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domingo, 20 de novembro de 2011

Foto 45: 312B

Mauro Forghieri ouve atentamente Chris Amon sobre o comportamento da nova Ferrari 312B durante um dia de testes. O ano de 1969 foi complicado para a equipe do Comendador: em 11 corridas, a Ferrari terminou apenas quatro. Subiu ao pódio em Zandvoort (Amon foi 3º); Pedro Rodriguez foi sexto em Monza, quinto em Watkins Glen e sétimo na Cidade do México. A Ferrari não correu em Nurburgring e a sua única chance de vitória apareceu em Montjuich Park, segunda etapa daquele campeonato, quando Chris Amon liderava com folga até que o seu motor estourasse na volta 56. O tradicional V12 e o câmbio foram os maiores vilões nos abandonos da Ferrari em 69, que contou, na maioria dos GPs, com apenas um carro. A equipe contou com três pilotos naquele ano. Amon pilotou em Kyalami, montjuich, Monte Carlo, Zandvoort, Clermont Ferrand e Silverstone; Pedro Rodriguez, que saiu da BRM no meio da temporada, correu pela Ferrari em Silverstone, Monza, Mosport, Watkins Glen e Cidade do México. Ernesto Brambilla, irmão de Vittorio, treinou para o GP da Itália, mas nem chegou a correr.
A evolução deste carro levou Jacky Ickx ao vice-campeonato em 1970 e a 312B1 é considerada como uma das Ferraris de F1 mais belas da história.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A rejeitada de Maranello


Após uma disputa de título que ficou nas mãos de Emerson Fittipaldi e da Lotus em 1972, a Ferrari voltou-se para o ano de 73 disposta a recuperar o trono de campeã do mundo que lhe fugia desde 1964. Para isso encomendou ao seu projetista, Mauro Forghieri a construção do novo bólido para a próxima temporada.
O projetista italiano desenhou um carro bastante diferente das suas últimas criações. Seguindo a tendência dos carros cunha introduzido por Colin Chapman na Lotus 72, Forghieri passou os radiadores para as laterais do carro melhorando assim a distribuição de peso do carro, mas conservou a tomada de ar na dianteira que era larga e com uma leve curvatura para dentro.
Um novo jogo de suspensão com triângulos duplos, molas helicoidais e amortecedores Koni foram montados transversalmente atrás do motor Flat-12, que acabou sendo a única coisa remanescente do bom Ferrari 312B2, vice-campeão do mundo com Ickx em 72.
Jack Ickx em um dos vários testes da Spazzeneve em 1972/73: fracasso e piadinhas
O carro foi apresentado ao final daquela temporada. Mesmo com seu design um tanto quadradão, o carro não chamou tanta atenção. E as coisas pioraram quando seus pilotos, Jack Ickx e Arturo Merzario, testaram a nova 312B3 exaustivamente nos circuitos de Monza, Paul Ricard e Fiorano e os resultados ali alcançados foram desastrosos, levando Ickx a soltar uma piada sobre a nova criação: "É ótima para tosar os cabelos!" se referindo a dianteira do carro. Por causa desta frente envolvente, a imprensa italiana apelidou o carro de "Spazzaneve", o que em italiano significa Limpa neve.
Seguindo este fracasso, Forghieri saiu do comando técnico da Ferrari e sua criação foi tirada de cena, sem nunca ter corrido um só GP. Coincidiu também com a famosa crise técnica que assolou a Ferrari naquele ano de 73, fazendo com que a equipe ficasse de fora de alguns GPs para melhorar seu carro. Sandro Colombo e John Thompson assumiram o projeto da nova B3, mas que também acabou agravando ainda mais as coisas na Ferrari durante a temporada. Com isso, Forghieri foi trazido do seu exilio e modificou muito a B3 que voltou às corridas no GP da Áustria de 1973 conseguindo bons resultados.
O conceito da Spazzaneve foi usado por Forghieri, ironicamente, nas Ferraris seguintes: Ferrari B3 de 1974, e as Ferraris 312 T campeãs do mundo em 75 e 77 com Lauda.
A original foi vendida e passou por dois donos até ir parar na casa de leilões Bonham's, em Gstaad, Suiça.
O carro reapareceu no Historic Grand Prix Mônaco disputado em 2006. É normal ver este carro nos festivais de Goodwood, na Inglaterra.
O Ferrari Spazzaneve durante o Historic Grand Prix de Mônaco de 2006


Arturo Merzario, piloto da Ferrari em 72/73, matando as "saudades" da Spazzaneve durante o Goodwood Speed Festival de 2008

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A grande 312T

Na temporada de 1974 a Ferrari voltava a conquistar vitórias saindo de um sombrio jejum de 22 corridas sem vencer (a última tinha sido com Jack Ickx na Alemanha 1972) quando Niki Lauda conquistou o GP da Espanha, disputado em Jarama, a equipe parecia ter encontrado o rumo das vitórias novamente, porém o carro não era confiável e a Ferrari voltou a vencer apenas 2 GPs mais, com Lauda na Holanda e Regazzoni na Alemanha. Ainda marcariam 10 poles (9 com Lauda e uma com Rega) e outras 5 voltas rápidas (3 com Regazzoni e 2 com Lauda). Com estes resultados, perceberam que a 312B3 tinha sido rápida, mas alguma coisa ainda tinha que melhorar: a confiabilidade!
Visando retornar a linha de frente e sair de uma fila de 11 anos sem títulos, a equipe de Maranello encarregou Mauro Forghieri, o pai das Ferraris 312B, a fazer um novo bólido para o tal desafio.


Construindo um carro com entre-eixos mais longo, motor Boxer Flat 12 debitando 500 HP, caixa de câmbio transversal montado ao mesmo nível da suspensão traseira com engrenagens á 90° graus transmitindo toda pontência, Forghieri construía assim um dos carros mais comentados e confiáveis da década de 70 e da da história da F1: o Ferrari 312T.

Este carro viria estrear somente no GP da África do Sul (Lauda e Regazzoni utilizaram a 312B3 de 74 nos GPs do Brasil e Argentina). A primeira vitória da 312T viria no GP de Mônaco pelas mãos de Niki Lauda. Outras 5 vitórias seguiram-se, sendo 4 com Lauda e 1 com Regazzoni; 9 poles (todas com Lauda); 6 voltas rápidas (4 com Regazzoni e 2 com Lauda). Lauda conquistou o título de campeão mundial com 64.5 pontos contra 45 de Emerson Fittipaldi, que corria de Mclaren e era o atual campeão. A Ferrari também venceu o mundial de construtores com 72.5 contra 54 da Brabham.

Outras 312T viriam a seguir: em 1976 a 312T1 que ficou marcada pelo pavoroso acidente de Lauda na Alemanha; a 312T2 de 77 com a qual Lauda calou os críticos e venceu o campeonato pela segunda vez; em 78 a 312T3 foi conduzida por Carlos Reutemann e o novato Gilles Villeneuve; em 79 a Ferrari voltou ao topo com Jody Scheckter conquistando o título com Villeneuve ficando em segundo e em 1980, a última 312T4, que conquistou apenas 6 pontos graças ao virtuosismo de Villeneuve, pois este carro já havia chegado ao seu limite e também tinha sido superado pela força dos carros com motores turbo.




Niki Lauda foi o piloto que melhor soube extrair dos carros dessa série 312T: conquistou 2 títulos mundiais(75-77); 13 vitórias; 13 poles e 10 voltas rápidas tudo entre os anos de 1975 e 1977.
Mecanicamente estes carros estiveram inalterados e foram os únicos que quebraram a hegemonia dos motores Ford Cosworth, que tinham 90% do grid usando seus motores.
A Ferrari só voltaria a ter um sucesso tão avassalador 21 anos depois pelas mãos de Michael Schumacher, mas a história dos 312T já havia sido cravada nos livros de história da F1.








Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...