams de Ricardo que logo vai aos boxes trocar por slicks. O azar de Patrese é que o motor Renault acaba apagando e fazendo que ele perdesse quatro voltas para trocar um sensor. Apesar de toda essa espera, ele abandonaria na volta 17. O que acabou ficando claro, mesmo com este problema, é que a Williams precisava apenas arrumar estes contratempos – típicos de juventude de um carro em formação – para que pudessem, enfim, dar combate a McLaren. Mansell também já havia abandonado quando nem tinham completado a primeira volta. A prova foi interessante para os “nanicos”: a Dallara chegara ao terceiro posto com J.J. Lehto, seguido pela Minardi de Martini e das Lotus de Mika Hakkinen e Julian Bailey. Outra nanica, a Modena Team (ou Lambo-Lamborghini, como queiram) ficou pelo caminho com uma pane seca quando ocupava o quinto lugar. Roberto Moreno quase foi ao pódio, mas problemas no câmbio forçaram a sua retirada. A vitória acabaria com Senna, com Berger em segundo. Campeonato: Senna 30; Berger 10; Prost 9; Patrese e Piquet 6.  




Grande Prêmio de Mônaco –
O território de Senna. Assim podíamos classificar as ruas de Monte Carlo naquela altura dos anos 90. Ayrton cravara a sua quinta pole naquele local, mas desta vez com um fabuloso Stefano Modena que aproveitou – e muito bem – dos pneus de classificação da Pirelli para dar certo trabalho ao piloto brasileiro. Ainda assim na prova, Modena foi certa ameaça a Ayrton no inicio da prova ao conseguir acompanhar o ritmo do piloto da McLaren. Mas alguns atrasos com retardatários e um problema no V10 da Honda (o estouro do motor após a saída do túnel acabou lavando aquele trecho de óleo, o que contribuiu para os abandonos de Patrese e Mark Blundell), tirou a chance de o italiano tentar, ao menos, um pódio. Senna ainda teria um pequeno susto na prova, quando as luzes da pressão do óleo começaram a piscar no painel. Mansell acabou sendo o grande atrativo da prova: apesar de alguns problemas no motor Renault ter forçado o seu abrandamento na corrida, Nigel voltou a carga total para partir ao ataque contra Prost na luta pela segunda posição e consegui-la de forma brilhante, na freada para a chicane do porto. Uma manobra com assinatura do leão. Senna venceu a prova, seguido por Mansell (que marcava os seus primeiros pontos no ano), Alesi, Moreno, Prost (que foi aos boxes quando teve a impressão de ter um problema em uma das rodas) e Emanuele Pirro. Campeonato: Senna 40; Prost 11; Berger 10; Patrese e Mansell 6.  




Grande Prêmio do Canadá –
Apesar dos problemas terem afetado demais o resultado final, os carros da Williams eram vistos como futuros dominantes dos GPs. Só não sabiam para quando isso aconteceria. A pista de Montreal foi o palco perfeito para a demonstração de tal desconfiança: os carros de Frank Williams dominaram quase todos os treinos – Moreno conseguiu ser o mais rápido no primeiro treino livre – e a classificação foi um passeio deles, com Patrese marcando a pole e Mansell ficando em segundo. Senna, o rei das poles, ficou a quase meio segundo da marca de Ricardo, sem ser grande ameaça. Aliás, a corrida das Mclarens acabou por ser um desastre: não conseguiram dar combate as Williams e os dois carros abandonando com problemas mecânicos. Uma tarde que serviu, e muito, para que as luzes de alerta em Woking fossem acesas, principalmente após assistirem o domínio e desempenho da Williams com Nigel Mansell por toda a prova. Patrese podia ter acompanhado seu parceiro, mas um furo no pneu o fez andar por quase toda a pista para chegar aos boxes e isso o fez perder imenso tempo a ponto de voltar em sexto – com uma volta de desvantagem para Nigel – e lutar para terminar em terceiro. Infelizmente uma desatenção de Mansell, que fez a volta final extremamente lento, confiando cegamente na enorme vantagem que tinha sobre Piquet, acabou desprogramando o sistema eletrônico do câmbio e quando tentou passar as marchas na saída do hairpin, este não respondia mais. Azar de uns, sorte de outros: Piquet nem tinha mais pretensões de vencer e quando soube do abandono de Nigel, não se fez de rogado e passou para vencer a prova, seguido por Modena (o possível pódio de Mônaco acabou vindo em Montreal), Patrese, Andrea De Cesaris, Bertrand Gachot (estes dois últimos garantindo os primeiros pontos da história da Jordan na F1) e Mansell (que ainda conseguiu salvar um ponto por ter uma volta de vantagem sobre Martini, o sétimo). A conquista de Piquet acabou por ser a sétima consecutiva de pilotos brasileiros na F1: o próprio Nelson havia vencido as duas finais de 90, Senna as quatro primeiras desta temporada e agora Piquet voltando a conquistar. E de quebra, uma dobradinha dos dois no mudial. Um grande período para o Brasil naquela época. Campeonato: Senna 40; Piquet 16; Prost 11; Patrese 10; Berger 10.  




Grande Prêmio do México –
Foi outra amostra, agora sem problemas, de que a Williams passava a ser o carro do momento. Como acontecera em Montreal, os dois pilotos dominaram as ações na pista mexicana e sempre com Patrese a cravar a pole, com Mansell em segundo. Ayrton aparecia mais uma vez em terceiro, com quase seis décimos de desvantagem. O piloto brasileiro ainda sofreria um susto na classificação, ao cometer um erro na Peraltada e escapar pela brita para bater e capotar em seguida, mas sem gravidade. Ficava claro que era uma tentativa de tirar o que podia – e o que não podia – do McLaren naquele momento. A corrida foi de total domínio da Williams: Patrese até largou mal, mas recuperou-se sem problemas para abrir grande vantagem e conquistar a sua primeira vitória no ano. Mansell, ao contrário de Ricardo, teve um pouco mais de trabalho ao ter que brandar o ritmo por conta do aumento da temperatura do motor. Com o problema resolvido, devido uma mistura de combustível mais rica, conseguiu uma melhora considerável para afastar-se de Senna. Mas alcançar Patrese, já era bem mais difícil tendo que se contentar com a segunda posição. Daqui em diante, para Senna, a situação seria de ver as Williams apenas a sua frente. O poderio dos carros de Groove era muito maior naquele estágio do campeonato e a McLaren nitidamente estava quase que um degrau abaixo deles. Ayrton andou como pôde, declarando que estava no limite extremo e que mesmo assim ainda teve a perseguição de Piquet e depois sendo ultrapassado por Alesi. Para sorte dele, o jovem francês acabara escapando mais adiante. Nelson teve problemas na roda traseira esquerda, vindo abandonar. Patrese venceu a primeira dele e da Williams no ano, seguido por Mansell, Senna, De Cesaris (conquistando mais uns pontos para a Jordan), Moreno (salvando o fim de semana da Benetton) e Eric Bernard (que marcava seus primeiros pontos na F1). Campeonato: Senna 44; Patrese 20; Piquet 16; Mansell 13; Prost 11.  




Grande Prêmio da França –
Com uma corrida numa nova praça – Magny-Cours substituía Paul Ricard – o desfecho não poderia ser diferente para a Renault: a conquista de Mansell na França deixou ainda mais claro que o poderio da Williams era crescente e que poderia aumentar ainda mais no decorrer do mundial. Talvez até pudessem ter feito uma dobradinha nessa corrida, caso Ricardo Patrese, então pole, não tivesse largado mal por conta dos problemas no câmbio que fez despencar para 11º e fazer uma corrida de recuperação que o deixou em quinto. A estréia da nova Ferrari 643 foi a grande novidade do fim de semana e deu a Prost a chance de conquistar até mesmo uma vitória. Porém, lutar contra a Williams de Mansell, que estava em grande dia, acabou sendo o fator que decidiu as coisas. Mas a segunda posição do francês nessa etapa deu a ele, ao menos, uma nova injeção de ânimo trazendo boas perspectivas para as próximas etapas. Senna, frente ao rápido declínio mecânico do MP4/6 – ou apenas uma confirmação dos temores que a equipe tivera em Estoril antes do mundial –, conseguiu um terceiro lugar que serviu para ampliar a sua vantagem no primeiro lugar do mundial. Mas ele sabia já naquele momento que McLaren e Honda precisavam reagir imediatamente para que a diferença no mundial de construtores não despencasse ainda mais – a vantagem da McLaren para a Williams estava na casa dos treze pontos (58x45) após aquele GP. Jean Alesi, Patrese e De Cesaris, completaram os seis primeiros. Campeonato: Senna 48; Mansell 23; Patrese 22; Prost 17; Piquet 16.  




Grande Prêmio da Grã-Bretanha –
Se as outras provas mostraram uma Williams impressionante, no remodelado Silverstone a grande performance ficou confirmada coma atuação brilhante de Mansell. O “Red Five” dominou amplamente o fim de semana ao ser o mais rápido em todos os treinos e na corrida teve apenas um pequeno trabalho, pois Ayrton teve uma saída melhor e ele teve que buscar o piloto brasileiro, mas sem grande esforço. Daí em diante Nigel teve apenas o trabalho de conduzir o carro, aumentando gradativamente a diferença, e abrir grande vantagem para vencer com total folga. Uma conquista espetacular do “Il Leone” frente a sua fanática torcida. Senna teve o gostinho de liderar a prova por alguns quilômetros, mas sabia que lutar com a Williams naquele estágio seria difícil. Para seu azar, a gasolina acabou na última volta quando parecia que o segundo posto estava garantido. Terminou em quarto e ainda pegou uma carona com Mansell, numa cena que tornaria-se emblemática naqueles tempos: se quisesse acompanhar a Williams, só se fosse de carona. A primeira parte do campeonato chegava ao fim, com a certeza de que aquele momento em que Ayrton disparara com quatro vitórias consecutivas tinham sido de total competência e sorte do piloto brasileiro, que soube aproveitar-se bem daquele momento de superioridade que a McLaren dispunha. Por outro lado, era de desconfiar se o MP4/6 era um carro sensacional, pois a queda de rendimento em tão pouco tempo tinha sido grande demais. Mas a resposta mais plausível vinha de Groove: os Williams tinham chegado, ao menos, num estágio bem avançado e agora eram os carros a dar as cartas. Portanto, talvez tenha sido uma conjunção de todos estes fatores para Senna e McLaren tenha caído para trás. A segunda parte do mundial prometia. Campeonato: Senna 51; Mansell 33; Patrese 22; Prost 21; Piquet 18.

sábado, 4 de junho de 2016

Foto 574: Ali e Niki

Um gancho no campeão. Talvez Niki Lauda pode-se vangloriar-se por ter conseguido "nocautear" o grande Muhammad Ali em 1977, numa visita do futuro bi-campeão da F1ao Campeão Mundial de Boxe dos Pesos Pesados logo após o GP dos EUA. Dois dos grande ícones do esporte nos anos 70 numa bela foto,divulgada pela revista de fofocas alemã Bunte.
O grande Muhammad Ali morreu hoje, aos 74 anos.

domingo, 25 de outubro de 2015

GP dos EUA: Austin, a melhor do ano

Ainda no twitter escrevi que a prova de Austin é daquelas provas doidas que acontecem de vez em quando, como as de Adelaide 1995 e Monte Carlo 1996. Mas a verdade é que esta corrida tornou-se sensacional pela tensão do primeiro "Match Point" na decisão do campeonato e devido o início dela com a pista ainda molhada.
A presença dos dois pilotos da Red Bull, aproveitando-se bem do acerto para chuva, deu um calor na Mercedes que fizeram a maioria pensar que hoje a equipe energética sairia do zero neste ano para vencer a primeira. O ritmo de Ricciardo - sempre espetacular na condução - e de Kvyat - que também soube fazer uma corrida agressiva - deu o tom de uma batalha interessantissima, onde Daniel chegou a liderar. Uma pena que a pista secou e toda essa vantagem deles foi para o limbo.
O caminho ficou aberto para Vettel, que agora era o homem a ameaçar o poderio da Mercedes: uma recuperação digna de mestre o colocou com chances de até mesmo vencer, quando adiantou-se na parada de box quando aconteceu a entrada do SC para a retirada do Sauber de Ericsson.
O uso de pneus médios frente aos macios d Mercedes, abria a possibilidade de conquista. Mas as paradas dos dois
Mercedes - mais a entrada do SC por conta do acidente de Kvyat - logo os coloca de volta na briga e Vettel sucumbe ao melhor ritmo de Rosberg. Ao menos tentou um ataque ao seu compatriota no fim, o que lhe daria a chance de adiar a decisão para o México, mas não conseguiu.
Até mesmo a presença das Mclarens em quinto e sexto numa certa parte da prova, foi surpresa para muitos. Button terminou em sexto e Alonso, com perda de potência no Honda, fechou em 11o. Não podemos deixar de destacar o grande trabalho de Max Verstappen, que chegou a incomodar Vettel num certo ponto da corrida e depois disputar o terceiro posto com o mesmo. Terminou em quarto.
Para Rosberg, que fez uma corrida muito boa em Austin, os erros foram frutos de um desespero em tentar algo que deveria ter feito durante todo ano e diferente da sua forma em 2014, este foi decepcionante. Com um desempenho deste em algumas etapas, poderia ter dificultado mais para Lewis.
E Hamilton fez apenas o trivial: não se meteu em disputas que poderiam lhe dar alguns problemas, exceto a largada, onde jogou duro com Nico Rosberg pela liderança - e venceu. Vitória mais que merecida na corrida e no título.
A prova de Austin acabou sendo o contrário de algo que é normal nestas pistas "Tilkeanas", onde a corrida é uma procissão. Não sei se os pilotos estavam animados em dar ao público um belo espetáculo ou se o pouco tempo de pista - principalmente com ela seca, que foi inexistente - ajudou para este belo GP.
Mas sem dúvida foi a melhor da temporada.

GP dos EUA: O que esperar?

Não será nenhuma surpresa se os carros saírem para a prova comboiados pelo Safety Car, devido as condições climáticas. Mas haverá a dúvida em relação ao comissários, se eles colocarão o SC na frente mesmo que não esteja chovendo. As prova da Porsche Super Cup e da F1 Historic Grand Prix foram realizadas sem maiores transtornos. Já é uma boa base.
E relação a prova, pelo que foi visto nos treinos, as Mercedes poderão ter a presença da Red Bull por perto. Os dois carros rubro taurinos  foram bem na pista molhada e até chegou a incomodar - sendo mais veloz - Hamilton no Q1 com Riciardo. É para se observar bem o passo dos carros do energético. Por outro lado o grande atrativo da prova será as recuperações de Vettel, Raikkonen e Bottas, que sofreram punições por troca de motores (os dois primeiros) e câmbio (Bottas), e terão que vir do fundo para tentar os pontos.
Ao mesmo tempo que a prova tenderá a ser boa, a presença do SC pode aparecer em ocasiões  por contas de acidentes, incidentes e até mesmo por conta da chuva. E a claridade natural também pode dar cabo da corrida, principalmente por causa do tempo nublado.

sábado, 24 de outubro de 2015

GP dos EUA: E a zuera não para...

Realmente, em situações como esta que ocorre em Austin, onde o treino vai sendo adiado de trinta em trinta minutos, a galera tem que passar o tempo.
E nisso a galera da F1 tem sido mestre, neste que é o GP mais comédia da década até agora.

GP dos EUA - 3o Treino Livre

Confesso que há tempos não via um fim de semana com tanta chuva assim para uma prova de F1. Chuva pesada mesmo, diga-se. Interlagos 2009 teve algo assim na classificação, quando atrasou horas e horas e depois no Canadá, 2012, quando a corrida teve que ser interrompida ainda no início devido a forte chuva que rendeu algumas piadas como as 4 Horas de Montreal, devido o longo tempo que ficou parado.
Parece que dessa vez a coisa pode acontecer por causa da forte chuva que tem caído em Austin, proveniente do furacão Patricia que está na costa oeste do México, mas que hoje pela manhã (aqui no Brasil) perdeu força. Mesmo assim o mal tempo continuará, tanto que as autoridades locais pediram para que as pessoas evitassem as estradas. O resultado disso foi o terceiro treino livre realizado com as arquibancadas vazias.
Com essa expectativa em saber se irá ou não acontecer a classificação, o terceiro treino pode servir como classificatório. Hamilton foi o melhor, seguido por Vettel e Hulkenberg, mas em vista que Sebastian terá que pagar dez posições por causa da troca de motor  Hulkenberg poderá formar a primeira fila com Lewis e a segunda seria de Bottas e Sainz Jr. Nico Rosberg largaria em oitavo e Vettel em 12o, o que facilitaria a vida de Hamilton caso a classificação não aconteça.
Mas por enquanto é apenas uma possibilidade, num local onde a chuva reinará por todo dia.

sábado, 13 de junho de 2015

Foto 521: Ricardo Paletti, Detroit 1982

(Foto: Richard Kelley)
Ricardo Paletti durante o fim de semana do GP dos EUA, disputado em Detroit. A foto foi tirada logo após a quebra da suspensão do seu Osella, durante o warm-up e um fiscal de prova lhe oferece um cigarro.
Paletti deveria correr nesta prova, já que o carro reserva estava para ele naquela corrida. Mas um uma quebra de suspensão de Jean Pierre Jarier acabou com a chance do jovem italiano, que viu o carro reserva ir para o francês.
Hoje completa 33 anos da morte de Paletti, em Montreal. 

sexta-feira, 13 de março de 2015

Foto 487: As provas de abertura dos mundiais de F1 - Parte 5

A década foi equilibrada tanto em número de pistas que sediaram o primeiro GP, quanto em vencedores. A Austrália, que mudara de circuito e posição no calendário, saindo de Adelaide que encerrava o campeonato para Melbourne que passou a abrir a temporada em 1996, sediou quatro vezes a abertura do mundial. EUA, Brasil e África do Sul sediaram duas cada.
Ayrton Senna e Michael Schumacher venceram duas vezes as aberturas.


1990: Ayrton Senna – McLaren Honda – Grande Prêmio dos EUA

1991: Ayrton Senna – McLaren Honda – Grande Prêmio dos EUA


1992: Nigel Mansell – Williams Renault – Grande Prêmio da África do Sul


1993: Alain Prost – Williams Renault – Grande Prêmio da África do Sul

1994: Michael Schumacher – Benetton Ford - Grande Prêmio do Brasil


1995: Michael Schumacher – Benetton Renault - Grande Prêmio do Brasil


1996: Damon Hill – Williams Renault – Grande Prêmio da Austrália


1997: David Coulthard – Mclaren Mercedes - Grande Prêmio da Austrália


1998: Mika Hakkinen – McLaren Mercedes – Grande Prêmio da Austrália



1999: Eddie Irvine – Ferrari - Grande Prêmio da Austrália

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...