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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Foto 998: Stirling Moss & Jack Fairman, 1000km de Nurburgring 1959

 


Stirling Moss no comando do Aston Martin DBR1/300 que ele compartilhou com Jack Fairman durante os 1000km de Nurburgring de 1959, que era a terceira etapa do Mundial de Carros. 

Era a segunda prova da Aston Martin no campeonato, tendo competido nas 12 Horas de Sebring, mas abandonado por problemas no pistão e não comparecendo para a a Targa Florio. Isso significava que a equipe de David Brown partia zerada contra Ferrari e Porsche que haviam ganho as duas primeiras etapas. Nesta de Nurburgring a Aston Martin mandou apenas um DBR1/300 para Stirling Moss e Jack Fairman enfrentarem a trinca de 250TR 59 da Ferrari que inscreveu para Tony Brooks/ Jean Behra, Phil Hill/ Olivier Gendenbien e Dan Gurney/ Cliff Allison. 

Apesar da pole ter sido feita por Jean Behra, foi Moss quem pulou na frente na largada no estilo Le Mans. O inglês imprimiu forte ritmo que o fez abrir 11 segundos logo na primeira volta e isso foi aumentando de forma surpreendente a ponto de Stirling quebrar o recorde de volta da pista em uma série de voltas. Isso resultou numa diferença absurda de mais de seis minutos sobre a Ferrari de Dan Gurney na 17ª volta. Foi o momento que ele entregou o comando do Aston Martin #1 para Jack Fairman. 

Nem sempre um segundo piloto conseguirá emular o que foi feito pelo capitão de um carro de endurance. Ele manterá o ritmo ou, até mesmo por algum infortúnio, as coisas não sairão da melhor forma possível: Jack Fairman não repetiu a pilotagem impressionante de Moss, mas conseguia manter uma boa distância dos Ferrari até que ele acabasse rodando e caindo numa vala quando desviou de um carro bem mais lento. Isso lhe custou uns bons minutos entre conseguir sair do local e fazer o carro pegar e quando conseguiu retornar, ele já levava mais de 1 minuto de atraso. 

Fairman foi aos boxes e entregou para Moss que partiu para uma recuperação alucinante, agora numa pista molhada que tornava ainda mais perigoso o desafio no colossal Nordschleife. Stirling conseguiu a façanha de descontar o atraso de mais de 1 minuto e entregar o carro novamente para Jack com uma diferença de dois minutos sobre as Ferrari. Jack Fairman voltou ao volante, mas seu ritmo estava muito abaixo - ele estava com a confiança abalada após o incidente - e todo esforço de Moss para reconstruir a diferença caiu mais uma vez. Mas agora a equipe de David Brown foi mais ágil e mandou que ele entrasse e entregasse o carro para Stirling.

Moss precisou mais uma vez usar de seus dotes para recuperar a liderança sobre a Ferrari do duo Hill/ Gendebien: em quatro voltas, Moss havia alcançado Hill e ultrapassado para cinco voltas depois ele passar e garantir uma histórica vitória para a Aston Martin em Nurburgring - que foi a terceira consecutiva da marca no Nordschleife. 

Foi uma conquista importante para a Aston Martin que, juntando a desejável vitória em Le Mans (Roy Salvadori/ Carroll Shelby) e no Tourist Trophy em Goodwood (Carroll Shelby/ Jack Fairman/ Stirling Moss), garantiu a fabricante inglesa o título do Mundial de Marcas de 1959. 

domingo, 11 de julho de 2021

Foto 989: Rolf Stommelen, 750km de Nurburgring 1974

 


Rolf Stommelen com o Alfa Romeo T33/TT/12 da Autodelta que ele dividiu com Carlos Reutemann durante os 750km de Nurburgring, terceira etapa do Mundial de Marcas de 1974.

Por conta da crise do petróleo os tradicionais 1000km foi reduzido para 750km, ato que se tornou até comum em algumas categorias naquele ano. Além desta redução na quilometragem da prova em Nurburgring, a etapa de Paul Ricard também desceu de 1000km para 750km. 

Essa edição dos 750km de Nurburgring acabou ficando para a Matra com os "Jean Pierre" Jarier e Beltoise levando a vitória após o outro Matra MS670C de Gerard Larousse/ Henri Pescarolo ter apresentado problemas de motor ao funcionar apenas onze dos doze cilindros - este problema voltaria acontecer em Watkins Glen com Larousse/ Pescarolo e a vitória ficando Jarier/ Beltoise.

Ainda em Nurburgring, a Alfa Romeo ocupou as outras duas posições do pódio ficando em segundo com Stommelen/ Reutemann e em terceiro com Andrea De Adamich/ Carlo Facetti. O outro Alfa de Arturo Merzario/ Brian Redman ficou apenas em nono. 

A temporada de 1974 do Mundial de Marcas foi um passeio da Matra, tendo vencido nove das dez etapas e a Alfa Romeo ficando apenas com a vitória nos 1000km de Monza que abriu o campeonato com Arturo Merzario/ Mario Andretti conseguindo esta conquista. 

Rolf Stommelen ficou na Autodelta de 1970 até 1974, sem conquistar nenhuma vitória na geral (mas vencendo duas em classe, nos 1000km de Buenos Aires e 12 Horas de Sebring em 1971) e com um punhado de segundos lugares como melhores resultados. 

Quando ele juntou-se a Autodelta a equipe tinha o T33/3 em fase de desenvolvimento e por isso com falta de confiabilidade, levando-o a falar "Somos lentos, mas somos divertidos". Outra piada interna envolvia ele e os outros dois pilotos da casa, Andrea De Adamich e Masten Gregory que, assim como Rolf, usavam óculos e dessa forma a equipe passou a ser chamada de "Os três cegos".

Rolf Stommelen completaria 78 anos hoje. 

domingo, 23 de maio de 2021

Foto 938: Gérard Larousse, 1000Km de Nurburgring 1973

 


Gérad Larousse levantando voo com o seu Matra MS670B durante os 1000km de Nurburgring de 1973, então sétima etapa do Mundial de Marcas. Na ocasião, ele dividiu o comando do Matra com Henri Pescarolo. 

Foi um campeonato disputado palmo a palmo contra a Ferrari que alinhou suas 312PB, mas naquela etapa de Nurburgring foram os italianos que se saíram melhor ao vencer com Jacky Ickx e Brian Redman, e ainda ter a segunda posição ocupada por Arturo Merzario/ José Carlos Pace em segundo. A terceira posição ficou para o Chevron B23 de John Burton/ John Bridges. 

Os dois Matras que estiveram nesta prova sofreram problemas de motor e abandonaram: Larousse/ Pescarolo saíram logo na primeira volta, enquanto que François Cevert/ Jean Pierre Beltoise ficaram até a volta 12. Segundo a equipe, na época, esta série de problemas era por conta da divisão da equipe que ficou em dois lugares diferentes: a equipe ficando em Paul Ricard e a produção de peças sendo deslocada para Vélizy, ao norte da França.

Apesar deste infortúnio, a Matra conseguiu derrotar a Ferrari ao marcar 124 pontos contra 125 da rival italiana, marcando, assim, o fim de era bastante frutífera para o Campeonato Mundial. 

Sobre Gérard Larousse, hoje ele completa 81 anos.

sábado, 1 de maio de 2021

Foto 916: Ayrton Senna, 1000km de Nurburgring 1984

 



A famosa participação de Ayrton Senna na sua única aparição em uma prova de Endurance. Na foto, o brasileiro nos boxes de Nurburgring com o Porsche 956 do Joest Racing que ele compartilhou com Henri Pescarolo e Stefan Johansson durante os 1000km de Nurburgring de 1984, então quarta etapa do World Sportscar Championship.

Ayrton pilotou o carro na parte da tarde onde a chuva se fez presente, mas conseguiu tirar uma boa impressão do protótipo: “É mais pesado que um F-1, mas é bastante rápido”. Para a qualificação, foi o sétimo - ainda em pista molhada - e levou o Porsche ao nono lugar pela soma de tempos de Pescarolo e Johansson.

Apesar do bom desempenho nas primeiras voltas da corrida, o Porsche enfrentou problemas na embreagem e isso fez a equipe Joest trabalhar no mesmo para devolvê-lo à pista com um bom par de voltas de atraso para o líder.
Restou ao trio recuperar e fechar em oitavo - e pelas contas da equipe, caso o problema não tivesse atrasado eles em 15 minutos para o reparo, seria possível chegar ao pódio. A vitória ficou para o Porsche 956 da Rothmans Porsche, conduzido por Stefan Bellof e Derek Bell.

Dois personagens teceram elogios ao brasileiro: Reinhold Joest e Domingos Piedade. O ex-piloto alemão e dono da Joest Racing relembrou a participação do brasileiro na sua equipe: “Ele foi rápido logo nos primeiros treinos. Depois da corrida, ele ficou umas quatro horas conversando conosco, dando sugestões para deixar o carro mais rápido. Senna queria conhecer tudo sobre o 956. Trabalhou de maneira muito profissional para nós”

Domingos Piedade, que era o Diretor Esportivo da equipe Joest Racing e que foi o principal responsável em levar Ayrton para competir na equipe, também recorda sobre a passagem de Senna naquele final de semana: "O seu comportamento com o Porsche 956 de Grupo C da minha equipe foi simplesmente exuberante, divino. Depois de sete voltas ao volante de um carro que lhe era totalmente desconhecido, numa categoria nova para ele, Ayrton alcançou todo o mundo em pista e nas 65 voltas que pilotou o carro da New Mann foi simplesmente o mais rápido em pista, batendo senhores destes carros, como Bellof, Mass, Ickx, Bell, Pescarolo, Winkelhock, Boutsen, Wollek, Patrese e outros."

Hoje completa 27 anos da morte do grande piloto.

domingo, 10 de janeiro de 2021

Foto 903: Ignazio Giunti, 1000km de Nurburgring 1970

 


A estrela italiana em ascensão, Ignazio Giunti, ao volante do Ferrari 512 S Spyder - que dividiu com Arturo Merzario - durante os 1000km de Nurburgring de 1970. A corrida foi curta para o duo, já que problemas na injeção de combustível forçou o abandono na segunda volta.

Giunti era uma das esperanças italianas no automobilismo naquele início de década, tendo conquistado sucessos desde 1968 quando terminou em segundo na Targa Florio e ficou em quarto nas 24 Horas de Le Mans, nestas duas pilotando pela Alfa Romeo em dupla com Nanni Galli. De imediato foi recrutado pela Ferrari, onde revezou com Clay Regazzoni na Fórmula 1 e ainda continuou a pilotar nas provas de Endurance pela equipe italiana que lhe deu a oportunidade de vencer as 12 Horas de Sebring de 1970 em trio com Nino Vacarella e Mario Andretti.

Hoje completa exatos 50 anos da sua terrível morte, após bater seu Ferrari 312PB na traseira do Matra de Jean Pierre Beltoise em plena reta dos boxes do circuito durante a realização dos 1000km de Buenos Aires de 1971, num momento em que o francês tentava empurrar o carro para os boxes. 

Giunti tinha 29 anos. 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Foto 812: Jacky Ickx e Hans Stuck, 1000 km de Nurburgring 1974



Jacky Ickx e Hans Stuck, com o BMW 3.0 CSL #71 da BMW Motorsport,  em ação no final de semana dos 1000km de Nurburgring de 1974.
Abandonaram na volta 3 por problemas no câmbio. A vitória ficou para o Matra MS670C #1 de Jean Pierre Beltoise/ Jean Pierre Jarier.
Ickx e Stuck completam mais um aniversário: o belga chega aos 75 anos e o alemão aos 69.

Fotos: Motorsport Images

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Foto 533: Alguns pensamentos sobre Stefan Bellof

(Foto: Dale Kistemaker/Poetic of Speed)

Existe uma aura em torno do nome e imagem de Stefan Bellof nestes últimos trinta anos. As marcas alcançadas por este alemão até a idade de 27 anos queira nas categorias de base, queira no World Sportscar Championship, onde a sua estrela brilhou intensamente e que serviu de base para a sua projeção para o mundo do motorsport, nos dá o total entendimento deste frisson que ainda resiste aos dias atuais. O seu precoce desaparecimento num dos trechos mais temíveis do esporte a motor, a Eau Rouge, quando resolveu desafiar Jacky Ickx numa manobra ousada e arriscada, ainda rende discussões sobre a sua coragem ou loucura em tentar efetuar algo que hoje, devido um pouco mais de juízo dos atuais competidores, tem sido feito com total sucesso, mas que ainda sim gera aquele frio na espinha só de ver a imagem.

Nestas três décadas de sua morte, o nome de Bellof ganhou o mesmo status de outros competidores que deixaram as pistas cedo demais e, devido a essas circunstâncias, geram muitas imaginações do que poderiam ter sido. Jovens pilotos como Guy Moll e Bernd Rosemeyer – anos trinta –, Ricardo Rodriguez – anos 60 –, Tony Brise e Tom Pryce – anos 70 – Gilles Villeneuve – anos 80 – só para citar alguns, geram muita curiosidade do que poderiam ter alcançado caso tivessem sobrevivido, num momento em que as suas carreiras começavam a florescer. Os sucessos alcançados pela Porsche no WSC no inicio dos anos 80, incluindo a sua fabulosa volta em Nurburgring no ano de 1983, naquela que foi a última aparição dos protótipos no colossal traçado, ainda rende admiração por ser o recorde oficial da pista alemã. O título mundial na categoria, conquistado em 1984, ainda sob os serviços da Porsche, coroou o talento que tão bem havia mostrado no ano anterior, ao desafiar senhores do calibre de um Jacky Ickx, Derek Bell, Hans Joachim Stuck e outros. Mas o seu desempenho na Fórmula-1, especialmente em Mônaco 1984 e Portugal 1985, em condições adversas, que é onde os pilotos mostram suas armas, é que deu ao piloto nascido em Giessen o status de grande promessa.

Mas Bellof teria chegado ao olimpo na categoria máxima? Difícil de saber... É claro que os pensamentos é que ele tivesse chegado a um título mundial, talvez, quem sabe, pela Ferrari, com quem estava apalavrado para a temporada de 1986. Mas a impressão é que, além de travar ótimos duelos com os grandes daquela época na F1, Bellof atingisse um nível parecido ou maior até mesmo que o alcançado por Gilles Villeneuve. Pelos depoimentos de pessoas que conviveram com ele, a sua personalidade era bem parecida com a do piloto canadense: extrovertido, leal e destemido, uma mistura que cativava muito Enzo Ferrari, que viveu numa época em que os pilotos tinham a áurea de heróis e a coragem indubitável ao volante de carros sem nenhuma segurança, talhavam a imagem de semideuses pelo público. Olhando por esta ótica e analisando a carreira de Stefan desde as categorias menores, passando pelo endurance até chegar na F1, não seria de estranhar o que ele poderia ter feito com aqueles carros vermelhos. A paixão que os tiffosi teriam por ele, seria algo estratosférico e até mesmo os não tiffosi o amariam imensamente.

A certeza que fica após trinta anos de seu desaparecimento, é que Bellof teria sido um dos grandes da F1 e mesmo que o título mundial não viesse, a sua imagem seria eternizada de qualquer forma. A sua morte em Spa-Francorchamps, num ano triste para a competição, que perdera Manfred Winkelhock semanas antes na etapa de Mosport, serviu apenas para que todos seus feitos ficassem ainda mais encravados na história. Seu desaparecimento foi um duro golpe para o automobilismo alemão. E para os amantes do motorsport também.     

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Foto 368: 1000Km de Nurburgring, 1984

O cartaz comemorativo da Porsche pela vitória de Stefan Bellof/ Derek Bell nos 1000Km de Nurburgring de 1984, que foi disputado no moderníssimo circuito de Nurburgring. A vitória que escapara no ano anterior no lendário Nordscheleif, tinha chegado.
Essa foi a corrida que contou com a única participação de Ayrton Senna numa prova de Endurance: dividindo o Porsche 956 da New Man com Stefan Johansson e o mestre Henri Pescorolo, o trio garantiu um honroso 8° lugar após inúmeros problemas.

domingo, 13 de julho de 2014

Foto 366: Stefan Bellof, Nurburgring 1983

O acidente que custou uma vitória. A foto é de Stefan Bellof que acabara de bater sua Porsche 962 na veloz - e perigosa - Pflanzgarten durante os 1000km de Nurburgring de 1983.
O piloto alemão estava estava num nível acima doa demais naquele final de semana: além da volta mais veloz do velho Nurburgring para obtenção da pole (6'11"13), ele também cravara a melhor volta da corrida em 6'25"91. Daí veio o acidente...

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...