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sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Vídeo: As 24 Horas de Le Mans de 1969 - Melhores momentos

 


A maior chegada da história das 24 Horas de Le Mans onde Jacky Ickx, com o seu Ford GT40 #6 (que dividiu com Jackie Oliver) perseguiu de forma alucinada o Porsche 908 #64 de Hans Hermann (que teve como parceiro Gerard Larousse) nas últimas horas da prova para travar uma batalha épica pela primeira posição, com os pilotos a trocarem de posição constantemente.
Ickx conseguiu superar Hermann, que vinha com problemas nos freios, faltando 5 Km para receberem a quadriculada. Jacky venceu por míseros 120 metros de vantagem sobre Hans.
E pensar que o piloto belga quase morreu na semana da corrida, quando seu Porsche 911 de passeio bateu em um poste ficando totalmente destruído. Ickx saiu ileso.

A transmissão é da ABC com Keith Jackson narrando, Phil Hill nos comentários e Chris Economaki na reportagem.


quinta-feira, 29 de julho de 2021

Foto 1004: Allan Moffat & Jacky Ickx, Bathurst 1000 1977

 


Os Ford XC Falcon GS500 Hardtop da equipe Moffat Ford Dealers durante a Hardie-Ferodo 1000, ou a mais popularmente conhecido como Bathurst 1000, de 1977. No comando do Ford Falcon #1 estava Allan Moffat (dono da equipe e triplo vencedor da prova até aquele momento) e Jacky Ickx, enquanto que no segundo carro encontrava-se Colin Bond e Alan Hamilton. Ao fundo aparece o Holden LX Torana SS A9X Hatchback #6 da Craven Mild Racing conduzido por Allan Grice e Frank Gardner.

Essa prova contou com a participação de alguns pilotos com passagens na Fórmula-1, Mundial de Marcas e Indycar: além de Ickx, Larry Perkins competia com um Holden Torana; Derek Bell com um Alfa Romeo 2000; o veterano e tricampeão da Fórmula-1 Jack Brabham, que dividiu um Ford Falcon com seu filho Geoff Brabham; Vern Schuppan e Henri Pescarolo também pilotaram um Ford Falcon, mas por equipes distintas. Ainda teria nesta lista um outro piloto que faria parte da Fórmula-1 dentro de dez anos: Satoru Nakajima competiu com um Ford Capri MK I, tendo dividido o volante com Alan Cant. 

O outro par de astros veio da Indycar: Johnny Rutherford e Janet Guthrie dividiram o comando de um Holden Torana #17 da equipe de Ron Hodgson Motors. Essa experiência de Rutherford em Bathurst gerou uma pequena polêmica quando o americano, e já bicampeão da Indy 500, contestou que o carro dele e Janet era diferente em performance do que era usado por Bob Morris/ John Fitzpatrick - essa desconfiança partiu do momento que Rutherford/ Guthrie haviam conseguido o 26º tempo no grid, enquanto que Morris/ Fitzpatrick marcaram o 7º tempo. Apenas para sanar a dúvida, Morris foi mandado à pista com o Holden #17 para ser cinco segundos mais veloz que a marca alcançada por Rutherford na qualificação (o americano fizera 2'34''8). As voltas de Morris no #17 serviram apenas para mostrar que Johnny não estava familiarizado com o carro e a pista. O duo estadunidense abandonou a prova na 13ª volta após um acidente. 

A prova foi vencida por Moffat/ Ickx, com Bond/ Hamilton em segundo (Alan Hamilton substituiu o Gregg Hansford que havia sofrido um acidente de moto) e em terceiro o Holden Torana #15 de Peter Janson/ Larry Perkins. 

Essa conquista da dupla Moffat/ Ickx foi tomada pela polêmica, uma vez que no último turno dos pilotos Colin Bond foi impedido de atacar o carro #1 que estava sendo conduzido por Allan Moffat e que liderava a prova. Colin declarou alguns anos depois que se arrependeu de não ter ultrapassado o carro de Moffat, uma vez que o Falcon #1 estava com problemas de freios, mas acabou acatando a decisão da equipe em apenas comboiar o #1. Moffat chegou a oferecer o assento do carro #1 para que Bond conquistasse a corrida junto dele e Jacky, mas Colin recusou. 

Para o canadense Allan Moffat foi a quarta e última conquista na Bathurst 1000, já que ele havia vencido em 1970, 1971 e 1973 - Moffat foi o segundo forasteiro a conquistar a prova, já que o finlandês Rauno Aaltonen venceu em 1966 junto de Bob Holden com um Morris Cooper S - , enquanto que Jacky Ickx foi o primeiro piloto oriundo da Fórmula-1 a vencer a clássica prova australiana. 

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Foto 987: Jo Schlesser, Daytona 500 1964

 


Jo Schlesser com o seu Ford'64 no final de semana das 500 Milhas de Daytona de 1964. Foi a sua única aparição numa prova da NASCAR. 

Esta edição da Daytona 500 contaria com a estréia do novo motor da Chrysler 426ci Hemi, mas os dirigentes da NASCAR acabaram rejeitando o uso deste ainda nos primeiros treinos por conta grande superioridade aos demais. Dessa forma, as equipes da Chrysler tiveram que guardá-los antes do inicio dos treinos seguintes e qualificação. 

Essa prova teve a vitória ficando para Richard Petty com o seu '64 Plymouth mostrando um grande domínio da prova ao liderar 184 voltas das 200 programadas, colocando um recorde que vigora até hoje. Para ele foi a primeira vitória na tradicional prova, igualando seu pai Lee Petty que venceu a edição de 1959. Richard ainda venceria outras seis vezes. 

Para Jo Schlesser, ele fez uma boa prova e terminou em 13º com oito voltas de atraso para Petty. 

Hoje completa 53 anos da morte de Jo Schlesser durante o GP da França de 1968.

terça-feira, 27 de abril de 2021

Foto 915: Ari Vatanen, Colin McRae Forest Stages 2008

(Foto: Rumple Fugly/ Flickr)


Revivendo uma grande parceria... Ari Vatanen ao volante do Ford Escort 1800 MKII em 2008, durante o evento tributo a Colin McRae intitulado de "Colin McRae Forest Stages". Na ocasião, Vatanen teve David Richards como navegador, reeditando a parceria que fizeram no inicio dos anos 1980 no WRC. 

Vatanen e Richards participaram dos campeonatos de 1980 e 1981 sempre com o Ford Escort 1800 e venceram quatro etapas juntos: os rallies de Acrópole (1980/81); Rally do Brasil e Rally dos Mil Lagos em 1981. No campeonato, Vatanen foi quarto em 1980 com 50 pontos (o campeonato ficou para Walter Röhrl com 118 pontos) e em 1981 Vatanen chegou ao título com 96 pontos. A partir de 1982 Richards aposentou e procurou montar sua equipe de rally, que mais tarde - 1984 - passaria a se chamar Prodrive. Vatanen seguiu no WRC, mas agora com Terry Harryman como navegador. 

Sobre o evento de 2008, os dois veteranos terminaram em 30º na geral e em 5º na classe 12 que foi vencida por Alister McRae (irmão de Colin) e Roy Campbell que pilotavam também um Ford Escor 1800 MKII.

Hoje Ari Vatanen completa 69 anos.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

87ª 24 Horas de Le Mans: Ford GT desclassificado na LMGTE-PRO e AM



Não foi o final que a Ford planejava para a sua última participação nas 24 Horas de Le Mans – pelo menos como equipe oficial. O #68 da marca oval na classe LMGTE-PRO, pilotado por Joey Hand/ Dirk Müller/ Sébastien Buemi, foi desclafficado por causa do fluxo de combustível que acabou injetando mais gasolina que o permitido. Por conta do Bop feito para equalização da categoria, o tanque de combustível foi estipulado para comportar 97 litros e nesse caso do #68 acabou passando do limite (97,8 litros) e por conta disso a exclusão da classe PRO. Subiram para a quarta posição o outro Ford GT #67 conduzido por Andy Priaulx/ Harry Thincknell/ Jonathan Bomarito.
A outra desclassificação de um Ford se deu na LMGTE-AM onde o vencedor #85 da Keating Motorsport, pilotado por Bem Keating/ Jeroen Bleekemolen/ Felipe Fraga, acabou perdendo a vitória na classe pelo mesmo problema do #68. Mas antes disso, já havia tomado uma punição de 55 segundos por causa do não cumprimento do tempo mínimo de parada de box que é de 45 segundos. Os registros mostravam as paradas na casa dos 44’’4 segundos. Os comissários chegaram no tempo da penalidade de 55’’2 segundos através de um cálculo feito pela diferença no tempo de reabastecimento (0,6 segundo por parada) multiplicado pela quantidade de paradas que o carro fez (24) e multiplicado por 4. A equipe não irá recorrer. A vitória na AM ficou para os campeões da classe Jöerg Bergmeister/ Patrick Lindsey/ Egidio Perfetti do Porsche #56 da Project 1.

87ª 24 Horas de Le Mans: Um sopro de esperança na edição mais brasileira de todas


(Foto: José Mario Dias)
Nas últimas horas de prova os resultados parciais revelavam um cenário interessante para três pilotos brasileiros:  O #36 da Signatech Alpine, pilotado nas horas finais por Nicolas Lapierre, vinha com uma diferença confortável sobre o #38 da Jackie Chan indicando que a vitória na classe estava praticamente assegurada.. Na LMGTE-PRO Alexander Pier Guidi comandava as ações no Ferrari #51 da AF Corse administrando, também, uma larga diferença construída a base de estratégias e fórceps para derrubar a esquadra da Porsche GT Team. Na LMGTE-AM as coisas pareciam resolvidas para o Ford GT #85 quando uma troca na dianteira começou a mudar o panorama. Trocada a peça com ajuda da equipe oficial da Ford o retorno foi tranquilo, mas um descuido em deixar as rodas girando enquanto o trabalho de pit-stop era feito gerou um stop&go para o trio formado por Ben Keating/ Jeroen Bleekemolen/ Felipe Fraga. A tensão em perder uma liderança que já os pertencia desde o final da tarde anterior era latente. A penalização foi cumprida e Bleekemolen, que se encontrava ao volante do Ford, saiu ainda com cinco segundos de vantagem sobre o Porsche #56 da Project 1. Restou apenas ao holandês da Ford aumentar a carga no acelerador e distanciar-se, para evitar qualquer ataque que viesse do Porsche da Project. A tensão ia embora e dava lugar ao sabor inexplicável.
Para os três pilotos brasileiros a conquista foi especial, claro. André Negrão chegou a sua segunda conquista consecutiva em Sarthe e de quebra, junto de Nicolas Lapierre e Pierre Thiriet, levou o campeonato da LMP2. Daniel Serra confirmou mais uma vez a sua destreza ao volante de um GT, algo que já acostumamos ver aqui no Brasil desde que começou a pilotar este tipo de carro. E Felipe Fraga com o seu já conhecido pé pesado, que o ajudou a ganhar fama e titulo na Stock Car, também passa a escrever um capitulo importante para ele no automobilismo estrangeiro.  
A vitória tripla dos pilotos daqui em Le Mans só reforça algo que já é recorrente: que existe vida fora da Fórmula-1. A cada conquista que um piloto nacional consegue nos grandes centros serve para mostrar a nova safra que mesmo que tenham o sonho de ingressar na F1 e este seja dizimado a pó, as possibilidades de seguir uma carreira internacional – e muito sucesso – existe e com grandes atrativos. André Negrão é um exemplo claro: tendo passado naturalmente pelos monopostos, acabou ingressando nos protótipos e já em 2017 – pela sua atual equipe, a Signatech Alpine - conseguiu um terceiro lugar nas 24 Horas de Le Mans na LMP2. Já na Super Temporada do WEC, que terminou exatamente em Sarthe, o piloto de Campinas chegou ao lugar mais alto do pódio na edição de 2018 e repetiu o feito neste 2019 para, também, levantar a taça de Campeão Mundial da LMP2. André seguiu apenas o caminho de outros dois jovens pilotos brasileiros que também trocaram os monopostos pelos protótipos: os “Felipes” Derani e Nasr hoje brilham na IMSA onde já tem seus nomes encravados na história da grande categoria. Portanto, exemplos para que a nova geração se inspire não falta.
Para o automobilismo brasileiro as marcas alcançadas por estes três, só enriquece ainda mais a história daqui no Endurance Internacional. As várias vitórias em provas importantes do Endurance Mundial como 24 Horas de Daytona, 24 Horas de Spa, 12 Horas de Sebring, 6 Horas de Watkins Glen e ainda mais os títulos – como o de Raul Boesel no World Sportscar de 1986; o de Ricardo Zonta no FIA GT de 1998, os de Christian Fittipaldi na IMSA no biênio 2014/ 2015 e mais o de Felipe Nasr em 2018- mostram um caminho dos mais interessantes para ser apostado. Por outro lado, mesmo com um automobilismo cambaleante como o nosso, estes resultados soam como um eco de que ainda existe uma chance de retomarmos o caminho do fortalecimento do nosso esporte para que outros pilotos sejam revelados e venham aumentar, no futuro, estes números que ainda vão crescer com esta turma que tem reescrevido a história do automobilismo nacional lá fora.  
Com resultados assim, sempre reaparece a velha questão: quando que chegará tão esperada vitória na geral? Passamos perto disso em 1973 com José Carlos Pace com a Ferrari, que ele dividiu com Arturo Merzario; em 1991 com Raul Boesel pilotando o Jaguar ao lado de Davy Jones e Michel Ferté; e depois com Lucas Di Grassi, que chegou em segundo na edição de 2014 quando estava a serviço da Audi ao compartilhar o volante do R18 com Tom Kristensen e Marc Gené. Diria que é apenas uma questão de oportunidade para que algum piloto brasileiro possa ingressar e, enfim, ter a chance de ganhar a grande clássica do automobilismo mundial. Afinal, é que a falta para coroar a riquíssima história de tantos títulos e vitórias que os pilotos daqui ajudaram a escrever mundo afora.

Na LMP1, mais uma vez Toyota

(Foto: Toyota)

Esta prova foi o reflexo do que foi a temporada inteira: uma Toyota anos luz à frente dos demais e a concorrência apenas esperando um deslize deles para que pudessem, enfim, vencer na geral. A fábrica japonesa fez valer a sua força e levou para casa a sua segunda 24 Horas de Le Mans, duas na mesma temporada – uma marca que dificilmente será superada por outra equipe. Independente dos estratagemas que possam ter empregado nas suas quatro conquistas nesta Super Temporada – título de marcas, pilotos e as duas edições das 24 Horas de Le Mans – a Toyota aproveitou bem da sua superioridade para vencê-las e esmagar um contigente de protótipos não híbridos que apenas esperavam pelas migalhas que podiam ficar pelo caminho. Culpa da Toyota? Talvez não tanto... Como sempre digo, nem sempre tudo chega aos nossos ouvidos e dificilmente chegará algo. Vá saber o que pode ter costurado a ACO com a fabricante japonesa após aquela saída maciça do Grupo VW (leia-se Audi e Porsche), sendo que uma movimentação dessa talvez até tenha mexido com o ânimo deles em disputar um mundial praticamente sozinha. Algum retorno pode muito bem ter sido acertado para que ao menos uma grande fábrica ficasse no certamente, uma vez que a menina dos olhos da ACO – a Peugeot – sempre rechaçou um retorno enquanto que os custos continuassem altos. A Toyota manteve-se no campeonato e ganhou com sobras, fazendo o que deve se fazer numa situação dessas. Pior é se tivesse perdido tudo ou parte dessas conquistas. A vergonha seria pesada para aqueles lados.
Sobre as conquistas em Le Mans, estas ficaram sob a luz da suspeita exatamente por contar com um piloto que tem o seu talento proporcional a polêmica que causa por onde passa: Fernando Alonso ingressou na Toyota exatamente para tentar conquistar uma das três jóias da Tríplice Coroa do Automobilismo e acabou ganhando duas, assim como fizera nos seus tempos de Fórmula-1 ao vencer duas vezes seguidas o GP de Mônaco que é a outra jóia da Coroa. Se em 2018 já ficaram de burburinho em torno de sua conquista, ao desconfiarem do ritmo de “Pechito” Lopez no meio da noite com o #7 que virava extremamente lento em face ao ritmo imposto por Alonso no mesmo momento da prova com o #8, indicando que ali poderia ter rolado alguma situação para que o espanhol levasse a prova junto de seus companheiros Kazuki Nakjima e Sebastien Buemi. O pobre argentino acabou por estar novamente no centro das atenções nesta edição ao apresentar um problema em um dos pneus – que depois foi confirmado pelo pessoal da Toyota que foi um problema no sensor de pressão dos pneus –  quando faltava exatamente uma hora para o final, que foi informado como um furo lento e que teve de ir aos boxes para trocá-lo. Com isso acabou perdendo a liderança da prova para o #8 que estava com Kazuki Nakajima ao volante e que apenas precisou conduzir o TS050 para a sua segunda vitória em Sarthe, numa prova que foi claramente dominada pelo #7 desde os treinos. Se foi uma vitória “ajeitada” para que o #8 saísse de Le Mans com a segunda conquista em Sarthe e de lambuja o título desta Super Temporada, não saberemos. Mas a verdade é que para uma fábrica que tantas vezes ficou no quase num território que foi sempre a sua ambição, qualquer sinal de problemas é algo que chega arrepiar os japoneses.
A corrida da LMP1 teve sua ação mesmo entre os não híbridos, onde Rebellion e SMP se entregaram a uma batalha fenomenal pela terceira posição. Os quatro carros batalharam por um bom tempo, sendo que o #3 enfrentou nos mais variados horários os dois carros da equipe russa já que o #1 enfrentou muitos problemas e precisou fazer algumas recuperações para enfim terminar a prova na quarta colocação na geral, exatamente a frente do #3 que também passou por alguns problemas e até mesmo um pequeno acidente um pouco antes do anoitecer. A SMP teve o seu #17 acidentado na parte noturna, quando este vinha bem na classificação ao incomodar os Rebellion junto do gêmeo #11. Este último sobreviveu ao desafio e desbancou a equipe suíça ao levar o terceiro lugar com o trio Vitaly Petrov/ Mikail Aleshin/ Stoffel Vandoorne, com o belga fazendo um belo trabalho nesta sua primeira visita à Sarthe -  onde registrou a maior velocidade de reta (350 km/h). ByKolles e Dragonspeed não chegaram ao final da prova pelos inúmeros problemas que apareceram durante o certame.

LMP2: Uma batalha dura, mas recompensada no final para a Signatech Alpine

 
(Foto: Signatech Alpine Matmut)
A corrida nessa classe foi concentrada especialmente no embate entre a Signatech Alpine e a G-Drive, onde os dois carros se entregaram a uma disputa que animou bastante as horas que se seguiram em Sarthe até o anoitecer, quando o #26 da G-Drive começou abrir distância sobre o Alpine #36 da Signatech. Mas antes disso, a troca de posições na liderança feita por estes dois carros foi visceral – com direito a uma ultrapassagem sensacional de André Negrão em plena Mulsanne usando o que podia de pista para efetuar a manobra.
Com o G-Drive se distanciando e fazendo trabalhos de pit-stop de forma correta e efetiva, ficava cada vez mais difícil para que o panorama mudasse à favor da Signatech Alpine. Mas já perto do amanhecer, o G-Drive apresentou problemas no motor de arranque do Gibson assim que fez uma parada de box. Com o problema não sendo solucionado a tempo – gastou-se cerca de vinte minutos para que o #26 voltasse à pista já com um bom atraso – o caminho ficou aberto para que o trio do #36 da Signatech Alpine (Nicolas Lapierre/ André Negrão/ Pierre Thiriet) assumissem a liderança e apenas administrassem a volta de vantagem que tinham sobre o #38 da Jackie Chan DC Racing – com quem lutavam pelo titulo da LMP2. A vitória veio apenas para abrilhantar ainda mais o título conquistado pelo trio na categoria – isso sem contar na segunda conquista em Sarthe. O furo no pneu do #38 da Jackie Chan DC Racing (Ho-Pin Thung/ Stéphane Richelmi/ Gabriel Aubry) foi um alento ao trio do #36 uma vez que eles vinham bem e podiam ameaçar a então segunda colocação, entrando na luta direta pelo título.

LMGTE-PRO: Ferrari derrubando a esquadra da Porsche

 
(Foto: AF Corse)
Por um tempo essa categoria parecia que estava fadada a ter a vitória direcionada para Porsche ou Corvette, visto que os desempenhos destes carros estavam em grande forma – especialmente pelo #92 e #91 da Porsche e pelo #63 da Corvette. Foi uma prova em que estes três estiveram com condições claras de saírem vencedores dessa classe. Mas como se trata de uma prova de 24 Horas, as coisas podem mudar constantemente.
Para a Porsche a perca do #92 por conta de um problema no escapamento que o alijaram da disputa pela vitória foi um duro golpe antes do amanhecer, mas ainda restava esperanças com os #91 e #93 que vinham muito bem. Porém a grande performance do trio da Ferrari #51 da AF Corse foi importante para o desenrolar da prova. O trio formado por Alessandro Pier Guidi/ James Calado/ Daniel Serra, destoou do restante que defendiam suas esquadras ao fazerem stints muito bons e conseguir levar o Ferrari #51 ao topo da tabela de classificação e alcançando uma vitória para a marca italiana justamente no ano que comemora-se a primeira conquista da Ferrari em Le Mans. Uma conquista e tanto, principalmente por lutar – e bater – equipes genuinamente de fábrica. Uma conquista igualmente importante para Pier Guidi e James Calado que venceram pela primeira vez em Le Mans e também para Serra, que venceu a sua segunda 24 Horas de Le Mans num intervalo de três anos.
A Ford despediu-se de Sarthe sem ter uma grande performance nesta sua última passagem. Talvez apena o Ford GT #67 (Andy Priaulx/ Harry Thincknell/ Jonathan Bomarito) é quem teve alguma hipotese, já que foi o melhor carro do quarteto desde os treinos. Mesmo assim, não foi um grande incomodo para Porsche, Ferrari e Corvette – a despedida da Ford só não passou em branco porque salvaram a festa na LMGTE-AM.
A Corvette parecia se encaminhar para uma batalha pela vitória que poderia coroar a sua festa de 20 anos ininterruptos em Sarthe. Mas a queda do #64 – após um baita acidente na Curva Porsche ainda na parte da tarde de sábado, quando tocou-se com o Porsche #88 (AM) da Dempsey – os deixaram apenas com o trio do #63 em ação. Jan Magnussen/ Antonio Garcia/ Mike Rockenfeller fizeram um belo trabalho até o amanhecer, mas uma rodada na Curva Porsche – que pareceu não muito amigável com o carro americano – pôs tudo a perder e com isso saírem da disputa pela vitória, terminando na nona posição da classe.
Talvez quem tenha tido mais motivos para sair de Sarthe com a decepção em alta, foi a Aston Martin. Depois de um treino classificatório onde os carros – especialmente o #95 que fez a pole – terem conseguido um ótimo desempenho, o BOP de performance feito na sexta-feira alijou os Vantage com diminuição da pressão do turbo e também a perca de dois litros na capacidade do tanque. A falta de potência foi certamente vista no inicio da prova com o #95 sendo atacado por Corvette e Porsche, sucumbindo às investidas. O calvário para o #95 acabou no meio da noite, quando Marco Sorensen bateu na Indianapolis. Um desfecho melancólico. O #97 também sofreu um acidente e ainda voltou para a prova, mas sem grandes perspectivas já que fechou em último na classe e com um bom par de voltas de atraso.
A BMW também realizou a sua última corrida no WEC e sem conseguir grande destaque – a não ser pelos memes que rodaram a internet por causa do tamanho do M8 frente aos demais GTs. Foi uma prova discreta dos dois M8 e apenas o #82 é que chegou ao final, na 11ª posição enquanto que o #81 abandonou a poucas horas do final. A BMW vai concentrar esforços na IMSA, que ainda está com o campeonato em andamento.
Para a Porsche ainda restou a festa pelo título entre as marcas e também entre os pilotos, com o título ficando para a dupla do Porsche #92 Kevin Estre e Michael Christensen.

LMGTE-AM: Keating Motorsport salvando a Ford

 
(Foto: Keating Motorsport)
Esta era uma classe que parecia se desenhar para uma vitória da Porsche. A Dempsey-Proton Racing era a mais credenciada para levar a classe, mas problemas acabaram atrapalhando o andamento para uma equipe que poderia ter levado a prova até mesmo com certa tranquilidade. As atrapalhadas de Satoshi Hoshino no comando do Porsche #88 – ele estava ao volante do carro quando ocorreu o acidente com o Corvette #64 - deitaram por terra a chance de vencer, talvez, com o melhor carro do grupo. O #77 da Dempsey-Proton Racing bem que tentou acompanhar os rivais, mas também não teve folego suficiente e fechou num triste quinto lugar.
Como já foi relatado no inicio do texto, o Ford GT #85 da Keating Motorsport escalou o pelotão tranquilamente para assegurar uma honrosa vitória para a Ford em sua despedida do WEC – apesar que especula-se a entrada de um Ford GT ainda para a temporada 2019/ 2020. Apesar do susto da punição que por muito pouco não arruinou uma conquista que soava tranquila, a vitória foi orquestrada pelo ótimo desempenho do trio em especial de Jeroen Bleekemolen e Felipe Fraga.
A Porsche ainda repousou a suas esperanças no Porsche #56 da Project 1, principalmente quando o #85 teve seus percalços na parte final da prova. Mas tiveram que se contentar com a segunda posição. Mas a Project 1 ainda teve o que comemorar, afinal levou o título de marcas e também o de pilotos com o seu trio Jörg Bergmeister/ Egidio Perfetti/ Patrick Lindsey.
Rodrigo Baptista, que estava no comando do Ferrari #84 da JMW Motorsport junto de Jefrey Seagal e Wei Lu, subiu ao pódio também numa ótima jornada do trio.
O campeonato do WEC volta em setembro, com a abertura do mundial 2019/2020 marcada para o dia 1º com as 6 Horas de Silverstone.



quinta-feira, 13 de junho de 2019

87ª 24 Horas de Le Mans: Pole para a Toyota


Terminada as atividades em Sarthe e a Toyota cravou a pole para esta edição 87 da grande prova. Sem dificuldades os dois TS050 melhoraram seus tempos de volta em relação as duas últimas sessões de qualificação: o #7 fez a pole com o tempo de 3’15’’497 enquanto que o #8 fez a segunda marca em 3’15’’908. A SMP sempre teve um dos seus carros entre os três primeiros: no penúltimo treino o #11 ocupava a terceira posição, mas foi superado pelo seu gêmeo #17 que fez 3’16’’159. A Rebellion aparece em quarto com o #3 e o #1 em sexto.
Na LMP2 a Dragonspeed #31 até que melhorou a sua marca, mas não o suficiente para sustentar a pole que era deles desde ontem. A primazia de largar na pole da classe é do #39 da Graff que fez o tempo de 3’25’’073, enquanto que a segunda posição é do #28 da TDS que ficou dois décimos atrás. A Dragonspeed fechou em terceiro. Os cinco primeiros desta classe ficaram no mesmo segundo.
Na LMGTE-PRO as emoções já estão reservadas, se julgarmos pelas classificações. O melhor trabalho ficou por conta do Aston Martin #95 que cravou a pole em 3’48’’000, um décimo melhor que o Ford GT #67 que até aqui é o melhor dos quatro carros da marca estadunidense. A Corvette completou a trinca ao fazer a volta em 3’48’’830. A Porsche que vinha até bem nas outras duas classificações, tem no #93 o seu melhor ao fazer a quarta posição. A BMW terá o #82 na quinta posição, um segundo pior que o pole da classe.
Na LMGTE-AM o cenário para a Porsche é dos melhores: dominaram a três primeiras posições, sendo dois da Dempsey-Proton Racing (#88 e #77) e o terceiro vindo  com o Porsche da Gulf Racing. O melhor carro não Porsche nas seis primeiras colocações, é o Ferrari da JMW que ficou a quase um segundo do #88. O grid dessa classe estará desfalcado do #99, que teve seu acidente ontem com Tracy Krohn ao volante. O piloto acabou não sendo liberado pelos médicos e assim optaram por retirar o carro dessa edição.  





87ª 24 Horas de Le Mans: Toyota amplia vantagem

O segundo treino classificatório em Sarthe serviu para que a Toyota aumentasse o seu ritmo com seus dois carros baixando os tempos: o #7 mantém a pole provisória, mas agora com a marca de 3'15''497 e o #8, que esteve em ritmo bem discreto ontem, subiu para segundo com o tempo de 3'15''980. O #11 da SMP melhorou sua marca ao fazer 3'16''953 e subir para terceiro. O Rebellion #1 que teve seus tempos anulados por causa de um erro de leitura do fluxo de combustivel, está em quarto com 3'17''313. O outro Rebellion sofreu problemas ainda no inicio do treino.
Na LMP2 a liderança ainda pertence ao #31 da Dragonspeed com a melhora de tempo (3'26''490 contra '26''804 de ontem). A segunda posição é do #38 da Jackie Chan com 3'26''821, desbancando o #36 da Signatech Alpine que ocupava a segunda posição no treino de ontem. Porém, a equipe francesa não melhorou sua marca ao se manter nos mesmos 3'26''935.
Na LMGTE-PRO a liderança ainda estava sob o comando do Ford GT #67, mas no minutos finais acabou sendo relegado para terceiro com as melhoras do Porsche #92 e do Corvette #63 que passaram a ocupar as duas primeiras posições.
Na LMGTE-AM a Porsche continua bem, apesar de os dois primeiros - #88 e #56 - não terem feito melhoras nos seus tempos. A terceira posição que estava com o Aston Martin #98, acabou sendo eclipsado pelo Ferrari #54 da Spirit Of Race, que marcou o tempo de 3'53''348.
O terceiro e derradeiro classificatório acontecerá à partir das 17:00 horas (horário de Brasilia).




quarta-feira, 12 de junho de 2019

87ª 24 Horas de Le Mans: Pole provisória para a Toyota


A primeira classificação para as 24 Horas de Le Mans deste 2019 teve o seu término agora pouco e a liderança é do Toyota #7, com a marca de 3’17’’161 cravado ainda no inicio do treino quando até mesmo o #17 da SMP chegou liderar a sessão. O grande susto teve ainda o Toyota #7 como um dos protagonistas, quando acabou acertando a frente do #31 da Dragonspeed na derradeira chicane antes da reta principal. Os danos foram apenas materiais. O Rebellion #03 ficou em terceiro e o Toyota #8 teve apenas um desempenho discreto ao finalizar em quarto.
Na LMP2 o #31 da Dragonspeed dominou a sessão com o tempo de 3’26’’804, um décimo melhor que o #36 da Signatech que fechou em segundo. O #22 da United Autosports ficou em terceiro. Apenas estes três é que ficaram no mesmo segundo.
Na LMGTE-PRO a Aston Martin com o seu #97 vinha em boa forma ao anotar por uma parte do treino a liderança com a marca de 3’50’’037, mas no fim acabou por superado por Ford e Porsche. O carro americano de #67 anotou a pole provisória com o tempo de 3’49’’530, superando por 28 centésimos a marca do Porsche #93. O Aston Martin #97 fechou em terceiro. Os seis primeiros desta classe se encontram no mesmo segundo.
Na LMGTE-AM a Porsche fez a festa ao dominar as três primeiras posições. O #88 da Dempsey-Proton Racing fez o melhor tempo em 3’52’’454 enquanto o outro Porsche da equipe, o #77, fechou em terceiro. O Porsche que fechou em segundo foi o #56 da Team Project 1.
Os treinos serão retomados amanhã, com as outras duas qualificações finais.




87ª 24 Horas de Le Mans: Toyota lidera o primeiro treino livre

As atividades de pista em Sarthe enfim começaram, e como era de esperar a Toyota tomou as rédeas das ações no mitico circuito francês. Porém, não foi um dominio amplo: a Rebellion com o seu carro #3 esteve por um bom período na liderança da LMP1 com a marca de 3'19''960 feito por Gustavo Menezes e a boa performance da equipe suiça foi confirmada com a terceira colocação do #1 por um tempo também. No final do treino é que as coisas mudaram: a SMP com seu #11, pilotado por Stoffel Vandoorne, chegou a tomar a liderança por alguns minutos, mas foi logo rebaixado para segundo quando Kamui Kobayashi voltou a colocar o #7 da Toyota na liderança com o tempo de 3'18''091, quase dois segundos melhor que a marca da SMP. O outro Toyota #8, que também esteve na liderança da classe por algum tempo, fechou em quarto.
Na LMP2 teve algumas movimentações na liderança da classe, mas o melhor tempo ficou para o #48 da IDEC Sports com a marca de 3'28''363. Fechou os três primeiros o #31 da Dragonspeed e o #26 da G-Drive.
Na LMGTE-PRO a Porsche colocou dois de seus quatro carros nas primeiras colocações: o #92 chegou a marca de 3'52''149, três décimos melhor que o outro Porsche #94. A terceira posição ficou para a Ferrari #71 da AF Corse.
Na LMGTE-AM  o Porsche #77 da Dempsey-Proton Racing fez o melhor tempo em 3'55''304, seguido pelo Ferrari #54 da Spirit Of Race e pelo Aston Martin #98 da Aston Martin Racing.
O treino foi marcado pelo forte acidente do Porsche #99 da Dempsey-Proton Racing, quando Tracy Krohn acabou batendo na reta Hunadières no trecho que fica entre as duas chicanes. O piloto estava consciente e foi levado para o hospital para exames adicionais.
A primeira qualificação terá inicio às 17:00 (horário de Brasilia).




sábado, 30 de março de 2019

Foto 722: Lucien Bianchi, Le Mans 1968

Foto: Rainer Schlegelmich
Pedro Rodriguez e Lucien Bianchi no pódio de Sarthe, comemorando a vitória nas 24 Horas de Le Mans de 1968 com o Ford GT40 MKI da J.W. Engineering.
Hoje completa 50 anos da morte do piloto belga, que acidentara durante os testes para a prova de 1969 quando bateu o seu Alfa Romeo T33 num poste de telegrafo.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Foto 696: Gávea, 1936


A prova da Gávea, na edição de 1936 quando a grande corrida começou a receber equipes européias.
Na foto, que retrata a largada, vemos o Alfa Romeo 2900 #4 de Carlo Pintacuda (então pole position) e Attilio Marinoni, também com um Alfa Romeo 2900 #6, ambos da Scuderia Ferrari; Hellé Nice com um Alfa Romeo Monza #2; Manuel de Teffé #22 (Alfa Romeo 8C 2300); Vittorio Coppoli #12 (Bugatti T51); Arthur Nascimento Jr. #38 (Ford Special). Ao todo foram 39 participantes, sendo que apenas quinze completaram a prova de 25 voltas nos 11km do Circuito da Gávea.
A vitória ficou com Vittorio Coppoli, seguido por Ricardo Carú (Fiat GP) e Manuel de Teffé.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

86ª 24 Horas de Le Mans - Para a Toyota! Para a história!

A edição de 2018 das 24 Horas de Le Mans, a 86a da história, talvez não tenha sido a mais emocionante como em outros anos, mas serviu para que a Toyota dissipasse um de seus grandes tabus e temores. Vencer em Sarthe é algo sublime, que faz o nome do construtor ficar encravado para eternidade por ter vencido a batalha física contra os demais competidores e também batalha mecânica. Um mísero problema, até mesmo em peças que custam um café na esquina, podem jogar um desenvolvimento de bilhões de dólares no lixo. A Toyota conhece bem essa segunda parte...
A construtora japonesa está envolvida com Le Mans desde a segunda metade dos anos 80 e desde 1994, quando teve a primeira real chance de vencer, é que coleciona dissabores: em 94 a vitória parecia estar bem encaminhada, quando o falecido Jeff Krosnoff parou o Toyota 94C-V #1 na reta dos boxes com problemas, possibilitando a chegada e ultrapassagem do Porsche 962 DAUER #36 pilotado por Yannick Dalmas/ Hurley Haywood/ Mauro Baldi. Apesar de perderem algumas voltas para o Porsche recuperaram algumas, mas não o suficiente para alcançá-los - ficando uma volta atrás. Em 1999 o pneu estourado de Ukyo Katayama em plena reta também doeu para os japoneses, quando a conquista parecia certa. Na atual era do WEC, foram outros três desaires: 2014, 16 e 17, sendo o de 2016 o mais dramático de todos, com a cena de Kazuki Nakajima informando a perda de potência do motor híbrido do TS050 ficando para a história do esporte. Mas, passado todas essas decepções, o que esperar de uma absoluta Toyota neste 2018, sendo que não teria uma concorrência tão grande?
Primeiramente houve - e terá - um desmerecimento por uma boa parte das pessoas. Para elas o triunfo da Toyota acabou ficando sem o brilho por conta da falta de uma equipe a altura, que pudesse confrontá-la de igual para igual em Sarthe. As regras da ACO para que as equipes particulares, que não tem o sistema híbrido, não fossem mais velozes que a Toyota, ficando a margem de serem punidas caso acontecesse isso, gerou uma forte onda de indignação para com a fábrica japonesa. A raiva era tamanha, que os desejos para que os dois carros quebrassem era comentado aos quatro cantos. Ora, pois... Talvez a grande culpada disso tudo tenha sido a própria ACO/ FIA que não deram toda atenção para as equipes particulares quando ainda estava com elas reduzidas aos dois carros da Rebellion e o solitário carro da By Kolles em 2016. Posteriormente, sem ter nenhum sentido em ficar andando sozinha numa classe que "adorno", a Rebellion rumou para a LMP2 em 2017. Faltou bom senso para que as entidades olhassem um pouco para os particulares, as deixando com condições de competir com as demais equipes oficiais. Mas apostaram tudo no sistema híbrido, e receberam uma bela rasteira da Audi e Porsche para depois tentarem, as pressas, salvar a LMP1 com aqueles que eles haviam desprezado desde a retomada do Mundial, em 2012. Se a Toyota moveu seus pauzinhos nos bastidores, é uma outra história... Ficará, também, a velha discussão se a Toyota "armou" para uma conquista de Fernando Alonso. A verdade mesmo é que chega ser uma falta de respeito até mesmo para com os outros dois companheiros do espanhol no carro #8, Kazuki Nakajima e Sebastien Buemi, que estão envolvidos no projeto desde o início e que tiveram suas chances no passado ceifadas por problemas, e que tiveram um trabalho tão bom quanto de Alonso na condução deste carro. E sinceramente: para quem acompanha o WEC desde a retoma em 2012, sabe bem os valores de Nakajima e Buemi e a ida de Alonso para completar o trio, só valorizou ainda mais. Mas a conquista nipônica neste dia 17 é algo marcante. Fizeram uma prova extremamente tranquila com seus dois carros, que se revezaram na liderança por quase toda as 24 horas. O mais importante nisso tudo é que deve ser bem observado é que, sem ninguém para forçá-los, os carros não apresentaram problemas. Apenas o #7 é que deu um susto já na parte final, quando Kamui Kobayashi apareceu lento na Mulsanne. Apesar dos fantasmas de edições terem reaparecido, o TS050 #7 retomou a velocidade e prosseguiu para comboiar o gêmeo #8 a vitória.
Pegando um gancho nesse curto problema do carro #7, é que os  dois não tiveram problemas crônicos que normalmente acontece nestas provas de 24 Horas. Em nenhum momento foram recolhidos aos boxes para um reparo mais intenso - o #8 teve duas trocas na seção traseira e uma na dianteira, enquanto o #7 teve o susto já mencionado. Foi algo interessante, pois as quebras no passado levantaram suspeitas de que talvez tenham sido ocasionadas pela condução bruta de seus pilotos. Em 2017, por exemplo, num certo momento, um dos Toyotas chegou levantar a dianteira quando ultrapassava um dos GTs na aérea no acostamento. Desta vez, sem pressa alguma, a pilotagem foi mais limpa e segura e desta forma os problemas crônicos nem apareceram.
Ficará para a história a quebra de um tabu que parecia não ter fim. A pole position de Kazuki Nakajima foi sensacional, a pilotagem segura e sempre veloz de Sebastien Buemi esteve presente e a fabulosa condução de Fernando Alonso, que mostrou destreza no meio do tráfego pesado e uma pilotagem animal no meio da madrugada, garantiram ao carro #8 o lugar no Olimpo dos campeões em Sarthe e honrou o DNA dos outros Toyotas que tentaram e falharam na grande prova francesa.
Pode não ter sido a melhor edição dos últimos anos, mas a história está feita e vai ecoar pela eternidade.




Entre os não híbridos, onde as chances eram praticamente zero de conquistar a vitória na geral, a disputa até que foi interessante entre os dois carros da Rebellion e o SMP #17. Uma pena que o Rebellion #1, pilotado por Andre Lotterer na ocasião, tenha se envolvido num acidente com o #10 da Dragonspeed logo na largada quando foram contornar a primeira perna da chicane Dunlop. Faltou paciência para o piloto alemão e a sua enorme experiência, do alto de suas  três conquistas em Sarthe, não serviu para nada naquele momento. Sem a dianteira, foi aos boxes e perdeu um bom número de voltas, que prejudicou muito o trio. O duelo pelo terceiro lugar no pódio ficou restrito o #17 da SMP e outro carro da Rebellion, que se revezaram no terceiro lugar por um bom tempo. Infelizmente a
(Foto: Autosport)
disputa entre os dois terminou quando o #17 escapou na Porsche Curve e bateu. Apesar da tentativa de voltar, com a traseira bem danificada, não deu certo e abandonaram antes que a prova chegasse a metade. De louvar o esforço da equipe em tentar arrumar o outro carro #11, onde estava Jenson Button, e dar a ele a chance de ao menos tomar a bandeira quadriculada. Porém o motor pifou na hora final. A Rebellion enfrentou problemas com seus dois carros, que chegaram a ficar nos boxes por um período, mas sem ter grandes ameaças, terminaram em terceiro e quarto (#3 e #1 respectivamente). A Ginetta teve lá seus problemas, mas lutou bravamente e levou o #5 até o final enquanto que o outro carro #6 apresentou falhas logo no inicio e não teve vida longa. By Kolles e o Dragonspeed acabaram se acidentando e não completaram a prova.

LMP2

A G-Drive, com o #26 conduzido por Roman Rusinov/ Andrea Pizzitola/ Jean-Eric Vergne, praticamente não teve adversários ao liderar todas as horas da prova, perdendo a liderança apenas quando estava em trabalho de box. A Signatech Alpine com o #36 (Nicolas Lapierre/ André Negrão/ Pierre Thiriet) mostrou bom ritmo, mas não o suficiente para ameaçar a G-Drive. Talvez tenham trabalhado contra o carro da Panis-Barthez, que esteve bem por quase toda a prova, mas problemas já apresentados nas horas finais da corrida, os tiraram a chance de tentar o pódio. Essa primazia ficou para a Graff SO24 que fechou em terceiro com o Oreca #39, pilotado por Vicent Capillaire/ Jonathan Hirschi/ Tristan Gomedy. A Jackie Chan Racing, que por muito pouco não venceu a edição do ano passado, teve uma atuação pra lá de discreta ao enfrentar problemas com seus carros. O melhor classificado foi com o #37, que fechou em 10º na geral (6º na classe). No geral, foi uma categoria onde as emoções foram bem reduzidas.

LMGTE-PRO
(Foto: Porsche)

A grande categoria dos GTs foi muito boa,apesar do dominio quase que absoluto da Porsche com seus 911 RSR retrô. O Pink Pig #92, que fez um sucesso tremendo na internet, ao render inúmeros memes, levou a taça para a casa de Weissach sempre com um ritmo sensacional e sabendo suportar em algumas situações o assédio dos Ford GT. As chances para os quatro carros americanos pareciam reduzidas frente ao poderio dos Porsche, mas estavam lá sempre, ora com o #68 - que passou quase que toda a prova duelando contra os dois Porsche #92 e #91 - e o #66, que apareceu rapidamente entre os primeiros em alguns estágios. Coube o #68 a travar o melhor duelo da prova contra o Porsche #91 quando restava três horas e meia para o fim, mas o Porsche nas cores da Rothmans levou a melhor e ficou com a segunda posição na classe. A BMW foi valente e até desafiou a Ford em alguns momentos da prova, mostrando que o "panzer" M8 GTE é um carro para ser muito bem observado nesta super temporada. Corvette e, principalmente, Aston Martin,não estiveram nos seus grandes dias em Sarthe, justamente as duas que protagonizaram os melhores duelos na edição de 2017 que durou até a volta final.
Para a Porsche foi mais um presente para este ano de aniversário da marca, que completa 70 anos: além da conquista em Sarthe, a fábrica já havia vencido as 12 Horas de Sebring e Nurburgring. Agora faltará as 24 Horas de Spa e a Petit Le Mans para fechar o quadro de comemorações - se bem que ainda terá as 24 Horas de Daytona de 2019, uma vez que as comemorações dos 70 anos ainda estará em voga.

LMGTE-AM

Talvez uma festa tão legal quanto a da Toyota, tenha sido a da Dempsey-Proton Racing com a conquista do seu Porsche #77 na categoria. Infelizmente a festa poderia ter sido ainda maior, caso o #88 não tivesse se acidentado nas horas finais. O #77 teve uma disputa contra a Ferrari da JMW #84 e com o Ferrari #54 da Spirit Of Race, mas soube controlar bem a disputas para abrir boa vantagem para conquistar a primeira da equipe Dempsey em Sarthe. Com opositores tão fortes e com carros já numa linha decrescente, os dois Aston Martin não foram páreo e só apareceram nesta classe quando escapavam ou batiam, como foi o caso do #98 que bateu quando Paul Dalla Lana estava no comando.
É uma edição para esquecer por parte da Aston Martin.
 

domingo, 17 de junho de 2018

86a 24 Horas de Le Mans - Caminhando para a Vitória


As últimas horas tiveram lá suas movimentações. A Toyota continua com o #8 na dianteira, ainda com mais folga. José Maria Lopez não teve o melhor dos stints ao rodar na Dunlop e quase escapar na Tetre Rouge. E ainda teria o susto que foi ver o #7 lento na Hunnaudières. Kobayashi rodou por um período bem lento para depois retomar a velocidade, ir aos boxes e retornar a pista com total tranquilidade já que a diferença para o Rebellion #3 é de 11 voltas.
Na LMP2 a liderança é inabalável para ao #26 da G-Drive a um bom par de horas, ainda quando era a tarde. A Panis-Barthez estava muito bem entre os três primeiros, quando apresentou problemas e foi para os boxes e não voltou. O #22 da United Sports, pilotado Paul Di Resta acabou batendo na Porsche Curve, mas sem danos para o piloto. A segunda colocação vai para o Alpine #36 da Signatech e a terceira colocação para o #39 da Graff.
Na LMGTE-PRO a liderança continua para o Porsche "Pink Pig" #92, mas o #91 teve um trabalho sobre humano para resistir o assédio do Ford #68, tanto que Fred Mackowieck (Porsche) e Sebastien Bourdais (Ford) travaram a melhor batalha até aqui dessa edição por um bom tempo. Neste momento o #91 leva a segunda colocação, com o #68 em terceiro.
Assim como na PRO, na GTE-AM a Porsche #77 da Dempsey continua imbatível na dianteira, com o Ferrari #54 da Spirit of Race em segundo e o Porsche #85 da Keating em terceiro.
A prova se aproxima da sua hora final.

86a 24 Horas de Le Mans - Problemas ao amanhecer



É nessa hora que os problemas aparecem, no despertar do amanhecer.
O #88 da Dempsey acabou batendo na chicane Ford quando ocupava a quinta colocação na GTE-AM. Não demorou muito para que o #10 da DragonSpeed, que se envolvera no acidente da primeira volta com o Rebellion #1, acabou escapando na Porsche Curve e batendo forte, mas sem danos para o piloto.
O local ficou sob bandeira amarela, no os dois Toyotas acabaram excedendo a velocidade no local e foram punidos em 60 segundos.
Nas demais classes, nenhuma mudança significativa.

86a 24 Horas de Le Mans - Uma nova liderança para a líder... Toyota


O dia já se faz em Sarthe e a liderança tem novo dono: Kazuki Nakajima ultrapassou Kamui Kobayashi e retoma a dianteira da prova para o #8.
A tendência é acabe abrindo uma boa diferença para quando Sebastién Buemi assumir o volante.
A prova se encontra com bandeira amarela na zona de Indianápolis, após o #47 da Cettilar Villorba ter ido para a barreira de pneus.

86a 24 Horas de Le Mans - Japas



Estamos se encaminhando para as 6 Horas da manhã em Sarthe. O sol está para nascer e a batalha entre as duas Toyotas se engrandece, agora com os dois japoneses ao volante: Kobayashi tem feito um stint primoroso ao rodar constantemente mais veloz que Nakajima (#7) e isso fez a diferença subir consideravelmente para os 14 segundos.
A foto que encabeça a postagem é do #11 da SMP, que se encontra na 52a posição com 52 voltas de atraso para o líder.
Na P2, a G-DRIVE continua muito bem na liderança, assim como a Porsche com o #92 na GTE-PRO e na GTE-AM com o #77 da Dempsey-Proton.

sábado, 16 de junho de 2018

86a 24 Horas de Le Mans - Na madrugada tudo acontece

É aquele momento em que as coisas passam a ficar mais tensas. Os carros tendem apresentar defeitos devido a fadiga do equipamento. Para a Rebellion, com seu #3 que estava intacto, acabou que este entrou para o Pit Lane e foi imediatamente recolhido para o box com suspeita de problemas no assoalho. Uma pena, pois o ritmo era bom e terceiro lugar estava bem seguro. No entando, é o #1 da equipe que ocupa a terceira colocação no momento.
Enquanto isso a Toyota continua no comando, com o #7 a frente do #8 com menos de 50 segundos de diferença entre eles.

86a 24 Horas de Le Mans - 9a e 10a Hora

Esta nona hora breve poucas novidades. Talvez a única que vale nota foi a punição do Porsche #8 por ter ultrapassado o #48 em zona com bandeira amarela. Pagou o Stop & Go e seguiu, mas já longe do #7 que segue firme. A terceira colocação é do #3 da Rebellion.
Na LMP2 a liderança inabalável do G-Drive #26, que leva uma volta de vantagem sobre #36 da Alpine é uma volta sobre o terceiro, que é #23 da Panis-Barthez.
Na LMGTE-PRO a Porsche continua muito bem, com o #92 e #91 a ocuparem as duas primeiras posições. Em terceiro aparece o Ford #68. O BMW 81 que vinha muito bem nas últimas horas, apresentou problemas e foi recolhido para os boxes. Voltou um bom número de voltas depois e agora ocupa a décima segunda posição na classe.
Na LMGTE-AM o Porsche #77 ainda é o líder, seguido pelos Ferrari da JMW (#84) e Keating Motorsports (#85).





86a 24 Horas de Le Mans - 6a, 7a e 8a Horas

Nestas últimas horas foram os mais variados movimentos em Le Mans, iniciando por Juan Pablo Montoya que bateu na Indianápolis após assumir o comando do #32 da United Sports na sexta hora de prova. Se encontram na décima colocação da LMP2; A Toyota trocou mais uma vez peças do carro #8, desta vez a dianteira sendo que das outras vezes foram a seção traseira (2X); o Porsche #94 da Porsche GT Team da GTE-PRO teve problemas na suspensão e acabou indo aos boxes, onde se encontra até o momento; Paul Dalla Lana, quando estava prestes a entregar o Aston Martin #98 para Pedro Lamy, acabou escapando e batendo na Porsche Curve. Se encontram na 13a posição da classe - último na geral; o #17 da SMP vinha muito bem na LMP1, conseguindo se manter na batalha pela terceira colocação com o #3 da Rebellion. Porém uma escapada na Porsche Curve, acompanhada por uma batida de traseira, deixou o carro de fora por um longo período. Porém o piloto tentou retornar, mas ficou parado na área de escape daquele trecho forçando a Slow Zone.
Abaixo os três primeiros de cada classe:




Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...