De vez em quando uma boa rasteira na autoconfiança vem a calhar. Nas 24 Horas de Le Mans deste ano, disputada nos últimos dias 12 e 13 de junho, a comunidade automobilística viu como perder uma prova ganha por total ignorância de uma equipe.
A Peugeot tinha feito um estrago. Havia posicionado seus quatro carros (três oficiais e um semi) nas duas primeiras filas e o pole tinha colocado no melhor Audi, que aparecia em quinto, mais de 3.5 de vantagem.
Na corrida um ritmo alucinante que fez a maioria crer que os Audi não teriam a menor chance. Por volta, os carros franceses viravam entre 1 à 2 segundos e meio mais veloz que os alemães e isso deixava claro o tamanho da superiodade que eles tinham naquele momento. Não se abalaram nem quando o carro nº3 de Bourdais/ Lamy/ Pagenaud saíram da corrida com a suspensão traseira quebrada. O conserto foi descartado e assim a Peugeot ficava alijada de um carro.
Pedir para os outros dosarem o ritmo? Que nada. Continuaram a mandar bala e virando voltas extremamente velozes. O preço de tanta correria desnecessária aconteceu quando os Peugeots foram abandonando um a um e na altura que faltavam 2 horas para o fim da prova, apenas um Peugeot permanecia na prova e era o semi-oficial do Team Oreca pilotado por Panis/Lapierre/Duval.
Talvez a ganância do time oficial da Peugeot tenha afetado a equipe Oreca, que também não controlou o ímpeto de seus pilotos e os deixou mandar o sapato perto do fim da corrida tanto que haviam feito a melhor volta em 3min19s074 (0''637 décimos mais rápido que a pole) faltando apenas 1h30 para o término. Estavam próximos do Audi #7 de Kristensen/Capello/Mcnish quando o motor Peugeot estourou. Foi o canto do cisne para os franceses, que almejavam, pelo menos, o terceiro lugar no pódio.
Foi uma derrota burramente vergonhosa comparada, talvez, com o Grande Prêmio do ACF (Automóvel Clube da França) de 1914.
A Peugeot se encontrava como a maior fábrica de carros daquele tempo e também a maior equipe de corridas do mundo. No ano de 1913 havia vencido as principais provas: GP do ACF, 500 Milhas de Indianápolis entre outras. Para a corrida francesa de 1914 a Peugeot havia preparado seu novo carro: o L-45 que foi destinado aos melhores pilotos franceses daquela época Georges Boillot, Jules Goux (que havia vencido em Indianápolis para a marca no ano anterior) e Victor Rigal. Entre tanta outras equipes a ameaça vinha da crescente Mercedes, que levou 5 carros confiando-lhes aos pilotos Christian Lautenschlager, Max Sailer, Otto Salzer, Théodore Pillette e Louis Wagner.
A Peugeot tinha feito um estrago. Havia posicionado seus quatro carros (três oficiais e um semi) nas duas primeiras filas e o pole tinha colocado no melhor Audi, que aparecia em quinto, mais de 3.5 de vantagem.
A vitória da inteligência: os Audi vencem as 24 horas de Le Mans 2010 |
Pedir para os outros dosarem o ritmo? Que nada. Continuaram a mandar bala e virando voltas extremamente velozes. O preço de tanta correria desnecessária aconteceu quando os Peugeots foram abandonando um a um e na altura que faltavam 2 horas para o fim da prova, apenas um Peugeot permanecia na prova e era o semi-oficial do Team Oreca pilotado por Panis/Lapierre/Duval.
Talvez a ganância do time oficial da Peugeot tenha afetado a equipe Oreca, que também não controlou o ímpeto de seus pilotos e os deixou mandar o sapato perto do fim da corrida tanto que haviam feito a melhor volta em 3min19s074 (0''637 décimos mais rápido que a pole) faltando apenas 1h30 para o término. Estavam próximos do Audi #7 de Kristensen/Capello/Mcnish quando o motor Peugeot estourou. Foi o canto do cisne para os franceses, que almejavam, pelo menos, o terceiro lugar no pódio.
Foi uma derrota burramente vergonhosa comparada, talvez, com o Grande Prêmio do ACF (Automóvel Clube da França) de 1914.
Lautenschlager à caminho da vitória no GP do ACF de 1914 |
A corrida deveria ser um domínio dos Peugeots, mas a Mercedes comandou o inicio da prova com Sailer que imprimia um ritmo violentíssimo durante as cinco voltas que permaneceu na prova. No intuito de não deixar a Mercedes vencer a prova, a Peugeot liberou Boillot e Goux para perseguirem Max no mesmo ritmo. O piloto alemão abandonou a prova com problemas de rolamento e Boillot assumiu a ponta, liderando por 13 voltas com um ritmo ainda mais absurdo. Assim os pneus de seu Peugeot não aguentaram e ele teve que fazer um pit stop quando faltava duas voltas para o fim. Quando voltou, tinha o Mercedes de Lautenschlager no seu encalço. O piloto alemão, com um carro mais inteiro, forçou o ritmo e Boillot, na tentativa natural de defender a sua posição, acabou tendo problemas numa válvula do seu carro forçando abandonar a prova e deixar caminho aberto para a trinca da Mercedes vencer, com Lautenschlager em primeiro, Wagner em segundo e Salzer em terceiro. Goux, com o outro Peugeot, teve que abrandar o ritmo por problemas e terminou em quarto. Tinha sido arrasador o desempenho dos Mercedes que colocaram os franceses em seus devidos lugares.
Passados 96 anos a Peugeot não aprendeu com o passado e tropeçou novamente na sua arrogância exagerada.