Mostrando postagens com marcador Sergio Perez. Mostrar todas as postagens
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quinta-feira, 23 de março de 2023

GP da Arábia Saudita - Não é nada, mas...

(Foto: Red Bull/ Twitter)

 

Este GP da Arábia não foi nada mais que uma continuação do que vimos em Sakhir, quando a Fórmula 1 abriu a sua temporada e foi constatado que a Red Bull tinha uma vantagem considerável sobre os demais.

A ótima recuperação de Max Verstappen de 15° para 2° evidenciou isso e não há dúvidas de que, realmente, o seu terceiro título mundial - em sequência - pode acontecer com certa facilidade. Mas, por outro lado, os problemas mecânicos podem dar a equipe rubro-taurina alguma dor de cabeça, assim como o comportamento de seus dois pilotos.

Os problemas enfrentados por Max na qualificação, quando um semi-eixo quebrou e o deixou de fora do Q3, mostrou que este pode ser o único adversário real da equipe até que algum voluntário (olá Aston Martin) os desafie realmente. A parte final da corrida, com os dois pilotos reclamando de barulhos e problemas de freios, deixaram um ponto de interrogação sobre a confiabilidade mecânica de um carro que pode chegar ao olimpo dos melhores da categoria.

Outro detalhe que ficou em evidência é que os pilotos chegaram a certeza de que realmente tem o melhor equipamento e a distância para os demais é o suficiente para que possam se jogar numa batalha. Sergio Perez chegou a uma importante vitória, visto que ainda estamos no início do mundial e aproveitando-se bem da falha mecânica de Max para faturar essa. As voltas finais com os dois pilotos tentando marcar o território foi interessante, mas claramente não sairiam satisfeitos totalmente: enquanto que Sergio não gostou nada de ter ficado sem a melhor volta, entendendo que a equipe não lhe deu total parâmetro da condição de Max, este último acredita que poderia ter chegado à vitória caso a Red Bull não tivesse controlado tanto por temer uma quebra.

A verdade é que este duelo pode até mesmo acontecer em algumas etapas, mas sabemos que Sergio Perez está um degrau - ou até mesmo dois - abaixo de Max e isso trará sérios problemas para que ele desafie o principal piloto. Porém, é sabido também, que Sergio costuma ter um desempenho às vezes parelho com Max quando as corridas são realizadas em pistas urbanas e isso nos leva as duas próximas corridas que serão neste tipo de circuito: Melbourne, Baku e Miami são três pistas que podem ajudá-lo neste confronto. Mesmo que ele não vença, uma chance de tentar incomodar Max é real a partir do momento que consiga andar próximo, cravar uma pole, uma melhor volta (na derradeira passagem) e até mesmo vencer, daria ao piloto mexicano uma condição de sair fortalecido psicologicamente frente a um piloto que parece não se abalar fácil.

Por outro lado, caso seja derrotado impiedosamente (o que pode acontecer facilmente), o seu sonho de tentar beliscar algo a mais para o final do mundial, ficará apenas no desejo.

Será interessante observarmos o andamento do florescer desta possível batalha por estas três corridas.

Para os demais

Não há dúvida que a Aston Martin seja a terceira força deste campeonato. Arriscamos dizer que, caso Lance Stroll não tivesse quebrado, a chance dele pegar o quarto posto logo após de Fernando Alonso era grande. O ritmo imposto pelo piloto espanhol no final da corrida, quando foi comunicado da confusa punição, mostra o quanto que este carro é muito bem nascido: Alonso estava 4.3s a frente de Russell e em duas ou três voltas conseguiu subir para 5.1s e, momentaneamente, se livrar da possível punição - antes que os comissários entrassem em cena para realizar uma das mais patéticas punições dos últimos anos.

Enquanto que a Aston Martin mostrava que também tem a sua força, Mercedes e Ferrari continuavam a tentar se achar: a equipe anglo-saxônica fez um GP decente com seus dois pilotos, mas ficava claro que não teriam força para brigar contra a Aston Martin, mas tinham um ritmo bem melhor que a sua rival Ferrari que teve em Charles Leclerc um ritmo inicial muito bom, mas que depois ficaria estagnado. A alta degradação dos pneus tem sido, até aqui, o terror dos italianos.

Em relação as demais equipes, a Alpine teve um bom andamento com seus dois pilotos e a Haas sorriu um pouco com o ponto conquistado por Kevin Magnussen numa das poucas batalhas que essa corrida proporcionou, quando ele desafiou Yuki Tsunoda pelo décimo lugar. E se há alguém para chorar é a Mclaren, que teve um brilho com a ótima qualificação de Oscar Piastri e depois com um ritmo pífio no decorrer do GP.

Os próximos GPs serão bem interessantes, a partir do momento que haja alguma ação da parte que mais alimenta esperança. 

segunda-feira, 6 de março de 2023

GP do Bahrein - Ainda é cedo, mas...

 

A largada do GP do Bahrein, que abriu a temporada 2023 da Fórmula 1


Essa abertura do Campeonato Mundial de Fórmula-1 deixou uma impressão que chega soar como algo de doido: em que prova que Max Verstappen e Red Bull vão sacramentar os dois campeonatos? A superiodade deste duo nos faz regressar a momentos clássicos como 1992 com Nigel Mansell/ Williams ou 2004 com Michael Schumacher/ Ferrari.

É um exagero, afinal apenas o primeiro passo foi dado em Sakhir, mas esta impressão fora do eixo ainda no começo é por conta de equipes que deveria estar na cola deles, terem iniciado o campeonato batendo cabeça com seus bólidos: Ferrari e Mercedes ainda precisam desvendar - ou arrumar - suas crias para que possam desafiar o poder de fogo mostrado pelos rubro-taurinos.

A Ferrari é que pode, neste momento, conseguir algo frente a Red Bull, mas precisará lidar com o desgaste de pneus que apareceu bem acentuado neste GP e ficar de olho nos problemas que apareceram no motor de Charles Leclerc, que abandonou a corrida quando era terceiro por conta de falha elétrica - e claro, ter uma melhor organização nas estratégias e isso foi algo que, a princípio, parecem ter feito de modo correto nesta corrida.

O caso da Mercedes é bem mais complexo: ao que tudo indica, acordaram do seu conto de fadas sobre o zeropod e agora já estão no trabalho para entradas de ar convencionais. Isso sugere que o trabalho será ainda mais árduo que ano passado com o filho rebelde W13. Porém, é algo que dá a impressão de que já estavam esperando que não fosse resultar em grande coisa e por isso já estavam trabalhando em laterais convencionais. De toda forma, esperar algo deles ainda nessa primeira parte do mundial, soa como um verdadeiro devaneio.

Se estas estão perdidas, a Aston Martin, entra de forma positiva nesse balaio e até com vantagem sobre a Mercedes deixando uma boa impressão. O trabalho fabuloso feito por Fernando Alonso e o esforço de Lance Stroll, mostram que o projeto do AMR23 é algo a considerar e ser acompanhado com atenção para ver até onde a equipe pode chegar. Se as atualizações forem corretas, é uma equipe pode tentar beliscar uma vitória em alguma corrida tresloucada.

Falando do restante do pelotão, fica claro que aquele meio está bem bagunçado onde uma corrida é outra pode aparecer equipes para serem a melhor do resto. Times como a Mclaren, Alpine e Alpha Tauri, que deveriam ser as líderes do segundo escalão, não apresentaram grande coisa nessa prova de abertura. Quem devemos observar com atenção é a Williams, que já salvou um ponto logo de cara e teve um rendimento honesto e que nos faz pensar que podem, enfim, passar a lanterna do fundão para outro time.

A verdade é que a próximas duas provas, na Arábia Saudita e Austrália, nos dará uma visão mais clara de onde cada equipe possa estar.

terça-feira, 31 de maio de 2022

GP de Mônaco - Sobre a sétima etapa

Meus breves comentários sobre o GP de Mônaco, sétima etapa do Campeonato Mundial de Fórmula-1. Aproveitem para visitar, curtir e assinar o canal do Volta Rápida no Youtube. 

Espero que gostem!



segunda-feira, 11 de abril de 2022

GP da Austrália: Sem chances para os demais

Mais uma conquista para Charles Leclerc
(Foto: Ferrari/ Twitter)

A exibição de Charles Leclerc em Melbourne pode ser classificada como de gala. Ok, não foi uma vitória tirada a fórceps, mas ele conseguiu maximizar totalmente o que ele tinha em mãos, mesmo temendo a presença da Red Bull com os dois carros que vinham logo a seguir.


A largada foi um passo importante para que ele domasse o ímpeto de Max Verstappen e começasse a se afastar. Aliando seu ritmo diabólico, mais os problemas de pneus que dificultavam a tentativa de Max em acompanhá-lo, Leclerc apenas administrou a vantagem mecânica que ele tinha. Talvez o único susto que tenha levado fica por conta da relargada após o abandono de Sebastian Vettel, onde Charles deu uma vacilada e permitiu a aproximação de Verstappen a ponto de ver a sua liderança ameaçada. Fora isso, foi um passeio que ficou ainda mais fácil depois do abandono de Max com problemas no sistema de combustível. 
Também havia uma tenacidade no jovem monegasco, que procurava a todo momento mostrar o quanto estava a vontade ao querer cravar a melhor volta em algumas situações, onde as coisas já estavam bem controladas - e conseguindo o seu objetivo nas voltas finais e, principalmente, na derradeira.

Uma conquista que mostra o quanto que Charles e a nova Ferrari F1-75 estão em ótima simbiose. Será uma festa tremenda em Ímola caso ele consiga chegar ao topo por lá também, já que é a próxima etapa.

A Red Bull até teria seus motivos para sair de Melbourne, pelo menos, com um sorriso amarelo. Seria difícil bater a Ferrari de Leclerc  por conta do alto desgaste de pneus, mas chance de terminar com os dois carros no pódio era bem real. Mas o problema - mais um - para Max Verstappen deitou por terra essa chance, trazendo mais um desaire para o atual campeão do mundo que agora soma, pelo menos, 36 pontos perdidos com os dois abandonos quando ocupava a segunda posição em Sakhir e agora em Melbourne. Sergio Perez salvou o dia ao herdar a segunda posição, mas estando com um atraso de quase vinte segundos para Charles, pouco poderia fazer, porém ele ainda deveria se preocupar com um batalhador George Russell que chegou ficar três segundos de atraso na terceira posição. Perez aumentou o ritmo e subiu a diferença sobre o jovem inglês.

(Foto: Mercedes AMG/ Twitter)
Falando em Russell, ele conseguiu um pódio que ele mesmo classificou como "sorte" especialmente
pelo abandono de Max. Mas também esteve no momento certo quando o SC foi acionado por conta do acidente de Vettel, ao parar nos boxes quando era quarto e voltar exatamente naquela posição. Ironicamente essa seria a posição natural de Lewis Hamilton que havia feito uma ótima largada ao pular de quinto para terceiro, mas depois sucumbindo aos ataques de Sergio Perez. A ida aos boxes antes do SC podia ter sido uma boa, mas acabou sendo um tremendo azar para o heptacampeão que precisou se contentar com a quarta colocação no final. Os temores de um final de semana desastroso como foi o de Jeddah dissipou com a boa classificação de ambos os pilotos e os carros da Mercedes apresentaram um bom ritmo após várias mudanças para procurar achar o melhor jeito de controlar o infame porpoising. E o ritmo deles na corrida foi bom, chegando em algumas situações ser igual aos da Red Bull. Não deixa de ser uma lufada de ar fresco para os octacampeões de construtores, que ainda procuram entender o humor variável de sua W13.


Desfrutando uma alegria


Foi um dia bacana para Williams e Alex Albon, que chegaram ao primeiro ponto 
nesta temporada após uma ousada estratégia. 
(Foto: Williams Racing/ Twitter)

Quem pode sorrir um pouco nessa etapa australiana foi a Mclaren, que desde os treinos apresentou um ritmo satisfatório a ponto de Lando Norris marcar o melhor tempo no terceiro treino livre e chegar a quarta posição no grid, enquanto que Daniel Ricciardo fez o sétimo tempo. Na corrida o ritmo não foi o suficiente para lutar contra as três melhores, mas ainda foi interessante e os dois pilotos ficaram entre os dez primeiros por toda a corrida. Mas desde Jeddah é que a Mclaren havia dado sinais de tentar achar o melhor ritmo.

Outro que teve seus motivos para abrir um sorriso, não apenas para ele, mas também para a equipe, foi Alexander Albon que chegou figurar na sétima posição nas voltas finais após uma aposta arriscada de fazer 57 voltas com pneus duros e trocá-los na abertura da derradeira volta, conseguindo beliscar o primeiro ponto dele e da Williams nessa temporada. Uma sacada e tanto que pode muito bem ser usada em outras etapas. Não fosse a obrigatoriedade em trocar pneus, as coisas podiam ter sido bem melhores...


Enquanto alguns sorriem, outros...

Enquanto que Leclerc brilhava, Carlos Sainz teve seu final de semana bem atribulado: por mais que os treinos livres tenham sido bons, a sua qualificação não foi das melhores e ele ficou apenas na nona posição. A sua corrida já começou complicada quando não teve melhor tração e despencou na tabela e, para piorar, acabou rodando e ficando preso na caixa de brita ainda na primeira volta o que o fez abandonar o GP. Carlos havia largado com pneus duros e olhando bem o que acontecera com alguns pilotos que por muito pouco não pegaram bons pontos, ele podia muito bem ter escalado o pelotão com uma boa estratégia e até mesmo terminado no pódio. 

(Foto: BWT Alpine/ Twitter)
Fernando Alonso podia muito bem ter sido o nome do final de semana: esteve bem nos treinos livres - chegando liderar o treino livre 3 por um bom tempo - e depois com boas hipóteses de marcar até mesmo
a pole, quando estava bem veloz no terceiro setor. Mas o
Alpine o deixou na mão com problemas elétricos e ele bateu, tendo que largar em décimo. E sua prova foi boa, mas não ter entrado para trocar os pneus duros na última entrada do SC, foi o fim da linha para que conseguisse bons pontos. Acabou trocando, mas fechou apenas em 17o.


Kevin Magnussen era outro que podia ter marcado bons pontos, mas a exemplo de Alonso, também ficou pelo caminho devido a estratégia da Haas e terminou em 14o. Caso tivesse chegado aos pontos, teria sido a terceira consecutiva.

Talvez o cenário mais crítico desta etapa de Melbourne tenha ficado por conta da Aston Martin: ainda procurando o ritmo de seu carro, as coisas não foram boas. Nem mesmo o retorno de Sebastian Vettel, que ficou de fora das duas primeiras etapas por causa da Covid, foi suficiente para ajudar a equipe a se achar.

(Foto: Aston Martin/ Twitter)
Vettel não teve o melhor dos retornos: teve um defeito no carro no primeiro treino livre - que lhe valeu uma multa de 5 mil dólares por ter voltado de scooter pela pista sem permissão -; teve uma batida no terceiro treino livre; e na corrida voltou a se acidentar.


Na mesma toada veio Lance Stroll, que bateu no terceiro treino livre; se enroscou com Nicolas Latifi na qualificação, o que lhe rendeu uma punição de três posições; e na prova teve até chances de pontos, mas o desempenho ainda ficou abaixo.


Para a prova de Ímola, abre uma grande curiosidade em torno da apaixonada torcida italiana que deve abarrotar o clássico circuito esperando por uma conquista da Scuderia, que não vem desde 2006, quando Michael Schumacher venceu após um grande duelo com Fernando Alonso.

Por outro lado, espera-se a reação da Red Bull e também dos resultados que as primeiras atualizações que Mercedes levará para lá.

Atrativos não vão faltar.

domingo, 27 de março de 2022

GP da Arábia Saudita - Tensões e um ótimo duelo

Max Verstappen venceu a primeira neste 2022
(Foto: Red Bull)

Com certeza existe uma alívio com o término deste GP da Arábia Saudita. O que foi sentido desde a sexta-feira após um míssil atingir as instalações da Aramco a cerca de 12km do circuito de Jeddah, abriu uma discussão antiguissima como a Fórmula-1 tem o poder de se meter em situações complicadas e, sem dúvida alguma, essa foi a mais critica que a categoria enfrentou em sua história. Das outras vezes apenas visitavam - e ainda visitam - locais onde a situação humanitária não é das mais confiáveis, mas sempre fizeram vistas grossas para isso. Dessa vez a categoria pôde sentir que o clima poderia sim atingi-los, já que um míssil que cai a 12km do local poderia muito bem ter um erro de cálculo e acertar algo perto do circuito... ou até no próprio circuito. 

Atitude dos pilotos em buscar um melhor entendimento sobre o que estava acontecendo e também em movimentar um possível boicote foi válido, mas acabou que as coisas ficaram onde estavam quando as autoridades locais garantiram aos dirigentes uma maior segurança para os próximos dias. Com o anúncio do grupo extremista Houthi em cessar os ataques pelos próximos três dias, ajudou bastante em manter o evento, mas há de convir que as discussões sobre os acontecimentos deste GP ainda vão ecoar por um bom tempo e que muitas coisas precisarão ser bem conversadas para que numa próxima visita da categoria a este local seja, pelo menos, decente. 

Sair fora desse GP saudita? É algo bem dificil, uma vez que o patrocinador master da categoria - Aramco - banca a brincadeira por lá. Então, teremos que engolir esse GP e outros problemas que venham ter em "nome do espetáculo". Infelizmente... 


Sustos




Não é novidade de como este circuito de Jeddah é veloz. Ano passado, na tensa batalha entre Max Verstappen e Lewis Hamilton, isso ficou evidente quando os primeiro carros foram à pista para os treinos livres e com a proximidade natural dos muros de concreto é de se esperar que um acidente mais forte aconteça. 

A corrida do ano passado ficou livre disso, mas durante a qualificação foi Mick Schumacher quem escapou forte num dos S rápido e bateu forte a sua Haas e o carro indo parar do outro lado do circuito tamanha foi a pancada. Com a segurança dos carros atuais, Mick saiu apenas tonto e foi ao hospital e por precaução foi recomendado não participar deste GP. Sem dúvida alguma, em outros tempos, este acidente teria causado sérias lesões no jovem alemão - ele havia batido ano passado, mas sem ter sido com essa violência, já que acertou a barreira de pneus. 

O circuito de Jeddah tem um traçado desafiador, mas é claro que a proximidade dos muros aumentam a sensação de que a qualquer momento possa ter um acidente de grandes proporções e isso é uma grande verdade. Por outro lado, a prova de 2021 e deste 2022 não foi de todo mal: ofereceu boas disputas, inclusive na batalha pela vitória nas duas etapas. 

Talvez fosse um traçado para um autódromo, seria um dos melhores do mundo. 


No final, uma boa corrida

A largada do GP da Arábia Saudita

Sim, ainda havia uma clima tenso no ar. Talvez nem tanto pelos problemas externos, mas sim por conta do acidente de Mick Schumacher durante a qualificação. Mas, ainda bem, que não teve nada demais e a prova pôde transcorrer sem maiores sustos. 

A batalha entre Max e Charles foi mais uma vez o ponto alto e assim como fora em Sakhir, ambos trocavam de posições nos dois últimos pontos de DRS: se Verstappen passava por Leclerc no final da reta que antecede a dos boxes, o piloto da Ferrari descontava em seguida. Mas faltando em torno de cinco voltas para o final, o atual campeão do mundo não caiu mais na armadilha - ou segurou seu ímpeto - e tratou de passar Charles na reta dos boxes. Isso lhe dava uma boa vantagem, já que o seu carro era bem melhor de reta do que o Ferrari. Apesar de sua qualificação no Q3, onde os pneus não aqueceram de foma adequada, Max conseguiu uma importante vitória e saiu do incômodo zero que lhe acompanhava desde Sakhir. Porém, tanto ele, quanto a Red Bull, sabem bem do desafio que a Ferrari está trazendo a eles nesse inicio do mundial, especialmente com Charles Leclerc que foi mais uma vez inteligente ao domar o ímpeto de Max até onde pôde. As corridas tendem a ser ainda mais interessantes...

Carlos Sainz e Sergio Perez não tiveram uma boa tarde em Jeddah, apesar de o desempenho nos treinos tenham dado à eles uma pequena esperança: Carlos enfrentou problemas no carro antes da largada e na corrida, a exemplo de Sakhir, não conseguiu acompanhar o ritmo dos ponteiros logo após ter herdado a terceira posição de Perez, que o espremeu quando saía dos boxes. O mexicano teve seu momento de glória no sábado com a obtenção da sua primeira pole e na corrida tudo parecia bem até o acidente de Nicholas Latifi mudar os rumos do GP, com ele aparecendo em terceiro após as paradas de box e, como já dito, tendo que ceder a posição para Sainz pela infração. Foi um final bem frustrante. 

Outro ponto interessante foi a disputa dos pilotos da Alpine, com Fernando Alonso tendo que suar o macacão para passar um ousado Esteban Ocon que dificultou bastante a ultrapassagem. Alonso estava bem na prova até abandonar na volta 35 com problemas mecânicos. Ocon terminou em sexto, garantindo uns bons pontos para a equipe francesa. 

A Mercedes continua com a sua saga de tentar alcançar o forte pelotão formado por Ferrari e Red Bull. George Russell fez sua corrida de modo solitário, sem ter ninguém para incomodá-lo enquanto que Lewis Hamilton, após uma qualificação desastrosa, precisou escalar o pelotão com ultrapassagens e se beneficiando com as paradas daqueles que iam a sua frente até ficar em sexto, logo atrás de George. Mas o erro estratégico da Mercedes, ao chamá-lo para os boxes quando já havia passado pela entrada do pit, determinou o seu destino ao fechar a corrida em décimo. Talvez se tivesse parado no momento do Virtual Safety Car, quando os boxes estavam abertos - Magnussen, que estava logo atrás, fez a sua parada - poderia ter lutado por posições melhores ao final do GP. 

Apesar dos problemas que atrasaram bastante o desenrolar do seu final de semana, Kevin Magnussen esteve mais uma vez em grande forma ao largar em 10º e conseguir ficar entre os dez primeiros em todo certame e até mesmo duelando com Hamilton pela sexta posição. Ao mesmo passo de Kevin, temos Valtteri Bottas que esteve muito bem neste GP desde os treinos tanto que conseguiu uma ótima oitava posição no grid, mostrando mais vez que o Alfa Romeo é bem veloz nestas circunstâncias. Mas na corrida, apesar de ter ficado por bom tempo na casa dos pontos, o seu carro acabou apresentando problemas e ficando pelo caminho assim que parou nos boxes. 

Pierre Gasly e Lando Norris salvaram bons pontos neste GP, se recuperando do mal início que eles tiveram sem Sakhir. No entanto, seus companheiros não tiveram grande sorte: Yuki Tsunoda teve problemas no motor quando estava indo para a formação do grid e nem participou e Daniel Ricciardo teve problemas em seu Mclaren e ficou pelo caminho, em mais um final de semana dificil para o australiano. 

Com um GP tão atribulado como foi este em Jeddah, muita coisa ainda será discutida. Mas ao menos, perto de todos os temores que envolviam essa prova, foi um grande alívio quando tudo terminou.

domingo, 7 de novembro de 2021

GP do México: Não contavam com a sua astúcia

 


As duas últimas corridas realizadas foram boas chances da Mercedes e Hamilton abrirem bons pontos para a Max Verstappen, porém algumas coisas fugiram de seus controles: primeiramente na Turquia onde a Mercedes venceu, mas com Valtteri Bottas, enquanto que Hamilton precisou pagar sua punição por trocar algumas peças do motor e sair apenas em 11º após ter feito a pole. Sua corrida foi ótima, mas não o suficiente para ganhar pontos importantes ao ficar apenas em quinto; no GP dos EUA, um território bem conhecido por ele e Mercedes, a chance de sair de lá com uma vitória era grande, mas esbarraram no eficiente jogo do duo Red Bull/ Max Verstappen que levaram uma vitória maiúscula. Ou seja: o momento que eles tinham até ali um conjunto que parecia melhor, não foi aproveitado de uma forma que lhes dessem todos os pontos possíveis para assumir a liderança do mundial de pilotos e ampliar nos construtores. Isso a face de mergulhar em duas pistas que são reconhecidamente locais onde a combinação Red Bull Honda é favorita disparada. 

É bem a verdade que todos sabiam disso, principalmente a Mercedes, mas a qualificação foi uma mega surpresa até mesmo para eles quando Bottas encaixou uma tremenda volta e fez a pole com Lewis Hamilton logo em seguida. Isso daria um ânimo a mais para eles, já que até a Red Bull parecia ter sentido a pancada uma vez que a primeira fila parecia ser favas contadas. Mas a largada assombrosa de Max Verstappen - assim como a sua relargada - resolveu os problemas e talvez, mesmo que tivesse ficado encaixotado atrás do duo da Mercedes, seria bem dificil pará-lo hoje no Hermanos Rodriguez. Foi uma corrida a parte o que Max fizera, ao colocar um ritmo diabólico e abrir dez segundos de diferença quando a primeira parada de box foi feita e depois apenas aumentar no decorrer da prova para um vitória que começa a dar contornos a uma possivel conquista. 

Sem muito o que fazer, a corrida de Lewis Hamilton foi mais para diminuir os danos do que para tentar a vitória. Sabiam bem de como seria o desafio na Cidade do México e saíram bem a medida do possível. Sem Bottas por perto - que levara um toque de Daniel Ricciardo e caíra para o fundo do pelotão, inclusive ficando boa parte batalhando contra o mesmo Ricciardo -, o inglês precisou se virar como podia para tentar deixar um empolgado Sergio Perez o mais longe possivel antes e depois da parada de box. O blefe da Mercedes em parar Hamilton um pouco antes do combinado via rádio, ajudou a mantê-lo na segunda posição mesmo com Perez bem mais veloz com o mesmo composto (duro). 

Para Sergio Perez foi um final de semana dos sonhos, mesmo que ainda tivesse uma pequena esperança de vitória - e que dependeria bastante do que Verstappen entregasse. As suas hipóteses de chegar ao menos em segundo, esbarraram na boa performance de Lewis e também na estratégia da Mercedes para defender a posição de seu piloto. Mas de toda forma, Perez conseguiu a sua melhor posição de chegada num GP do México, assim como de um piloto mexicano nesta prova. 

O GP do México não foi das melhores e talvez o único momento onde teve alguma ação real, foi o confronto entre Lewis e Sergio. Mas este GP serviu para que Max ampliasse a sua diferença para 19 pontos sobre Lewis (312.5 x 293.5) e a Red Bull encostando na Mercedes na tabela dos construtores por 1 ponto (478.5 x 477.5).  

O GP de São Paulo pode ser um palco interessante para pavimentar ainda mais a futura conquista de Max Verstappen, mas ao mesmo tempo, por ser um local onde o tempo varia bastante, pode trazer algumas surpresas. 

domingo, 5 de setembro de 2021

GP da Holanda - Super Max

 

(Foto: Red Bull Honda/ Twitter)

O retorno da Fórmula-1 à Zandvoort após 36 anos foi primoroso: uma torcida loucamente apaixonada e navegando pelo sucesso contagiante que tem sido esta temporada de Max Verstappen até aqui, onde o piloto holandês confirma a cada etapa a sua fase impressionante e que está pronto para chegar ao seu primeiro título mundial e escrever seu nome ao lado de lendas do motorsport local, como Arie Luyendyk (duplo vencedor da Indy 500 de 1990 e 1997) e Gijs Van Lennep (duplo vencedor das 24 Horas de Le Mans de 1971 e 1976).

A certeza é que após este retorno triunfal do circuito, que tem a sua tradição na Fórmula-1, pode significar uma pavimentação para a renovação do automobilismo holandês aproveitando-se bem do impressionante Max Verstappen e - porque não dizer - de Rinus Veekay na Indycar. 

Afinal de contas, inspirações para os mais novos não faltará.


O Super Max

As expectativas para este GP holandês girava em torno de uma situação que poderia ser repleta de nuances causadas pela possível entrada do Safety Car em alguma ou algumas oportunidades. Mas as coisas foram bem diferentes e este retorno de Zandvoort ao calendário da Fórmula-1 foi pautada pela estratégia, onde os dois melhores pilotos do grid puderam se digladiar mesmo que não fosse no mano a mano como todos gostariam. 

A disputa pela pole entre Verstappen e Hamilton tinha dado o tom, com o piloto da casa conseguindo uma volta brilhante sem o uso do DRS - que falhou - e por muito pouco não deixou de bandeja para Lewis a condição de largar da pole. Isso já trazia uma expectativa de como os dois se comportariam na lendária curva Tarzan, que dá aos pilotos uma boa possibilidade de fazer seu próprio traçado e tentar uma manobra para superar o rival.

Mas aquela dose exagerada de expectativa foi pelo ralo com a boa largada de Max e com Hamilton segurando a segunda posição. Daí em diante as coisas viraram uma briga de gato e rato, com o inglês da Mercedes tentando se aproximar de Max e este respondendo de imediato. Os momentos de maior proximidade entre eles era por conta do tráfego, que é muito mais intenso que em Hungaroring e que se aproxima - e muito - do que é em Mônaco, mas Verstappen tinha uma melhor gestão em negociar os retardatários e livrava-se deles com certa rapidez enquanto que Lewis tinha dificuldades com isso. Ou seja: a chance de Verstappen perder este GP viria apenas em situações de quebra e/ ou erro (dele ou do box) e isso em momento algum aconteceu. E nem com Hamilton - ao que pese a primeira parada dele que teve uma pequena demora no encaixe do pneu dianteiro direito que lhe custou alguns décimos. 

As respostas da Red Bull em sempre marcar a Mercedes quando esta chamava Hamilton para as trocas de pneus valeu e muito. Principalmente na última, onde a equipe germânica esperava que a Red Bull usasse um jogo de pneus macios e contra-atacou ao usar em Max os pneus duros. Um golpe dura na Mercedes que não tinha as melhores informações sobre o composto e isso os deixou de mãos atadas, uma vez que eles colocaram pneus médios em Hamilton quando faltavam um pouco mais de 40 voltas. O que restou para a Mercedes, ao ver que não teria como se aproximar, foi proteger a melhor volta - apesar de um pequena tensão onde Bottas fez a volta mais rápida faltando três para o final e depois Hamilton respondeu para garantir o ponto, quando os dois tiveram pneus macios nas derradeiras voltas. 

Essa corrida foi uma atuação brilhante de Max Verstappen, talvez comparado a sua conquista em Paul Ricard neste ano. 


Os outros destaques...

Apesar do GP não ter agradado para quem esperava um duelo visceral e/ou as nuances de uma esperada entrada do Safety Car - que não concretizou - o meio do pelotão garantiu o entretenimento de certa forma.

Já que a sua classificação não foi das melhores, Sergio Perez foi o piloto do dia pela eleição ao recuperar-se muito bem e chegar em oitavo - ainda que no inicio da corrida tenha destruído o pneu dianteiro direito numa tremenda freada no final reta quando estava usando um jogo de pneus duros. A sua disputa contra Lando Norris, com os dois chegando a se tocar durante o contorno da Tarzan o que poderia muito bem ter dado uma movimentada na corrida. 

Fernando Alonso foi outro que brilhou em Zandvoort e a sua corrida poderia muito bem ter sido complicada caso a Alpine tivesse acatado o pedido de Esteban Ocon para que pudesse passá-lo, já que o jovem francês dizia estar mais veloz que o veterano espanhol. Porém, a lentidão inicial de Alonso foi por conta de uma preservação dos pneus- algo que ele comentou até - e que ele chegou fazer uso dessa tática nos tempos de Ferrari. A sua largada foi bem intensa - e tensa - chegando a botar um pneu na terra enquanto disputava ferrenhamente contra Ocon e Giovinazzi e ultrapassando os dois por fora no decorrer das curvas. Alonso ainda conquistaria a sexta posição de Carlos Sainz na abertura da última volta. 

Pierre Gasly pode não ter tido grandes duelos - para não dizer que passou em branco, fez uma bela ultrapassagem sobre Alonso na Tarzan - mas esteve extremamente constante desde os treinos e a sua qualificação foi primorosa ao se colocar em quarto. E na corrida ficou por isso mesmo: sem ter ritmo suficiente para acompanhar as Mercedes e Max Verstappen, Gasly manteve-se firme na quarta colocação e não teve com quem se incomodar. 

domingo, 6 de junho de 2021

GP do Azerbaijão - À moda de Baku

(Foto: F1/ Twitter)

Chega ser impressionante como este traçado de Baku consegue reunir todos os ingredientes para transformar uma corrida até de certa controlada, em caos independentemente qual seja o estágio que a corrida se encontra. Outro ponto importante é que a vitória nem sempre vai para as mãos daquele que dominou as ações, assim como acontecera em 2017 e 2018. 

Com o retorno do circuito ao calendário, após um ano de ausência, devido o cancelamento pela pandemia, uma das pistas mais populares da Fórmula-1 voltou da melhor forma possível.


Estrela Mexicana

(Foto: Red Bull Racing/ Twitter)

Sergio Pérez tem um feeling bastante aguçado para aquele traçado de Baku: foi terceiro em duas oportunidades (2016 e 2018); parecia ter um ritmo bem interessante para pegar outro pódio em 2017, não fosse o enrosco com Esteban Ocon e ainda salvou pontos em 2019 ao ficar em sexto. Desta vez, com um carro mais competitivo, era de esperar que o mexicano tivesse uma chance de vencer na pista onde ele teve suas melhores apresentações, mas furar a bolha onde Max Verstappen e Lewis Hamilton tem disputado palmo a palmo a liderança do campeonato e das corridas, ele teria que contar com alguns azares para que isso fosse concretizado. 

Um ponto interessante para que Pérez diminuísse o prejuízo da sua posição de grid, era efetuar uma bela largada. E isso aconteceu: não só conquistou conquistou o sexto lugar - ele sairia de sétimo, mas a punição de Lando Norris em não respeitar a bandeira vermelha durante a qualificação fez com que o piloto da Mclaren perdesse três posições no grid, caindo de sexto para nono - como também fez uma bela largada e já estava em quarto na primeira volta para, algumas voltas depois, assumir o terceiro posto após ultrapassar Charles Leclerc. 

O melhor ritmo dos Red Bull permitiram que os dois carros voltassem à frente de Lewis, que liderou as primeiras voltas do GP, assim que as paradas de box foram efetuadas. A partir daí o jogo da Red Bull entrou em ação, com Max apenas administrando a liderança enquanto que Sergio segurava Lewis até com certa tranquilidade, uma vez que o Red Bull era mais veloz na parte sinuosa e o Mercedes, apesar de ter velocidade de reta, não conseguia ficar perto o suficiente para tentar a ultrapassagem. 

O acidente de Lance Stroll após seu pneu estourar em plena reta, poderia ter mudado o panorama da prova, mas foi o de Max Verstappen, faltando três voltas para o fim, que deu um tom diferente para uma corrida que parecia ter dono. A bandeira vermelha foi mostrada e prova teve a sua relargada e este foi o momento em que Lewis Hamilton cometeu um de seus raros erros ao passar direto na área de escape da primeira curva e deixar o caminho aberto para que Sergio Perez chegasse a sua segunda vitória, com Sebastian Vettel em segundo e Pierre Gasly em terceiro. 

Um resultado importante para o piloto mexicano que vinha deixando a desejar em algumas etapas.


A farra dos coadjuvantes

(Foto: F1/ Twitter)

Apesar de boa parte dos sentimentos alimentarem a possibilidade de haver uma zebra neste GP, era de esperar que Max e um revitalizado Lewis pudessem vencer, mas o imponderável jogou à favor dos demais para que nenhum dos dois rivais pela luta do mundial pudessem marcar pontos. Foi a deixa perfeita para que Perez chegasse a sua segunda vitória e mais atrás outros dois pilotos conquistassem seus melhores resultados até aqui neste campeonato.

Sebastian Vettel foi um dos grandes da tarde ao mostrar a sua habitual finesse e dava para perceber que poderia ganhar algo a mais nesta corrida, quando alongou sua parada de box e diminuiu bastante o prejuízo de uma qualificação que poderia ter sido bem melhor, mas com o acidente de Daniel Ricciardo no Q2 deixou o tetra-campeão na mão. Ele chegou liderar a prova com bom ritmo e assim que voltou de sua parada de box, estava em sétimo e recuperou-se bem após a primeira relargada para subir ao quarto lugar e depois pegar o terceiro com o abandono de Verstappen. A segunda posição foi um presente após o erro de Hamilton e o piloto alemão pode voltar ao pódio, algo que não acontecia desde o GP da Turquia de 2020 quando terminou em terceiro. Para a Aston Martin foi o primeiro pódio da história da fabricante inglesa na F1.

Pierre Gasly foi outro que beneficiou-se de todos os infortúnios daqueles que iam a sua frente, mas o francês fez por onde para garantir esse lugar no pódio, começando pela sua ótima qualificação que lhe rendeu o quarto lugar. E ficou bom tempo em quinto até descer para sétimo, logo atrás das duas Aston Martin - tomando uma bela ultrapassagem de Vettel num certo momento. O seu duelo com Leclerc nas voltas finais, com ele sendo ultrapassado, devolvendo a ultrapassagem e ainda se defendendo bem, mostrou o quanto que este piloto tem evoluído desde o ano passado. 

Para o restante dos dez primeiros, foram boas provas particulares: Leclerc sabia que batalhar contra Mercedes e Red Bull seria dificil e nem se opôs nas disputas, mas a sua pole foi brilhante - por mais que a bandeira vermelha tenha atrapalhado os demais; Lando Norris podia ter se beneficiado bastante deste caos entre os ponteiros para pegar outro pódio não fosse a punição que o jogou para nono, mas voltou a ser o melhor dos dois Mclaren; Fernando Alonso salvou bons pontos após um boa qualificação, mas o ritmo do espanhol não parecia lhe dar oportunidade de chegar aos pontos após chegar ocupar a 13ª posição, mas as intervenções do Safety Car e bandeira vermelha, ajudarm o veterano a voltar para o jogo e fazer ultrapassagens que lhe garantiram uma boa sexta posição. Yuki Tsunoda ficou em sétimo e andando sempre entre os dez primeiros; Carlos Sainz cometeu um erro e caiu na classificação, mas teve tempo para conseguir salvar alguns pontos; Daniel Ricciardo foi outro que conseguiu chegar a casa dos pontos em mais um final de semana dificil para o autraliano da Mclaren; Kimi Raikkonen pegou a décima posição após ultrapassar seu companheiro de Alfa Romeo, Antonio Giovinazzi, na última volta. 

Prejuízo e Lucro

(Foto: F1/ Twitter)

Tanto Max, quanto Hamilton, deveriam sair de Baku com a liderança ampliada, mas o azares para estes dois contribuiu para que ambos continuassem como estavam antes dessa etapa. O estouro do pneu do Red Bull de Max Verstappen tirou uma vitória certeira do holandês, que faria ele elevar a diferença no campeonato para vinte ou vinte um pontos, caso ele confirmasse a sua melhor volta, e teria uma vantagem mais confortável para a etapa da França. O que acabou sendo um desfecho frustrante para um piloto que estava num ritmo espetacular, apenas administrando a vantagem para o segundo colocado e aumentando quando quisesse. Foi uma chance de ouro para coletar o maior número de pontos em duas provas onde a Mercedes não estava em seus melhores dias.

Assim como Max, Hamilton teve a chance e desperdiçou com um erro raro ao apertar um botão de balanceamento dos freios na relargada parada, quando ele estava com quase o carro inteiro a frente de Pérez. Custou caríssimo algo que poderia ter sido um alivio após um final de semana complicado para a Mercedes, que viveu um inferno nestas duas provas de rua. O acerto usado por Hamilton, privilegiando a longa reta, amenizou o desastre - no entanto, Bottas foi muito abaixo da média, entregando uma de suas piores apresentações ao volnate da Mercedes - que poderia ter sido coroado com uma vitória impressionante que lhe daria a liderança isolada do mundial. Foi a primeira vez que ele não pontua, a última sendo na Áustria 2018, e também da Mercedes que no mesmo GP da Áustria ficou sem pontuar após a quebra dos dois carros. 

Baku não apenas voltou ao calendário, como mais uma vez embaralhou o jogo. O próximo GP será na defenestrada pista de Paul Ricard, que tanto entregou provas modorrentas nos últimos anos. Mas com a atual situação da Fórmula-1, as coisas podem ser bem diferentes desta vez.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

GP de Portugal - Marcação

O momento em que Hamilton supera Verstappen na briga pela segunda posição
(Foto: Autosport/ Twitter)


Talvez este GP português, no sempre belo e desafiador circuito de Portimão - que já caiu nas graças dos fãs - não tenha sido tão emocionante quanto o do 2020, mas foi palco de mais uma batalha entre Hamilton e Verstappen. A marcação cerrada entre os dois foi a marca registrada no inicio e no fim da prova, mesmo que o ritmo da Mercedes de Hamilton tenha melhorado consideravelmente - mesmo usando os pneus duros no único pit-stop feito pelo sete vezes campeão, a exemplo de Max, Bottas e Perez.

O vacilo de Lewis na relargada - originada pelo SC que entrou após o toque entre as duas Alfa Romeo, com Kimi Raikkonen levando a pior - deu a oportunidade para Max conseguisse a ultrapassagem no final da grande reta. Porém, com um ritmo bem melhor, Hamilton aproveitou para começar a tirar a diferença e aproveitar-se mais tarde de um erro de Verstappen para ultrapassá-lo no final da reta dos boxes. Não demorou muito ao inglês chegar e passar Bottas que vinha com um ritmo um pouco abaixo de seu companheiro. É bem provável que tenha havido intervenção de Toto Wolff nessa situação, mas a melhor velocidade do inglês era evidente e bastava algum tempo para que ele superasse o finlandês - mas ha de se dizer que a intervenção seria necessária, uma vez que Max ainda estava por perto e não valia a pena deixar Valtteri travando o rendimento de Lewis. 

A real disputa pela vitória ficou no passado com essa manobra de Lewis superando Bottas e o finlandês trabalhando no que podia para segurar o ritmo de Max, que não estava no melhor dos dias do Red Bull - e isso ele reconheceu nas entrevistas. Tanto antes da troca de pneus, quanto depois, Hamilton esteve rápido o suficiente para manter-se a frente e contra-atacar qualquer que fosse a reação de Max que parara antes e tinha conseguido ganhar a posição de Bottas nos boxes. Se não dava para alcançar Hamilton, o jeito era se preocupar com Valtteri, mas o pobre finlandês teve o azar do escapamento apresentar problemas e limitar seu rendimento e o tirar da luta pelo segundo lugar - ao menos teve um pingo de sorte nesta situação, já que Sergio Perez estava longe de alcançá-lo. 

Abrindo um pequeno adendo ara uma corrida morna como esta de Portugal, é de se destacar o bom rendimento de Fernando Alonso após uma qualificação sofrível onde o espanhol ficou na 13ª posição e seu companheiro de Alpine, Esteban Ocon, ficando num ótimo sexto lugar. Alonso conseguiu esticar a sua parada de box realizando ela quando estava em sexto e quando voltou para corrida, já estava em 11º e daí em diante foi escalar o pelotão até terminar em oitavo com um pouco mais de 1 segundo de atraso para Ocon que terminou em sétimo. Como o próprio Alonso chegou falar, ele concentrou toda raiva pela má classificação na corrida e salvou bons pontos e ainda diminuiu o prejuízo para Ocon. Foi um final de semana muito bom para uma equipe que na sua encarnação passada, a Renault, fechou com bons resultados o ano de 2020.

Voltando para a batalha na dianteira, tanto para a Mercedes quanto para a Red Bull esta temporada será pautada por jogos de equipe justamente por ter um cenário tão apertado que está nesse momento e que pode muito bem se estender por toda a temporada. Numa corrida pode ser a Mercedes a dominante, como em outra pode ser a Red Bull e em outras um parelhamento nos desempenhos que será decidido nos detalhes. 

Em Barcelona, por mais que seja um circuito modorrento para a Fórmula-1, dará um cenário importante de como está a real força das equipes.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Sobre o GP do Sakhir


Hoje a conversa é lá no YouTube onde o cabal do Volta Rápida funciona desde o mês de agosto. 

Falo sobre o ótimo GP do Sakhir, realizado no traçado externo da pista barenita, e que foi vencido por Sérgio Perez. 


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Arte: O pôster do GP da Bélgica

Este não é o pôster oficial do GP da Bélgica deste ano, mas bem que podia ser. A arte foi feita pelo mexicano César Galindo em homenagem a Sergio Perez, onde ele reproduz o "Checo" com a sua Mclaren Mercedes mergulhando para iniciar a subida da Eau Rouge.
O mais legal é que Galindo resgatou um pouco do que eram os pôsteres de antigamente, feitos a mão. Infelizmente a computação gráfica praticamente "matou" essa arte.
Um pouco do trabalho de César Galindo pode ser visto no seu site Speed Art.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Análise dos dez primeiros - Grande Prêmio da Austrália - 1ª Etapa

1. Jenson Button – Apesar de não ter marcado a pole, fez uma bela largada e controlou bem ao seu modo. Não teve nenhum tipo de incômodo na liderança e sempre tinha a resposta pronta quando Hamilton ameaçava uma reação, cravando tempos melhores. Nem a perda da sua vantagem de dez segundos quando o Safety Car apareceu lhe tirou a tranquilidade.

2. Sebastian Vettel – Após um treino nada satisfatório, esperava-se maior dificuldade para o Bi-campeão. Mas a boa largada que ele fez, pulando de sexto para quarto, lhe facilitou a vida. Mesmo após um erro durante sua perseguição a Schumacher, recuperou-se e herdou a posição quando este abandonou. Apesar de estar andando no mesmo ritmo de Lewis, dificilmente ultrapassá-lo-ia na pista. Mas contou com a sorte da entrada do SC e da competência do time que o devolveu em segundo após a parada de box.

3. Lewis Hamilton – A pole de sábado foi fenomenal e indicava que ele poderia ter um domínio absoluto na corrida. Mas não foi o que aconteceu após patinar na largada e virar a curva em segundo, atrás de Button. Estranhamente não acompanhou o ritmo de seu companheiro e teve a companhia de Vettel até antes do SC. Perdeu o segundo posto e não me pareceu animado em brigar com o alemão para recuperá-lo. Aparentemente parece ter adotado um estilo mais conservador, mas esteve apático ao não tentar lutar pela vitória.

4. Mark Webber – Largou mal e teve que batalhar por posições contra Rosberg e Alonso. Em certo momento da prova era o mais rápido da pista, mas ficou nisso. No final da corrida ameaçou a terceira posição de Hamilton.

5. Fernando Alonso – O erro na classificação lhe custou uma boa posição no grid, forçando-o largar da 12ª posição. Largou bem e já estava em oitavo no término da primeira volta. Não baixou os braços em nenhum momento da prova e sempre esteve na briga contra Rosberg e Webber por posições. Nas últimas voltas teve que segurar a pressão de Maldonado. Tirou o que não podia do carro, mais uma vez.

6. Kamui Kobayashi – Esperava-se dele mais na classificação, mas compensou durante a prova ao disputar posições contra Ricciardo, Massa, Perez e principalmente Raikkonen, com que teve boas disputas. Em velocidade de reta perdeu apenas para Hamilton. Esteve num grande final semana em Melbourne.

7. Kimi Räikkönen – Foi um bom desempenho neste seu retorno, mas a classificação foi o seu ponto fraco ao largar apenas na 17ª colocação enquanto seu companheiro de Lotus, Romain Grosjean, se classificou em terceiro. O enrosco de alguns carros na primeira curva lhe facilitou a vida e ele pode disputar posições na casa dos pontos desde o início.

8. Sergio Perez – Largaria em 14º, mas a troca de câmbio obrigou-o a sair em último. Isso não foi empecilho algum para o jovem mexicano fizesse uma bela corrida de recuperação, ficando momentaneamente entre os três primeiros. Fez apenas uma troca de pneus e acabou em oitavo.

9. Daniel Ricciardo – Pilotando um carro mais competitivo, o piloto da casa obteve seus dois primeiros na F1. Saiu em décimo, enfrentou problemas na primeira volta após os incidentes, recuperou-se e terminou em nono.

10. Paul Di Resta – Foi dominado de forma ampla por Hulkenberg nesta primeira corrida. Dos treinos livres ao classificatório, ele não ficou na frente do alemão em nenhum momento. Tanto que ele ficou no Q2 com a 15ª posição, enquanto Hulk posicionava-se em nono para a corrida. Sem ele na corrida, que abandonara logo no início, passou a ser a referência da Force India na pista e conseguiu a décima posição graças aos problemas enfrentados por Rosberg na última volta. Não terá vida fácil neste ano.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...