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terça-feira, 20 de julho de 2021

Foto 997: Bernd Schneider, Zakspeed 1989

 


O Zakspeed 891 Yamaha com Bernd Schneider ao volante na pista de Jacarepaguá em 1989, que abria a temporada daquele ano da Fórmula-1 com o GP do Brasil. 

Tanto 1988 quanto 1989, não foram os melhores anos da equipe de Erich Zakowski na categoria e Schneider, primeiramente ao lado de Piercarlo Ghinzani em 1988 e depois com Aguri Suzuki em 1989, passou maior parte do tempo tentando um lugar nas corridas ao batalharem fortemente desde as famosas pré-qualificações. Neste período, Bernd conseguiu qualificar-se para oito provas e terminando apenas duas: foi 12º na Alemanha e 13º na Bélgica, as duas em 1988. As outras seis provas que ele qualificou-se, mas não terminou, foi no México, França, Itália, Japão em 1988; Brasil e Japão em 1989. 

Numa entrevista para a Motor 24 em 2017, ele comenta sobre como era estar motivado com um carro de fundo de grid: "Não é muito fácil ganhar motivação, em especial em 1989, com o motor Yamaha que era um pesadelo. Sofri bastante ao longo da época toda. Mas tive a sorte de vencer as 24 horas de Spa-Francorchamps desse ano com um Ford Sierra Cosworth e isso deu-me motivação e mostrou-me que era um bom piloto e que tinha azar na F1. Quando se está num nível tão mau como eu estava com a Zakspeed, começa-se a duvidar das nossas capacidades e isso é mau. Temos sempre de ter confiança. A F1 chegou muito cedo para mim e foi muito difícil naquela altura. A equipa em que entrei estava em grandes dificuldades e foi muito complicado para mim. Mas não foi uma decisão minha… Tive a sorte de ter recebido a oferta e de ter participado na F1. Penso que tentei tirar sempre o máximo partido de todas as situações em que estive." O restante da entrevista pode ser conferida neste link. 

Schneider ainda retornou a Fórmula-1 em 1990 pela Arrows, onde conseguiu um 12º lugar na prova dos EUA e voltando apenas no Japão, onde não conseguiu qualificar-se. 

Mais tarde ele se dedicaria de forma integral ao endurance e ao DTM, onde viria a ganhar cinco títulos. 

Bernd Schneider, que tem seu nome em homenagem ao lendário piloto da Auto Union Bernd Rosemeyer, completa 57 anos hoje.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

FIA GT - Os vinte anos do titulo de Ricardo Zonta - Final

Calendário da Temporada de 1998 do FIA GT

1
ALE Oschersleben 500
Motopark Oschersleben
12 Abril
2
ING British Empire Trophy
Silverstone Circuit
17 Maio
3
ALE Hockenheim 500
Hockenheimring
28 Junho
4
FRA 500 km de Dijon
Dijon-Prenois
12 Julho
5
HUN Hungaroring 500
Hungaroring
19 Julho
6
JAP Suzuka 1000 km
Suzuka Circuit
23 Agosto
7
ING Donington 500
Donington Park
6 Setembro
8
AUS 500 km Zeltweg
A1-Ring
20 Setembro
9
EUA Homestead 500
Homestead-Miami Speedway
18 Outubro
10
EUA Visa Sports Car Championships
Laguna Seca Raceway
25 Outubro


Mercedes – Sem chances para os rivais
O Team Mercedes: Mark Webber, Klaus Ludwig, Bernd Schneider e Ricardo Zonta. Atrás: Christophe Bouchut, Bernd Maylander, Marcel Tiemann e Jean-Marc Gounon, que estavam a serviço do Team Persson.
(Foto: Media Daimler)


Apesar de um possível duelo contra a Porsche, o que se viu naquele mundial de 1998 foi um passeio da Mercedes na mais literal concepção da palavra. Se inicialmente a Porsche mostrou algum ritmo, principalmente nas duas primeiras etapas, os problemas mecânicos acabaram assolando a fábrica francesa – especialmente na primeira corrida, os 500km de Oschersleben – a Mercedes tinha a confiabilidade ao seu lado com o já veterano CLK-GTR, que durou as duas primeiras etapas – Oschersleben e Silverstone – para depois estrear o avassalador CLK-LM em Le Mans (que não contou pontos para o mundial) e fazer o restante da temporada com o mesmo, resultando num domínio absoluto.
É verdade que as chances das demais fábricas – especialmente Porsche e Panoz – se repousaram nas duas corridas inciais. A Porsche fez a pole na prova de Oschersleben e tinha ritmo suficiente para conseguir a conquistam, mas problemas mecânicos acabaram tirando essa chance – sem contar com o incidente entre Ricardo Zonta (Mercedes #2) e Allan McNish (Porsche #7) que resultou em mais problemas para o 911 GT1. Em Silverstone o Porsche #8 estava na disputa direta com o Panoz Esperante #3, mas a afobação de Uwe Alzen acabou tirando a chance dele e de David Brabham – que
Apesar dos inúmeros problemas no FIA GT, a vitória em Le Mans foi o
grande momento da Porsche em 1998.
liderava com o Panoz – a oportunidade de conquistar um resultado melhor. O Porsche #7, pilotado por McNish no início da prova, estava liderando quando apresentou problemas e perdeu várias voltas após a sua ida aos boxes, para depois abandonar definitivamente. As duas provas foram ganhas pela Mercedes: em Oschersleben com a dupla Zonta/Ludwig no Mercedes #2 e em Silverstone com a dupla Schneider/ Webber. Duas corridas que foram, de fato, a grande chance para que a concorrência pudesse vencer com tranquilidade.
Em Le Mans, prova qual não fazia parte do calendário, mas sempre com a sua grande importância entre as montadoras, a Mercedes estreou o seu CLK-LM. Mas nesta, por uma questão de confiabilidade, preferiram utilizar o motor V8 – que fora utilizado no mítico Sauber C9 – em vez do V12 habitual para uma prova de 24 Horas. Apesar do seu favoritismo, compartilhado com o elegante e imponente Toyota GT-One, os carros alemães acabaram ficando pelo caminho com exatas duas horas de prova, curiosamente com problemas de... motor. Os três GT-One tiveram seus percalços, sendo que dois ficaram de fora por avarias (#28 por acidente e o #29 com problemas no câmbio). O terceiro GT-One #27 terminou em nono no geral. A Porsche, que enfrentara problemas nas provas oficiais do FIA GT, acabou por driblá-los em Sarthe e vencer a sua 16º edição na geral com o Porsche 911 GT1 #26 e com o #25 em segundo. Ao menos uma alegria para fábrica de Weissach, que não teria grandes chances no decorrer da temporada.
Se não tinham o ritmo necessário para incomodar os Mercedes
oficiais, a Panoz conseguiu fazer bom  papel contra os demais e
conseguindo até dois pódios em Hockenheim e Dijon
Retornando ao mundial, a superioridade da Mercedes ficou ainda mais latente: até o final da temporada as poles foram cravadas pelos seus dois carros, mesmo que houvesse algumas raras intromissões da Porsche na primeira fila. Talvez uma outra rara oportunidade de tentar bater os carros prateados tenha surgido nos 500 Kms de A1-Ring quando a corrida foi extremamente disputada e até mesmo os dois velhos CLK-GTR da Team Persson deram o ar da graça, tentando beliscar um bom resultado na pista austríaca. A Panoz também esteve em grande forma nesta corrida, conseguindo andar no encalço dos Mercedes, mas problemas mecânicos acabaram por tirá-lo da corrida.
Provas com o a de Hockenheim, Dijon-Prenois, Suzuka, Homestead e Laguna Seca, foram palcos de um duelo particular entres os AMG Mercedes. Desta lista, apenas em Suzuka é que a Porsche conseguiu se meter no duelo por um breve período até que – novamente – Zonta e McNish se encontrassem na pista e proporcionassem um acidente parecido com o que ocorrera em Oschersleben. O Mercedes do brasileiro foi punido com um stop & go de 3 minutos, mas ainda sim terminou em segundo na geral. A outra intromissão da Porsche se deu em Donington, quando a uma genial largada de McNish deu a chance dele e do outro Porsche suplantarem o duo da Mercedes. Porém a alegria de McNish/ Dalmas não duraria muito, pois a sua espetacular largada foi por conta de uma queima de largada.
A essa altura do mundial as vitórias estavam divididas entre a Mercedes: até a corrida de Zeltweg, a dupla Schneider/ Webber contabilizava cinco vitórias contra três de Ludwig/ Zonta. O que pesava a favor da dupla do carro #2 era a maior regularidade: Ludwig e Zonta conseguiram até a prova de Zeltweg pontuar em todas as provas, tendo como pior resultado um quarto lugar em Silverstone, enquanto que do lado da dupla do Mercedes #1 o pior resultado tinha sido em Dijon-Prenois, quando
O Team Persson fechou em treceiro entre os construtores,
alongando a vida útil do CLK-GTR. E claro, teve uma das
liveries mais bonitas do ano no motorsport.
Mark Webber bateu quando liderava ocasionando o abandono. Quando a prova de Zeltweg – vencida por Ludwig/ Zonta – a pontuação estava apertadíssima: Schneider/ Webber computavam 60 pontos, três a mais que Ludwig/ Zonta. A decisão ficaria para Homestead e Laguna Seca.
Em Homestead o duelo entre os dois carros prateados foi visceral, mas até antes da chuva as coisas pareciam pender para o lado de Schneider/ Webber que lideravam com folga. Mas a pesada chuva que caíra no circuito ocasionou a entrada do SC, assim como a mudança dos pneus slick para os biscoito. Mas o sol logo apareceu e a pista passou a secar-se rapidamente e foi neste momento que os pilotos começaram a arriscar-se para voltar aos slick e Webber acabaria na caixa brita, perdendo voltas para o seu rival #2, agora conduzido por Zonta – até Zeltweg a linha de entrada nas corridas colocavam Schneider para enfrentar Zonta e depois Webber é quem conduziria o carro #1, enquanto que Ludwig assumia o #2. Ricardo, apesar de um breve erro, conseguiu manter-se na pista e encaminhar para mais uma vitória que deu a ele e Ludwig a liderança do mundial na penúltima etapa. O erro de Mark Webber saiu caro e acabou terminando em quarto. A pontuação agora era de 67 para Ludwig/ Zonta contra 63 de Schneider/ Webber.
Na ensolarada Laguna Seca o campeonato seria decidido. Para levar o título, Ludwig/ Zonta bastava chegar – logicamente - à frente de Schneider/ Webber ou logo atrás deles – desde que estes não vencessem, pois no critério de desempate a dupla do Mercedes #1 levaria o titulo caso empatassem em pontos.
A Zakspeed teve os 911 GT1 novos, mas pouco pôde fazer durante
o campeonato.

A briga se iniciou desde a largada com Ludwig à frente, mas o que Schneider não contava era com uma grande performance do Porsche #7 com McNish ao volante dando trabalho. O escocês até ultrapassou o Mercedes, chegando ocupar a segunda posição por algum tempo. Infelizmente problemas mecânicos o tirariam da prova mais tarde. Mas Schneider ainda teria mais dores de cabeça com a Porsche, quando encontrou o #8 pelo caminho e ficando encaixotado na terceira colocação por algumas voltas, atrasando-o ainda mais em relação ao Mercedes #2 que ia muito bem na dianteira.
O Mercedes #2 ainda passaria por dois sustos: um quando o carro apagou ainda nos pits, quando Zonta estava no volante, e depois com o brasileiro escapando forte na terceira curva do circuito e quase acertando a barreira de pneus. Fora isso, a corrida estava sob controle e com o Mercedes #1 – agora conduzido por Webber na parte final do stint, que ainda tocaria no Porsche #8 na disputa pela segunda colocação – fora de alcance, o jeito era abrandar o ritmo e curtir as derradeiras voltas até a que a bandeira quadriculada fosse mostrada, dando a vitória e titulo para a dupla Ludwig/ Zonta. A dupla fechou o mundial com 77 pontos, contra 69 de Schneider/ Webber.
Dominantes: um passeio por conta de Pedro Lamy e Olivier Beretta
no Viper do Team Oreca. 

Na GT2 o passeio dos Chrysler Viper GTS-R  do Team Oreca foi quase igual ao da Mercedes, mas com algumas oposições vinda do Marcos LM 600 e dom Porsche da Roock Racing, que foi a única a derrotar os Viper em Hungaroring.
A dupla formada por Pedro Lamy/ Olivier Beretta no Viper #51 beirou a perfeição: além desta derrota para o Porsche da Roock Racing em Hungaroring, perdeu também em Zeltweg quando a vitória foi para os seus companheiros de equipe Karl Wendlinger/ Justin Bell. Foram oito vitórias e duas segundas colocações por parte de Lamy/ Beretta, marcando 92 pontos contra 38 de Wendlinger, que fechou em terceiro. Uma lavada.


Os campeãoes: Ricardo Zonta e Klaus Ludwig
(Foto: Racing14)

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...