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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Os dez melhores pilotos de 2011

Vida ingrata de quem faz uma lista dessas. Você pode cometer a injustiça de colocar e de não colocar um piloto neste tipo de eleição, mas como nem tudo é unânime é aí que fica a graça.
Com relação à minha lista de 2010, não coloquei nem Webber e Massa entendendo que por ter carros melhores que o restante (no caso de Mark, o melhor carro do grid e um dos melhores da história), suas performances não foram dignas de estarem no top 10. Nem a vitória de Webber me comoveu para tal, a não ser que ele tivesse feito uma corrida épica.
Nas três primeiras posições, os melhores das equipes grandes que massacraram seus companheiros num ano totalmente deles. Fiz questão de enfatizar, também, o bom trabalho que os pilotos do meio do pelotão fizeram neste 2011.
Antes que me joguem pedras, eu não coloquei Sergio Pérez na lista por achar que ele fez pouco a bordo da Sauber, apesar de reconhecer que ele é um piloto de grande talento e, com este ano de aprendizado, ele estará forte para o ano que vem.



1º Sebastian Vettel – Se os seus números neste ano foram surpreendentes, o modo como ele os conquistou foram ainda mais impressionantes. Sebastian esteve num nível absurdamente acima dos seus rivais, com performances que fez lembrar, em quase todas as corridas, as mesmas que Schumacher fazia nos seus tempos de domínio absoluto na primeira metade da década passada. As suas poles, conquistadas com folga ou com voltas canhão, que mais pareciam ter sido tiradas da cartola (vide Suzuka e Abu Dhabi), são de uma finesse insuperável. Pode-se dizer que Vettel amadureceu muito desde os seus dias tempestuosos que quase lhe custaram o título do ano passado, mas exatamente, após esta fase infeliz, ele cravou belas performances nas últimas provas de 2010 e quando voltou para a primeira prova deste campeonato, nem parecia que esteve de férias, tamanha a facilidade com que dominou a corrida em Melbourne. O RB7 pode ter facilitado a sua vida, claro, mas se você olhar o que Webber, aquele mesmo que quase o destronou ano passado, não fez com um carro idêntico, verá o quanto que Sebastian esteve empenhado para dominar o seu veterano companheiro, como para conquistar o seu segundo título. Resumindo: ele não teve rivais.

2º Jenson Button – A segunda temporada a serviço da Mclaren revelou-se totalmente positiva para o campeão de 2009. Se em 2010 ele foi derrotado por Hamilton, este ano ele esteve acima do seu badalado companheiro, que atravessou um ano de azares. Button venceu três corridas com desempenhos soberbos e, enquanto Lewis ficava pelo caminho, ele colecionava pontos e ganhava ainda mais a admiração e confiança do time. O seu estilo super suave na condução foi perfeito para domar o brutal desgaste dos compostos da Pirelli, que esfarelavam facilmente. Mas isso não o privou de pilotagens totalmente agressivas, como aconteceu em Barcelona ou então na sua hipnótica perseguição à Vettel nas voltas finais do GP canadense. Tivesse largado melhor em algumas corridas e/ou contado com um carro melhor desde o início do mundial, poderia ter feito frente ao domínio quase absoluto de Sebastian.

3º Fernando Alonso – Com relação à lista que fiz ano passado, Alonso despencou duas posições. Mas não foi por culpa dele. A Ferrari esteve num ano totalmente improdutivo no campo técnico, com vários problemas para resolver e isso refletiu no resultado do espanhol nesta temporada. Fernando continuou lutando bravamente contra Red Bull e Mclaren, que tinham carros muito superiores. Enquanto esteve com pneus macios e super macios, foi um tormento para estas equipes e suas largadas foguete em Barcelona e Monza, aonde chegou a liderar suportando toda a pressão, mostraram do que é feito o Bicampeão. Apesar da mutreta armada pela Ferrari para tirar os difusores aquecidos de Red Bull e Mclaren para a prova de Silverstone, Alonso foi brilhante ao levar a equipe para a sua única vitória no ano pilotando o carro no limite extremo, algo que foi totalmente corriqueiro nesta temporada. As suas voltas tentando alcançar Hamilton em Abu Dhabi, trazendo o Ferrari feito um kart, resumem bem como foi 2011 para ele.

4º Lewis Hamilton – O talento de Lewis nunca esteve tão em xeque quanto neste ano. Dono de uma tocada agressiva e que na maioria das vezes encanta quem o assiste, teve uma face desastrada em 2011. Acidentes e incidentes que podiam ser evitados estragaram uma temporada que se desenhava para ele ser o maior oponente de Sebastian na luta pelo título. Apesar de duas vitórias convincentes nos GPs da China e Alemanha, a sua temporada entrou em parafuso com inúmeros incidentes e a separação da sua namorada só o afetou ainda mais, fazendo-o perder o foco nas pistas. As novelas com Massa, onde os dois sempre trocavam esbarrões durante as corridas, foi o ponto negativo para ambas as partes. Mas Hamilton esteve em grande forma quando não tinha Felipe pelo caminho: duelou com Vettel em Shanghai, disputou roda a roda com Webber a terceira posição na Coréia por várias curvas e a grande disputa por inúmeras voltas com Schumacher em Monza, foi o ponto alto da temporada. A falta de paciência lhe custou caro este ano.

5º Nico Rosberg – A sexta temporada do filho de Keke na F1 foi parecida com a do ano passado: boas provas, apagado em algumas e sofrendo com um carro inconstante. Mas a sua principal disputa, como sempre, foi com Schumacher, de quem ele conseguiu sair 16 vezes na frente nas tomadas de tempos. E foi assim, também, na tabela dos pontos, onde ele marcou 89 contra 76 de seu companheiro. Uma melhoria no carro da Mercedes, que é esperada por todos desde o ano passado, pode ser uma chance dele, enfim, ingressar no clube dos top drivers da categoria.

6º Jaime Alguersuari – Desde a sua estréia em 2009 no GP da Hungria pela própria Toro Rosso, que observo a evolução deste piloto. Em 2010 ele conseguiu chegar próximo de Buemi e este ano, com uma carga maior de experiência, pode mostrar o seu valor: conseguiu levar o carro algumas vezes à casa dos pontos, lutando bravamente pelas posições sem tirar o pé (em especial contra as Force Índia) e fez algumas classificações que chamaram a atenção, como o seu sexto lugar em Spa. Buemi pode até ter conseguido mais vezes largar à sua frente (13x6), mas o espanhol ganhou mais pontos (26x15). Caso continue nesta crescente em 2012, pode, quem sabe, pleitear um lugar na Red Bull quando Webber sair. Mas é claro, a disputa será feroz.

7º Adrian Sutil – A chegada de Di Resta a Force India poderia ter desestabilizado o reinado deste piloto que está na equipe desde 2007. Apesar das boas performances de seu novo companheiro, Sutil esteve tranqüilo quanto a isso. Trabalhou serenamente e os resultados apareceram e ele colocou o seu talentoso parceiro no bolso. Mas as classificações foram apertadas, com o alemão ganhando por 10x9. Se hoje a Force India é algo, isso se deve muito à Adrian que deve estar de saída para outra equipe em 2012. Provavelmente a Williams.

8º Vitaly Petrov – Sem Kubica, a sua referência maior, a Renault Lotus teve que apostar as suas fichas no trabalho de Heidfeld. Mas foi Petrov quem assumiu as rédeas e surpreendeu a todos com uma tocada firme no comando desta equipe dentro da pista. Apesar da queda de rendimento do carro, o russo esteve sempre forte e apesar da chegada badalada de Senna, com quem teve um pouco mais de serviço, ele conseguiu se impor. Para o ano que vem apenas uma vaga está aberta na Lotus (Kimi Raikkonen é o outro piloto) e ele terá que lutar contra Bruno e Grosjean. Pelo que fez este ano e com dinheiro polpudo dos russos, acredito que a vaga já é sua.

9º Kamui Kobayashi – Vida difícil deste piloto japonês neste ano. Assim como em 2011 ele não teve boas performances nos classificatórios, o que o deixou em condições difíceis para tentar melhores posições de chegada. Os melhores exemplos ficam reservados à sua primeira parte no mundial, onde marcou pontos em 7 provas de dez disputadas, principalmente em quatro delas onde ele largou muito mal. As quebras na segunda parte do mundial, os erros e péssimas apresentações, contrastaram com a subida de produção de Pérez. O GP do Canadá, quando chegou a andar em terceiro antes da interrupção da corrida, num momento em que lutava até com os líderes. Foi o seu melhor momento no ano.

10º Paul Di Resta – Com o título da DTM no bolso e mais a fama de ter sido um dos poucos a derrotar Vettel nas categorias de base, este escocês, primo de Dario Franchitti, teve um aprendizado muito bom neste ano. Foi o novato que mais marcou pontos dentre os que estrearam neste ano (27) e foi, também, uma pedra no sapato de Sutil que cortou um dobrado com este piloto. Caso Sutil saia da equipe, Di Resta passará a ser a referência na Force India. Mas caso seu companheiro seja o veloz Hulkenberg, podemos ter um dos melhores duelos entre companheiros equipe em 2012.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...