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domingo, 19 de junho de 2022

4 Horas de Santa Cruz do Sul - Frio, problemas e vitória do AJR #444

 

(Foto: Rodrigo Guimarães HD)

As etapas de Goiânia e Interlagos foram provas bem atribuladas, principalmente para aqueles que iam à frente: enquanto que os principais protótipos foram tendo seus percalços, o Ligier #17 e o Mercedes AMG GT3 #27 passaram para vencer as duas respectivas provas com autoridade. Mas era uma questão de tempo para que os reinantes AJR e até mesmo o rápido, mas ainda frágil, Sigma, estivessem com total chance de conquistar a terceira etapa. Por motivos que ainda são desconhecidos, a prova estava marcada para o veloz circuito de Cascavel e acabou sendo remarcada para a pista de Santa Cruz do Sul que é reconhecida como seletiva pelos pilotos, mas com um agravante a mais que é a abrasividade do asfalto. Sem sombra de dúvida, um desafio a mais para os pilotos e equipes. 

Mas as coisas começaram bem complicadas: se na quinta, durante os treinos extras, a pista estava seca, na sexta a chuva reinou por todo dia e isso acabou forçando o adiamento da qualificação para o sábado, horas antes da realização da corrida. Isso significava um trabalho a mais para todos, visto que ainda precisariam converter os carros da qualificação para a corrida. 

Essa qualificação custou uma baixa no grid e também para a equipe M3 Motorsport, que cuida atualmente dos dois Sigma #2 e #12: o Sigma #12 saiu para sua qualificação com Beto Ribeiro no comando e acabou batendo o protótipo. Segundo informações, ele teria quebrado os dois tornozelos e também no joelho esquerdo. Esta corrida acabaria por ser bem desastrosa para as equipes que possuem os protótipos Sigma: com o #12 fora, restou o #2 pilotado por Erik Mayrink/ Hugo Cibien que largaram na quinta posição e estavam em sexto quando os problemas no pneu traseiro esquerdo passou a atormentar a dupla, que viria a repetir mais à frente com outro furo do mesmo lado e este deixando o Sigma #2 por um bom tempo nos boxes para arrumar os problemas que foram além dos furos de pneus, como em barra estabilizadora e cabo de vela defeituosa. 

Outro Sigma, o da equipe MC Tubarão, batizado como Tubarão XI, estreou nova pintura nesta etapa - vermelho em alusão ao Tubarão I, primeiro da grande equipe em 1996 - e chegou fazer todas as atividades até a manhã de sábado, quando a equipe decidiu retirar o protótipo da prova por entender que o carro ainda não está no nível dos demais e precisar de mais desenvolvimento. Na qualificação o Tubarão XI foi conduzido por Arthur Leist - que dividiria o comando com Tiel Andrade - e sua volta foi de 1'23''2 e a pole, que foi feita pelo AJR #444, foi de 1'10''2. 


Muito frio e várias visitas do Safety Car

A largada para as 4 Horas de Santa Cruz do Sul

Apesar do sol e céu limpíssimo, o frio estava presente e isso foi um fator a ser considerado: se por um lado ajudava na conservação mecânica dos carros, piorava para que os pneus atingissem a temperatura ideal - apesar deste último não ter interferido no desempenho dos pneus, a pista abrasiva acabou causando alguns furos de pneus e curiosamente do lado esquerdo traseiro, onde o Sigma #12, MCR Grand-Am #18 e o Ligier #17 tiveram seus furos. 

O inicio da corrida foi de uma batalha bem interessante entre o AJR #444 (Vicente Orige/ Gustavo Kiryla) e o Ligier #17 (Guilherme Botura/ Gaetano Di Mauro) onde o carro francês, mesmo sem toda velocidade de reta do AJR #444, conseguia acompanhar o ritmo do protótipo nacional e isso durou por um bom tempo. As entradas do Safety Car, pelas mais diversas situações, deu ao outro AJR da equipe Motorcar - o #1 pilotado por Fernando Ohashi/ Marcelo Vianna/ Vitor Genz - a possibilidade de entrar nessa disputa pela primeira posição na geral. 

Com essa chegada do AJR #1, o Ligier #17 passou a ficar mais para a terceira posição e apenas acompanhar a disputa entre os dois carros da equipe Motorcar. Enquanto que os dois AJR disputavam a primeira posição, o Ligier teve um pneu furado e quando estava para entrar nos boxes teve um toque com o AJR #35 (Pedro Queirolo/ David Muffato) e bateu forte no muro da entrada do box. Foi uma pena para eles, já que os problemas com a caixa de direção do protótipo francês tinham os deixado de fora em Interlagos. 

Mesmo com o tráfego pesado, os dois AJR da Motorcar tiveram tempos na casa de 1'12 - para se ter uma idéia, a pole foi feita pela manhã na casa de 1'10 - e isso indicava que a disputa seria apenas entre eles. Mas no decorrer da prova o melhor andamento do AJR #444 garantiu a primeira colocação, enquanto que o AJR #1 teve que travar uma boa disputa com o AJR #35, que fez uma corrida de recuperação após largar dos boxes por conta de problemas de motor que atingiram a dupla Queirolo/ Muffato desde a quinta. Mais a frente o #35 assumiria a segunda posição, enquanto que o #444 passava para vencer a prova - nesta que foi a redenção da dupla Orige/ Kiryla que estavam com ritmo muito bom em Interlagos e liderando quando quebraram. No meio do caos que foi esta etapa de Santa Cruz do Sul, foi um desempenho brilhante e recompensador para eles.

Na P2 a vitória ficou para o MCR Grand-Am #18 de Fernando Poeta/ Claudio Ricci que chegaram enfrentar um furo no pneu, mas conseguindo trazer o carro para os boxes e sustentar a liderança. O MRX #73 da LT Team (Gustavo Ghizzo/ Leandro Totti/ Leonardo Yoshi) ficaram em segundo e a terceira posição, mesmo não tendo terminado a corrida por conta de uma quebra de eixo, ficou o Ferrari 458 #155 de Tom Filho/Ricardo Mendes. Na P2L a vitória foi do MRX #74 de Leonardo Yoshi/ Eduardo Souza/ Leandro Totti.   


Nos GTs

(Foto: Marcos Gomes/ Instagram)

Na classe dos GTs as disputas foram ferrenhas, mais uma vez. A batalha entre o Mercedes AMG GT3 #9 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes e o Mclaren 720S #16 de Marcelo Hahn/ Allan Khodair animaram a classe dos GT3, com estes ficando na disputa por quase toda corrida e até rolando um toque entre o #9 e o Mercedes #50 de Maurizio Billi/ Marco Billi/ Max Wilson, possibilitando uma bela ultrapassagem do Mclaren #16 - então pilotado por Khodair - sobre o Mercedes #9 que estava aos cuidados de Marcos Gomes. 

O Mclaren #16 - que teve um Drive & Through por fazer a parada de box abaixo dos 4 minutos obrigatórios - esteve muito bem nessa corrida e a chance de vitória era real até as voltas finais, quando um problema no amortecedor tirou deles essa oportunidade de ganhar na classe e deixou o caminho livre para a vitória de Negrão/ Gomes - ao menos terminaram em segundo, enquanto que o Porsche 911 RSR #55 da Stuttgart Motorsport (Ricardo Mauricio/ Marçal Muller/ Marcel Visconde) ficaram em terceiro após travar uma disputa com o BMW M4 de Átila Abreu/ Leo Sanchez. 

O Mercedes #27 de Cacá Bueno/ Ricardo Baptista teve problemas no radiador e inicialmente era fim de prova para eles quando a corrida faltava duas horas para o final, mas um tempo depois o Team RC conseguiu resolver o problema e devolveu a dupla para terminar na 24ª posição na geral e em 8º e último na GT3.   

Na classe GT4 a vitória ficou para o Mercedes #31 da Autlog de Leandro Ferrari/ Renan Guerra/ Marco Pisani, a segunda posição ficou para o Porsche 718 #21 de Jacques Quartiero/ Danilo Dirani e a terceira para o Mustang #22 de Cassio Homem de Mello/ André Moraes/ Gustavo Conde. A baixa nessa classe aconteceu durante a corrida ainda em sua primeira hora, quando o Porsche 718 #718 de Marcel Visconde/ Bruno Xavier/ Marçal Muller teve um enrosco com futuro vencedor da classe #31 e acabou batendo na barreira de pneus da última curva.

A corrida completa você pode conferir no canal oficial do Império Endurance Brasil no Youtube clicando aqui.

A próxima etapa será em 20 de agosto com a realização das 4 Horas de Velo Città.

domingo, 22 de maio de 2022

4 Horas de Interlagos: Os GTs sobrevivem e Bueno/ Baptista vencem

 

O Mercedes AMG GT3 de Cacá Bueno/ Ricardo Baptista que repetiram a vitória de 2021, quando venceram as 4 Horas de Interlagos naquela ocasião
(Foto: Paulo Abreu/ Volta Rápida)


Essa segunda etapa do Império Endurance Brasil trazia uma alta expectativa por conta de tudo que tinha sido visto durante as 4 Horas de Goiânia, realizada no mês de abril. Naquele costumeiro calor goianense tivemos uma ótima prova, mas com os principais favoritos caindo aos poucos por conta da temperatura ou até mesmo por outros problemas que fossem ligados as adversidades atmosféricas. A inesperada vitória do Ligier pode ser creditada a isso, mas em Interlagos, para a disputa das 4 Horas, a situação poderia ser bem diferente e bem mais acirrada já que as temperaturas em São Paulo não eram das mais altas nos últimos dias e isso indicava que os AJR teriam um refresco para tentar beliscar a primeira vitória deles na temporada e claro, isso também trazia uma boa oportunidade para o Sigma - agora comandado pela equipe M3 Motorsport - continuar no páreo e espantar de vez o seu grande azar. Mas não foi bem assim. 

Não é de se duvidar que essa corrida estaria nas mãos de algum AJR ou do Sigma #12, principalmente pelas 53 primeiras voltas onde o AJR #444 de Vicente Orige/ Gustavo Kiryla e o Sigma #12 de Aldo Piedade/ José Ribeiro/ Erik Mayrink estavam num ritmo extramente forte e abrindo caminho em meio aos retardatários sem maiores dificuldades - isso ficou bem claro quando foram engolidos pelo pelotão após a saída do SC, originado pelo acidente entre o MRX #7 e o Mustang #22 na sexta volta, e depois se recuperando imediatamente para voltarem a ocupar as duas primeiras posições. 

Apesar de estarem em um outro nível frente aos rivais, o duelo entre estes dois protótipos acabou se desfazendo quando a roda traseira esquerda do Sigam #12 soltou-se em pleno Laranjinha e forçando o abandono do trio Piedade/ Ribeiro/ Mayrink, ressaltando mais um vez a falta de sorte de um protótipo que poderia ter vencido a primeira etapa do campeonato. Mas a vida do AJR #444 também não iria muito longe, abandonando na volta 53 após um problema de motor que havia iniciado algumas voltas antes. 

Isso indicaria que algum outro protótipo poderia vencer, mesmo não tendo o desempenho dos dois antigos lideres? Sim... E esta situação pareceu clarear para o Ginetta #20 da família Ebrahim, com Wagner conseguindo se manter na disputa por um bom tempo e lutando bravamente contra outros AJR como os de número #99 (Edson Coelho/ Leandro Romera/ Pietro Rimbano) e #28 (Gustavo Martins/ Robbi Perez/ Sarin Carlesso), conseguindo acompanhar o ritmo destes que são bem melhores. Mas foi uma pena que a partir do momento em que Fabio Ebrahim assumiu o turno, o Ginetta não teve o mesmo rendimento de antes e piorou com o passar das voltas vindo abandonar no final da corrida quando Pedro Ebrahim estava no comando e sem o uso da direção hidráulica, o que deixou o comando ainda mais dificil. Por outro lado, foi uma boa apresentação de um protótipo que tem sofrido bastante nos últimos anos e que vinha de um terceiro lugar na geral e P1 das 4 Horas de Goiânia. 

Estes dois AJR que lutavam com o Ginetta #20 pela liderança da prova, tiveram também seus desaires: o #28 ficou um tempo nos boxes e problemas com a bomba de reabastecimento atrasou bastante o seu andamento, tirando eles da disputa pela vitória; o #99 estava em boa forma, mas uma aposta arriscada, esperando um SC, os deixaram sem combustível quando estava prestes a abrir a última hora quando estava liderando com folga sobre o Mercedes AMG GT3 #27 de Cacá Bueno/ Ricardo.  Baptista. 

Outros AJR tiveram os mais diversos problemas e acabaram sucumbindo nessa etapa, completando um tremendo pesadelo para todos dessa classe - e temos que destacar que antes da corrida, precisamente na volta de aquecimento, o Ligier #117 de Gaetano Di Mauro/ Guilherme Botura batendo quando iniciava sua volta. Mesmo indo aos boxes, não conseguiu arrumar o estrago e também a caixa de direção que foi o motivo principal para que houvesse a batida. 

A grande novidade dessa prova, a estréia do #5 Tubarão XI, que foi feito em parceria com a Sigma, usou essa etapa de Interlagos para coletar dados e terminou na sétima posição na P1 e em 21º na geral. 


Os GT3 deram conta


O Porsche 911 RSR GT3 de Ricardo Mauricio/ Marçal Muller/ Marcel Visconde que travou grande batalha pela vitória nas 4 Horas de Interlagos
(Foto: Paulo Abreu/ Volta Rápida)

Por outro lado, enquanto os protótipos iam ficando pelo caminho, os GT3 tomaram conta das primeiras posições e com destaque para as batalhas que se deram nessa classe e que - claramente - se estendeu para a geral. 

Para destacar essa grande tarde dos carros europeus, a disputa acirrada foi o ponto alto com os Mercedes AMG GT3, o BMW M4 GT3, Mclaren 720S e o Porsche 911 RSR GT3 batalhando metro a metro pela vitória, especialmente quando o Mercedes #27 de Cacá Bueno/ Ricardo Baptista teve que segurar a pressão exercida pelo outro Mercedes #9 de Xandinho Negrão/ Marcos Gomes - estes últimos tinham uma boa chance, mas foi desperdiçada quando ele enroscou com o Mclaren #16 de Marcelo Hahn/ Allan Khodair e tomou um Drive & Through e depois sofreu com problemas na bomba de combustível que os tiraram da disputa pela vitória. Nesta mesma toada, o toque que levou do Mercedes #9 acabou tirando o Mclaren #16 da briga pela vitória num momento em que tinham um bom ritmo. Mais uma tarde dificil para a equipe da Marcelo Hahn, que parecia ter deixado para trás os azares que tiveram o Goiânia. 

Um bom destaque foi o ritmo do #17 BMW M4 de Leo Sanchez/ Átila Abreu que chegou liderar a classe GT3 por algum tempo, mas é um carro que está evoluindo aos poucos e ainda não tem fôlego para desafiar os Mercedes e Porsche. Mas é um carro que estará no encalço de seus rivais em breve. 

O duelo que animou a última meia hora de prova ficou por conta da caçada do Porsche #55 de Ricardo Mauricio/ Marçal Mello/ Marcel Visconde ao Mercedes #27 de Cacá Bueno/ Ricardo Baptista, conseguindo descontar, compassivamente, uma desvantagem de dez segundos que os separavam - Cacá Bueno precisou usar um ritmo mais lento para economizar combustível, que estava numa situação critica já e o risco de pane seca era eminente. Uma pena que quando a diferença entre eles estava na casa do meio segundo e faltando dois minutos para o final, o pneu traseiro direito do Porsche #55, com Ricardo Mauricio ao volante, acabou estourando e deixando o caminho aberto para o Mercedes #27 vencer quase que lentamente na última volta - ainda que pese o erro no final da corrida, onde a bandeira quadriculada foi dada 20 segundos antes de completar 4 Horas de prova, fazendo com que o Mercedes fizesse mais uma volta.


As demais classes

O MRX #34 de Mario Marcondes/ Ricardo Haag que venceram na P2 Light
(Foto: Paulo Abreu/ Volta Rápida)

Na GT4 vitória para o #718 Porsche 718 Cayman de Marcel Visconde/ Luiz Landi/ Bruno Xavier, seguidos pelo outro Porsche 718 Cayman #21 de Danilo Direani/ Jacques Quartiero  - se caso o Porsche #55 tivesse vencido na GT3 e geral, teria sido uma mega festa para a equipe Stuttgart - e em terceiro ficou o Mercedes GT4 #555 de Rick Bonadio/ Rodrigo Pacheco. 

Talvez um dos maiores rivais para os Porsche, o Mustang GT4 #22 da Autlog (Flavio Abrunhoza/ Gustavo Conde/ Cassio Homem de Mello/ André Moraes Júnior), acabou ficando e fora após bater com o MRX #7 ainda no ínicio da prova. 

Na P2 a vitória foi para o Lamborghini Gallardo #199 de Julio Martini/ Rodrigo Lemke, que foi o único a completar nessa classe, já que os outros tiveram problemas ou se acidentaram: Tuca Antoniazzi/ Matheus Iorio abandonaram na volta três com um protótipo baseado no antigo Stock Car; o ABS01 #25 de Ney Faustini/ Ney Faustini Jr apresentaram problemas antes da prova começar e quando iam sair para valer, acabaram batendo nos pneus da saída do box com a direção travada. Chegaram competir, mas abandonaram de vez na sexta volta; o MCR Gran-Am #18 era o grande favorito dessa classe com Fernando Poeta/ Claudio Ricci, mas problemas nos freios era algo a considerar e mais tarde saíram por conta de um acidente no Bico de Pato; o acidente mais forte ficou por conta do Ferrari 458 #155 de Tom Filho/ Ricardo Mendes quando bateu de frente no muro da reta oposta com Tom Filho ao volante. O piloto saiu bem. 

Na P2 Light a conquista ficou para o MRX #34 de Mario Marcondes/ Ricardo Haag, tendo a segunda posição para o MRX #74 de Eduardo de Souza/ Leandro Totti/ Luiz Oliveira ficou em segundo, com 12 voltas de desvantagem para o vencedor da classe, e em terceiro - mas fora dos 75% obrigatório para chegar aos pontos - ficou o outro MRX #73 da equipe do Leandro Totti com Gustavo Ghizzo/ Leo Yoshi/ José Vilela.

A próxima etapa será em Cascavel, no dia 18 de junho.   

domingo, 2 de agosto de 2020

4 Horas de Interlagos – Uma grande prova de abertura do Endurance Brasil

A vitória do AJR #5 da MC Tubarão na abertura do Endurance Brasil em Interlagos
(Foto: Endurance Brasil)


A retomada de corridas no autódromo de Interlagos não podia ter sido melhor: a abertura do Endurance Brasil nos reservou uma grande prova nesta que foi a primeira da categoria em 2020.

Uma das coisas que precisamos falar é sobre o poder do AJR: o carro desenvolvido pela família Moro e que é usado por seis equipes mostrou que está em franca ascensão no cenário do endurance brasileiro e neste final de semana, em Interlagos, nos deu um pouco do que esperar para este certame do campeonato. Os tempos de volta alcançados desde os treinos livres foram os mais velozes, principalmente o tempo marcado pelo AJR #11 de Emilio Padron/ Vitor Genz que chegaram marcar 1’26’’869 no quarto treino livre. Mas por ser um treino extra-oficial, a marca não foi considerada como recorde oficial. Porém, na qualificação, Vitor Genz cravou a marca de 1’27’’140 que lhe rendeu, enfim, o recorde oficial. Para a pole, no combinado dos tempos, ficou para o AJR #113 de Pedro Queirolo/ David Muffato. O tempo de volta dos AJR levaram muitos a comparar com as marcas alcançadas pelos LMP2, quando estes passaram por aqui em 2014 quando aconteceu as 6 Horas de São Paulo: naquela ocasião, o tempo da pole foi feito pelo Ligier JS P2 da G-Drive com a marca de 1’24’’463 foi 2’’406 melhor que o tempo não oficial alcançado pelo AJR #11 no quarto treino livre. Uma incrível marca que mostra muito bem a evolução deste protótipo.

Sobre a corrida, esta se manteve bem normal até o inicio da última hora de prova: o AJR #113 de Pedro Queirolo/ David Muffato pareciam absolutos, tamanho o domínio que conseguiram nas horas anteriores ao manter-se na liderança com alguma folga sobre os AJR#175 (Henrique Assunção/ Anderson Toso/ Carlos Kray) e AJR #5 (Tiel Andrade/ Julio Martini/ Nelson Ângelo Piquet). Mas na abertura da última hora, as coisas mudaram de figura: Muffato assumiu o comando do #113 e Nelson Piquet – que substituiu Paulo Sousa, que teve problemas musculares na sexta – pegou o AJR #5 e passou a caçar David Muffato. Por mais de quarenta minutos Muffato e Piquet duelaram pela liderança, mas nunca sem se esquecer de dobrar os retardatários com cuidado. E foi em duas dessas situações onde houve trocas de posições entre eles, quando Muffato ficou encaixotado num protótipo MRX e Piquet conseguiu assumir a liderança indo para o Laranjinha e algumas voltas depois foi a vez de Piquet ficar preso no tráfego da reta dos boxes e ser ultrapassado por Muffato. Uma disputa insana onde David conseguia se defender usando a asa móvel nas retas e Piquet encostava no miolo do circuito, mas sem ter tempo para conseguir armar o bote para assumir a liderança. Faltando em torno de quinze minutos para o fim da corrida, quando iam dobrar o Mercedes AMG GT4 #15 de Leonardo Sanches/ Átila Abreu, Muffato seguiu por fora e Piquet por dentro, mantendo o Mercedes de Átila no meio. Quando chegaram na freada do final da reta oposta, Nelsinho conseguiu se impor e levar a liderança. Daí pra frente foi um passeio de Piquet, que passou a fazer voltas bem mais velozes que David Muffato para garantir sua primeira vitória no Endurance Brasil e também a primeira da MC Tubarão em dois anos.

Na GT3, a disputa parecia estar reservada ao Mercedes AMG GT3 #9 da família Negrão, mas problemas de saúde com Xandy Negrão fez com que chamassem para seu lugar André Negrão que fez dupla com Xandinho. Desse modo surgiu um pequeno problema, dificultaria bastante o andamento da dupla: como são pilotos de categoria ouro, seria adicionado a cada parada de box 1 minuto, o que deixaria os primos Xandinho/ André com chance reduzidas nesta classe. Mesmo assim, ainda conseguiram fazer um bom papel ao liderarem por três horas esta classe, mas por conta das punições ficaram em segundo. A vitória da classe ficou para o Porsche 911 GT3 R #55 de Marcel Visconde/ Ricardo Mauricio, logo na estreia do carro da Stuttgart Motorsport. Na GT3 Light a vitória ficou para o Ferrari 458 #155 de Ricardo Mendes/ Tom Filho e a segunda colocação para o Aston Martin Vantage de Sergio Ribas/ Guilherme Ribas  

Na P2 foi mais uma questão de sobrevivência do que qualquer coisa. A vitória ficou para o MRX #44 pilotado por Ruben Ghisleni/ Hardy Kohl/ Lucas que teve problemas algumas voltas após a largada. Foram levados ao box, perderam algumas voltas e retornaram para a corrida, onde não apresentaram mais problemas. Seu grande rival certamente era o Sigma P2 #12 de Jindra Kraucher/ Ney Faustini, que também tiveram problemas e logo na volta de apresentação quando ficaram parados no grid e a exemplo do #44 também voltou à pista e acabou fechando em segundo na classe.
Na P3 a vitória ficou para o MRX #7 de Aldoir Sette/ Marcelo Campagnolo que fizeram boa parte da corrida com a asa traseira quebrada. A segunda posição ficou para o MRX #75 de Henrique Assunção/ Emilio Padron/ Fernando Ohashi/Fernando Fortes e a terceira para o Spyder #73 Jose Vilella/ Leonardo Yoshi.

Na GT4 os Mercedes AMG GT4 dominaram as ações ocupando as três primeiras posições da classe, com a vitória ficando para Alexandre Auler/ Guilherme Salas, a segunda posição ficando para Leonardo Sanches/ Átila Abreu e a terceira para  Andre Moraes Jr/ Ricardo Rodrigues/ Cassio Homem de Mello/ Kreis Jr. O Mclaren 570S GT4, pilotada por Flavio Abrunhoza/ Leandro Ferrari, terminou na quarta colocação nessa que foi a corrida de estreia do carro nas provas aqui no Brasil. Para os Ginetta GT4 não foi uma grande jornada: o melhor deles, o #57 de Felipe Tozzo/ Renan Guerra, terminou com 15 voltas de desvantagem na quinta posição. Na GT4 Light, vitória de Junior Victorette/ Marcelo Karam com Audi RS.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...