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Andretti ultrapassando o Porsche de Mcqueen/ Revson em um momento das 12 Horas de Sebring.
(Foto: Louis Galanos) |
A maioria que entende um pouco sobre corridas e conhece, também, a carreira de Steve Mcqueen, sabe o quanto que o falecido ator/diretor de filmes era apaixonado por corridas de carros. Tanto que ele produziu a obra prima "Le Mans" em 1971 e esteve no comando de uma produção que não vingou de um filme sobre corridas na metade dos anos sessenta, que retratei aqui.
E a sua paixão não era limitada apenas em ter belos e poderosos carros de corrida, mas sim em competir também. Em 1970, nas 12 Horas de Sebring, ele esteve bem perto de uma vitória.
Ele havia comprado uma Porsche 908 e dicidiu competir na famosa prova do estado da Flórida. Naquela ocasião ele dividiu o volante do carro com seu conterrâneo Peter Revson, mas, naturalmente por ser uma equipe particular, eles sabiam que não tinham chance alguma de vencer a corrida pelo fato de enfrentarem equipes de fábrica como a Ferrari, Ford e Porsche, com seus míticos 917K.
O grid de largada mostrava o Porsche 908 #48 numa boa 15ª colocação. A pole tinha ficado com a dupla Arturo Merzario/ Mario Andretti na bela Ferrari 512S Spyder #19, seguido pelas Porsches 917K da J.W. Engineering (Jo Siffert/ Brian Redman/ Leo Kinnunen) e Porsche Audi (Vic Elford/ Kurt Ahrens Jr.).
Enquanto a prova foi se desenrolando, os carros foram quebrando ou tendo problemas e com isso, Mcqueen/ Revson foram subindo de posições até se encontrarem numa bela segunda posição. Isso já era um lucro por tratar-se de uma equipe privada. Mas faltando 21 voltas para o fim, a Ferrari #19 de Merzario/ Andretti, com Mario no volante, apresentou problemas de câmbio e foi forçada a abandonar. Desse modo, o Porsche branco de Mcqueen/ Revson assumiu a liderança.
A Porsche triunfaria a corrida de Sebring, mas Ferrari virou o jogo. Minutos depois de Andretti encostar seu carro nos boxes, eles ordenaram para que o ítalo-americano voltasse para pista. O Ferrari #21, conduzido por Ignazio Giunti/ Ninno Vaccarella estava em segundo, não tão longe da Porsche, e vendo que eles tinham muito mais potência que o carro de Stuttgart ( a Ferrari tinha um V12 de 4.998cc contra o V8 de 2.997cc) entregaram o carro para Mario e ordenaram para que pilotasse tudo que podia. E assim foi feito, com Andretti a fazer uma corrida brilhante e ultrapassando uma indefesa Porsche faltando duas voltas para o fim. A diferença no final foi de mais de 22 segundos da Ferrari para o Porsche.
Algum tempo depois, Andretti explicou de onde tirou fôlego para aquela perseguição: "Eu me lembro que estavam anunciando' Steven McQueen! Steve McQueen! Steve McQueen! ". " Eles nunca mencionaram Revson, Revson. E foi ele quem fez a maior parte da corrida, porque Steve tinha um pé quebrado. Revson estava fazendo um trabalho fenomenal, obviamente, mas ele nunca foi mencionado. Então, aquilo me motivou um pouco."
Como bem disse Mario Andretti, Mcqueen não pôde fazer a corrida em grande parte por ter um pé quebrado devido um acidente de moto. E o Porsche 908 que quase venceu as 12 Horas de Sebring, foi usado como camera-car nas 24 Horas de Le Mans daquele ano.