domingo, 30 de junho de 2019

GP da Áustria – Uma prévia para a próxima década


Deixemos de lado (por enquanto) todas essas rusgas com  F1 e comissários, que tanto chateou o fã da categoria com decisões tristes para esporte onde uma canetada decidiu uma vitória sobre um lance questionável num momento onde os dois melhores pilotos dessa década, tiveram seu primeiro confronto direto neste ano de 2019. Para piorar ainda mais o clima, o GP francês, disputado na última semana, foi pavoroso e isso ajudou ainda mais para aumentar as criticas sobre uma categoria que tem sido dominada amplamente por uma equipe. A Fórmula-1 se encontra numa encruzilhada, numa grande encruzilhada e o caminho a ser tomado tem ser decidido logo, exatamente para não ficar apenas como uma categoria que vive dos seus grandes dias sem fazer nada para melhorar.
Por outro lado, há dias bons para a categoria – mesmo que seja escasso. O que vimos hoje em Zeltweg foi um confronto que já havia dado seus ares no kart, quando Charles Leclerc e Max Verstappen eram as duas estrelas e já despontavam como grandes promessas – um momento que mostra que ainda se pode extrair algo bom nesse marasmo que tem tomado o campeonato mundial até aqui, mas para isso é preciso uma má jornada da Mercedes para que isso seja ativado. Ver estes dois jovens pilotos se enfrentando, mostra que teremos um futuro interessante onde a rivalidade será aflorada e explorada. 
Se julgássemos pela largada e depois pelo ritmo apresentado pelos ponteiros, era de esperar uma prova bem tranquila e uma primeira vitória justa para Charles Leclerc, especialmente pelo enorme azar na corrida do Bahrein e também pela magnifica pole conseguida no sábado. Seu ritmo de prova era muito bom, conseguindo uma vantagem confortável para o duo da Mercedes e aumentando o ritmo para quando fosse preciso. A corrida estava sob controle do jovem piloto da Ferrari. Numa situação nenhum pouco confortável, se encontrava Max Verstappen: tendo herdado a segunda posição de Hamilton – já que este largara em quarto devido a punição recebida por atrapalhar Raikkonen na qualificação – era esperado uma largada interessante ao lado de Charles, formando assim a primeira fila mais jovem da história da F1 com média de 21 anos – superando a média de 23 anos estabelecida por Hulkenberg e Vettel no grid do GP do Brasil de 2010. Porém a sua saída foi ruim e despencou para sétimo. Precisou de paciência para subir na classificação, conforme os pilotos que estavam à sua frente iam parando. A sua parada de box para trocar os pneus médios para os duros na volta 30, foi como um passe de mágica: Verstappen só não teve um confronto direto contra Hamilton - que parou na volta 31 quando estava liderando e voltou atrás de Max – mas com os outros que iam a sua frente, o holandês fez subir as apostas após duelar com Vettel pela terceira posição e vencer a disputa após duas voltas bem ferrenhas; contra Bottas as coisas foram mais fáceis, realizando uma ultrapassem sem resistência por conta do finlandês na curva dois. Agora restava apenas Leclerc, que parecia bem contente com a diferença que estabelecera sobre Valtteri e que agora era de Max. Talvez este tenha sido um dos seus erros: com uma crescente de Max, que já era vista faltando 20 voltas para o fim, uma postura mais agressiva para tentar aumentar ou responder as investidas de Verstappen podia ter protegido a sua posição. Mas isso não aconteceu e quando a corrida estava com apenas quatro voltas para o fim, Max já estava na cola de Charles para tentar algo improvável, se julgarmos pelo seu inicio desastroso. Charles fez defesas perfeitas bloqueando bem as investidas de Max, mas o seu vacilo acabou vindo na penúltima volta quando deixou um espaço na tomada para a curva dois e Verstappen mergulhou – numa situação bem parecida que acontecera na volta anterior, que Leclerc soube defender-se devido a melhor tração do Ferrari sobre o Red Bull – para emparelhar, tocar rodas com o Ferrari de Leclerc e assumir a liderança e levantar um mar laranja que foi transformado o circuito do Red Bull Ring com a presença da torcida holandesa. Max venceu a sua melhor corrida na categoria, com um furioso Leclerc em segundo e Bottas em terceiro. O resultado oficial ainda foi eclipsado, mais uma vez, com a atuação dos comissários que entenderam que houve um espaço deixado no lance da ultrapassagem de Max sobre Charles, com o monegasco escapando para fora da pista. Após um longo período de suspense, onde os dois lados foram ouvidos, o resultado final foi mantido. Um alivio após tanta polêmica que se arrastou desde o GP canadense.  
Mas a corrida foi importante para colocar estes dois pilotos em evidencia, já que a rivalidade foi iniciada desde os tempos de kart. Independente que tenha sido ou não justo manter o resultado em prol de Max, a corrida expôs uma situação que poderemos ver já na próxima década com estes dois se digladiando pelas vitórias e títulos – isso sem contar com presenças de Lando Norris, que fez o seu melhor final de semana na categoria, e até mesmo George Russell, que mesmo limitado pelo Williams que tem, é um piloto muito gabaritado.
Num momento que a categoria está perdida em sua identidade, sem saber para onde seguir, essa disputa em Zeltweg pode mostrar ao menos que em termos de material humano para um grande espetáculo, as coisas estão bem encaminhadas. Agora resta a aqueles que cuidam da Fórmula-1 começar a mudar as regras para que o panorama seja ainda melhor nos anos 2020 que se avizinham.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

87ª 24 Horas de Le Mans: Ford GT desclassificado na LMGTE-PRO e AM



Não foi o final que a Ford planejava para a sua última participação nas 24 Horas de Le Mans – pelo menos como equipe oficial. O #68 da marca oval na classe LMGTE-PRO, pilotado por Joey Hand/ Dirk Müller/ Sébastien Buemi, foi desclafficado por causa do fluxo de combustível que acabou injetando mais gasolina que o permitido. Por conta do Bop feito para equalização da categoria, o tanque de combustível foi estipulado para comportar 97 litros e nesse caso do #68 acabou passando do limite (97,8 litros) e por conta disso a exclusão da classe PRO. Subiram para a quarta posição o outro Ford GT #67 conduzido por Andy Priaulx/ Harry Thincknell/ Jonathan Bomarito.
A outra desclassificação de um Ford se deu na LMGTE-AM onde o vencedor #85 da Keating Motorsport, pilotado por Bem Keating/ Jeroen Bleekemolen/ Felipe Fraga, acabou perdendo a vitória na classe pelo mesmo problema do #68. Mas antes disso, já havia tomado uma punição de 55 segundos por causa do não cumprimento do tempo mínimo de parada de box que é de 45 segundos. Os registros mostravam as paradas na casa dos 44’’4 segundos. Os comissários chegaram no tempo da penalidade de 55’’2 segundos através de um cálculo feito pela diferença no tempo de reabastecimento (0,6 segundo por parada) multiplicado pela quantidade de paradas que o carro fez (24) e multiplicado por 4. A equipe não irá recorrer. A vitória na AM ficou para os campeões da classe Jöerg Bergmeister/ Patrick Lindsey/ Egidio Perfetti do Porsche #56 da Project 1.

87ª 24 Horas de Le Mans: Um sopro de esperança na edição mais brasileira de todas


(Foto: José Mario Dias)
Nas últimas horas de prova os resultados parciais revelavam um cenário interessante para três pilotos brasileiros:  O #36 da Signatech Alpine, pilotado nas horas finais por Nicolas Lapierre, vinha com uma diferença confortável sobre o #38 da Jackie Chan indicando que a vitória na classe estava praticamente assegurada.. Na LMGTE-PRO Alexander Pier Guidi comandava as ações no Ferrari #51 da AF Corse administrando, também, uma larga diferença construída a base de estratégias e fórceps para derrubar a esquadra da Porsche GT Team. Na LMGTE-AM as coisas pareciam resolvidas para o Ford GT #85 quando uma troca na dianteira começou a mudar o panorama. Trocada a peça com ajuda da equipe oficial da Ford o retorno foi tranquilo, mas um descuido em deixar as rodas girando enquanto o trabalho de pit-stop era feito gerou um stop&go para o trio formado por Ben Keating/ Jeroen Bleekemolen/ Felipe Fraga. A tensão em perder uma liderança que já os pertencia desde o final da tarde anterior era latente. A penalização foi cumprida e Bleekemolen, que se encontrava ao volante do Ford, saiu ainda com cinco segundos de vantagem sobre o Porsche #56 da Project 1. Restou apenas ao holandês da Ford aumentar a carga no acelerador e distanciar-se, para evitar qualquer ataque que viesse do Porsche da Project. A tensão ia embora e dava lugar ao sabor inexplicável.
Para os três pilotos brasileiros a conquista foi especial, claro. André Negrão chegou a sua segunda conquista consecutiva em Sarthe e de quebra, junto de Nicolas Lapierre e Pierre Thiriet, levou o campeonato da LMP2. Daniel Serra confirmou mais uma vez a sua destreza ao volante de um GT, algo que já acostumamos ver aqui no Brasil desde que começou a pilotar este tipo de carro. E Felipe Fraga com o seu já conhecido pé pesado, que o ajudou a ganhar fama e titulo na Stock Car, também passa a escrever um capitulo importante para ele no automobilismo estrangeiro.  
A vitória tripla dos pilotos daqui em Le Mans só reforça algo que já é recorrente: que existe vida fora da Fórmula-1. A cada conquista que um piloto nacional consegue nos grandes centros serve para mostrar a nova safra que mesmo que tenham o sonho de ingressar na F1 e este seja dizimado a pó, as possibilidades de seguir uma carreira internacional – e muito sucesso – existe e com grandes atrativos. André Negrão é um exemplo claro: tendo passado naturalmente pelos monopostos, acabou ingressando nos protótipos e já em 2017 – pela sua atual equipe, a Signatech Alpine - conseguiu um terceiro lugar nas 24 Horas de Le Mans na LMP2. Já na Super Temporada do WEC, que terminou exatamente em Sarthe, o piloto de Campinas chegou ao lugar mais alto do pódio na edição de 2018 e repetiu o feito neste 2019 para, também, levantar a taça de Campeão Mundial da LMP2. André seguiu apenas o caminho de outros dois jovens pilotos brasileiros que também trocaram os monopostos pelos protótipos: os “Felipes” Derani e Nasr hoje brilham na IMSA onde já tem seus nomes encravados na história da grande categoria. Portanto, exemplos para que a nova geração se inspire não falta.
Para o automobilismo brasileiro as marcas alcançadas por estes três, só enriquece ainda mais a história daqui no Endurance Internacional. As várias vitórias em provas importantes do Endurance Mundial como 24 Horas de Daytona, 24 Horas de Spa, 12 Horas de Sebring, 6 Horas de Watkins Glen e ainda mais os títulos – como o de Raul Boesel no World Sportscar de 1986; o de Ricardo Zonta no FIA GT de 1998, os de Christian Fittipaldi na IMSA no biênio 2014/ 2015 e mais o de Felipe Nasr em 2018- mostram um caminho dos mais interessantes para ser apostado. Por outro lado, mesmo com um automobilismo cambaleante como o nosso, estes resultados soam como um eco de que ainda existe uma chance de retomarmos o caminho do fortalecimento do nosso esporte para que outros pilotos sejam revelados e venham aumentar, no futuro, estes números que ainda vão crescer com esta turma que tem reescrevido a história do automobilismo nacional lá fora.  
Com resultados assim, sempre reaparece a velha questão: quando que chegará tão esperada vitória na geral? Passamos perto disso em 1973 com José Carlos Pace com a Ferrari, que ele dividiu com Arturo Merzario; em 1991 com Raul Boesel pilotando o Jaguar ao lado de Davy Jones e Michel Ferté; e depois com Lucas Di Grassi, que chegou em segundo na edição de 2014 quando estava a serviço da Audi ao compartilhar o volante do R18 com Tom Kristensen e Marc Gené. Diria que é apenas uma questão de oportunidade para que algum piloto brasileiro possa ingressar e, enfim, ter a chance de ganhar a grande clássica do automobilismo mundial. Afinal, é que a falta para coroar a riquíssima história de tantos títulos e vitórias que os pilotos daqui ajudaram a escrever mundo afora.

Na LMP1, mais uma vez Toyota

(Foto: Toyota)

Esta prova foi o reflexo do que foi a temporada inteira: uma Toyota anos luz à frente dos demais e a concorrência apenas esperando um deslize deles para que pudessem, enfim, vencer na geral. A fábrica japonesa fez valer a sua força e levou para casa a sua segunda 24 Horas de Le Mans, duas na mesma temporada – uma marca que dificilmente será superada por outra equipe. Independente dos estratagemas que possam ter empregado nas suas quatro conquistas nesta Super Temporada – título de marcas, pilotos e as duas edições das 24 Horas de Le Mans – a Toyota aproveitou bem da sua superioridade para vencê-las e esmagar um contigente de protótipos não híbridos que apenas esperavam pelas migalhas que podiam ficar pelo caminho. Culpa da Toyota? Talvez não tanto... Como sempre digo, nem sempre tudo chega aos nossos ouvidos e dificilmente chegará algo. Vá saber o que pode ter costurado a ACO com a fabricante japonesa após aquela saída maciça do Grupo VW (leia-se Audi e Porsche), sendo que uma movimentação dessa talvez até tenha mexido com o ânimo deles em disputar um mundial praticamente sozinha. Algum retorno pode muito bem ter sido acertado para que ao menos uma grande fábrica ficasse no certamente, uma vez que a menina dos olhos da ACO – a Peugeot – sempre rechaçou um retorno enquanto que os custos continuassem altos. A Toyota manteve-se no campeonato e ganhou com sobras, fazendo o que deve se fazer numa situação dessas. Pior é se tivesse perdido tudo ou parte dessas conquistas. A vergonha seria pesada para aqueles lados.
Sobre as conquistas em Le Mans, estas ficaram sob a luz da suspeita exatamente por contar com um piloto que tem o seu talento proporcional a polêmica que causa por onde passa: Fernando Alonso ingressou na Toyota exatamente para tentar conquistar uma das três jóias da Tríplice Coroa do Automobilismo e acabou ganhando duas, assim como fizera nos seus tempos de Fórmula-1 ao vencer duas vezes seguidas o GP de Mônaco que é a outra jóia da Coroa. Se em 2018 já ficaram de burburinho em torno de sua conquista, ao desconfiarem do ritmo de “Pechito” Lopez no meio da noite com o #7 que virava extremamente lento em face ao ritmo imposto por Alonso no mesmo momento da prova com o #8, indicando que ali poderia ter rolado alguma situação para que o espanhol levasse a prova junto de seus companheiros Kazuki Nakjima e Sebastien Buemi. O pobre argentino acabou por estar novamente no centro das atenções nesta edição ao apresentar um problema em um dos pneus – que depois foi confirmado pelo pessoal da Toyota que foi um problema no sensor de pressão dos pneus –  quando faltava exatamente uma hora para o final, que foi informado como um furo lento e que teve de ir aos boxes para trocá-lo. Com isso acabou perdendo a liderança da prova para o #8 que estava com Kazuki Nakajima ao volante e que apenas precisou conduzir o TS050 para a sua segunda vitória em Sarthe, numa prova que foi claramente dominada pelo #7 desde os treinos. Se foi uma vitória “ajeitada” para que o #8 saísse de Le Mans com a segunda conquista em Sarthe e de lambuja o título desta Super Temporada, não saberemos. Mas a verdade é que para uma fábrica que tantas vezes ficou no quase num território que foi sempre a sua ambição, qualquer sinal de problemas é algo que chega arrepiar os japoneses.
A corrida da LMP1 teve sua ação mesmo entre os não híbridos, onde Rebellion e SMP se entregaram a uma batalha fenomenal pela terceira posição. Os quatro carros batalharam por um bom tempo, sendo que o #3 enfrentou nos mais variados horários os dois carros da equipe russa já que o #1 enfrentou muitos problemas e precisou fazer algumas recuperações para enfim terminar a prova na quarta colocação na geral, exatamente a frente do #3 que também passou por alguns problemas e até mesmo um pequeno acidente um pouco antes do anoitecer. A SMP teve o seu #17 acidentado na parte noturna, quando este vinha bem na classificação ao incomodar os Rebellion junto do gêmeo #11. Este último sobreviveu ao desafio e desbancou a equipe suíça ao levar o terceiro lugar com o trio Vitaly Petrov/ Mikail Aleshin/ Stoffel Vandoorne, com o belga fazendo um belo trabalho nesta sua primeira visita à Sarthe -  onde registrou a maior velocidade de reta (350 km/h). ByKolles e Dragonspeed não chegaram ao final da prova pelos inúmeros problemas que apareceram durante o certame.

LMP2: Uma batalha dura, mas recompensada no final para a Signatech Alpine

 
(Foto: Signatech Alpine Matmut)
A corrida nessa classe foi concentrada especialmente no embate entre a Signatech Alpine e a G-Drive, onde os dois carros se entregaram a uma disputa que animou bastante as horas que se seguiram em Sarthe até o anoitecer, quando o #26 da G-Drive começou abrir distância sobre o Alpine #36 da Signatech. Mas antes disso, a troca de posições na liderança feita por estes dois carros foi visceral – com direito a uma ultrapassagem sensacional de André Negrão em plena Mulsanne usando o que podia de pista para efetuar a manobra.
Com o G-Drive se distanciando e fazendo trabalhos de pit-stop de forma correta e efetiva, ficava cada vez mais difícil para que o panorama mudasse à favor da Signatech Alpine. Mas já perto do amanhecer, o G-Drive apresentou problemas no motor de arranque do Gibson assim que fez uma parada de box. Com o problema não sendo solucionado a tempo – gastou-se cerca de vinte minutos para que o #26 voltasse à pista já com um bom atraso – o caminho ficou aberto para que o trio do #36 da Signatech Alpine (Nicolas Lapierre/ André Negrão/ Pierre Thiriet) assumissem a liderança e apenas administrassem a volta de vantagem que tinham sobre o #38 da Jackie Chan DC Racing – com quem lutavam pelo titulo da LMP2. A vitória veio apenas para abrilhantar ainda mais o título conquistado pelo trio na categoria – isso sem contar na segunda conquista em Sarthe. O furo no pneu do #38 da Jackie Chan DC Racing (Ho-Pin Thung/ Stéphane Richelmi/ Gabriel Aubry) foi um alento ao trio do #36 uma vez que eles vinham bem e podiam ameaçar a então segunda colocação, entrando na luta direta pelo título.

LMGTE-PRO: Ferrari derrubando a esquadra da Porsche

 
(Foto: AF Corse)
Por um tempo essa categoria parecia que estava fadada a ter a vitória direcionada para Porsche ou Corvette, visto que os desempenhos destes carros estavam em grande forma – especialmente pelo #92 e #91 da Porsche e pelo #63 da Corvette. Foi uma prova em que estes três estiveram com condições claras de saírem vencedores dessa classe. Mas como se trata de uma prova de 24 Horas, as coisas podem mudar constantemente.
Para a Porsche a perca do #92 por conta de um problema no escapamento que o alijaram da disputa pela vitória foi um duro golpe antes do amanhecer, mas ainda restava esperanças com os #91 e #93 que vinham muito bem. Porém a grande performance do trio da Ferrari #51 da AF Corse foi importante para o desenrolar da prova. O trio formado por Alessandro Pier Guidi/ James Calado/ Daniel Serra, destoou do restante que defendiam suas esquadras ao fazerem stints muito bons e conseguir levar o Ferrari #51 ao topo da tabela de classificação e alcançando uma vitória para a marca italiana justamente no ano que comemora-se a primeira conquista da Ferrari em Le Mans. Uma conquista e tanto, principalmente por lutar – e bater – equipes genuinamente de fábrica. Uma conquista igualmente importante para Pier Guidi e James Calado que venceram pela primeira vez em Le Mans e também para Serra, que venceu a sua segunda 24 Horas de Le Mans num intervalo de três anos.
A Ford despediu-se de Sarthe sem ter uma grande performance nesta sua última passagem. Talvez apena o Ford GT #67 (Andy Priaulx/ Harry Thincknell/ Jonathan Bomarito) é quem teve alguma hipotese, já que foi o melhor carro do quarteto desde os treinos. Mesmo assim, não foi um grande incomodo para Porsche, Ferrari e Corvette – a despedida da Ford só não passou em branco porque salvaram a festa na LMGTE-AM.
A Corvette parecia se encaminhar para uma batalha pela vitória que poderia coroar a sua festa de 20 anos ininterruptos em Sarthe. Mas a queda do #64 – após um baita acidente na Curva Porsche ainda na parte da tarde de sábado, quando tocou-se com o Porsche #88 (AM) da Dempsey – os deixaram apenas com o trio do #63 em ação. Jan Magnussen/ Antonio Garcia/ Mike Rockenfeller fizeram um belo trabalho até o amanhecer, mas uma rodada na Curva Porsche – que pareceu não muito amigável com o carro americano – pôs tudo a perder e com isso saírem da disputa pela vitória, terminando na nona posição da classe.
Talvez quem tenha tido mais motivos para sair de Sarthe com a decepção em alta, foi a Aston Martin. Depois de um treino classificatório onde os carros – especialmente o #95 que fez a pole – terem conseguido um ótimo desempenho, o BOP de performance feito na sexta-feira alijou os Vantage com diminuição da pressão do turbo e também a perca de dois litros na capacidade do tanque. A falta de potência foi certamente vista no inicio da prova com o #95 sendo atacado por Corvette e Porsche, sucumbindo às investidas. O calvário para o #95 acabou no meio da noite, quando Marco Sorensen bateu na Indianapolis. Um desfecho melancólico. O #97 também sofreu um acidente e ainda voltou para a prova, mas sem grandes perspectivas já que fechou em último na classe e com um bom par de voltas de atraso.
A BMW também realizou a sua última corrida no WEC e sem conseguir grande destaque – a não ser pelos memes que rodaram a internet por causa do tamanho do M8 frente aos demais GTs. Foi uma prova discreta dos dois M8 e apenas o #82 é que chegou ao final, na 11ª posição enquanto que o #81 abandonou a poucas horas do final. A BMW vai concentrar esforços na IMSA, que ainda está com o campeonato em andamento.
Para a Porsche ainda restou a festa pelo título entre as marcas e também entre os pilotos, com o título ficando para a dupla do Porsche #92 Kevin Estre e Michael Christensen.

LMGTE-AM: Keating Motorsport salvando a Ford

 
(Foto: Keating Motorsport)
Esta era uma classe que parecia se desenhar para uma vitória da Porsche. A Dempsey-Proton Racing era a mais credenciada para levar a classe, mas problemas acabaram atrapalhando o andamento para uma equipe que poderia ter levado a prova até mesmo com certa tranquilidade. As atrapalhadas de Satoshi Hoshino no comando do Porsche #88 – ele estava ao volante do carro quando ocorreu o acidente com o Corvette #64 - deitaram por terra a chance de vencer, talvez, com o melhor carro do grupo. O #77 da Dempsey-Proton Racing bem que tentou acompanhar os rivais, mas também não teve folego suficiente e fechou num triste quinto lugar.
Como já foi relatado no inicio do texto, o Ford GT #85 da Keating Motorsport escalou o pelotão tranquilamente para assegurar uma honrosa vitória para a Ford em sua despedida do WEC – apesar que especula-se a entrada de um Ford GT ainda para a temporada 2019/ 2020. Apesar do susto da punição que por muito pouco não arruinou uma conquista que soava tranquila, a vitória foi orquestrada pelo ótimo desempenho do trio em especial de Jeroen Bleekemolen e Felipe Fraga.
A Porsche ainda repousou a suas esperanças no Porsche #56 da Project 1, principalmente quando o #85 teve seus percalços na parte final da prova. Mas tiveram que se contentar com a segunda posição. Mas a Project 1 ainda teve o que comemorar, afinal levou o título de marcas e também o de pilotos com o seu trio Jörg Bergmeister/ Egidio Perfetti/ Patrick Lindsey.
Rodrigo Baptista, que estava no comando do Ferrari #84 da JMW Motorsport junto de Jefrey Seagal e Wei Lu, subiu ao pódio também numa ótima jornada do trio.
O campeonato do WEC volta em setembro, com a abertura do mundial 2019/2020 marcada para o dia 1º com as 6 Horas de Silverstone.



domingo, 16 de junho de 2019

87ª 24 Horas de Le Mans: Toyota lidera e mudanças na LMP2


Faltando menos de duas horas para o final das 24 Horas de Le Mans, algumas mudanças em Sarthe: o G-Drive #26 esteve muito bem durante boa parte das últimas horas, principalmente após domar o ímpeto dos pilotos do Signatech Alpine #36 e distanciar deles a ponto de ter uma diferença confortável. Mas em um de seus pit-stops pela manhã, acabou arruinando a oportunidade de vencer mais uma vez na LMP2 quando o motor de arranque parou de funcionar. Isso deixou-os de fora por vinte minutos para que conseguissem fazer os reparos e acabaram retornando para a prova. Agora ocupam a sétima posição.
Quem também teve problemas foi o #32 da United Autosport que teve um parte traseira se soltando em plena Mulsanne e que também foi aos boxes para os reparos necessários. Ocupam a 14ª colocação neste momento. A Dragonspeed #31 teve um acidente com Maldonado ao volante e ocupam a 18ª posição na classe. A liderança nessa classe pertence ao #36 da Signatech Alpine, seguido pelo #38 da Jackie Chan e pelo #28 da TDS.
Na LMP1 a Toyota continua muito bem, sempre com a formação inicial: o #7 lidera com o #8 logo em seguida. O Rebellion #3 ocupava a segunda posição quando aparentou problemas e teve que ser recolhido para os boxes e agora está na quinta posição. A terceira posição está sob o comando do #11 da SMP. O ByKolles acabou abandonando por problemas.
Na LMGTE-PRO a AF Corse continua na liderança com o seu #51 e sempre com os Porsche na cola (#91 e #93). O Porsche #92 que esteve muito bem por boa parte das horas, acabou apresentando problemas no exaustor e perdeu um bom par de voltas. Neste momento ocupa a 11ª posição. Para a Corvette, que já havia perdido o #64 na batida de ontem na Porsche Curve, por muito pouco não perdeu o #63 com Jan Magnussen ao volante quando este rodou também na Porsche Curve e quase fazendo um belo estrago. Conseguiu voltar e agora ocupa a oitava posição na classe.
Na LMGTE-AM apenas um pequeno susto para o líder Ford GT #85 que escapou, mas sem maiores consequências. Em segundo aparece o Porsche #56 da Project 1 e o terceiro para o #84 da JMW. Essa classe ainda teve dois incidentes: o #86 da Gulf Racing que bateu na Indianapolis e que agora ocupa a décima posição e também o Ferrari #60 da Kessel Racing, que rodou na entrada para a Porsche Curve e acabou na brita. Ocupa a 14ª colocação.

sábado, 15 de junho de 2019

87a 24 Horas de Le Mans: Tudo na mesma em Sarthe

Com treze horas de prova, algumas mudanças se deram na LMGTE-PRO: O Porsche #92 que liderava, foi puxado para a garagem para reparos no exaustor, sendo liberado vinte minutos depois e agora ocupa a 12a posição na categoria. A liderança é do Ferrari #51 da AF Corse, ainda seguido pelos dois Porsche #93 e #91.
A Toyota trocou a dianteira do #8, mas sem maiores demoras e a equipe continua com seus dois carros na frente. O Rebellion #3 segue em terceiro.
Na LMP2 as coisas se mantêm na mesma, com o G-Drive liderando a classe com folga para o Signatech. E ainda aconteceu um incidente com o #49 da ARC Bratislava que fez o carro ser recolhido para os boxes.
Na LMGTE-AM, o Ford GT #85 ainda comanda as ações com o Aston Martin #90 em segundo e o Ferrari #84 da JMW em terceiro.

87a 24 Horas de Le Mans: 50% concluído

Chegamos a metade da prova em Sarthe. Mais uma hora tranquila e agora é uma metade tensa, onde a fadiga mecânica dos carros começam aparecer e daí as visitas aos boxes são mais constantes.
A Toyota tem seus dois carros na dianteira, sempre com o #7 a frente do #8. Na terceira posição, com três voltas de atraso, aparece o Rebellion #3.
O G-Drive #26 continua forte na liderança da LMP2, com mais de um minuto de vantagem sobre o Signatech Alpine #36. Em terceiro aparece o #38 da Jackie Chan.
Na PRO, a liderança é do Ferrari #51 da AF Corse, com o Porsche #92 em segundo e o outro Porsche #91 em terceiro.
O Ford GT #85 da Keating Motorsport ainda dá as cartas na liderança da LMGTE-AM com o Aston Martin #90 da TF Sport em segundo e o Porsche #77 da Dempsey-Proton Racing em terceiro.

87a 24 Horas de Le Mans: Tranquilidade a caminho da metade da prova

A décima primeira hora se faz presente em Sarthe. Apesar das posições nas classes terem se mantido, apenas o acidente do SMP #17 nos esses do Karting é que movimentou esta última hora.
A Toyota segue inabalável, com o #8 liderando o pelotão com o #7 em segundo e a terceira posição do Rebellion #3.
Na LMP2 a disputa cessou de vez e o G-Drive #26 vai liderando com folga o Alpine #36 da Signatech. A terceira posição é #38 da Jackie Chan.
Na LMGTE-PRO o Porsche #92 segue na frente com o Ferrari #51 da AF Corse em segundo e o outro Porsche #93 em terceiro.
Na LMGTE-AM a liderança é do Ford GT #85 da Keating Motorsport que segue confortavelmente a frente do Porsche #77 da Dempsey-Proton Racing.

87a 24 Horas de Le Mans: No escuro de Sarthe

A prova está entrando na sua décima hora e por enquanto a calmaria tem reinado neste exato momento. Mas alguns enroscos, abandonos e acidentes.
Um destes enroscos foi na disputa pela 11a posição na LMGTE-PRO entre o Ford GT #66 e o Porsche #94, sendo que o carro estadunidense acabou levando a pior ao rodar na segunda chicane da Mulsanne. Para a Aston Martin a noite não tem sido das melhores: o Aston Martin #98 da AM teve problemas e parou pela pista, para depois voltar a funcionar algumas voltas depois. Já pela PRO, o #95 que largou da pole acabou escapando e batendo na zona da Indianápolis e abandonar. Uma corrida bem frustrante para quem alimentava uma certa esperança.
Na ponteira das classes, nenhuma novidade: a Toyota lidera com o #7 e o #8 em segundo. A terceira posição é do #17 da SMP.
Na LMP2 as disputas se acalmaram e o G-Drive #26 segue líder com o #36 da Signatech em segundo e o #38 da Jackie Chan em terceiro.
Na LMGTE-PRO as movimentações de posições tem variado por conta dos Pit Stops, sendo que na pista as coisas andam mais tranquilas. A liderança neste momento pertence ao Porsche #92, seguido pelo Ferrari #51 da AF Corse e pelo Corvette #63.
Na LMGTE-AM as coisas andam ainda mais tranquilas, sendo que o #85 da Keating é líder com o Porsche #56 do Team Project 1 e pelo Ferrari #84 da JMW.

87ª 24 Horas de Le Mans: Após oito horas...


A prova se aproxima do momento em que a noite passará a tomar conta. No entanto as próximas horas que estão por vir, são conhecidas como as mais criticas e é onde começa a decidir os rumos da prova. Porém, nas últimas horas, é que as coisas foram mais intensas.
Enquanto que a Toyota lidera a classe com total folga – apesar de uma escapa de Pechito Lopez  com o #7, que deu ao #8 a chance de pegar a liderança – nada demais tem incomodado a fábrica japonesa. Por outro lado a Rebellion  andou a ter seus problemas:além do #1 que enfrentou problemas nas primeiras horas de corrida, o #3 esteve sempre bem e duelando de igual para igual como o #11 da SMP até que um rodada seguida de batida frontal na freada para a segunda chicane da Hunaudières, tirou o #3 de combate por algumas voltas até que fosse colocado de volta à pista após os reparos feito pela equipe. Os dois Rebellion - #3 e #1 – aparecem em quinto e sexto, logo atrás do duo da SMP #17 E #11. Os carros da ByKolles e Dragonspeed vão vivendo seu calvário ao visitarem mais os boxes que a pista.
Na LMP2 a categoria se resume especialmente a batalha entre o #36 da Signatech e o #26 da G-Drive que se revezaram algumas vezes na liderança da classe, sem nunca desgrudarem um do outro. É o que tem mantido vivo o espirito dessa categoria e esta tem se revelado a grande disputa da corrida.
Na LMGTE-PRO a batalha continua a mil. Se a Ferrari #51 da AF Corse esteve bem – principalmente quando Daniel Serra esteve no comando – agora é a vez do Porsche #92 de Kevin Estre comandar as ações por lá. A primeira baixa dessa corrida veio exatamente da PRO quando o Corvette de Marcel Fassler acabou tocando com o Porsche #88 da Dempsey-Proton Racing e foi de encontro ao muro, destruindo bastante o carro americano. Fim de prova para o Corvette #64.
Na LMGTE-AM a liderança segue com o Ford GT #85 da Keating Motorsport, seguido pelo Ferrari #84 da JMW e pelo Porsche #56 DA Team Project.
A corrida já se aproxima do final de sua oitava hora.

87ª 24 Horas de Le Mans: 2ª Hora



As coisas continuam tranquilas em Sarthe. Para a Toyota a liderança continua com o #7 seguido pelo #8, que está a mais de trinta segundos de atraso. O #3 da Rebellion segue em terceiro.
Na LMP2 o #36 da Signatech Alpine continua na ponta, agora seguido pelo #26 da G-Drive. O carro da TDS que aparecia na segunda posição da segunda hora, despencou na classificação e agora ocupa a 14ª colocação na classe. A terceira posição é da Racing Nederland com o seu #29.
Na LMGTE-PRO o Corvette #63 segue na frente, com dois segundos de avanço sobre o Porsche #93 e a terceira posição do Ford GT #67. De longe é a categoria mais disputada desta edição, com ótimos duelos por praticamente todas as posições.
Na LMGTE-AM a liderança é do Porsche #77 com o Ford GT #85 da Keating Motorsport em segundo. A terceira posição do Aston Martin #90 da TF Sport. O #88 da Dempsey-Proton Racing, que talvez fosse um dos principais favoritos para vencer nessa classe, enfrentou uma série de problemas que o fez cair na classificação e agora ocupa a 15ª e penúltima posição na classe. O Ferrari #70 da MR também sofreu problemas com um dos pneus furados. Está na 13ª posição.

87ª 24 Horas de Le Mans: 1ª Hora



A grande prova do endurance mundial já está em andamento. Na LMP1 os dois Toyotas se mantiveram na ponta da prova, enquanto que o Rebellion #3 e o SMP #11 entraram num confronto direto pela terceira posição. O carro da equipe suíça acabou levando a melhor, mas o seu carro e #1 teve problemas chegando ficar lento na pista. Neste momento acupa a última posição na classe.
Na LMP2 a TDS se manteve na liderança com o seu #28, mas a Sigantech Alpine #36 acabou por assumir a ponta com as paradas de box. A segunda posição é ocupada pela TDS, mas com uma grande batalha contra o #26 da G-Drive que o segue de muito perto.
Na LMGTE-PRO é que as emoções vão a mil. O Aston Martin #95 esteve na liderança por pouco tempo sendo logo atacado pelo Corvette #63 que assumiu a ponta da categoria. Outras batalhas por posições na classe animaram bastante, sendo que sempre com o Aston Martin #95 no meio destas batalhas o que leva a crer que o Bop usado ontem acabou por prejudicar o desempenho do carro inglês. A segunda posição da classe é do Porsche #92 e a terceira do Porsche #93.
Na LMGTE-AM a liderança era do #88, mas uma rodada na Mulsanne acabou por jogá-lo para ultimo na classe. A liderança neste momento pertence ao Ferrari #54 da Spirit Of Race, seguido pelo Porsche #77 da Dempsey-Proton Racing e pelo #86 da Gulf Racing.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

87ª 24 Horas de Le Mans: O que esperar da grande final


A atmosfera em Sarthe sempre foi sensacional e mesmo estando a milhas e milhas de distância, conseguimos perceber o quanto que aquele local exala automobilismo em seu estado puro. Um local santificado que agora acolhe a final do World Endurance Championship e o seu palco está para lá de preparado para mais uma edição fabulosa.
Sabemos que a luta na LMP1 não será das mais fáceis para as demais equipes que compõe essa classe ao lado da Toyota, mas ainda existe uma luz no final do túnel se julgarmos pelo que foi visto nos treinos realizados em Sarthe desde a quarta. Em tempos de voltas, SMP e Rebellion conseguiram ficar bem próximas da Toyota perdendo, no máximo, um segundo. Algo bem diferente do que foi visto há doze meses lá mesmo em Sarthe. Na classificação final, o SMP #17 ficou míseros dois décimos do Toyota #8 (segundo colocado) e a seis do Toyota #7 que foi o pole. A distância total do pole para o sexto colocado, o Rebellion #1, foi de 1’3 segundos de vantagem. Para se ter uma idéia, a pole de 2018 feito pelo Toyota #8 foi na casa de 3’15’’377,  enquanto que o terceiro colocado – o Rebellion #1 – ficou a quatro segundos do melhor tempo. Um massacre.
Outro ponto a ser abordado e que pode ajudar estas equipe na largada e primeiras voltas, é a velocidade de reta. As cinco primeiras posições neste quesito pertencem a cinco carros dos P1 não híbridos: SMP #11 lidera a tabela com 347 Km/h com o gêmeo #17 em segundo (346 Km/h); os Rebellion #1 e #3 em seguida com 341 e 339 Km/h e o #10 da Dragonspeed em quinto com 337 Km/h. Os dois Toyotas (#7 e #8 respectivamente) parecem em 11º e 12º no quesito com iguais 334 Km/h. Uma desvantagem de 13 Km/h que pode bem fazer diferença caso algum dos não híbridos consiga segui-los de perto após a largada e arriscar de um modo seguro – ao contrario do que fizera Lotterer ano passado, ao atacar fortemente os Toyotas antes da Dunlop Curve e estragar a corrida do trio ainda na largada.
Apesar de todas essas situações, temos que levar em conta que a Toyota tem se segurado bastante nessa corrida. A prova do ano passado foi um caso, onde os dois carros japoneses passaram todas as 24 horas comboiando um ao outro sem correr grandes riscos – excetuando os momentos críticos de dobrar grandes tráfegos. E outra: as lições do passado onde eles fizeram provas espetaculares, tendo o carro mais veloz do grupo, lhes trazem amargas lembranças e que certamente deu a eles o caminho certo para que pudessem fazer aquela prova conservadora de 2018 – mesmo sabendo da superioridade técnica sobre a horda dos não híbridos.
Na LMP2 a batalha tende a ser tensa. Os cinco primeiros estão no mesmo segundo e do primeiro até o oitavo 1’’5 de diferença. A pole foi feita pelo #39 da Graff em 3’25’’073, mas acabariam por perder a posição por não terem parado para a pesagem obrigatória que era feita ao final do Qualy 3. Com isso, a posição de honra acabou no colo da TDS Racing com o seu #28, seguido pelo #31 da Dragonspeed e o #36 da Signatech Alpine. Interessante observar que o #31 da Dragonspeed esteve muito bem na classificação até o derradeiro qualificatório onde acabou perdendo terreno para os demais, mas sempre ficando entre os três primeiros. É uma equipe a se considerar na luta pela vitória, ainda mais tendo o pé pesado de Pastor Maldonado ao volante. A Signatech Alpine saindo em terceiro sabe bem o caminho das pedras para vencer em Sarthe como ficou comprovado em 2018, enquanto que rivais mais clássicos, como a Jackie Chan DC, parte de sétimo com o #38 e de 12º com o #37. Se bem que eles também conseguem subir na classificação, como ficou comprovado ano passado quando saíram de 10º e 11º e levou o #37 ao quarto lugar e o #38 ao sexto. A G-Drive, outra equipe clássica da P2, sairá da quinta colocação com o seu #26. Isso sem contar na própria Graff que parte da 14ª colocação e que no ano passado foi segunda na classe. Emoções não devem faltar na LMP2.
Talvez o duelo que é mais esperado remonta a classe LMGTE-PRO, onde a Aston Martin - com o #95 - fez a pole, seguida pelo Ford GT #67 e pelo Corvette #63. Mas o BOP de performance feito hoje em Sarthe acabou por "amansar" os Aston com a diminuição da potência do turbo e também da capacidade do tanque de combustível, caindo de 97 para 95. Outra mudança foi em relação ao peso, mas nesta quase todos os carros da PRO (menos os Corvette) acabaram perdendo 5 kg. 
Ainda que esperemos para saber qual o impacto que essas mudanças terão especialmente para a Aston Martin, a expectativa é que as disputas sejam as mais ferrenhas. Como bem disse, ainda esperamos para ver como será o comportamento da Aston frente a essas restrições, mas a maior oposição pode vir da Porsche que esteve muito bem em todos os treinos e que acabou falhando no último qualy onde sucumbiu a melhor performance de Aston, Ford e Corvette. Por falar em Ford, apenas o #67 é que esteve em boa forma. Os outros carros da marca oval estiveram longe de serem competitivos. A Ferrari também não teve grande destaque nesta jornada em Sarthe, tendo apenas o #71 da AF Corse como o melhor dos italianos na oitava colocação da classe. Quem teve uma pequena melhora foi a BMW que conseguiu se meter entre os cinco primeiros com o #82. Já o #81 acabou em último (16o) na classe. 
Mas a probabilidade de escaladas nessa classe, promete ser das mais interessantes. E como sempre acontece, é classe de onde se espera as grande emoções.
Por fim, na LMGTE-AM, a Porsche deitou e rolou ao cravar cinco carros nas seis primeiras posições. Porém o BOP também deu uma atrasada nos carros alemães, que engordaram dez kilos. No entanto o único Ford GT inscrito na classe pela Keating Motorsport, emagreceu 10kg. 
Apesar de tudo, a chance de um Porsche vencer ainda é grande. Mas com esse aumento de peso, é de ficar de olho no Ferrari da Spirit Of Race - que sempre faz um bom trabalho em Sarthe - e também no Ford GT da Keating. 
A previsão é tempo instável em Sarthe desde a largada até a chegada, com a espera de chuvas - leve e mais pesada -  na parte da noite. 
E claro, vamos para a 87a da história de Sarthe!

quinta-feira, 13 de junho de 2019

87ª 24 Horas de Le Mans: Pole para a Toyota


Terminada as atividades em Sarthe e a Toyota cravou a pole para esta edição 87 da grande prova. Sem dificuldades os dois TS050 melhoraram seus tempos de volta em relação as duas últimas sessões de qualificação: o #7 fez a pole com o tempo de 3’15’’497 enquanto que o #8 fez a segunda marca em 3’15’’908. A SMP sempre teve um dos seus carros entre os três primeiros: no penúltimo treino o #11 ocupava a terceira posição, mas foi superado pelo seu gêmeo #17 que fez 3’16’’159. A Rebellion aparece em quarto com o #3 e o #1 em sexto.
Na LMP2 a Dragonspeed #31 até que melhorou a sua marca, mas não o suficiente para sustentar a pole que era deles desde ontem. A primazia de largar na pole da classe é do #39 da Graff que fez o tempo de 3’25’’073, enquanto que a segunda posição é do #28 da TDS que ficou dois décimos atrás. A Dragonspeed fechou em terceiro. Os cinco primeiros desta classe ficaram no mesmo segundo.
Na LMGTE-PRO as emoções já estão reservadas, se julgarmos pelas classificações. O melhor trabalho ficou por conta do Aston Martin #95 que cravou a pole em 3’48’’000, um décimo melhor que o Ford GT #67 que até aqui é o melhor dos quatro carros da marca estadunidense. A Corvette completou a trinca ao fazer a volta em 3’48’’830. A Porsche que vinha até bem nas outras duas classificações, tem no #93 o seu melhor ao fazer a quarta posição. A BMW terá o #82 na quinta posição, um segundo pior que o pole da classe.
Na LMGTE-AM o cenário para a Porsche é dos melhores: dominaram a três primeiras posições, sendo dois da Dempsey-Proton Racing (#88 e #77) e o terceiro vindo  com o Porsche da Gulf Racing. O melhor carro não Porsche nas seis primeiras colocações, é o Ferrari da JMW que ficou a quase um segundo do #88. O grid dessa classe estará desfalcado do #99, que teve seu acidente ontem com Tracy Krohn ao volante. O piloto acabou não sendo liberado pelos médicos e assim optaram por retirar o carro dessa edição.  





Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...