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terça-feira, 11 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - A grande chance

 

José Carlos Pace em Le Mans 1973: o primeiro sucesso brasileiro na prova
(Foto: Pinterest)

É inegável o sucesso dos pilotos brasileiros no automobilismo mundial e isso vem de tempos. Desde que tomaram de assalto as pistas européias e em seguida as de outros continentes, ter um brasileiro nos grids passou a ser uma expectativa de sucesso e bons resultados, justamente pela qualidade que temos aqui - ainda que em outros tempos o nosso automobilismo não tenha tido o melhor cuidado para que os pilotos se desenvolvessem corretamente aqui no nosso solo. Mas quando foram para fora, fizeram um trabalho honesto e que, se não renderam em títulos e vitórias, ao menos tiveram ótimos elogios e a boa impressão sempre ficou. 

No mundo do Endurance, os pilotos brasileiros sempre foram muito bem: conquistaram inúmeras vitórias nas mais variadas corridas e principalmente em algumas jóias dessa disciplina, como as 24 Horas de Daytona, 6 Horas de Watkins Glen, 12 Horas de Sebring, 24 Horas de Spa-Francorchamps, 24 Horas de Nurburgring, mas, a principal delas, sempre escorreu por entre os dedos: as 24 Horas de Le Mans é a jóia máxima dessa coroa do Endurance Mundial e dentre todas grandes conquistas dos pilotos brasileiros, é única que falta para fechar uma história tão rica que é a nossa lá fora. 

Thomas Erdos em Le Mans 2005
(Foto: MG Lola)
De certa forma temos vitórias em La Sarthe, mas isso fica restrito às subclasses que compõe a grande
prova. Thomas Erdos, brasileiro radicado na Inglaterra, foi o primeiro a vencer uma subclasse quando conquistou o bicampeonato da LMP2 nos anos de 2005/06 à bordo de um MG Lola EX264. Não demorou muito para que o feito se repetisse, mas agora nos GTs: Jaime Melo, um dos melhores pilotos dessa classe naquele período e todos os tempos, também conquistou um bicampeonato consecutivo na LMGT2 em 2008 (Ferrari F430 GTC) e em 2009 (Ferrari F430 GT). Passariam-se oitos até que Daniel Serra, outro mestre na arte de conduzir carros de GT, chegasse à mítica prova e logo em sua estréia já cravasse a vitória com um Aston Martin Vantage em 2017 e dois anos depois repetiria a dose, agora com uma Ferrari 488 GTE EVO - ambas conquistas pela extinta LMGTE PRO. André Negrão conquistou por duas vezes na LMP2, todas a serviço da Alpine, nos anos de 2018 e 2019.

Na geral estivemos perto, claro. José Carlos Pace foi o primeiro brasileiro a subir no pódio na geral quando dividiu a Ferrari 312PB com Arturo Merzario e terminaram em segundo, perdendo para o Matra Simca MS670B de Henri Pescarolo/ Gerard Larousse. Mas para Pace, que tinha o sonho de correr a famosa prova, aquela havia sido o bastante: “Para mim correr em Le Mans era um sonho. Foi uma experiência muito útil. Mas se depender de mim nunca mais corro lá. É extremamente desgastante participar de uma prova de 24 horas de duração... Aquilo é uma loucura. A gente chega no fim da reta a 300 por hora e encontra um carro desses bem menos potentes andando a 200. A pista é estreita e perigosa. Não quero mais saber de Le Mans”

O Jaguar XJR-12 de 1991
(Foto: Pinterest)

Após este resultado de Pace, demoraria 18 anos até que outro brasileiro fosse ao pódio: Raul Boesel, o
Campeão Mundial de Endurance em 1987, estava em sua terceira - e derradeira - passagem por Le Mans e mais uma vez à serviço da Jaguar, quando alinhou o XJR-12 junto de Davy Jones e Michel Ferté e por muito pouco não venceram a clássica, ao terminarem duas voltas atrás do Mazda 787B que deu aos japoneses a primeira conquista nas 24 Horas de Le Mans. Raul Boesel, em entrevista ao Endurance Info, comentou sobre aquela chance: 
“Foi uma edição muito boa, fizemos uma corrida soberba com os meus dois companheiros de equipa, mas a Mazda tinha uma vantagem em termos de peso inferior à nossa (risos). É assim mesmo, terminamos em 2º mesmo!.

Outros dois brasileiros tiveram suas chances: Lucas Di Grassi, pela Audi, fechou duas vezes em terceiro (2013 e 2016) e uma vez em segundo (2014); Bruno Senna, pela Rebellion, foi segundo em 2020. 


A nossa classe para este 2024

Dos 186 pilotos que estarão em Le Mans para esta 92ª Edição, buscando a oportunidade de serem lembrados para a eternidade da grande prova, teremos seis representantes em duas das três categorias: três na Hypercar e três na novata LMGT3. 

(Foto: Ferrari Midia)

Daniel Serra
- Um dos grandes mestres na arte de pilotar GTs no planeta, enfrentará a sua oitava jornada em La Sarthe e esta será a sétima à serviço da Ferrari. Ele estará no comando do Ferrari 296 LMGT3 #86 da GR Racing, junto de Mike Wainwright e Riccardo Pera. 

O piloto brasileiro comentou sobre os novos companheiros, assim como a equipe que tem experência de oito participações na prova: “Nunca corri com eles. Claro que conheço muito bem o carro, mas vou conhecer todos lá em Le Mans. Temos treino uma semana antes lá na pista, então vai ser quando vou poder ter um maior contato com todos” ressalta. “O meu time não faz o Mundial, corre o European Le Mans Series, que é o campeonato europeu, e vai fazer as 24 Horas de Le Mans novamente. Eles têm andado muito bem no ELMS, embora em 2024 seja o primeiro ano da equipe correndo de Ferrari. Sabemos que em uma corrida de 24 horas não é só a performance que conta: é importante ter desempenho, mas também é preciso ter consistência, não cometer erro nenhum, então tem de ter muita coisa alinhada e certinha. E eles já têm experiência em Le Mans, foram ao pódio no ano passado. Vamos fazer o máximo na nossa preparação, e estou muito ansioso para andar de GT3 novamente lá”

E sobre a corrida, que já venceu em duas oportunidades na extinta LMGTE PRO, ele destaca o ambiente da prova e também o momento preferido: “Tudo é muito legal: o evento é cheio de atrações, como o desfile na cidade, a apresentação para os fãs, os testes... A pista é sensacional para guiar, muito prazerosa. Amo corrida de 24 horas. O evento como um todo é muito bacana. Acelerar no amanhecer é a parte mais legal da corrida. É quando a pista está super rápida, já tem um pouquinho de luz e está mais fresquinho. É bom demais poder pilotar no começo da manhã”.


(Foto: United Autosports)

Nicolas Costa
- O carioca de 32 anos apareceu como uma das grandes surpresas na formação da Mclaren para esta temporada, ao ser anunciado para comandar o 720S EVO LMGT3 no Mundial de Endurance ao lado de Gregoire Saucy e James Cottingham. Ele carrega na bagagem a experiência de ter sido campeão no Super GT Itália (2016) e também no Porsche Carrera Cup Brasil (2023). Neste 2024 ele participou das 4 Horas de Goiânia, prova de abertura do Império Endurance Brasil com o AJR da equipe Power Imports. 

Ele não esconde a expectativa de estrear no solo sagrado de La Sarthe: “A ansiedade está alta, mas, com certeza, participar desta prova é um sonho. Pessoalmente nunca estive em Le Mans, jamais pisei na pista, então tudo é novidade para mim. E mais maravilhoso ainda é poder representar a United Autosports e a McLaren. É muito especial e estou muito ansioso para o que vai acontecer”.

A trinca do Mclaren #59 teve um bom desempenho nas 6 Horas de Spa-Francorchamps, terceira etapa do WEC, e fecharam em quarto na classe LMGT3. Ele destaca o carro e a importância do preparo físico: “O resultado que conquistamos em Spa-Francorchamps nos anima demais. Agora, os carros serão completamente desmontados, todas as peças serão novas: motor, câmbio, suspensão, todas as partes... Será praticamente um carro novo. E a gente também reforça muito a parte física, que é tão crítica em uma prova tão longa assim”.

Nicolas agradece a oportunidade de competir na mítica prova, assim como reconhece a chance de beliscar um bom resultado por lá: “Nem tenho palavras para descrever a oportunidade que estou vivendo, de representar o Brasil e o Rio de Janeiro em Le Mans. Será muito importante para a minha carreira. Quem sabe, depois de ter ficado tão perto do pódio em Spa, venha enfim um troféu para nós em Le Mans. Estamos trabalhando muito por isso”

 

A comemoração pela vitória nas 6 Horas de Ímola, terceira etapa do WEC 2024
(Foto: DDPI)

Augusto Farfus
- O outro decano das provas de endurance e, principalmente, de GTs, vai para a sua sexta participação em Le Mans, sendo que a primeira remonta à 2010 quando esteve no comando do BMW M3 junto de Uwe Alzen e Jörg Müller. Para esta sexta aparição, ele estará no comando do BMW M4 LMGT3 #31 DO Team WRT com Sean Gelael e Darren Leung. 

Farfus destaca a preparação de sua equipe em busca dessa conquista, assim como destaca, também, a forte oposição do Porsche da Manthey Pure Rxcing: “A Porsche está voando neste ano, sem dúvidas. Mas em Spa, se não houvesse o acidente, teríamos chegado na frente do Porsche #92 e talvez poderíamos até ter vencido. Então também estamos muito fortes. E em Le Mans, com as altas velocidades, nossa M4 vai andar muito bem”. 

Outro ponto que ele destaca é a peculiaridade da prova, diferente de outras: “Em Le Mans, minimizar os erros é fundamental. Mas a corrida tem uma dinâmica diferente, por exemplo, de Daytona, onde você pode esperar as últimas quatro, cinco horas, para ir para o ataque. Le Mans é uma prova que, se você quiser vencer, é preciso sempre estar junto dos líderes, o tempo todo. E as 24 Horas de Le Mans são atípicas também pelas características da pista”

Por fim, ele espera poder contar com essa que seria a cereja de uma carreira vitoriosa: “Vencer Le Mans seria algo único. Já venci em Nürburgring, Daytona, Dubai e falta Le Mans para o currículo. Seria uma das maiores conquistas da minha carreira, tenha certeza”


(Foto: José Mario Dias)

Pipo Derani
- O cartel deste piloto de 30 anos é um dos mais invejáveis do endurance mundial: são dois titulos da IMSA (2021 e 2023); vencedor das 24 Horas de Daytona (2016), Petit Le Mans (2019) e três vezes das 12 Horas de Sebring (2016, 2018 e 2019). Isso credencia Derani a um dos grandes favoritos para vencer na geral nesta 92ª 24 Horas de Le Mans. 

Mas a sua enorme experiência em provas de 24 Horas - especialmente esta em Le Mans, que será a sua nona participação - o deixa com os pés no chão, sabendo as dificuldades e armadilhas que ela reserva: “Acho que a lição mais importante de todos esses anos é que Le Mans é uma prova muito grande, na qual tudo muda muito rápido. Então, paciência é a palavra-chave. É sobre não cometer erros, uma vez que a prova vai mudando aos poucos, e é preciso se adaptar a ela. E, se você não for afobado e tiver paciência, as coisas acontecem da melhor forma possível”

Destas oito participações, ele recorda, com carinho, a segunda posição na classe LMGTE PRO de 2017 quando foi segundo com o Ford GT da Chip Ganassi tendo Andy Priaulx e Harry Tincknell como parceiros: “Ao longo desses oito anos, acho que a prova mais inesquecível foi em 2017, com a Ford. Chegamos em segundo, então subi ao pódio e vi aquela multidão à nossa frente, foi muito bacana”

Ele estará no comando do Cadillac V Series.R #311 da Action Express junto de Felipe Drugovich (que estreia na prova) e Jack Aitken. Ele comenta sobre o Cadillac para essa edição: “Temos somente algumas pequenas alterações aerodinâmicas para Le Mans, mas basicamente é o mesmo carro. Muito fácil para adaptar. No ano passado estivemos competitivos na corrida. Infelizmente, um acidente com meu companheiro de equipe na primeira volta acabou prejudicando nosso fim de semana, mas o carro foi competitivo, então esperamos poder carregar essa experiência de Le Mans no ano passado nessa segunda tentativa com a Whelen Action Express e com a Cadillac”


(Foto: Felipe Drugovich/ Instagram)

Felipe Drugovich
- Vale a pena esperar por uma vaga na Fórmula-1? Atualmente isso é quase um atraso de vida se caso o piloto não opte por se aventurar em outras praças, e isso é que está fazendo Felipe Drugovich que é o piloto reserva da Aston Martin na F1. Enquanto que a chance de ocupar um lugar na categoria não aparece, a oportunidade de experimentar outro carro totalmente diferente veio em maio quando testou o Cadillac da Action Express em Laguna Seca e de cara impressionou a todos. De imediato, fechou a sua participação na grande corrida pela equipe. 

Aos 23 anos ele estará no grid da 92ª edição das 24 Horas de Le Mans e ressalta a grande oportunidade que está recebendo, além da realização de um sonho: "Tenho apenas 23 anos e estou tendo a oportunidade mais importante da minha carreira automobilística até agora graças à Action Express e ao Cadillac. As 24 Horas de Le Mans são impossíveis de definir em palavras, tal é a sua magia e importância para os automóveis em geral e para o automobilismo em particular. Estou tendo a oportunidade de viver pela primeira vez essa história de 100 anos com AXR e Cadillac. Mal toquei na magia das 24 Horas de Le Mans, vencendo duas vezes as edições virtuais. Agora vou mergulhar de verdade com o Cadillac #311 da Action Express Racing com meu compatriota Pipo Derani e Jack Aitken. Que privilégio ter mais um sonho se tornando realidade."

Drugovich também falou sobre ter pilotado o Cadillac nos testes em Laguna Seca, destacando as qualidades do protótipo: “A eletrônica é um dos seus pontos fortes. O controle de tração é particularmente eficaz e realmente nos ajuda, ao contrário de outros sistemas que limitam ou atrapalham o motorista. O Cadillac V-Series R também tem boa aderência mecânica, por isso tem um bom desempenho em curvas lentas, apesar do seu peso. É uma fera difícil de domar. É bastante pesado, enquanto estou acostumado com monopostos muito leves”

 

(Foto: Porsche Motorsport)

Felipe Nasr
- De todos estes da classe Hypercar, talvez seja ele o que estará melhor posicionado para chegar ao olimpo em La Sarthe. Assim como Derani, o currículo de Nasr é impressionante e não por menos o coloca como um dos favoritos a conquistar a prova: bicampeão da IMSA (2018 e 2021), vencedor das 12 Horas de Sebring e Petit Le Mans (2019) e das 24 Horas de Daytona 2024, estará no comando do Porsche 963 #4 da Porsche Penske Motorsport que ele conhece tão bem desde 2023 e agora desfrutando dos sucessos após longo esforço para elevar o carro alemão ao grupo dos favoritos: 
“Estou muito confiante nas nossas chances. A Porsche Penske Motorsport tem trabalhado incansavelmente para otimizar o desempenho do 963, e nossos resultados recentes são prova disso”, destacou. Ele dividirá a máquina com Mathieu Jaminet e Nick Tandy - este último, vencedor de Le Mans no ano de 2015 pela própria Porsche com o já lendário 919 Hybrid na extinta LMP1.

Ele destaca o quanto essa prova é dificil, mas sempre lembrando a qualidade técnica da equipe: “Claro que Le Mans é uma corrida imprevisível, mas acredito que temos tudo para lutar pela vitória, incluindo uma equipe técnica de excelência e companheiros de equipe talentosos”

Nasr fala da possibilidade e desejo de vencer em Le Mans, assim como, automaticamente, fazer história no automobilismo brasileiro e inspirar os mais novos: “Vencer as 24 Horas de Le Mans seria um marco incrível na minha carreira. Já ter vencido Daytona neste ano foi uma conquista enorme, e ganhar Le Mans consolidaria meu nome entre os grandes do Endurance. Seria a realização de um sonho e um reconhecimento do trabalho árduo e dedicação ao esporte. Com certeza, esse pensamento passa pela minha mente: fazer história como o primeiro brasileiro a vencer Le Mans seria um orgulho imenso, não apenas para mim, mas para todos os fãs de automobilismo no Brasil. Seria uma honra representar meu país dessa forma e inspirar futuras gerações de pilotos brasileiros”

Todos os seis brasileiros presentes em Le Mans tem chances de pódio e vitória em suas respectivas classes. E não será demais sonhar com vitórias em ambas elas, contando com mais de um deles nos pódios destas classes. 

Seria a coroação de uma história magnifica do automobilismo brasileiro nas pistas do mundo.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

WEC: Os possíveis nomes para a Nissan em 2015

Um dos carros conceitos feito por fãs e que foi postado no site Deviantart.com http://karayaone.deviantart.com/art/Nissan-lmp1-prorotype-321076818
Interessante o artigo de John Dagys para o Sportscar 365 sobre a Silly Season de 2015 e na parte sobre a Nissan, os nomes para integrar o projeto da fábrica no próximo ano é dos mais variados: Olivier Pla e Jan Mardenborough eram nomes cogitados para um dos carros e já teriam assinado. O que me surpreende é o terceiro nome que teria assinado também, que é o de Bruno Senna. Sinceramente, caso confirme-se, será um azarão e tanto nessa corrida por um dos lugares nos Nissan GT-R NISMO LM.
Os outros nomes são de Marc Gené - que apareceu nas últimas semanas como possível ida para lá -, o de Nicolas Lapierre - que estava correndo pela Toyota e não apareceu mais nas listas da equipe desde Le Mans - de Nick Heidfeld - atual piloto da Rebellion - e de Lucas Ordonez, que corre pela marca no GT japonês. Outros pilotos do programa da Nissan podem também entrar no páreo por estas vagas.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

24 Horas de Spa-Francorchamps - Highlights

E aqui fica um belo resumo do que aconteceu de melhor nas 24 Horas de Spa-Francorchamps, disputada neste final de semana. A vitória ficou com o trio da Mercedes SLS formado por Maximilian Götz/ Maximilian Bukh/ Bern Schneider do Team HTP Motorsport. A segunda posição foi para a Porsche do Team Manthey com Marc Lieb/Richard Lietz/Patrick Pilet ao volante e a terceira para o Audi R8 comandado por Andre Lotterer/Christopher Mies/Frank Stippler.
Bruno Senna, que correu com o Mclaren do Team Von Ryan Racing em trio com Rob Barff e Chris Goodwin, foi 15º na geral e oitavo na classe Pro Cup. Cesar Ramos, em trio com Daniel Zampieri e Davide Rigon, pilotando uma Ferrari 458, abandonaram por problemas no motor quando a prova estava a menos de duas horas do fim. Carlos Kray, que esteve no comando de um Mclaren junto de Justino Azcarate, Phillip Eng e Ilya Melnikov, também anbandonaram.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Análise dos dez primeiros - GP da China - 3ª Etapa

1. Nico Rosberg - Fez uma pole numa volta impecável que dificilmente seria batida por alguém, mas não era favorito para a prova justamente por causa do alto desgaste dos pneus. Esse problema não apareceu de forma tão latente como se esperava, e quem teve esse azar foram seus concorrentes diretos. Manteve uma boa distância de Schumi no início e mais tarde sobre Button, que era o seu oponente mais perigoso. Foi uma merecida vitória.

2. Jenson Button – Pulou de quinto para terceiro na largada, o que facilitou bastante a sua vida, e isso parecia ajudar-lhe quando as Mercedes começassem a ter os problemas de pneus. Isso não aconteceu, mas ele estava com chances de vencer quando fez a sua última para de box. Ali ele perdeu a oportunidade quando um mecânico atrasou-se na colocação de um dos pneus. Perdeu tempo atrás de Raikkonen e Vettel e isso lhe custou uma possível chance de brigar contra Rosberg pela vitória.

3. Lewis Hamilton – Tinha carro para largar na primeira fila, como ele demonstrou no sábado, mas a punição pela troca de câmbio relegou-o para sétimo. Fez uma corrida cautelosa e não se afobou no duelo que teve com Pérez pela terceira posição. Aliás, ele terminou nesta mesma colocação, repetindo o resultado das duas corridas anteriores e com isso, é o líder do mundial. Tem tido desempenhos bem administrados, o que é elogiável.

4. Mark Webber – Nestas primeiras etapas, onde a Red Bull tem apresentado algumas dificuldades, ele tem sido bem regular. Largou em sexto, teve um bom ritmo, duelou com Alonso, Button e Hamilton por posições e terminou a corrida em quarto podendo até, caso os pneus tivessem agüentado, conquistado um pódio. Mostrou que o carro rubro taurino, em corridas, é bem melhor que nos treinos ao andar próximo das Mclarens em quase toda a corrida.

5. Sebastian Vettel – Falhou na classificação ao ficar de fora do Q3, fato que não acontecia desde o GP do Brasil de 2009. Recuperou-se bem e chegou brigar pelo pódio enquanto seus pneus agüentaram. Apesar de algumas critícas que tem recebido, mostrou uma boa velocidade e garra na prova chinesa.

6. Romain Grosjean – Enfim marcou os seus primeiros pontos no ano. Andou muito bem durante todo certame e levou o seu carro inteiro ao final. Protagonizou com Maldonado uma dos melhores duelos da corrida, ao bater rodas em algumas curvas quando disputavam posições na casa dos pontos. Com mais calma, poderá estar presente mais vezes na casa dos pontos neste ano, pois o carro da Lotus é muito bom.

7. Bruno Senna – Saiu em 14º e teve uma tarde trabalhosa no meio do pelotão, ao batalhar contra Saubers, Force Índias, Ferraris e Red Bull por um lugar na zona de pontos. Teve um toque na traseira do Ferrari de Massa, que poderia ter arruinado com a sua corrida. Fora isso, esteve bem e por pouco não chegou em sexto, perdendo-a nas últimas voltas para Grosjean. Precisa apenas melhorar nas classificações.

8. Pastor Maldonado – Assim com seu parceiro Bruno, escalou o pelotão para levar o outro Williams à casa dos pontos. Mostrou o espírito combativo de sempre ao duelar contra Alonso e Grosjean de forma dura e crua, o que vem agitando bastante aquele pelotão intermediário nas últimas corridas. E este desempenho só reforça que o carro é muito bom e que a dupla da Williams, que era criticada por ser pagante, tem dado conta do recado.

9. Fernando Alonso – Dificilmente repetiria o desempenho da Malásia, e ele próprio sabia disso. Mas lutou como sempre e chegou em nono, mesma posição que largara. O carro ainda tem muito que melhorar.

10. Kamui Kobayashi – Esperava-se mais dele após o belo treino que fizera no sábado, ao colocar a Sauber em terceiro. Mas a péssima largada, despencado para sétimo na primeira volta, arruinou uma possível chance de pódio. Marcou a melhor volta e bateu o badalado Pérez no duelo que tiveram na pista. Ao menos demonstrou que não ficou abatido com toda a atenção que o mexicano atraiu para si após a bela apresentação da Malásia.


terça-feira, 29 de novembro de 2011

Foto 47: A volta do campeão de gelo

Uma comemoração tímida, mas suada. A foto em questão neste post foi tirada por este que vos escreve em 2007, na corrida que consagrou Kimi Raikkonen como o mais novo campeão da F1, naquele momento. Eu trabalhei nos boxes naquele fim de semana, mas precisamente no posto de sinalização e direção de provas, mais conhecido por nós comissários de pista como PSDP, e digo que tirei esta foto, e outras mais, a base de cotoveladas e espremido no meio de uma multidão que queria um instantâneo daquele momento. E digo que, como reles bandeirinha, nem deveria estar ali no meio da imprensa tirando fotos porque somos “proibidos” de fotografar durante todo o evento. Coloco entre parênteses porque sempre conseguimos tirar umas fotinhas às escondidas, sem que ninguém perceba.
A foto em si é apenas uma deixa para falar um pouco do Kimi, que voltará ano que vem para a F1 pela ex-Renault Lotus que se chamará apenas Lotus em 2012. Confesso que fiquei surpreso, mas no meio de tanta fumaça feita desde o ano passado sobre a sua volta uma hora o fogo tinha que aparecer. A sua incursão nos Ralis e, rapidamente no mundo da NASCAR, não foi tão satisfatória assim e creio que ele volta para F1 como um garoto rebelde que saiu da casa dos pais e quebrou a cara no mundo lá fora. Como ele voltará ano que vem? Não sei, mas torço para que não seja uma chicane ambulante, ou onde todos queiram tirar uma casquinha como fazem com o Schumacher hoje. Para o marketing da F1, é uma volta louvável, pois a categoria contará com 6 campeões mundiais na ativa. Algo inédito na categoria. Por outro lado a presença do Ice Man impede que pilotos mais jovens, sedentos por oportunidades, cheguem à F1. Petrov, Senna e Grosjean, se estapearam num leilão para ver quem dá mais para ser o segundo piloto do time. No meu ver, Petrov sai com vantagem e não apenas pela grana (que é gorda), mas pelo fato de ter feito um bom trabalho neste ano – dentro da suas possibilidades – numa altura que a equipe ficou sem sua referencia maior que é o Kubica. Grosjean, caso perca, acredito que ainda ficará como “piloto de testes” e Bruno, apesar do trabalho decente que fez nestes oito GPs em que esteve na equipe, não o vejo muito forte por lá. Tenho a impressão que a sua popularidade lá dentro não anda tão em alta quanto foi em Spa e Monza, apesar de possuir um apoio financeiro muito forte também.
Independentemente de qual seja os seus resultados, que o regresso de Kimi Mathias Raikkonen seja, pelo menos, satisfatório. 

FOTO: Arquivo Pessoal

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sobre a corrida de Bruno Senna em Spa

Confesso que quando soube da efetivação de Bruno Senna para o lugar de Heidfeld à partir da corrida da Bélgica, fiquei receoso quanto à sua performance. É sabido que qualquer piloto que entre no meio de uma temporada encontre qualquer tipo de dificuldade, e isso é totalmente natural visto que ele encontrará um companheiro de equipe que já esteja num ritmo de corrida altíssimo e conhece à fundo todas as manhas do carro. Um exemplo a ser tomado é o de Fisichella que substituiu Massa nas últimas corridas de 2009. Ok, ele estava disputando a temporada normalmente pela Force Índia naquele momento e tinha um ritmo de provas aceitável, mas foi o tempo de assumir o carro da Ferrari para sentir todas as dificuldades naturais. Enquanto que Raikkonen colocava seu carro entre os 6 primeiros, Fisichella sofria para tentar passar à Q2! E isso também é válido para Luca Badoer, que correu em dois GPs naquele ano e ficou entre os últimos com o mesmo carro com que Massa estava tirando leite de pedra. Os tempos de hoje são cruéis com os pilotos de testes. Sem ter muito que fazer durante a temporada, eles precisam aproveitar as migalhas que lhe são dadas durante a sexta feira de cada corrida, para testar, testar e testar, procurando armazenar o máximo de informações sobre o carro e quilometragem para não perder o tempo de volta. Mas o grande problema está aí: ele apenas treina e quando é jogado no meio de uma fogueira, tem que se virar como pode.
Bruno Senna foi alçado à piloto de titular uma semana antes do GP belga e quando apareceu na sexta para treinar comportou-se bem numa pista que é uma tanto cruel com os pilotos. Spa Francorchamps é um circuito que separa os homens dos garotos e reza a lenda que se você consegue ir bem lá, é um sinal positivo. Tenho dois exemplos claros no grid: Schumi em 91, exatamente 20 anos atrás, quando sem conhecer um centímetro sequer desta pista, conseguiu colocar uma Jordan na sétima colocação do grid e outro foi nove anos depois, com Button que conseguira classificar-se em quarto com uma Williams que estava a freqüentar meio do pelotão durante a temporada de 2000. Michael transformou-se no melhor piloto dos últimos 16 anos da F1 e Jenson é um dos melhores na arte de conservar melhor o seu equipamento. Bruno até que fez um treino decente na sexta, apesar de ter terminado apenas em 17º (chegou a liderar por um breve momento), mas a sua classificação no sábado foi o que mais chamou a atenção. Passou da Q1 e Q2 com belas voltas debaixo de chuva e no pega pra capar da Q3 foi mais de 1 segundo veloz que Petrov. O resultado foi a sétima posição para ele com o russo ficando em décimo. Foi um bom trabalho, visto que ano passado comeu o pão que o diabo amassou e cuspiu na Hispania e neste ano havia pilotado este carro, se não estiver enganado, apenas 3 vezes (duas nos teste de início de ano e na sexta do GP húngaro) o que serve pouco para avaliá-lo.
O principal teste é o do domingo, na corrida. É onde você tira as suas conclusões. Senna estragou tudo na largada quando acertou Alguersuari, tirando o espanhol da prova e complicando a sua mais adiante quando parou para consertar a asa dianteira e mais tarde quando recebeu uma punição por ter disso considerado culpado no incidente. Com uma corrida detonada, o que restou para avaliar é o seu desempenho de voltas com Petrov, que lutava por melhores colocações naquele momento. Em certas voltas e/ou trechos, Senna chegou a ser até 4 décimos mais veloz que Vitaly, mas em seguida perdia seis. Outra coisa normal para quem estava sem pilotar um carro durante uma corrida. O bom é que estes lampejos, com o passar das provas, pode vir a melhorar consideravelmente. Monza será um teste legal. É um circuito rápido e Bruno mostrou boa velocidade em Spa, mas o que precisa agora, para já, é pensar um pouco no pedal da esquerda também. O saldo final foi uma 13ª posição na corrida que poderia ter sido até melhor caso não tivesse se enroscado na largada e sofrido a punição, podendo ter conquistado pontos na sua primeira corrida a serviço da Renault Lotus. Ao menos reconheceram o seu bom trabalho de sábado, que rendeu elogios e colocaram esperanças que em breve poderá vir a marcar pontos.
Bruno parece estar blindado contra o oba-oba que costumam fazer por aqui, dando declarações seguras e conscientes sem querer inflar a torcida de esperanças. E isso o acompanha desde que voltou a correr em 2004. Caso fique até o final deste ano, ele precisará muito de paciência para lidar com isso.
Ele deixou uma boa impressão em Spa, mas o momento é ir com calma e esperar para ver o que o futuro lhe reserva.

Comparações em voltas velozes:

Treino Livre 1:
22º - Vitaly Petrov (Renault) - 2min13s601
23º - Bruno Senna (Renault) - 2min14s340

TL2:
17º - Bruno Senna (BRA) Renault - 1m53s835
24º - Vitaly Petrov (RUS) Renault - 2m02s234

TL3:
9º Bruno Senna (BRA/Lotus Renault) - 2m11s664
15º Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault) - 2m13s290

Classificação:
7º Bruno Senna (BRA/Renault) - 1min51s121
10º Vitaly Petrov (RUS/Renault) - 1min52s303

Melhor volta na corrida:
9º Vitaly Petrov (RUS/Renault) – 1min52s432
13º Bruno Senna (BRA/Renault) – 1min53s585


FOTO: GETTY IMAGES

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Mais um desafio para Heidfeld

Quando a Lotus Renault divulgou seu cronograma de testes que começam amanhã em Jerez, aproveitou para dizer que Bruno Senna e Nick Heidfeld terão um dia cada para testar e o resultado deste confronto, decidirá que vai ser o piloto a substituir Kubica neste campeonato ou parte dele.
O interessante é que quando foi anunciado este “duelo”, lembrei-me de outro que aconteceu com o próprio Heidfeld e que por coincidência, tinha outro piloto brasileiro na jogada. No final de 2004 a Williams estava com apenas Webber confirmado no cockpit para aquela temporada. A outra vaga, para alguns, já tinha dono: Antonio Pizzonia era então piloto de testes da equipe desde o início dos anos 2000 e já havia participado dos campeonatos de 2003 (Jaguar) e de 2004 pela própria Williams em substituição a Ralf Schumacher, que havia se acidentado nos treinos para o GP dos EUA. E ele tinha o apoio de Frank Williams, que estava certo que o brasileiro conseguiria a vaga. Mas a BMW, na época, queria um piloto alemão e trouxe o nome de Heidfeld, que estava desempregado após uma temporada apagada na Jordan. Para decidir de que seria a segunda vaga, a Williams promoveu sete dias de testes. No geral, Heidfeld foi melhor que Pizzonia em cinco treinos contra dois do brasileiro, e isso pesou a favor do piloto alemão que acabou sendo nomeado segundo piloto e Antonio continuando a sua função de piloto de testes.
Não querendo agourar o Bruno, mas será uma disputa muito mais apertada. É uma chance para cada, o que significa que qualquer erro por uma das partes pode ser a gota d’água. Heidfeld tem mais experiência e a paciência adquirida nestes seus mais de 10 anos na F1, o tornam calejado o suficiente para ser apontado como favorito disparado. Para o Bruno resta apenas a vontade de continuar na categoria e a chance que lhe será confiada no domingo.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Antes de tudo, um pouco de respeito

Assim como a maioria que acordou hoje pelo domingo e leu o noticiário sobre automobilismo, fiquei assustado com a notícia do pavoroso acidente que por pouco, muito pouco, não ceifou a vida de Robert Kubica durante a realização de um rali na Itália.
Não venho falar do acidente em si, pois os maiores sites de automobilismo do Brasil e do mundo contam em detalhes sobre o acontecido. O que venho falar é apenas sobre o fato de informações desencontradas, que já davam sua mão por amputada e que já procuravam o seu substituto por imediato apontando Bruno Senna como o piloto a ficar no seu lugar no início do campeonato.
Ok, Eric Boullier, chefe da Lotus Renault, disse que Bruno é o mais preparado, pois este esteve presente na F1 por toda a temporada de 2010, mas acho uma falta de respeito se preocuparem com essas coisas antes que ter o veredito dos médicos. E aqui no Brasil começou um oba oba quando souberam da notícia. Não digo todos, mas uma parte se preocupou em saber se Bruno seria o substituto imediato do polonês. Não vou mentir para que o Bruno se de bem na categoria, mas acho que o momento não é propício este tipo alegria por algumas partes aqui no Brasil. É um tanto triste ver que temos pessoas que se comportam como urubus encima do corpo que ainda nem se sabe se está morto ou não. Por outro lado também, é triste ver que a organização do rali não tinha um mínimo de preparo. Como podem ter deixado um piloto preso entre as ferragens de um carro por mais de uma hora? Deveria ter equipes médicas espalhadas por todo o percurso e, principalmente, em pontos críticos.  
Já é sabido que Kubica foi operado e sua mão está fora de perigo de ser amputada, mas não se sabe o quanto que ela pode se movimentar o que leva a crer que as primeiras provas do ano ele possa ficar de fora. A nossa torcida é que ele volte bem e sem seqüelas deste acidente e andando tão forte quanto antes. E para os carniceiros de plantão um pouco de respeito, por favor.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...