Não é de hoje que costumo falar que Daniel Serra é um dos melhores pilotos brasileiros em atividade aqui no país. E isso vem desde os seus tempos de GT3, onde fazia miséria quando estava ao volante da Ferrari F430 da Via Italia que ele dividia com o Chico Longo.
Aliás, nos GTs, é onde Daniel revelou-se o grande piloto que ele é. Impossivel esquecer do GP Cidade de São Paulo – de 2008, se a memória não estiver ruim – onde a bordo de uma Maserati (dividida com Chico Longo), tirava diferença com maestria para o Lamborghini que ia na liderança - conduzido por ninguém menos que Ingo Hoffmann - debaixo de um aguaceiro típico do mês de janeiro. A quebra do eixo traseiro nas últimas horas de prova, quando as coisas pareciam clarear para o duo da Maserati, acabou com essa chance. Mas Daniel já havia mostrado do que era capaz com um carro de GT.
E essa habilidade foi mostrada por várias vezes na finada GT3 Brasil e também algumas vezes onde pôde pilotar o carro italiano nas 24 Horas de Daytona. Mesmo não conseguindo vencer na sua classe, Serra sempre esteve entre os principais destaques devido a sua condução agressiva e segura.
Este ano de 2017 foi a desforra para Daniel: logo em sua primeira aparição em Sarthe, cravou seu nome na história dos vencedores da principal prova de endurance do mundo ao vencer na classe LMGTE-PRO pela Aston Martin, e sempre com uma competente pilotagem nos turnos onde esteve ao volante do carro inglês. Uma estreia pra lá de perfeita.
A Stock foi o fechamento de um ano sensacional para ele. Se em outros tempos havia uma certa desconfiança de suas qualidades na principal categoria nacional, estas se dissiparam neste ano com uma conquista merecidíssima neste que foi o seu primeiro título na Stock, lugar onde seu pai Chico Serra conquistou três campeonatos.
Para Daniel Serra foi um grande ano, sem dúvida. E para aqueles que acompanham a sua carreira há muito tempo e sabiam bem das suas qualidade, foi apenas a confirmação do grande piloto que é Daniel Serra.
Foto: Duda Bairros