Com a proibição de corridas na França, que era a principal organizadora desde o final do século 19, a prova da Gordon Bennett, no ano de 1904, acabou por ser a mais importante do ano na Europa. A Alemanha, que era a anfitriã da Taça naquela ocasião, fez um longo traçado nas estradas da floresta de Taunus que fica perto de Hamburgo. Com essa chancela de ser a maior prova daquele ano na Europa, o Kaiser Guilherme II decidiu estar presente no dia da competição, que foi realizada em 17 de junho e, por isso, a data foi declarada feriado nacional.
Alguns países, em especial França e Grã-Bretanha, decidiram realizar provas eliminatórias para formar as suas respectivas equipes. Para os franceses, que estavam proibidos de realizar qualquer competição motorizada por aquelas bandas, receberam o convite dos belgas para que sua corrida eliminatória fosse feita no circuito de Ardenes. Mas o ACF decidiu, mais uma vez, sentar-se junto com o Primeiro Ministro, o senhor Combes, que já havia conseguido a autorização para realizá-la a primeira edição da Taça em 1900. Após muitas conversas entre o ACF, Combes e os deputados, corrida foi permitida, mas esta deveria ser feita em um lugar totalmente, ou quase, desabitado. O lugar escolhido foi em Argonne, lugar de pouca população.
Os britânicos conseguiram um local pouco populoso: a Ilha de Man.. A prova de eliminação foi vencida por Selwyn Edge com um Napier. Charles Jarrot e Sidney Girling completaram a trinca pilotando os Wolseleys.
Na França a corrida teve como surpresa a não classificação de dos Panhard, que estiveram presentes desde a primeira edição. Léon Théry (Richerd-Brasier), Joseph Salleron (Mors) e Henri Rougier (Turcat-Méry) formaram a equipe francesa.
Outros quatro países também estariam presentes na Alemanha:
ITÁLIA: Vincenzo Lancia, Alessandro Cagno e Luigi Storero (FIAT)
BÉLGICA: Barão Pierre de Crawhez, Augiéres e Lucien Hautvast (PIPES)
ALEMANHA: Camille Jenatzy, Pierre de Casters (MERCEDES) e Fritz Von Opel (OPEL)
ÀUSTRIA: Christian Werner, John Warden e Edgar Braun (MERCEDES)
Léon Théry, recuperou a Taça para os franceses após dois fracassos nas edições anteriores
Apesar da aparente disputa que se iniciou entre os carros franceses, alemães e britânicos, a corrida acabou por ser tranqüila. Os três carros britânicos abandonaram com problemas mecânicos e disputa ficou concentrada entre o Richard-Brasier de Théry e o Mercedes de Jenatzy. Este último tentou de todas as formas descontar uma desvantagem de mais de 11 segundos de diferença para o francês, mas de nada adiantou e Léon Théry venceu a prova levando a Taça novamente para a França.