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sábado, 12 de junho de 2021

Foto 965: Innes Ireland, GP dos EUA 1961

 


Uma vitória que por muito pouco não aconteceu. Na foto, Innes Ireland com o Lotus 21 do Team Lotus, onde o escocês acabou por vencer e dar a equipe de Colin Chapman a primeira na Fórmula-1.

Este GP dos EUA de 1961 acabou por ser o primeiro realizado em Watkins Glen, localizado no interior de Nova Iorque. Também teve um impasse se a prova aconteceria, já que a autorização vinda da FIA não foi feita até o final de agosto. Porém, as coisas se resolveram e em 8 de outubro o GP foi autorizado. 

A Ferrari não se fez presente neste GP, uma vez que o título de pilotos estava decidido e também por toda tragédia que envolveu aquele GP da Itália com a morte de Wolfgang Von Trips que lutava pelo título junto de seu companheiro de Ferrari Phil Hill. Dessa forma, apenas as equipes inglesas e a Porsche é que cruzaram o oceano para a realização deste derradeiro GP. 

A disputa já prometia bastante desde os treinos, com a batalha pela pole sendo bem acirrada até o momento em que Jack Brabham acabou com a farra e colocou seu Cooper Climax na primeira posição com mais de 1 segundo de vantagem sobre o BRM Climax de Graham Hill. De Graham até Masten Gregory, o 11º no grid, todos ficaram no mesmo segundo. Ireland classificou-se na oitava posição, mas ele teve alguns azares: por muito pouco não acidentou-se na South Loop quando a direção do Lotus falhou e um pouco antes dos treinos de sábado ele teve uma quebra de câmbio. Essa prova também teve a participação de alguns importantes personagens do automobilismo americano, como Roger Penske, Jim Hall, Lloyd Ruby, Hap Sharp e Walt Hangsten.

A prova parecia ficar restrita entre Stirling Moss e Jack Brabham, uma vez que ambos estavam duelando pela primeira posição de forma visceral. Mas o panorama mudou à favor de Moss quando o motor do Cooper de Brabham começou a vazar água na volta 34, o que deixou o inglês sozinho na liderança da prova. Jack ficou na corrida até a volta 57 quando abandonou. 

Mais atrás se encotrava Innes Ireland que tomou um belo susto já na primeira curva quando a prova entrava na terceira volta: ele escorregou num rastro de óleo e rodou, quase ficando de fora da corrida, mas conseguiu recuperar-se para seguir em 11º. De certa forma estraga uma bela prova do escocês até ali, já que pulara de oitavo para terceiro na largada. 

A recuperação de Ireland foi rápida: ele estava em quarto na volta 8, mostrando que o ritmo do Lotus 21 era muito bom naquele circuito de Watkins Glen, mas não o suficiente para incomodar Moss e Brabham que estavam em outro nível. Innes subiu para terceiro na volta 34 ao ultrapassar Bruce McLaren e onze voltas depois ele aparecia na segunda posição, quando Jack começou a cair na tabela. 

Moss também apresentou problemas quando a pressão do óleo de seu Lotus Climax começou a cair e forçando o seu abandono na volta 59. Isso significava que Innes Ireland era o novo líder do GP, mas antes ele teria alguns desafios: Graham Hill chegou perseguir Innes, mas abandonou com problemas no magneto; Roy Salvadori também chegou próximo, mas faltando três voltas para o final, o motor de seu Cooper também cedeu. Ireland venceu a prova, a sua primeira e única, com Dan Gurney em segundo e Tony Brooks em terceiro - este conquistando seu último pódio na sua última corrida. Innes Ireland ainda relatou que nas últimas voltas ele estava sem pressão de combustível...

Innes Ireland completaria 91 anos hoje.

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Foto 932: Colin Chapman, Watkins Glen 1972

 

 

Toda atenção de Peter Warr e Colin Chapman durante os treinos para o GP dos EUA de 1972 realizado em Watkins Glen, que era a etapa final daquela temporada. Na foto ainda podemos ver Emerson Fittipaldi, o recém coroado Campeão Mundial, e a sua esposa Maria Helena. O click é de Richard Kelley.

Apesar do campeonato de pilotos ter sido definido em Monza, ainda existia a luta pelo vice-campeonato na tabela dos pilotos que estava entre Jackie Stewart (36 pontos) e Denny Hulme (35 pontos) e também entre os construtores, com a Mclaren aparecendo com 45 pontos contra 42 da Tyrrell - ou seja, era uma luta entre Mclaren e Tyrrell nas duas frentes. Mas aquele GP ainda tinha outros atrativos: a Firestone sinalizou com uma retirada de campo, mas que foi rechaçada pela mesma após as equipes clientes reclamarem; a Ferrari vivia seus momentos de crise, que mais tarde, no decorrer de 1973, ficaria insustentável. Nesta esteira, Mauro Forghieri foi retirado das pranchetas por Enzo Ferrari; José Carlos Pace assinava contrato com a Surtees para 1973, deixando a Williams para quem correu aquele 1972 marcando 3 pontos; este GP estadunidense viu a estréia de Jody Scheckter pela Mclaren, mas antes disso, Colin Chapman havia sondado o novato sul-africano que acabou ficando mesmo na equipe chefiada por Teddy Mayer.

Jackie Stewart teve um final de semana perfeito em Watkins Glen, ao marcar a pole position, liderar todas as voltas do GP - sem ser ameaçado - e ainda marcar a melhor volta. François Cevert, que havia ganho ali um ano antes, conseguiu a segunda posição dando à Tyrrell a dobradinha após batalhar contra Hulme por aquela posição, ficando 32 segundos atrás de Jackie. Denny Hulme ficou com o terceiro lugar, com 37 segundos de desvantagem para o vencedor. Este resultado significava que Stewart garantia o vice-campeonato com 45 pontos contra 39 de Denny Hulme, e no campeonato de Construtores a Tyrrell ficava com 51 pontos contra 47 da Mclaren. 

Para Colin Chapman, que havia garantido os dois títulos daquela temporada, a corrida final foi decepcionante: Emerson abandonou na volta 17 por problemas na suspensão, Dave Walker saiu na volta 44 com vazamento de óleo e Reine Wisell completou a prova em 10º com duas voltas de atraso para Jackie Stewart. 

Colin Chapman completaria 93 anos hoje.

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Foto 908: Jim Clark, GP da Holanda 1965

 


Jim Clark com Lotus 33 Climax durante o GP da Holanda de 1965. Foi o GP onde Colin Chapman teve uma briga com os policiais locais, tendo dado um soco em um deles pouco antes do início da corrida. Colin foi levado para a delegacia, onde ficou preso por dois dias.
Este foi o GP onde a Honda, com Richie Ginther, desafiou o Lotus de Jim Clark e o BRM de Graham Hill nas voltas iniciais com um bom ritmo. O bom desempenho do Honda RA272 tinha sido visto já em Silverstone semana antes com o mesmo Ginther, e a repetição em Zandvoort durou algumas voltas mais do que foi no GP britânico.
Richie Ginther ficou por duas voltas na liderança até ser ultrapassado por Graham Hill e Jim Clark. Mais tarde, na volta 6, foi a vez de Clark assumir a liderança para não mais perdê-la e conquistar a sua quinta vitória no ano, naquele que foi o sexto GP da temporada.
Hoje completa 53 anos da morte de Jim Clark, que aconteceu durante uma prova de Fórmula 2 em Hockenheim. 

sábado, 11 de junho de 2016

Foto 575: Aperfeiçoamento

(Foto: Alejandro de Brito)
"Como eles conseguiram?", talvez é o que que se perguntassem Colin Chapman e Nigel Bennett ao observarem atentamente o Williams FW07, no fim de semana do GP do Canadá de 1979.
Patrick Head conseguiu aperfeiçoar tão bem o projeto do carro asa, introduzido pelo próprio Chapman com o Lotus 78 e refinado com o 79, que o FW07 passou a ser o carro mais temido grid tamanha a sua eficiência nas corridas.
Este sucesso culminaria no título de Alan Jones em 1980.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Foto 343: Ginástica

Jim Clark fazendo o seu "aquecimento" antes de assumir o controle do Lotus 29 Ford em Indianápolis, 1963. Foi a primeira aparição dele e da equipe de Colin Chapman no templo maior do automobilismo mundial e com o apoio da Ford, desafiaram os "monstros" de motores dianteiros da Indy que eram empurrados pelos míticos Offenhauser.
Apesar de não ter conseguido a vitória, Clark e Lotus deixaram a comunidade automobilística americana boquiabertos após ter levado aquele pequenino carro de motor central ao segundo lugar na edição daquele ano.
Foi o primeiro marco que viria mudar as corridas de monospostos por aquelas bandas nos anos seguintes. 

sábado, 14 de dezembro de 2013

Foto 284: Trenton 200, 1963

Clark (#92) e Gurney (#93) em Trenton, 1963
(Foto: UK Racing History/ Facebook)

E não foi apenas em Indianápolis e Milwaukee que a Lotus se fez presente naquele certame da USAC em 1963: Colin Chapman alinhou seus dois Lotus 29 impulsionados pelos Ford e mais uma vez entregou a Jim Clark e Dan Gurney a responsabilidade de guiar as duas jóias.
Clark, como sempre, não decepcionou e cravou a pole com Gurney logo em segundo. Mas a corrida de ambos não foi muito longe: Jim abandonou na volta 49 por problemas mecânicos, assim como Gurney que também desistiu na volta 147. A prova foi vencida por A.J. Foyt.

Além dessa prova de Trenton e da segunda colocação de Clark na Indy 500, o piloto escocês triturou seus concorrentes na prova de Milwaukee quando a venceu - depois de ter feito a pole - colocando uma volta de vantagem sobre quase todos os demais, exceto Foyt que terminou nas mesmas 200 voltas de Jim.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Jim Clark, Indy 500, 1965

E depois de duas tentativas frustradas, mas que deixaram a comunidade automobilística americana boquiaberta devido a performance apresentada por eles num carro de motor central, Jim Clark, Colin Chapman e a lendária Lotus-Ford #82 venceram o desafio e levaram um carro de motor traseiro à vitória na Indy 500 de 1965, derrubando os monstros de motores dianteiros.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Documentário: O ano da Lotus, 1973

Este documentário, entitulado como "If you're not winning... you're not trying" (Se você não está ganhando ... você não está tentando), mostra os passos da equipe comandada por Colin Chapman durante a temporada de 1973, onde eles defendiam o título de pilotos - com Emerson Fittipaldi - e o de Construtores contra a Tyrrell do Tio Ken e de Jackie Stewart. 
Apesar de ter sido uma temporada produtiva para a Lotus, que venceu sete GPs (quatro com Ronnie Peterson e três com Emerson), o título de pilotos acabou pendendo para a Tyrrell de Stewart. 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Foto 14: A primeira e a última

Como ontem não tive tempo de colocar algo para homenagear Elio de Angelis, que completou ontem 25 anos do seu falecimento, ai fica a foto da chegada do GP da Áustria de 1982 onde ele conquistou sua primeira vitória chegando milésimos à frente de Rosberg. E de quebra fica última cena, uma das mais folclóricas da história da F1, que é o boné ao alto de Chapman ao comemorar pela última vez uma vitória do seu Team Lotus. Ele morreria (?) ao final daquele ano. 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Foto 11: Qual o problema Rindt?

A maior preocupação de Rindt com relação aos Lotus eram a sua resistência. Não é à toa que bateu de frente várias vezes com Colin Chapman questionando o mago sobre essa sua preocupação. Rindt tinha razão em preocupar-se: tinha sentido na pele a fragilidade do monocoque do Lotus 49, ao ficar prensado na ferragens após o acidente em Montjuich Park, 1969. Na foto acima, retratada no boxes de Jarama, durante o fim de semana do GP da Espanha de 1970, Jochen e Chapman conversam enquanto que o inglês observa a suspensão traseira direita da sua jóia, o Lotus 72. 
Jochen não completou a prova por problemas na ingnição, vindo abandonar na volta 9. Ele ainda sagrou-se campeão daquela temporada, mesmo depois de morto. Se estivesse vivo completaria, hoje, 69 anos. Parabéns a um dos mestres do contra-esterço.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

As asas móveis, 1969

As asas nos carros de F1 apareceram em Spa 1968 e se alastraram como uma praga. Qualquer construtor consciente dos benefícios daquela engenhoca, não pensaria duas vezes ao colocá-la nos seus carros. Isso foi muito bem vindo quando Chris Amon desceu da sua Ferrari em Spa após o primeiro e treino, sorrindo e contando como era fácil contornar as curvas com aquele novo acessório. Digo acessório, porque a asa era montada apenas no carro e não fazia parte do conjunto total do bólido como é hoje.
As asas tiveram seu primeiro experimento ainda nos anos 20, quando Fritz Von Opel os instalou no seu carro para uma prova. Nos anos 60 foi a vez de Jim Hall experimentá-los no seu Chaparral. Por se tratar de uma peça construída com matérias nem tão resistentes, Jim teve alguns contratempos como asas que quebraram em algumas oportunidades. Com o passar do tempo e conhecendo bem a funcionalidade desta, ele achou o ponto certo de construção e posicionamento das asas. Essa redescoberta de Jim Hall chegou à F1 em 68 e em 69 todas as equipes já utilizavam as asas. O problema era o posicionamento destas e os projetistas acreditavam que quanto mais alta fosse a asa, mais o carro ganhava em aderência. Colin Chapman foi um dos primeiros a elevar as asas, tirando-as do ar sujo que saía dos escapes e do motor. Pegando ar limpo, melhoraria sua eficiência. Chapman instalou um quarto pedal para que seus pilotos pudessem mudar a inclinação da asa conforme a sua necessidade.


A sequencia de fotos do acidente de Hill e Rindt em Montjuich, O austríaco levou a pior ao sair com fraturas nas pernas, tórax e rosto


Mas estas asas já haviam causado um susto a Jack Brabham, quando este teve asa traseira desintegrada durante o GP da África do Sul e um ano antes Jackie Oliver também bateu em Rouen devido a uma quebra dessas. Mas em Montjuich, durante o GP da Espanha, as coisas iriam mudar drasticamente. Na terceira volta a asa do Lotus de Graham Hill quebrou ao passar em um pequeno salto do circuito de rua. Hill saiu sem ferimentos, mas o mesmo não pode dizer de Rindt, seu companheiro de Lotus, que teve o mesmo problema no mesmo local que Hill batera uma volta antes. O austríaco bateu forte e ficou preso em meio às ferragens com o rosto todo ensaguentado. Para completar à tarde de azares, Ickx também teve a asa do seu Brabham desintegrada durante a prova, mas sem conseqüências para o piloto belga. As asas não tinham agüentado a forte pressão aerodinâmica e tinha cedido ao meio.
A CSI viu que as coisas não iam bem e brecou o uso das asas ainda durante os treinos para o GP de Mônaco, pegando as equipes de surpresa. Por mais estas protestassem contra a medida, a CSI não voltou atrás e continuou de pé firme prometendo às equipes que as asas voltariam já no GP da Holanda, mas com novas medidas de posicionamento.
Agora os tempos são outros, com materiais mais resistentes e um regulamento feito somente para o uso destas. Por mais que o uso dessas novas asas móveis possa representar uma falsidade durante as ultrapassagens, ao menos elas não vão apresentar as cenas que destruição e sustos como em 1969. Pelo menos assim nós esperamos.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Parecidas, mas não iguais.

Esse assunto das Lotus, disputando o direito de usar o nome da lendária equipe, pode gerar em 2011 uma situação estranha no grid: além poder ter duas equipes Lotus, essas usarão motores Renault e cor em preta e dourada lembrando a marca de cigarros John Player Special, que patrocinou o time de Colin Chapman desde 71 até 86.
Isso me fez lembrar um fato que aconteceu no início dos anos 80, quando a Mclaren e Alfa Romeo usaram as cores da Marlboro em seus carros. Claro que não tem nada a ver com a guerra das Lotus, afinal as equipes eram distintas, mas de alguma forma, quem não prestasse atenção, poderia confundir os carros.
O patrocínio da Malrboro com a Mclaren iniciou-se em 1974 estendendo-se até 1996. Com a Alfa, foi desde 1980 até 1983. Nisso acabou acolhendo Andrea De Cesaris nas temporadas de 81 (Mclaren) e nas de 82 e 83 (Alfa Romeo) pelo fato do italiano ser patrocinado pela marca da Phillip Morris.
O desenho dos carros eram bem diferentes, com as linhas da série MP4 da Mclaren sendo mais "magra" em contrapartida da série 179 da Alfa, que era mais robusta.
Em 1983 a Gerard Ducarouge, então designer da Alfa, conseguiu fazer uma carro com linhas mais leves (era o primeiro ano do pós-efeito solo) que ficou um tanto parecido com o Mclaren MP4-1E desenvolvido por John Barnard. Naquele campeonato de 83, a Mclaren ficou a frente da Alfa no Campeonato dos Construtores ao ficar em 6º com 28 pontos, contra dez da equipe italiana que fechou na nona posição.
O Mclaren MP4-1E que foi pilotado por John Watson e Niki Lauda em 1983...

... e o Alfa-Romeo 183, pilotado por Andrea De Cesaris e Mauro Baldi. Eram apenas parecidas, mas não totalmente iguais. O Mclaren se saiu melhor.

domingo, 7 de março de 2010

Lotus 25- Dos guardanapos para as pistas

Os sentimentos na abertura do campeonato da F1 de 1962 em Zandvoort foram os mais variados, mas para Innes Ireland e Jack Brabham, atual campeão do mundo, as coisas foram mais sérias.
Ambos tinham adquirido os Lotus 24, carros que eram nada mais uma evolução dos Lotus 21, que tinha conseguido bons resultados principalmente pelas mãos de Stirling Moss- na equipe privada de Rob Walker que corria com a evolução 18/21- e o Team Lotus que tinha o oficial 21 na temporada de 61.
Acreditando que haviam comprado o que tinha de melhor da equipe Lotus, eles se decepcionaram ao ver que na frente do grid, na pole position para ser mais preciso, Jim Clark estava pilotando um carro mais baixo e esguio que os outros, com uma construção diferente dos demais. Ao invés de tubos formando uma "gaiola" Chapman fez um habitáculo para o piloto em uma peça só, assim este pilotaria numa posição mais reclinada. Os compósitos de combustiveis foram colocadas nas laterais do chassi e reforçadas por anteparos e o motor era um Conventry Climax de 1.498cc. Clark dominou boa parte da prova, mas acabou abandonando com problemas no motor Climax e Graham Hill herdou a vitória. Apenas Jim correu com o novo Lotus. Trevor Taylor, seu companheiro, utilizou o revisado Lotus 24 e terminou em segundo. Mas as impressões que o novo Lotus 25 tinha deixado eram as melhores e isso seria uma constante naquela temporada.
A idéia nasceu em um jantar. Colin Chapman conversou com Mike Costin, designer da Lotus, sobre o chassi monocoque e logo em seguida desenhou em guardanapos os primeiros esboços do novo carro. Em alguns meses o primeiro Fórmula-1 com chassi monocoque estava na pista e causando uma revolução na categoria. O conceito é seguido até hoje pelos construtores da F1 atual.
Livro sobre a grande revolução da temporada de 1962: o Lotus 25

Ainda na temporada de 1962 Jim Clark venceu suas três primeiras provas de F1 e também da Lotus 25 (Bélgica, Inglaterra e EUA). Isso deu a ele a chance de conquistar o seu primeiro título mundial na última etapa disputada em London East, Africa do Sul. Mas quando liderava e aproximava do seu campeonato, o motor Climax mais uma vez o deixou na mão e Graham Hill passou para vencer e garantir o seu, também, primeiro campeonato mundial pela BRM.
Para 1963 os problemas na Lotus 25 foram solucionados e Jim Clark dizimou a concorrencia ao vencer 7 provas (Bélgica, França, Holanda, Inglaterra, Itália, África do Sul e México) e conquistar o campeonato mundial de pilotos e de Construtores com a Lotus. A diferença de Clark para Graham Hill, segundo colocado, foi de 15 pontos. O uso do Lotus foi estendido até a temporada de 64, quando Jim venceu mais outras 3 provas (Holanda, Bélgica e Inglaterra) e mais uma vez perdeu o mundial por defeito no motor, agora o campeonato ficando nas mãos de John Surtees da Ferrari. Para a temporada de 1965 um novo Lotus, o 33, (uma evolução do 25) levou Jim Clark ao seu segundo e último título na F1.
Jim Clark (6) e Trevor Taylor (8) no GP da Holanda de 1963: o escocês venceu a prova e Taylor chegou m 10º

O Lotus 25 ainda seguiu sua vida útil até a temporada de 67, sempre em mãos de equipes privadas. O último 25 a alinhar para uma prova foi no GP da Holanda com Chris Irwin da Reg Parnell Racing. Completou a prova em sétimo lugar, duas voltas atrás do vencedor Jim Clark com a Lotus 49- Cosworth.
Coincidência ou não, mas foi a prova que iniciou o dominio dos Lotus 49-Cosworth na F1 e também da aposentadoria e desaparecimento da Lotus 25-Climax do cenário dos Grand Prix.




O primeiro título: na volta da vitória em Monza, 1963, Jim Clark ao volante do Lotus 25 com a qual venceu a prova e o campeonato, Colin Chapman o criador da máquina e Trvor Taylor log atrás.

domingo, 25 de outubro de 2009

Os fabulosos carros-asa da Lotus

Na metade dos anos 70 a Lotus se encontrava numa crise técnica. As inovações que Chapman colocara nos seus carros em 1974, não surtiram efeito algum. O Lotus 76, que chegou a ser usado em algumas etapas da temporada de 74, tinha uma embreagem acionada por um botão colocado na parte superior da alavanca de marchas com a intenção de deixar o pé do piloto livre para somente frear e acelerar, mais ou menos parecido com o que temos hoje nos F1 atuais. A idéia era boa, mas não foi muito longe. O carro tinha um comportamento instável e a embreagem apresentou vários problemas, sendo usada em poucos GPs. Com o fracasso do Lotus 76, Colin "ressuscitou" a velha Lotus 72 e entregou à Peterson e Ickx.
Para a temporada de 75 a Lotus continuou, por todo ano, a usar o mesmo modelo. Mas este já estava no fim da sua vida útil, sendo superado por modelos mais atuais e muito mais refinados (por exemplo, a Ferrari 312T e Mclaren M23). Chapman, vendo que as coisas iam de mal à pior e que sua equipe estava ficando para trás, começou e escrever em sua casa de campo em Ibiza, Espanha, algo que mudaria os rumos da sua equipe e do esporte.

Peterson e a Lotus 76 em Silverstone 74: carro sem sucesso de Chapman
Ao final ele tinha criado um documento de 27 páginas que foi entregue a Tony Rudd (ex-projetista da BRM), diretor de pesquisas da Lotus e Peter Wright que era aerodinamicista da equipe. Junto deles um grupo de projetistas dos bons, formado por Ralph Bellamy (que mais tarde trabalharia na Copersucar) Tony Southgate (ex-projetista da Shadow) Martin Olgivie, Charlie Prior e entre outros.

Andretti e o Lotus 77 em 1976
O projeto foi trabalhado durante o ano de 76 inteiro, enquanto que Gunnar Nilsson, substituto de Peterson que tinha deixado a equipe para juntar-se à March no início da temporada, e Mario Andretti pilotavam os Lotus77. O bólido construído pelos projetistas da Lotus tinha as tomadas de ar laterais bem mais longas que o normal , com o fundo deles em forma de asa invertida. Os estudos em túnel de vento mostraram que o ar passava rápido por dentro das tomadas de ar fazendo com que o carro grudasse no chão, mas também, ao final do testes, o carro-molde envergava. A solução que Wrigth e sua equipe encontrou foi de fechar o espaço entre o carro e o asfalto para que a sucção melhorasse ainda mais e eliminasse o problema de envergamento. Com essa melhoria,o ar passava ainda mais rápido por debaixo do carro e saia or aberturas na parte superior das tomadas de ar. Isso empurrava o carro contra o solo melhorando sua estabilidade, principalmente em curvas. Estes testes continuaram durante o ano e ao final, o carro ganhava por volta cerca de 1,5 segundos.

O Lotus 78 e seus detalhes
Gunnar Nilsson no GP do Japão de 77 com o Lotus 78
O "carro-asa", como ficou conhecido, estava pronto para a temporada de 77. O Lotus 78 (este era o nome do carro) causou frisson no seu ano de estréia e não ganhou o campeonato porque a durabilidade do câmbio (feito pela própria Lotus) e evoluções do motor Cosworth, tiraram a chance de Mario Andretti de conquistar aquele mundial. O itálo-americano venceu 4 Gps (EUA/Long Beach, Espanha, França e Itália) sendo o piloto que mais venceu na temporada e seu companheiro, Gunnar Nilsson, ganhou a prova da Bélgica somando assim 5 conquistas para o Team Lotus. Colin Chapman e seu time tinham voltado à linha de frente, mas faltava algo maior: os títulos de pilotos e construtores.

Andretti e Lotus 79 à caminho da vitória na Alemanha em 1978
O conceito do Lotus 78 foi totalmente refinado para a temporada de 78, onde nasceu o Lotus 79 que era inteiramente escupido em túnel de vento se aproveitando de modo eficaz do efeito-solo. O carro não estava pronto, então Andretti e Peterson, retornando à Lotus, usaram nas cinco primeiras etapas daquele ano um Lotus 78 reformulado. Os dois ganharam uma prova cada para a Lotus, com Andretti a vencer na abertura do mundial (GP da Argentina) e Peterson ganhando a terceira etapa (GP da África do Sul). Em 21 de maio, no GP da Bélgica, sexta etapa, Lotus 79 estreou pelas mãos de Andretti que aniquilou a concorrência ao vencer a prova. Peterson chegou em segundo com a outra Lotus 78. Na prova seguinte, o GP da Espanha, Peterson já estava à pilotar a nova Lotus, mas ficara em segundo novamente com outra vitória para Andretti. Mario venceria ainda na França, Alemanha e Holanda contabilizando 6 vitórias e Peterson, que venceu na Áustria, era o único piloto que poderia tirar o título de Andretti, mas a tragédia no GP da Itália descidiu o mundial à favor do italo-americano. Num múltiplo acidente após a largada e antes da primeira chicane causada por Patrese e Hunt, pôs fim a vida de Peterson. Patrese fechou para cima de Hunt, que na tentativa de evitar um acidente, acabou acertando o carro de Peterson que vinha em seguida jogando o Lotus do sueco contra o guard-rail que explodiu. O piloto foi retirado do carro com as pernas esmagadas e levado para o hospital, onde foi operado na mesma noite. Na manhã de segunda-feira, Peterson teve uma embolia generalizada que o matou. Jean Pierre Jarrier o substituiu nas duas últimas etapas (EUA e Canadá).
Numa mistura de glória e tristeza, este foi o último título da Lotus na F1. Patrick Head (projetista da Williams), Gordon Murray (projetista da Brabham) e Gerard Ducarouge (projetista da Ligier) aperfeiçoaram o conceito do efeito-solo e passaram à frente do velho Chapman que não mais conseguiu sentir o gosto de uma vitória e nem de um título mundial. Mas antes de tudo, ele havia mostrado o caminho das pedras para os futuros projetistas. A corrida da aerodinâmica tinha se iniciado.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...