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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Mil Milhas do Brasil - Retomada

(Foto: Claudio Kolodziej)

O retorno de uma grande corrida é sempre marcado com enorme expectativa e não foi diferente com essa edição de 2020 das Mil Milhas do Brasil. Porém o que se viu pelas redes sociais e comentários in loco, foi do grid de apenas 12 carros para esta etapa. Existe um ar de saudosismo sobre a corrida e não há nada de errado disso, muito pelo contrário, é até interessante que exista isso, pois mantém o evento criado pelo Barão Wilson Fittipaldi e Eloi Gogliano no distante ano de 1956 ainda em voga. Mas temos que admitir que, uma corrida desse porte não pode ficar por tanto tempo engavetada como se fosse um objeto apenas de culto, cujo passado foi glorioso e serviu para ajudar a indústria automobilística desse pais a crescer e junto de outras grandes corridas, como os 500km de Interlagos, 12 Horas de Tarumã e 1000km de Brasilia, eram – na visão deste que vos escreve –  as jóias do automobilismo nacional. Hoje ainda temos as 12 Horas de Tarumã e 500Km de Interlagos acontecendo todo ano, mas infelizmente os 1000Km de Brasília está esquecido pelo simples fato do circuito de Brasilia ainda estar em ruinas, marcando mais um capítulo triste do nosso automobilismo brasileiro. No entanto as Mil Milhas, que teve a sua última edição realizada em 2008, foi resgatada.
Apesar de entender a frustração de muitos com o grid magro a corrida teve, precisamos exaltar o grande trabalho da Elione Queiroz e sua equipe que estiveram engajados ao máximo desde o inicio do ano passado para que esta edição acontecesse. É claro que aqueles grids gigantes que povoam as lembranças dos mais experientes que viveram a grande fase de ouro da competição acabe fazendo com que torçam o nariz para o pequeno grid, mas o que precisa ser dito é que o primeiro passo de uma corrida que não era feita desde 2008 foi dado e as coisas podem ser ainda melhores para 2021. O fato de ter uma largada noturna, algo que não acontecia desde 2005, foi um ponto importante para o resgate de uma prática que foi o grande “carro chefe” desde a primeira edição.  Isso sem contar na ótima organização do evento num todo.
A corrida em si foi boa, diga-se. Mesmo que houvesse o risco de quebras, o que é totalmente compreensível numa corrida de longa duração como esta, os doze carros partiram para a disputa quando bateu a meia noite de sábado para domingo e infelizmente o protótipo MCR Tubarão (Mauro Kern/ Paulo Sousa/ Tiel Andrade) – que foi o pole – teve problemas com a temperatura do óleo e acabou abandonando a corrida prematuramente, com apenas 40 minutos de atividade.  Restou ao Ginetta G55 (Esio Vichiese/ Renan Guerra/ Oliver Turvey) e  Mercedes AMG GT4 (Leandro Ferrari/ Flavio Abrunhoza/ Marcelo Brisac/ Renato Braga) duelarem por quase toda a madrugada pela liderança da corrida. Infelizmente problemas de freios e com os pneus acabaram tirando o quarteto do Mercedes #20 da briga pela vitória, terminando em segundo. Para o Ginetta #16 a prova foi feita com carga total do carro, não aliviando o ritmo em quase todo certame, devido o duelo com o Mercedes que se estendeu até a nona hora quando o quarteto do carro #20 teve os problemas já citados. O único susto para o trio do Ginetta foi o principio de incêndio numa das paradas quando o dia já estava claro, e que foi logo controlado. Como bem disseram numa das postagens do Ginetta Racing Team Brasil no Instagram “o que era para ser um teste da máquina, valeu super a pena...” e de fato o G55 aguentou bem o tranco para vencer a prova em 11 horas e 01 minuto, entrando para o panteão de carros gringos que já venceram a clássica brasileira. A terceira colocação ficou para o protótipo MRX Honda #56 que foi conduzido pelo quarteto formado por Gustavo Simon/ Rafael Simon/ Rafael Cardoso/ Sérgio Cardoso – e que também venceram na categoria P3.

Por mais que a corrida não tenha sido aquela imaginada, ao não contar com os grandes nomes do automobilismo brasileiro e também a cooperação de tantos que bradavam pelo retorno da Mil Milhas, o evento foi realizado. A palavra Coragem tem sido usada por todos os cantos e com  justiça, pois mesmo com estes percalços a prova esta de volta e já com data confirmada para a sua realização em 2021, no dia 25 de Janeiro fazendo parte das comemorações do aniversário da Cidade de São Paulo.


Resultado Final
Mil Milhas do Brasil 2020
Dias 13, 14, 15 e 16 de Fevereiro
Autódromo de Interlagos



1º - Esio Vichiese, Renan Guerra e Stuart Turvey (Ginetta G55) - 360 voltas em 11h01min00s312

2º - Leandro Ferrari, Flávio Abrunhoza, Marcelo Brisac e Renato Braga (Mercedes AMG GT4) - a 5 voltas

3º - Gustavo Simon, Rafael Simon, Rafael Cardoso e Sérgio Cardoso (MRX) - a 51 voltas

4º - José Vilela, Pipa Cardoso e Tinoco Soares (Spyder) - a 
107 voltas

5º - Ciro Paciello, Álvaro Vilhena e Evandro Camargo (Omega) - a 125 voltas

6º - Marcelo Servidone, Luiz Finotti e Jorge Machado (Tubarão) - a 168 voltas

7º - Ney Faustini, Ney de Sá e Marcos Philippi (Cobalt) - a 183 voltas

8º - Sérgio Martinez, Eduardo Pimenta e Luiz Oliveira (Spyder) - a 247 voltas

9º - Ricardo Rodrigues, Marcos Cassoli, Valter Barajas (Astra) - a 325 voltas

10º - Carlos Antunes, Yuri Antunes, Mauro Auricchio e Lucas Marotta (MRX) - a 332 voltas

11º - Edras Soares, Juarez Soares e Leandro de Almeida (Vectra) - a 336 voltas

12º - Mauro Kern, Paulo Sousa e Tiel de Andrade (MCR Tubarão) - a 337 voltas

sábado, 18 de janeiro de 2020

Foto 823: Christian Fittipaldi, Mil Milhas Brasileiras 1994



Um jovem Christian Fittipaldi a bordo do Porsche 911 Carrera RSR 3.8 da Roock Racing, que ele dividiu com seu pai Wilson Fittipaldi na 24a 1000 Milhas Brasileiras de 1994, realizada em Interlagos no dia 22 de janeiro.
Ambos venceram clássica brasileira após completarem 372 voltas, terminando 4 voltas a frente do trio formado por Antônio Hermann/ Franz Konrad/ Mikael Gustavsson, que pilotavam o Porsche 911 GT Le Mans da Konrad Motorsport e nove voltas adiante do trio do outro Porsche 911 RSR da Konrad Motorsport, formado por Maurizio Sandro Sala/ Ornulf Wirdheim/ André Lara Rezende.
Hoje Christian Fittipaldi, um dos melhores pilotos de Endurance deste século, completa 49 anos.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Foto 580: Mil Milhas 1966

Um dos dois Alpine durante as Mil Milhas de 1966. Dois estiveram naquela prova, destinadas a Bird Clemente/ Carol Figueiredo (#46) e Luiz Pereira Bueno/ Luiz Fernando Terra Smith (#47).
As Mil Milhas de 1966 é conhecida por ser uma das mais dramáticas da história do automobilismo nacional, quando a quatro voltas do fim o Malzoni DKW #7 de Emerson Fittipaldi/ Jan Balder apresentou problemas em um dos cilindros forçando Jan - que estava ao volante no momento - a parar nos boxes para reparos, meio que a contragosto do piloto que havia assumido a responsabilidade de tentar levar o carro daquele modo até o fim. Era um desafio e tanto, já que a carretera Corvette Chevrolet #18 de Eduardo Celidonio/ Camilo Christófaro, com Eduardo ao volante e já sabendo dos problemas do Malzoni #7, estava a voar naqueles estágios finais em Interlagos.
Mesmo com a parada para a troca de velas, Balder voltou a pista e ainda teria uma chance quando o Corvette parou nos boxes para um reabastecimento. O suspense para saber que levaria aquela edição aumentou ainda mais quando a carretera não pegou na primeira vez e nem na segunda... indo apenas funcionar na terceira tentativa, conseguindo sair dos boxes poucos metros à frente do Malzoni #7 de Balder. Foi o suficiente para Eduardo Celidonio e Camilo Christófaro conseguirem uma das mais épicas vitórias que Interlagos já presenciou. E foi também a última vitória de uma carretera, encerrando uma era de ouro para estes carros.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Wilson Fittipaldi, O Barão (1920-2013)

(Foto: Abril)
Eu tenho uma imaginação que viaja bem longe. Para mim, em outra dimensão, existem corridas de carros e elas sãodisputadas pelos grandes pilotos que passaram neste mundo. De Jules Goux, Felice Nazzaro, Antonio Ascari e Pietro Bordino, passando por ases como Tazio Nuvolari, Achille Varzi, Bernd Rosemeyer e Rudolf Caracciola e seguindo em frente com outros mestres do naipe de Juan Manuel Fangio, Alberto Ascari, Giuseppe Farina e Jean Behra. Incluindo Jim Clark, Graham Hill, Jochen Rindt, Ronnie Peterson, Gilles Villeneuve, Ayrton Senna e outros tantos que se foram nestes mais de cem anos de competição automobilística, certamente precisavam de alguém que pudesse transmitir todas as emoções que estes gênios da arte que é pilotar. E homem que ajudou a erguer o automobilismo nacional ainda nos 50, organizando inúmeras corridas, como as Mil Milhas e as 24 Horas de Interlagos, e também foi um dos fundadores da Confederação Brasileira de Automobilismo, acabou sendo chamado para "transmitir" as corridas num outro plano: Wilson Fittipaldi, "O Barão", faleceu esta madrugada no Rio de Janeiro aos 92 anos de idade.
Infelizmente não pude acompanhar as suas transmissões na Rádio Jovem Pan, mas tive a oportunidade de ouvi-lo pela primeira vez em 1995 quando a mesma rádio exibiu um pequeno trecho do GP da Alemanha de 1978, quando Emerson Fittipaldi levou no quinto lugar. O Barão mencionou a chegada de Emerson naquele quinto lugar com "Aí vem o Emerson, com a tartaruguinha...", que no caso era o Copersucar. Mas sem dúvida a grande narração foi o do título de Emerson em 1972, quando veio a ganhar o GP da Itália e o Mundial de Pilotos.
O homem que narrou inúmeros GPs, desde a pré-F1 até os grandes dias do Campeonato Mundial, fará falta aos seus entes queridos e todos aqueles que o admiravam.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Foto 58: As três grandes de São Paulo

 Largada do GP Cidade de São Paulo de 1940
 Os 500 Km de Interlagos, 1971
 Mil Milhas de 1970

Apesar de estarem engavetadas, mofando em algum cérebro do nosso automobilismo paulista, essas são as três grandes corridas que agitavam a cidade de São Paulo todos os anos.
Essa é a minha homengem a esta megalópole, que apesar de todos os problemas, ainda é uma lugar muito bom de se morar e que devia ser cuidada com louvor e paixão. 
Parabéns pelos seus 458 anos de existência, São Paulo!

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...