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sexta-feira, 6 de junho de 2025

93ª 24 Horas de Le Mans - Pesagem Dia 1


Podemos dizer que a festa em Le Mans começa a partir do tradicional Scrutineering? Sem dúvida alguma esse momento tem se tornado um clássico para aqueles que esperam ansiosamente para terem os primeiros contatos com equipes, carros e pilotos na Place de La République. É o start para a grande semana desta 93ª Edição das 24 Horas de Le Mans. 

Entre carros das classes Hypercar, LMP2 e LMGT3, foram 39 inspecionados nesta sexta-feira e entre uma inspeção e outra, entremeadas a autógrafos e fotos, alguns personagens que farão parte dessa grande edição falaram com o site oficial das 24 Horas de Le Mans.


Sendo o primeiro para este dia inicial de inspeção, é uma bom sinal? O BMW Team WRT teve um dos seu BMW M Hybrid V8 abrindo a fila dos carros a serem inspecionados. Vicent Vosse, chefe da equipe, analisou a atual fase da equipe e manteve a cautela, esperando para ver como serão os testes do próximo domingo:  "Temos feito progressos constantes desde junho de 2024. Entendemos melhor o carro. Tivemos algumas boas corridas no final da temporada passada, mas também em 2025. Apesar disso, não sabemos realmente o que esperar aqui, porque o circuito é diferente dos outros. No domingo, após o Dia de Teste, teremos uma primeira opinião sobre o nosso nível de desempenho."

No entanto, Dries Vanthoor, que estará no comando do BMW M Hybrid V8 #15 junto de Rafaelle Marcielo e Kevin Magnussen, foi direto ao ponto indicando que sim, eles tem uma grande chance: “Podemos vencer a corrida”.



A Peugeot experimentou um breve sucesso em algumas horas na edição de 2023, quando ela estreou no campeonato naquele ano. De lá para cá, com uma nova abordagem para com os 9X8, teve alguns bons momentos e nas 6 Horas de Spa-Francorchamps, última etapa do WEC, estiveram muito bem na prova. Löic Duval, que estará na pilotagem do 9X8 #94 junto de Malthe Jakobsen e Stofel Vandoorne, se apega na boa apresentação da equipe em Spa: “Durante a as 6 Horas Total Energies de Spa-Francorchamps, lutamos na frente com as Ferraris, BMWs e Toyotas. O resultado da corrida não foi o que esperaávamos, mas tivemos o desempenho necessário para colocar os dois carros entre os 5 primeiros.”. Prestando atenção nas palavras de Jean-Marc Finot, chefe de automobilismo da Stellantis, talvez tenha alguma esperança de que a Peugeot consiga mesmo um bom papel nesta edição frente aos grande concorrentes: “Vamos lutar para fazer a melhor participação possível. Nunca na história do automobilismo vimos tantos fabricantes participarem. Vamos experimentar 24 horas de suspense”.

 

 


Ainda entre os donos da casa, a Alpine espera ter uma jornada bem melhor que a do ano passado quando perdeu seus dois carros num curto espaço de tempo, incluindo um belo estouro de motor. Os últimos resultados foram bem animadores com pódios nas últimas etapas, inclusive, chegando a desafiar a Ferrari em Spa. De todo modo, apesar dos bons momentos em provas passadas, Bruno Famin, Diretor da Alpine Motorsport, reconhece que Le Mans é outro mundo e requer cautela: “Foi realmente gratificante. Apesar disso, as 24 Horas de Le Mans tem suas especificidades e dificuldade. Não devemos nos deixar levar. Vamos nos concentrar em continuar progredindo. O punico objetivo que estabelecemos para nós mesmo é não nos arrenpendermos no domingo, 15 de junho.”

 

 


A Cadillac tem sido constantemente apontada como uma força para vencer a grande prova nos últimos anos, mas problemas, acidentes e enroscos com outros competidores, tiraram dos carros americanos a possibilidade de pegarem o lugar mais alto do pódio. Para esta edição, serão quatro carros para três equipes e espera-se que um grande resultado. Sébastien Bourdais, que estará ao lado de Earl Bamber e Jenson Button no Cadillac V-Series #38 do Hertz Team Jota, destaca a evolução neste ano: “Mostramos bons resultados desde o ínicio da temporada; é preciso dizer que a equipe está ganhando impulso. A Cadillac instalou um novo chicote eletrênico no carro, o que resultou em um período de adaptação. Nas 6 Horas de Spa-Francorchamps da Total Energies, demonstramos um bom nível de desempenho, terminando em quinto e sexto lugares. O carro tem potencial, então todos sonhamos com um grande resultado.”



O retorno da Aston Martin, até aqui, não tem sido dos melhores, mas a sua marca mais presente, além da beleza incontestável dos Valkyrie, é a sinfonia do V12 que o coloca em pé de igualdade com os V8 da Cadillac em termos de preferência do público. O experiente Harry Tincknell, que conduzirá o #007 junto de Tom Gamble e Ross Gun, destaca o trabalho pesado nos últimos meses para levar o Aston Martin Valkyrie no nível dos demais: “É muito emocionante participar da corrida com este carro. Ele tem potencial para se tornar uma lenda. De qualquer forma, esse é o destino que queremos oferecer a ele. Nos últimos seis meses, tanto nos testes quanto durante as corridas, trabalhamos duro para fazê-lo progredir em termo de desempenho e confiabilidade. Hoje, podemos dizer que ele melhorou em todas as áreas”.

 

Nos LMP2 a batalha pela vitória é sempre a mais apertada das classes, sobrepondo até mesmo aos GTs em edições anteriores. Não é de estranhar que velhos conhecidos queiram escrever o seus nomes na história de Le Mans nesta classe.

 A Inter Europol Competition já teve bons momentos em Le Mans, mas nunca chegou a vitória. Mas seria esta edição a grande chance? Para Tom Dilmann, que pilotará o Oreca 07-Gibson #43 da equipe junto de Jakub Smiechowski e Nick Yelloly, é uma ótima oportunidade: “O objetivo é vencer. Temos a equipe e a tripulação para alcançá-lo. Apeasr disso, há muitos parâmetros a dominar. É preciso ser muito sério, muito focado... e estar pronto para enfrentar todas as condições. Este ano, vencemos as 12 Horas de Sebring. Se pudéssemos vencer as 24 Horas de Le Mans, seria ótimo”.

 


Outro carro querido pelos torcedores, o Oreca #99 da AO By TF com a liverý do “Dragão”, também estará nessa batalha para buscar escrever o seu nome na galeria de campeões desta classe nas 24 Horas de Le Mans. P.J Hyett, que estará junto de Dane Cameron e Louis Deletraz, acredita na equipe incorporando o espírito do simpático mascote para chegar ao triunfo: “Na equipe, todos estão trabalhando para colocar o carro na frente. Um dragão está representado em nossa carroceria e é assim que estaremos na pista”.

 

Na LMGT3 a batalha promete ser intensa, claro. A herdeira natural das classes LMGTE-PRO e AM, teve bons momentos na edição de 2024 que marcou a primeira sob o regulamento consagrado GT3 e para este ano, com novos players na disputa, tende a ser bem interessante.

A United Autosports, com seu par de Mclaren 720S LMGT3 EVO, vem embalada em torno das festividades dos 30 anos da única conquista da Mclaren nas 24 Horas de Le Mans com o legendário Mclaren F1 GTR na edição de 1995. Uma conquista nessa classe seria algo bem interessante para ir pavimentando a ida da Mclaren à classe principal em 2027. Grégoire Saucy, piloto do #59 ao lado de James Cottingham e Sébastien Baud, se apega a marca festiva e o bom desempenho do 720S para chegar à vitória: “Este aniversário nos deixa ainda mais ansiosos para vencer. Estamos confiantes porque sabemos que o carro é capaz.”

 


Se existe um retorno que sempre mexe com os sentimentos daqueles acompanham a história das 24 Horas de Le Mans, esse é o da Mercedes. Seja em qual for a classe, a presença da equipe da heráldica de três pontas é sempre celebrada, ainda mais nesta edição onde os três AMG LMGT3 da Iron Lunx estarão com o clássico prata como livery para homenagear o icônico Sauber C9 Mercedes que venceu a edição de 1989. Ainda que seja especial este retorno à Le Mans e também a homenagem, Maxime Martin, que fará trio com Martin Berry e Lin Hodenius no #61, destaca o foco em fazer uma corrida sem incidentes para todos possam chegar ao final da maratona dos dias 14 e 15 de junho: “Participar das 24 Horas de Le Mans é sempre uma experiência excepcional, mas contribuir para o retorno da Mercedes é ainda mais especial. Agora, temos que dar o nosso melhor para chegar à linha de chegada. Temos que fazer uma corrida limpa. Seria pretencioso dizer que podemos vencer na primeira tentativa.”

As inspeções continuam amanhã e ao final do dia acontece o desfile pelo centro da cidade de Le Mans.

FOTOS: Dailysportscar.com

quinta-feira, 5 de junho de 2025

93ª 24 Horas de Le Mans - Outros nomes para o Test Day em Le Mans


O Cadillac V-Series do Hertz Team Jota já em Le Mans
(Foto: Jonathan Grace/ Sportscar 365)

O Dia de Testes em La Sarthe não se limita apenas a ver se está tudo ok com os carros, mas também para que os pilotos, mesmos aqueles que fiquem apenas na reserva para qualquer eventualidade, possam estar muito bem familiarizados com o percurso da prova e com o bólido. E desta vez, não será diferente. 

Especialmente as equipes da Hypercar terá um piloto a mais para testar os carros, sendo que em alguns casos, como o de Earl Bamber, estará dividido em duas frentes neste domingo: o piloto neozelandês estará no comando dos dois Cadillac V-Series da Hertz Team Jota - equipe qual ele defende no WEC - assim como no #311 da Action Express Racing que compete regularmente no IMSA. A sua missão neste domingo é verificar se está tudo de acordo entre os carros das duas equipes, onde ele destacou que a sua função é "comparar o equilibrio e sensação" destes. No Cadillac V-Series da Wayne Taylor, que contará com a presença dos irmãos Rick e Jordan Taylor junto de Filipe Albuquerque, Louis Deletraz foi escalado para ajudar nessa tarefa - Deletraz estará no comando do Oreca #199 da AO By TF na LMP2 tanto no dia dos testes, como no fim de semana da prova, mas o destino pode lhe dar uma oportunidade de subir de classe caso Felipe Drugovich, escalado na tripulação do Cadillac #311 da Action Express, tenha que substituir Lance Stroll no GP do Canadá. A principio, o piloto brasileiro estará no Test Day. 

O Porsche Penske Motorsport terá seus pilotos titulares no teste e junto deles, nos três carros, Nico Müller fará os testes. Nos Peugeot 9X8, Théo Pourchaire foi escalado nos dois - ele também estará no Oreca #25 da Algarve Pro Racing na LMP2. A Toyota trouxe seu velho conhecido José Maria Lopez para ajudar os trios titulares nos dois GR0-10 Hybrid - ele que também estará no comando do Lexus RC F #87 da Akkodis ASP Team na LMGT3. Philipp Eng estará nos dois BMW M Hybrid.

As Ferrari 499P, o Porsche 963 da Proton Competition, Aston Martin com seus dois Valkyrie e os dois Alpine A424 não escalaram pilotos adicionais para os testes. 

Algumas equipes na LMP2 também escalaram pilotos para o Test Day de domingo, como os casos da Algarve Pro Racing que contará com a presença de Sophia Flörsch no #25 enquanto que no #43 da Inter Europool Competition Bijoy Garg estará ajudando a tripulação. 

Na LMGT3 até o momento, nenhuma noticia das equipes sobre adição de algum piloto para o Test Day.

Aqui, a lista de confirmados para o Dia de Testes em Le Mans

quinta-feira, 13 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Toyota volta ao topo no último treino livre

 

(Foto: Toyota Gazoo Racing/ X)

A última atividade oficial, visando buscar algum desempenho para a prova, fechou a noite em La Sarthe com a Toyota cravando o melhor tempo desse quarto treino livre. O protótipo nipônico, com Brendon Hartley no comando, fez o tempo de 3''29''451 e foi cinco décimos melhor que o Ferrari 499P #50. A terceira posição foi do BMW #20. 

De se destacar a presença da Peugeot entre os dez primeiros, tendo o #93 alcançado o quarto lugar - um bom resultado para eles no apagar das luzes. A Alpine, que tem andado bem nos últimos treinos, incluindo a ida ao Hyperpole, teve os dois carros no top 10: #35 ficou sexto e o #36 em nono. 

Na LMP2, o #23 da United Autosports fez a melhor marca ao atingir 3'37''121. Foi dois décimos melhor que o #24 da Nielsen Racing e sete décimos à frente do outro carro da United Autosports, o #22. 

Na LMGT3 o Lexus #87 da Akkodis da ASP Team fez o primeiro lugar com o tempo de 3'58''755. Foi seguido pelo #95 da United Autosports e pelo Mustang #77 da Proton Competition. 

Os carros voltam apenas no sábado, onde será realizado o warm-up e depois a largada para 92ª Edição das 24 Horas de Le Mans.

Abaixo os dez melhores de cada classe.





sexta-feira, 7 de junho de 2024

92ª 24 Horas de Le Mans - Pesagem, Dia 1

O inicio das pesagens na Place de La République
(Foto: Antonin Vincent/ ACO)


As atividades para a 92ª Edição das 24 Horas de Le Mans iniciam não exatamente na mítica pista, mas ali próximo na Place de La République onde já é um local de peregrinação - um dos - para os fãs do motorsport em geral, especialmente os do Endurance. 

Nesse primeiro dia de pesagem tivemos 37 carros para a tradicional verificação, contando com os Hypercars, LMP2 e GT3. 

Abaixo, algumas palavras de pilotos e dirigentes.

BMW

Uma das principais marcas do motorsport tem o seu retorno à Sarthe neste ano. A BMW volta ao local onde conquistou a sua única vitória na geral em 1999, quando o V12 LMR conduzido por Yannick Dalmas/ Pierluigi Martini/ Joachim Winkelhock deram a grande conquista à marca bávara. Passados 25 anos, eles retornam para tentar beliscar novamente essa conquista, mas sabem que tem muito trabalho a ser feito com o BMW M Hybrid V8. Vincent Vosse, chefe da BMW M Team WRT, comentou sobre esse retorno da marca à classe mais alta do WEC: “Quando um fabricante entra em Le Mans é para jogar na vanguarda. Este ainda não é o nosso caso. Esta é a nossa primeira temporada no FIA WEC. Ainda temos muito que descobrir sobre o carro, mas aos poucos estamos nos aproximando das nossas ambições ”

Com a presença da esquadra da BMW por lá, não podia faltar Valentino Rossi. O nove vezes campeão da MotoGP fará sua estréia nas 24 Horas de Le Mans à bordo do BMW M4 LMGT3 #46 junto de Ahamad Al-Harthy e Maxime Martins esteve nesta pesagem e aproveitou para falar sobre a expectativa da estréia em Sarthe, agora como piloto de endurance: "Eu tinha em mente dirigir um carro depois da minha carreira de motociclista. Estou feliz e animado por estar aqui. Eu não sei o que esperar. No ano passado participei no Road to Le Mans, mas as 24 Horas são outra história! Espero que sejamos competitivos e que possamos lutar pelos lugares importantes durante a corrida”

 

LAMBORGHINI

Ainda na tentativa de se achar no mundial, a Lamborghini terá um grande desafio em Sarthe que é mostrar um bom andamento de seus dois SC63 na pista francesa. Até aqui, não tem sido uma jornada tão fácil para eles na classe dos Hypercars e Emmanuel Esnault, que comanda equipe, reconhece as dificuldades e espera ter uma boa jornada na clássica francesa: “O objetivo é terminar a corrida . O nível e a qualidade da grelha obrigam-nos a ser realistas. Se terminarmos sem cometer erros e passando o mínimo de tempo possível nos boxes, será uma grande satisfação. Os pilotos têm feito um trabalho extraordinário desde o início da temporada, pois não cometeram erros em pista, apesar de um carro nem sempre fácil de conduzir porque está em desenvolvimento. Isto prova que fizemos as escolhas certas em termos de recrutamento.

As garotas da Iron Lyx, que estarão no comando do Lamboghini Huracan LMGT3 EVO2, Sarah Bovy/ Michelle Gatting/ Rahel Frey, tem uma expectativa mais alta na classe GT3 justamente por suas ótimas prestações nesta classe e, claro, lembrando que em 2023 tiveram uma ótima chance na corrida. Sarah Bovy comentou sobre essa nova oportunidade: “É hora de o pódio ser nosso. No ano passado acreditamos nisso até aos últimos 45 minutos e depois terminamos em quarto. Daremos 1000% para ter uma corrida limpa. A motivação é alta e teremos orgulho em oferecer um bom resultado ao nosso time e aos nossos torcedores.

 

Team Hertz Jota

Uma vitória muda e muito o ambiente e a equipe da Hertz Team JOTA sabe muito bem disso após conquistarem as 6 Horas de Spa Francorchamps, tornando-se a primeira equipe particular em anos a vencer na geral do WEC. No entanto, o ótimo andamento deles não é de hoje: em 2023 chegaram liderar e por um tempo foram os melhores da horda de Porsche 963 que estava em pista nas 24 Horas do ano passado. Portanto, é uma equipe que entra com certo favoritismo e eles sabem disso, como demonstra o campeão mundial de Fórmula 1 de 2009 Jenson Button: "Os particulares podem competir com as equipes oficiais. Estou convencido de que temos o mesmo equipamento que o Porsche Penske Motorsport ou o Proton Competition. Estamos aqui para vencer. O Porsche 963 é capaz disso e provou isso em Spa-Francorchamps"

 

Alpine

Apesar de correrem em casa e estarem de volta à classe principal após um ano na LMP2, a Alpine Endurance Team sabe que ainda tem muito o que trabalhar em seu novo A424. No entanto, eles tem no veterano de guerra Nicolas Lapierre um entusiasmo mesclado com cautela para essa edição. E será a partir do Test Day deste domingo, que eles verão onde o carro estará em relação aos concorrentes para que possam tomar o melhor acerto. Com a palavra, Nicolas Lapierre: "Não vai ser fácil, porque a competição é acirrada e enfrentamos monstros do automobilismo. Nesta temporada, a equipe vem se fortalecendo cada vez mais. Estamos progredindo à medida que avançamos. No domingo, durante o Dia de Teste, veremos o desempenho do carro nesta pista, após o qual teremos a semana inteira para melhorá-lo. É complicado dizer quando poderemos chegar ao pódio ou vencer as 24 Horas, mas daremos tudo para chegar lá o mais rápido possível."

 

Cadillac

Uma das fabricantes que podem muito bem chegar em Sarthe e derrubar as tradicionais marcas que já venceram Le Mans algumas vezes, é a Cadillac que terá em pista três Cadillac Serie V.R em duas equipes (oficial e a semi, pela Whellen). É a oportunidade para que possam fazer um papel muito melhor que o de 2023, quando ficou claro que tinham carros rápidos, mas por azares e acidentes, ficaram de fora da disputa direta. Mas salvaram a terceira e quarta colocações na ocasião. O outro veterano de Le Mans e quatro vezes campeão da Indycar Sebastien Bourdais, comentou sobre as chances nessa edição: "Temos uma melhor compreensão do nosso carro, que evoluiu em termos de configurações e sistemas. Gastamos muita energia otimizando isso, porque o sucesso está nos detalhes. Com 23 carros inscritos na categoria, a dificuldade é muito alta. Queremos fazer melhor do que em 2023, e fazer melhor significa vencer!

 

Peugeot

Aqui está uma equipe sedenta em voltar aos seus dias de glória no endurance mundial e tiveram um inicio promissor na etapa de abertura no Qatar quando chegaram liderar com o 9X8 - que ainda usava a configuração sem asa - e travar um duelo sensacional com Porsche e Ferrari pela vitória. Com uma nova configuração para o 9X8, que desde a etapa de Ímola está usando asa traseira e outras melhorias, e mais outras novidades para essa corrida em Le Mans, eles esperam um desempenho próximo ou melhor do que foi apresentado em Losail na abertura do campeonato. E ainda povoa na mente de todos da equipe a surpreendente liderança do carro na edição centenária de 2023. Jean Eric Vergne comentou sobre as novidades e expectativas para essa edição 2024: “Estou bastante confiante, porque as mudanças que fizemos nos tornarão mais fortes. No ano passado tivemos uma boa surpresa na corrida que liderámos na sua primeira parte. Espero que seja assim novamente este ano. Teremos uma primeira parte da resposta no domingo.”

As pesagens continuam amanhã com os outros 25 carros restantes.


quinta-feira, 15 de junho de 2023

Foto 1033 - Christian Heins, 24 Horas de Le Mans 1963

 



Esta é uma das últimas imagens do #48 Alpine M63 Renault R8 Gordini pilotado por Jose Rosinski e Christian Heins durante as 24 Horas de Le Mans de 1963. 

Era uma ocasião especial para um dos maiores nomes do automobilismo brasileiro daquele momento, quando ele foi convidado para integrar a equipe oficial da Alpine na clássica francesa. Por mais que houvessem rumores de uma possível aposentadoria, Heins aceitou o desafio. "Fui convidado pela fábrica do Alpine na França para pilotar o carro de sua fabricação na corrida de Le Mans, na França. O Alpine é um automóvel idêntico ao que aqui na Willys fabricamos com a denominação de Interlagos. O que irei pilotar desta vez, por convite da fábrica, é um modelo novo que concorrerá na classificação como protótipo."

A Alpine inscreveu três M63, todos na classe P1000 (destinado à carros de até 700 à 1000cc): #48 para Jose Rosinski e Christian Heins; #49 para  René Richard e Piero Frescobaldi; #50 para Bernard Boyer e Guy Verrier.

A corrida em si estava indo para o duo formado entre o famoso jornalista francês Jose Rosinski e Christian Heins, com o piloto brasileiro conseguindo um andamento muito melhor que seu parceiro do Alpine #48, com eles chegando a liderar a classe P1000 por algumas horas.

Já era noite em Le Mans quando o Aston Martin de Bruce Mclaren/ Innes Ireland teve um vazamento de óleo na freada do final da então enorme reta Mulsanne. Por mais que Bruce Mclaren tenha tirado o carro do trecho, o óleo havia ficado no traçado e para os que vieram em seguida foi um enorme caos: Jean Kerguen, com um Aston Martin DB4, rodou e caiu na vala; Sanderson conseguiu melhor sorte ao apenas rodar e continuar com seu Cobra; Roy Salvadori foi arremessado de seu Jaguar - o que foi tremenda sorte, pois o carro explodiu em seguida; Jean Pierre Manzon - filho de Robert Manzon - bateu seu Bonnet no que restava do Jaguar e com isso ele e o carro ficaram no meio da pista, com Manzon fora do carro com graves ferimentos. 

Foi neste momento que apareceu Bino Heins com seu Alpine. Ele liderava a classe P1000 e na tentativa de desviar do carro de Manzon, acabou capotando várias vezes e teve seu carro explodindo em seguida após bater em um poste. Ao contrário da "sorte" de Salvadori e Manzon, Heins ficou preso em seu Alpine que era consumido pelas chamas. 

Os bombeiros e demais socorristas batalharam para conter as chamas, até que ela foi apagada e  o piloto brasileiro foi tirado já inconsciente do Alpine. Foi levado para o hospital, mas infelizmente não tinha mais nada o que pudesse ser feito: com um traumatismo craniano e boa parte do corpo carbonizado, Christian "Bino" Heins foi declarado morto.

Os demais Alpine continuaram na prova, mas não terminaram: o #49 abandonou na hora 8 com problemas de embreagem e o #50 com motor quebrado na 16ª hora.

Hoje completa exatos 60 anos da morte do grande piloto brasileiro

terça-feira, 6 de junho de 2023

Foto 1031 - Alpine M64 & Porsche 904, 24 Horas de Le Mans 1964

 


Um momento importante do esporte a motor. Nesta foto, o Alpine M64 #47 da Société des Automobiles Alpine pilotado por Mauro Bianchi e Jean Vinatier nos boxes de Le Mans enquanto que ao fundo, toda velocidade, aparece o Porsche 904/8 #30 da Porsche System Engineering conduzido por Colin Daves e Gehard Mitter. Eles estavam em classes diferentes: o Alpine inscrito na classe de até 1.150cc e o Porsche na 2.000cc

Apesar do abandono na hora 20 por problemas na embreagem, o Porsche #30 acabou vencendo na sua classe enquanto que o Alpine #47 completou a prova, mas acabaria não sendo classificado por não ter atingindo a distância mínima. Essa classe P 1.15 foi vencida pelo outro Alpine #46 de Roger Delageneste/ Henry Morrogh.

Essa edição de 1964 marcaria a entrada da Ford com seus míticos GT40 que infelizmente não completariam a prova - eles levaram três unidades para aquela edição.

Ao mesmo tempo que a Ford iniciava a sua caminhada em Sarthe - que mais tarde tornaria-se uma das mais festejadas da história do Endurance - , a Ferrari cravava a sua última vitória na geral como equipe oficial (venceria em 1965 com a Ferrari North America) ao conquistar com Nino Vaccarella e Jean Guichet no comando do 275P #20. Os italianos ainda fecharam a trinca com dois 330P.

domingo, 4 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans - Test Day

 

Ferrari começou bem a sua caminhada em Sarthe
(Foto: Ferrari Hypercar/ Twitter)


Com os carros na pista para este Test Day, foi importante para que todos pudessem verificar seus carros e os pilotos mais novos, aqueles que estão visitando La Sarthe pela primeira vez, se ambientassem com os mais de 13 Km do clássico traçado que sediará a Centenária 24 Horas de Le Mans.

Apesar de que ainda não seja o pace ideal que veremos a partir de quarta-feira, quando as atividades oficiais começarão de fato, foi importante vermos o que poderá acontecer quando tudo for pra valer. A AF Corse, com os seus Ferrari 499P, ditou o ritmo nas duas partes do teste e assim cravando a melhor marca no geral: o Ferrari #51 fazendo o tempo de 3'29"504 na soma final das duas sessões, sendo que o #50 já havia cravado a melhor marca pela manhã. Com o bom andamento apresentado hoje, mostra-se um bom presságio para a marca italiana que volta a classe principal após 50 anos.

Enquanto que a Ferrari teve um bom dia, o mesmo não se pode dizer da Toyota que, apesar de ter conseguido a terceira melhor marca do dia com o #7, teve no mesmo carro #7 um acidente no final da primeira parte do treino quando Mike Conway bateu na Tertre Rouge e danificou a dianteira. Ao final da tarde, além deste terceiro lugar garantido pelo #7, o #8 ficou com a oitava posição após ter enfrentado problemas no sistema híbrido. Foi um teste bem atribulado para os japoneses.

A Peugeot também não teve um teste fácil, apesar do andamento ter sido bom para quem não conseguiu bons desempenhos nas últimas corridas. Ficaram em terceiro com o 9x8 #94 na terceira posição na primeira sessão, mas teve o #93 com problemas no sistema híbrido que o fez perder o resto da primeira sessão. As coisas se inverteram no segundo treino, quando o #94 é que teve problemas híbridos e o #93 fez o seu trabalho ao ficar em sétimo.

A trinca de Cadillac ainda procura seu acerto. Na primeira parte, o melhor deles foi o #3 da Cadillac Racing que ficou em sexto, enquanto que o #2 ficou em décimo e o #31 da Action Express ficou no 13°. A tarde, o melhor entre eles foi o #2 em oitavo; o #3 em 13° e o #31 na 16ª posição.

A Porsche, com seus quatro 963, divido em duas equipes, tiveram bons andamentos nestes primeiros quilômetros. O #38 da Hertz Team Jota foi o melhor dos Porsche na primeira sessão ao ficar em terceiro. Os demais Porsche, todos do Porsche Penske Motorsport, ficaram em nono (#06), 12° (#05) e em 16° (#75). No segundo treino, o #6 ficou em segundo e o #75 e #05 ficaram em quinto e sexto. O #38 da Hertz fechou em 11°.

A Glickenhaus e Vanwall tiveram desempenho discreto: a Glickenhaus conseguiu o 11° e o 15° com o #708 e #709, respectivamente, e a Vanwall ficando em 14° com o #04 no primeiro treino. O segundo treino, o #04 ficou a frente com a 12ª posição e o dois Glickenhaus ocupando a 13ª e 15ª posições com os #708 e #709.


Na LMP2, conhecida por ter disputas bem acirradas, tivemos as marcas bem espaçadas girando na casa de 1 segundo entre os primeiros.

A primeira parte teve o #47 da Cool Racing o mais veloz, atingindo o tempo de 3'36"409 e com isso foi um segundo mais veloz que o #48 da Idec Sport. A terceira posição foi do #31 do Team WRT.

Na segunda sessão do teste, a primeira posição ficou para o #28 da JOTA Sport com o tempo de 3'35"472 (feito por Pietro Fittipaldi) que foi sete décimos melhor que o do #31 do Team WRT. Em terceiro aparece o #35 da Alpine.

A LMGTE AM foi equilibrada, obrigado. A distância ficou na casa de um décimo entre os ponteiros no primeiro treino. Nesta sessão, a Ferrari esteve bem com uma dupla de 488 GTE EVO nas duas primeiras posições: o #66 da JMW Motorsport foi o primeiro (3'56"623) com mais de um décimo de vantagem sobre o #21 da AF Corse, e em terceiro ficou o Aston Martin Vantage #25 da ORT by TF.

A segunda sessão viu o domínio da Ferrari continuar, mas desta vez com uma trinca de 488 GTE EVO nas três primeiras posições: o #66 da JMW Motorsport continuou a ditar o ritmo (3'56"088) seguido pelo #54 da AF Corse e pelo #57 da Kessel Racing.

Na Garage 56 o Chevrolet Camaro ZL1 da Hendrick Motorsport teve um dia muito proveitoso, ao ficar próximo e até mesmo superar as marcas dos GTs com certa folga. Pela manhã fizeram o tempo de 3'56"880 (que os colocariam em quarto na classe LMGTE AM) e a tarde foram quase três segundos melhor que o tempo do primeiro nos GTs ao fazer 3'53"761.

Os treinos oficiais para a 91ª 24 Horas de Le Mans terá início na próxima quarta-feira. 

sexta-feira, 2 de junho de 2023

91ª 24 Horas de Le Mans, A Centenária - Pesagem - Dia 1

O Peugeot 9x8 durante a pesagem
(Foto: Peugeot Sport/ Twitter)

 

A festa para esta 91ª edição das 24 Horas, que também é especial por ser a dos 100 anos da mítica prova em Sarthe, começou bem antes com a tradicional pesagem Place de La République. A "Journeé de Pesage" foi dividida em dois antes, sendo que hoje foram 39 carros que passaram pelos olhos atentos dos fãs, imprensa e comissão técnica e amanhã serão os 23 restantes desta 91ª edição.

Abaixo as falas de personagens importantes de algumas das principais equipes que compõem o fabuloso grid de 62 carros.

Vanwall

É um nome mítico que estará pela primeira vez em Sarthe competindo justamente na prova Centenária. O retorno da Vanwall, pelas mãos da ByKolles, ainda não é das melhores, mas ainda resta uma ponta de esperança de possam conseguir em breve avançar pela difícil classe principal que é formada pelos LMH e LMDh. Tom Dillman, que fará trio com Esteban Guerrieri e Tristan Vaultier, que acabou ganhando a vaga que era de Jacques Villeneuve até as 6 Horas de Spa Francorchamps: "Estamos felizes por entrar na categoria principal, onde há muitas inscrições. É uma nova era de ouro para a resistência. Tradicionalmente, a primeira temporada de um carro novo é difícil. A corrida mais longa que corremos até agora são as 1000 milhas de Sebring. Portanto, nosso objetivo número um é terminar a corrida. No entanto, não estamos aqui para fazer números, por isso esperamos poder lutar com os nossos concorrentes. Damos passos a cada corrida. Ganhamos tão bem em performance que mal podemos esperar para ver o que acontece no circuito das 24 Horas”.

Peugeot

O retorno da marca dos Leões à Sarthe era esperada desde 2022, mas com a opção em deixar a estreia do 9x8 a partir das 6 Horas de Monza daquele ano, exatamente para terem um carro mais bem preparado para o desafio, esta de 2023 marca o regresso após 12 anos. Assim como a Vanwall, os dias para os franceses não foram dos melhores, mas para esta prova em Le Mans é uma esperança de que as coisas possam começar a se acertar, assim como espera Jean Marc-Finot, diretor da Stellantis Motorsport: “Vimos em corridas anteriores que não estávamos em vantagem nas curvas lentas; há menos em Le Mans. Domingo, ao final do Dia do Teste, teremos uma boa visão geral da hierarquia e nossa posição nela. Na corrida, será sobretudo necessário ir até ao fim”. Ele também destacou a bela livery que estará nos dois 9x8, algo que chamou bastante atenção dos fãs neste dia de pesagem:  “Estamos muito felizes de estar aqui. É o 30º aniversário da vitória do 905. É por isso que imaginamos uma pintura específica. Vamos impressionar com esta decoração e também esperamos fazê-lo de forma esportiva”.

Alpine

Sabemos que desta vez eles estarão na briga pela vitória na classe LMP2, onde eles reinaram em anos anteriores (2018 e 2019), mas os olhares da equipe francesa já apontam para 2024 onde eles pretendem estar de volta à classe principal com um Hypercar.

Com a data de apresentação deste já marcada para a véspera da Centenária 24 Horas de Le Mans, dia 9, Nicolas Lapierre falou sobre a expectativa em pilotar o novo carro em breve, assim como a beleza que deve ser este projeto: É muito provável que eu seja o primeiro a pilotar. É uma bela realização e um belo projeto que ganha vida. As equipes Alpine estão trabalhando duro para criar um belo carro. Acho que todos vocês ficarão agradavelmente surpresos com suas linhas e formas. Essa é uma linda história".

Apesar deste entusiasmo, a equipe atual não deixou de ser mencionada, claro, com Philippe Sinault, chefe da Alpine, esperando uma grande jornada dos "Le Bleus" ao lugar mais alto do pódio como fora no biênio 2018/ 2019: “É uma recuperação corajosa da nossa parte, porque, com toda a franqueza, tivemos a opção de assistir a corrida pela televisão e nos preparar para nossa chegada ao Hipercarro em 2024. Porém, a ideia não passou por nossas cabeças nem por um segundo. . Não podíamos deixar de estar presentes no Centenário. Então, a melhor forma de se preparar para os próximos eventos é lutando, ainda mais em uma categoria de altíssimo nível. Conseguimos montar rapidamente as equipes. Conhecemos bem os rivais por isso vamos colocar tudo no lugar para alcançar o melhor resultado, a vitória”

Os demais

A Hertz Team Jota trará o belo Porsche 963 com a formação Antonio Félix Da Costa/ Will Stevens/ Yiefei Ye e claro, tem a sua ambição de conseguir cravar um belo resultado em Sarthe. Eles já tem a experiência de vencer as 24 Horas de Le Mans, mas pela classe LMP2,  porém a chance de conseguir na geral neste 2023 é existente. Will Stevens fala sobre: "Estamos mais preparados do que em Spa. Fazer parte da Hypercars é uma grande honra para nossa equipe. Temos grandes esperanças para esta corrida. É um grande desafio, mas é a experiência de uma vida”.

Doriane Pin, que estará no comando do #63 da Prema Racing na LMP2 ao lado de Miko Bortolotti e Daniil Kvyat, foi muito requisitada também: "Já tem muita gente. Sinto muito apoio e é incrível! Com Daniil e Mirko, formamos uma grande equipe. Lutamos pela vitória em todas as corridas para que possamos conquistar um bom resultado." , completou Pin que será uma das cinco mulheres presentes nesta edição Centenária - Lilou Wadoux, Sarah Bovy, Michelle Gatting e Rahel Frey são as demais.

Outra que chamou bastante atenção dos fãs foi a presença do NASCAR Chevrolet Camaro ZL1 que estará no Garage 56. O carro chefiado pela tradicional Hendrick Motorsport e que terá os trabalhos de um trio estelar formado por Jenson Button/ Mike Rockenfeller/ Jimmie Jonhson, estará em caráter experimental numa categoria a parte nomeada de "Carros Inovadores".

Os pilotos mostraram entusiasmo por esta empreitada, com Rockenfeller mostrando entusiasmo em pilotar o ZL1 logo; Button destacando o desempenho do carro ao falar "ela é maravilhosa. É mais pesado que a média e você realmente precisa trabalhar duro ao volante. Requer mais esforço. Ela também é muito poderosa, então acho que nossos tempos de volta serão decentes" e Jimmie Jonhson falando sobre o seu pai, que mostrava fotos da corrida: “Quando criança, meu pai me mostrava essa corrida através de fotos. Eu imediatamente quis participar. Hoje estou lá e quero aproveitar ao máximo”.

A continuação da pesagem será neste sábado e claro, o espírito das 24 Horas de Le Mans já tomou conta de todos.

quinta-feira, 23 de março de 2023

GP da Arábia Saudita - Não é nada, mas...

(Foto: Red Bull/ Twitter)

 

Este GP da Arábia não foi nada mais que uma continuação do que vimos em Sakhir, quando a Fórmula 1 abriu a sua temporada e foi constatado que a Red Bull tinha uma vantagem considerável sobre os demais.

A ótima recuperação de Max Verstappen de 15° para 2° evidenciou isso e não há dúvidas de que, realmente, o seu terceiro título mundial - em sequência - pode acontecer com certa facilidade. Mas, por outro lado, os problemas mecânicos podem dar a equipe rubro-taurina alguma dor de cabeça, assim como o comportamento de seus dois pilotos.

Os problemas enfrentados por Max na qualificação, quando um semi-eixo quebrou e o deixou de fora do Q3, mostrou que este pode ser o único adversário real da equipe até que algum voluntário (olá Aston Martin) os desafie realmente. A parte final da corrida, com os dois pilotos reclamando de barulhos e problemas de freios, deixaram um ponto de interrogação sobre a confiabilidade mecânica de um carro que pode chegar ao olimpo dos melhores da categoria.

Outro detalhe que ficou em evidência é que os pilotos chegaram a certeza de que realmente tem o melhor equipamento e a distância para os demais é o suficiente para que possam se jogar numa batalha. Sergio Perez chegou a uma importante vitória, visto que ainda estamos no início do mundial e aproveitando-se bem da falha mecânica de Max para faturar essa. As voltas finais com os dois pilotos tentando marcar o território foi interessante, mas claramente não sairiam satisfeitos totalmente: enquanto que Sergio não gostou nada de ter ficado sem a melhor volta, entendendo que a equipe não lhe deu total parâmetro da condição de Max, este último acredita que poderia ter chegado à vitória caso a Red Bull não tivesse controlado tanto por temer uma quebra.

A verdade é que este duelo pode até mesmo acontecer em algumas etapas, mas sabemos que Sergio Perez está um degrau - ou até mesmo dois - abaixo de Max e isso trará sérios problemas para que ele desafie o principal piloto. Porém, é sabido também, que Sergio costuma ter um desempenho às vezes parelho com Max quando as corridas são realizadas em pistas urbanas e isso nos leva as duas próximas corridas que serão neste tipo de circuito: Melbourne, Baku e Miami são três pistas que podem ajudá-lo neste confronto. Mesmo que ele não vença, uma chance de tentar incomodar Max é real a partir do momento que consiga andar próximo, cravar uma pole, uma melhor volta (na derradeira passagem) e até mesmo vencer, daria ao piloto mexicano uma condição de sair fortalecido psicologicamente frente a um piloto que parece não se abalar fácil.

Por outro lado, caso seja derrotado impiedosamente (o que pode acontecer facilmente), o seu sonho de tentar beliscar algo a mais para o final do mundial, ficará apenas no desejo.

Será interessante observarmos o andamento do florescer desta possível batalha por estas três corridas.

Para os demais

Não há dúvida que a Aston Martin seja a terceira força deste campeonato. Arriscamos dizer que, caso Lance Stroll não tivesse quebrado, a chance dele pegar o quarto posto logo após de Fernando Alonso era grande. O ritmo imposto pelo piloto espanhol no final da corrida, quando foi comunicado da confusa punição, mostra o quanto que este carro é muito bem nascido: Alonso estava 4.3s a frente de Russell e em duas ou três voltas conseguiu subir para 5.1s e, momentaneamente, se livrar da possível punição - antes que os comissários entrassem em cena para realizar uma das mais patéticas punições dos últimos anos.

Enquanto que a Aston Martin mostrava que também tem a sua força, Mercedes e Ferrari continuavam a tentar se achar: a equipe anglo-saxônica fez um GP decente com seus dois pilotos, mas ficava claro que não teriam força para brigar contra a Aston Martin, mas tinham um ritmo bem melhor que a sua rival Ferrari que teve em Charles Leclerc um ritmo inicial muito bom, mas que depois ficaria estagnado. A alta degradação dos pneus tem sido, até aqui, o terror dos italianos.

Em relação as demais equipes, a Alpine teve um bom andamento com seus dois pilotos e a Haas sorriu um pouco com o ponto conquistado por Kevin Magnussen numa das poucas batalhas que essa corrida proporcionou, quando ele desafiou Yuki Tsunoda pelo décimo lugar. E se há alguém para chorar é a Mclaren, que teve um brilho com a ótima qualificação de Oscar Piastri e depois com um ritmo pífio no decorrer do GP.

Os próximos GPs serão bem interessantes, a partir do momento que haja alguma ação da parte que mais alimenta esperança. 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Foto 1021: Jean Pierre Jabouille, 300km de Nurburgring 1976

 


O grande Jean Pierre Jabouille com o Alpine Renault A442 Turbo no final de semana dos 300km de Nurburgring, prova que abria o Mundial de Marcas de 1976.

Não era nenhuma novidade o avanço da Renault com o seu motor turbo nas competições naquela segunda metade da década de 1970 e, claramente, com os olhos já voltados para entrar na Fórmula-1 em 1977. Mas antes dessa aventura, a fábrica francesa estava com esforços concentrados nas provas de endurance - justamente para ajudar no desenvolvimento de seu V6 Turbo. 

Após um titulo esmagador no Campeonato Europeu de 2 Litros em 1974 (equivalente ao European Le Mans Series), o próximo passo foi ingressar no Mundial de Marcas de 1975 com um A441 do ano anterior adaptado para este certame, enquanto que o novo A442 estava sendo finalizado para estrear em Dijon. Apesar das declarações mais contidas de Jean Terramorsi, então chefe da equipe francesa, indicava apenas um ano dedicado para desenvolver o projeto e era 1976 o alvo principal. Como corridas de carros nunca são uma ciência exata, foi com enorme surpresa que todos viram o Alpine Renault #5 de Gerard Larousse/ Jean Pierre Jabouille vencerem a os 1000km de Mugello com um volta de vantagem sobre o Alfa Romeo 33 T 12 de Jacky Ickx/ Arturo Merzario. Uma surpresa para aquela estréia despretensiosa na segunda etapa do Mundial - a primeira foram as 24 Horas de Daytona, mas apenas os GTs que participaram. 

Uma inesperada vitória mudou um pouco o pensamento dos franceses que já alimentavam esperanças para decorrer do campeonato, mas o certame lhes dariam algumas dores de cabeça com a confiabilidade do novo A442 Turbo. Isso obrigou-os a se retirar de algumas etapas (1000km de Spa e 1000km de Pergusa) para resolver essas questões. Aos menos ficou a boa impressão de que o carro era veloz, bem mais que seu rival direto o Alfa Romeo 33 T 12. Por outro lado, o Alfa Romeo sobrava em confiabilidade. O título de 1975 ficou para a Alfa Romeo que chegou aos 140 pontos, enquanto que a Alpine Renault ficou em terceiro com 54. A Porsche, com os seus já surrados 908, ficou na segunda posição marcando 98 pontos.

Voltando à foto que encabeça o post, esta foi da abertura do Mundial de Marcas de 1976 e que dava aos franceses uma grande expectativa de que, agora, as coisas fluíssem da melhor forma possível. E este sentimento ficou reforçando quando Patrick Depailler levou o Alpine Renault A442 Turbo à pole no Nordschleife com a marca de 7'16''900, mais de dois segundos melhor que a marca de Rolf Stommelen com o Porsche 936 que ficou com o segundo lugar e mais de cinco segundos à frente do outro Alpine conduzido por Jabouille. Um desempenho monstruoso naquela qualificação.

Mas o que poderia ser um passeio para os carros franceses, tornou-se numa grande decepção quando a prova teve seu inicio sob chuva. Jabouille teve uma melhor partida, mas Depailler não vendeu barato e arriscaria por fora na Nordkehre (que ficava logo após a reta que passava por detrás dos boxes). Jean Pierre Jabouille, em entrevista concedida à Simon Taylor para a MotorSport, relembrou o episódio: “Patrick estava na pole, eu era terceiro, mas fiz uma boa largada e assumi a liderança imediatamente, imperativo porque estava chovendo e se você não estivesse na frente seria impossível
ver qualquer coisa”
 relembrou Jabouille, que completaria “Eu freei bastante tarde para uma descida à esquerda, mas Patrick tentou me seguir e deslizou com força para as barreiras. Não havíamos nos tocado, mas bati em uma tampa de drenagem, caí de lado e bati. Todos os gerentes da Renault estavam lá e depois de cerca de um quilômetro os dois carros estavam fora. Eles ficaram absolutamente lívidos, não tanto comigo, mas suspenderam Patrick pelas próximas três corridas. Acho que foi algo inédito no esporte…” . Patrick ficou de fora das 4 Horas de Monza, 500km de Imola e 24 Horas de Le Mans, voltando para as 4 Horas de Enna-Pergusa em parceria com Jacques Laffite. 

Para a Renault Sport - chamando-se assim a partir de Le Mans após a empresa ter comprado a parte de Jean Rédélé na Alpine - foi uma temporada frustrante: não venceram nenhuma prova, assistindo todo domínio da Porsche com o seu 936 e sofrendo com vários problemas de confiabilidade que voltaram a assombrar a equipe. Como melhor resultados ficaram em segundo em Monza (Henri Pescarolo/ Jean Pierre Jarier) e um segundo e terceiro nos 500km de Dijon (Laffite/ Depailler e Jabouille/ Jarier). Em Le Mans, onde os olhares estavam voltados, a pole position foi garantida com Jabouille ao volante, mas ele, junto de Jose Dolhem e Patrick Tambay, abandonariam na 11ª hora de corrida após uma quebra de pistão. 

Jabouille conquistaria o seu sonhado título de F2 naquele ano de 1976 ao derrotar René Arnoux por um ponto (53 x 52), conciliando com os exaustivos testes da Renault visando a entrada da equipe na Fórmula-1 em 1977. 

Jean Pierre Jabouille morreu no último dia 2 de fevereiro em Paris.

FOTOS: AUTO-HEBDO/ FASTLANE

segunda-feira, 13 de junho de 2022

90ª 24 Horas de Le Mans - A quinta para a Toyota e a espera pela centenária

(Foto: Toyota Gazoo Racing/ Twitter)

É bem provável que o para o fã das corridas, especialmente as de endurance, essa edição de número 90 das 24 Horas de Le Mans não tenha sido a mais empolgante dos últimos anos. Apesar do entusiasmo inicial, é claro que a batalha pela vitória na geral é que a prende a maior atenção daqueles que se propõe assistir a corrida em sua totalidade. E faz uns bons anos que é normal ver, ler e ouvir os fãs do Mundial de Endurance reclamar aos montes do domínio da Toyota em face aos demais. Procuro entender o lado do fã nestes últimos anos, onde a frustração em assistir a Toyota vencer as 24 Horas de Le Mans com tranquilidade acaba jogando um enorme balde de água fria sobre as expectativas, por mais que sejam fantasiosas - mesmo sabendo que a chance são mínimas de uma outra equipe vencer. 

Sabemos bem que ACO/ FIA criaram uma tremenda armadilha quando procuraram privilegiar as fabricantes - isso soa fácil hoje, mas sabemos que era um ponto importante para um campeonato que estava sendo retomado em 2012 e a vinda da Toyota naquele ano para enfrentar a Audi, ajudou a fechar uma lacuna deixada pela Peugeot que se retirou da competição às portas do inicio do mundial. A chegada da Porsche alguns anos depois não apenas abrilhantou o certame, como também elevou a competitividade, mas, no entanto, equipes como a Rebellion não tinham grandes chances de chegar a vitória frente a essas três gigantes - tanto que a própria equipe suíça acabou se mudando para a LMP2 em 2017 e ironicamente num ano onde quase que uma equipe daquela classe venceu na geral, já que os Toyota haviam ficado pelo caminho;os Porsche tinham tido problemas e o fraco carro da ByKolles ficou de fora logo nas primeiras voltas. Se caso a Rebellion estivesse na LMP1, a vitória poderia ter ficado em suas mãos. Mas como o "Se" não pilota, ficou apenas na imaginação popular do que poderia ter sido. 

A permanência da Toyota após o colapso da LMP1 com a saída quase que ao mesmo tempo de Audi e Porsche do campeonato, ajudou a manter a categoria viva. Mesmo que a disparidade técnica para os demais seja grande, foi importante essa permanência para que fosse tudo colocado nos eixos. Podemos até entrar na discussão do por que não ter mexido nos regulamentos para que outras equipes pudessem enfrentar a Toyota, mas daí cairíamos na mesma questão do por que isso não foi feito anteriormente para que equipes particulares enfrentassem as fabricantes. 

Sinceramente, é uma discussão que ainda será levantada sempre, mas as coisas tendem a mudar a partir de 2023 com a chegada maciça das demais fabricantes - que será inaugurada com a chegada da Peugeot com o seu 9X8 a partir da próxima etapa, as 6 Horas de Monza - numa era que é tão aguardada desde que foi anunciada. 


Um passeio para a quinta conquista, pódio para Glickenhaus e a má jornada da Alpine

Foi a quinta vitória da Toyota em Le Mans
(Foto: Toyota Gazoo Racing/ Twitter)

Toyota não teve adversários e isso era algo que já sabíamos, mas ainda si alimentávamos uma pequena esperança de que Alpine pudesse entrar na batalha. Mas isso não ocorreu e apenas na Hiperpole é que vimos um pequeno brilhareco da equipe francesa. 

A Toyota largou com seus dois carros na primeira fila e de lá não largou mais o osso, conseguindo abrir para os carros da Glickenhaus de forma tranquila e sem fazer grande esforço. Isso deu a equipe japonesa o luxo de revezar seus dois carros na dianteira da prova por inúmeras vezes sem ter nenhum incômodo ou até mesmo enrosco com algum retardatário. Foram 24 Horas de prova onde as coisas estavam absolutamente sob controle. 

Para não dizer que não houve um momento tenso foi quando o Toyota #7, então conduzido por Jose Maria Lopez, teve um apagão assim que passou pela Arnage na 16ª hora. Estacionou o carro do lado direito e procurou reiniciar o GR010 Hybrid #7, perdendo um bom tempo e vendo a oportunidade de vencer a sua segunda 24 Horas de Le Mans - ao lado de Kamui Kobayashi e Mike Conway - ir para o espaço. Um tempo depois ele conseguiu reiniciar o carro e o levou para os boxes, onde perdeu mais um tempo por conta deste estar energizado, o que impossibilitava os mecânicos chegarem no carro. Isso tudo custou um mega prejuízo, passando dos trinta segundos de quando aconteceu o problema, para quase uma volta perdida para o Toyota #8. Depois soube-se que o problema era com o motor-gerador dianteiro.

O Toyota #8 passou incólume e deu ao trio formado por Sebastien Buemi/ Brendon Hartley/ Ryo Hirakawa a oportunidade de gravar seus nomes na história: para Buemi, foi a conquista de número quatro e agora ele empata com Olivier Gendebien, Henri Pescarolo e Yannick Dalmas na plataforma daqueles que tem quatro conquistas em Sarthe; Brendon Hartley chegou a sua terceira conquista e Ryo Hirakawa não apenas tornou-se o quinto japonês a vencer a prova, como também entrou num grupo qualificado de pilotos que venceram a corrida logo em sua primeira participação, como foram os casos de Tazio Nuvolari, Klaus Ludwig, Tom Kristensen, Fernando Alonso e outros tantos. 

(Foto: Alexis Goure/ ACO)

Apesar de um ritmo muito bom apresentado nos treinos, era possível a Glickenhaus enfrentar a Toyota
na corrida? Essa dúvida foi logo dissipada nas primeiras horas quando os carros americanos estiveram sozinhos a rodas pelo circuito de Sarthe. Não houve nenhuma hipótese de chegar próximo dos carros nipônicos - teria apenas se caso estes tivessem algum problema sério que os atrasasse, e isso não aconteceu. 

Por outro lado, a Glickenhaus não teve o incomodo da Alpine e, a exemplo da Toyota, fez uma corrida particular e tranquila para apenas garantir seu lugar no pódio que acabou por ser o primeiro da Scuderia Glickenhaus em Le Mans através do #709 que foi tripulado por Ryan Briscoe/ Franck Mailleux/ Richard Westbrook - mas ainda sim tiveram um pequeno susto causado por um sensor quando a prova não tinha duas horas de realização. O outro carro da equipe, o #708 pilotado por Romain Dumas/ Pipo Derani/ Olivier Pla, talvez fosse o mais forte para pegar um lugar no pódio, mas o estouro no pneu traseiro na Tertre Rouge quando estava na oitava hora de corrida, jogou fora essa possibilidade. 


(Foto: Alpine/ Twitter)

Talvez o maior desaire tenha ficado para a conta da Alpine. Esperava-se muito da equipe francesa para esta edição, principalmente pela ótima performance apresentada nas 1000 Milhas de Sebring onde eles venceram com autoridade, mas a punição do BOP pela liderança alcançada acabou tirando deles muito da perfomance e isso foi visto já no test day quando os pilotos estavam preocupados com a velocidade de reta - e este sentimento foi reforçado já nos treinos livres. A lufada de ar fresco com adição de mais 7kw de potência para a Hiperpole deu a equipe uma oportunidade de levar a pole, já que a velocidade de Nicolas Lapierre estava presente. Mesmo sendo superados pela Toyota, a terceira posição foi um mega presente. 

Para a corrida houve mais uma redução na potência e isso jogaria contra durante o certamente. Não apenas isso, mas juntando com os problemas hidráulicos que os fizeram visitar os boxes - e a garagem - lhes tiraram totalmente da disputa. O incidente de Matheus Vaxivière quando a prova já estava perto do fim - na 18ª hora, mais precisamente. 

Não foi uma edição das mais frutíferas para eles.   


Jota Sport vence na LMP2 

(Foto: Jota Sport/ Twitter)

Era uma categoria que se esperava bastante, principalmente por conta de três equipes: a Jota Sport com seus dois carros (#28 e #38), United Autosports (#22 e #23) e a WRT (#31, #32 e #41) eram os favoritos para chegar a conquista na LMP2. Mas nem sempre o que está na especulação acaba por acontecer. 

Problemas e incidentes acabaram por limar os carros da United Autosports e WRT. Aliás, estas duas já se encontraram quando René Rast no #31 acabou fechando sobre o #22 da United Autosports ainda na largada e arruinou a corrida do carro da equipe inglesa - e de tabela ainda pegou o #47 da Algarve Pro Racing (que compete na subclasse LMP2 AM) que estava sendo conduzido por Sophia Floërsch que acabou arruinando toda a prova desse trio, assim como do número #22. O #31 do Team WRT continuou na prova, mas levaria um time penalty de 1 minuto. Eles se recuperaram durante a corrida, chegando até mesmo com boas hipóteses de pegar pódio, mas um acidente na 19ª hora, após rodar e bater na Indianápolis, tirou o carro de vez da corrida. 

Distante de todos os problemas que aconteceram com seus rivais mais próximos, e até mesmo com outros carros da classe, o #38 da Jota esteve num ritmo muito bom e teve no #9 da Prema o seu grande adversário, com quem revezou a liderança até a oitava hora de corrida. Daí em diante a melhor velocidade e destreza do trio formado por Antonio Felix Da Costa/ Roberto Gonzalez/ Will Stevens se sobrepôs ao do trio da Prema que era composto por Robert Kubica/ Lorenzo Colombo/ Louis Deletraz, os deixando em segundo pelo resto da corrida. O trio da Prema precisou se preocupar com o outro carro da Jota, o #28 comandado por Jonathan Aberdein/ Ed Jones/ Oliver Rasmussen, que chegou ocupar em alguns momentos a segunda posição, mas que acabaria mesmo em terceiro. 

A Penske que teve boas chances também de pegar um lugar no pódio, sendo que o trio do #5 formado por Felipe Nasr/ Dane Cameron/ Emmanuel Collard, estavam com ritmo muito bom até o anoitecer e depois caíram de ritmo para fechar em quinto na classe. 

De se destacar também o ótimo andamento do #13 da TDS x Vaillante que teve o acidente com Phillipe Cimadomo na quinta - ele acabaria sendo excluído pelos comissários por pilotagem perigosa - e que precisou recrutar Nicky De Vries para compor o trio com Mathias Beche e Tijmen van der Helm. O trio também esteve na luta pelo pódio, mas ficou em quarto.

*Textos sobre os GTs vem numa próxima publicação

quinta-feira, 9 de junho de 2022

90ª 24 Horas de Le Mans - Toyota #7 continua a dar as cartas no terceiro treino livre

 


Essa terceira prática, que antecede a Hiperpole, foi um misto de sentimentos para a Toyota: primeiramente a parte positiva, onde o #7, com Kamui Kobayashi ao volante, determinou um passo muito bom ao realizar a marca de 3'26''796. Foi três décimos mais veloz que o gêmeo #8, mas este é traz uma certa preocupação para equipe japonesa já que ele parou na pista quando Ryo Hirakawa estava no comando - ao que tudo indica, foi por um problema elétrico. A terceira posição na Hypercar pertenceu ao Glickenhaus #708 que ficou a seis décimos de desvantagem. 

Para a Alpine, que estava em sérias dificuldades nas atividades de quarta feira, sendo o carro mais lento dessa classe a cerca de dois segundos, eles tiveram um ganho de potência 7Kw e 11 megajoules de energia para esta edição - anteriormente, para a realização do Test Day no domingo, já haviam passado por um BOP que você pode ler aqui. Mesmo assim, ainda ficaram dois segundos do melhor tempo dessa classe. 

Na LMP2 o melhor tempo ficou para a United Autosports que monopolizou as duas primeiras posições: o #22, conduzido por Filipe Albuquerque, fez 3'30''964 enquanto que o #31 - pilotado por Alex Lynn, ficou seis centésimos da marca. A terceira posição ficou para o #31 do Team WRT. 

Essa classe ainda presenciou um baita acidente que envolveu o #13 da TDS Racing Vaillante quando Philipe Cimadino acabou tocando o #31 do Team WRT - que no momento era pilotado por Sean Gelael - e foi de encontro na barreira de pneus da Curva Porsche. O piloto saiu ok, mas o chassi pode ter sido bem danificado e isso trará um trabalho imenso para a equipe. 

Na LMGTE-PRO a batalha entre Corvette e Porsche é que tem dado o tom até aqui. A equipe Porsche recuperou desempenho ontem, mas a briga com a Corvette é que se espera para essa Hiperpole. Hoje o #64 da Corvette fez o melhor tempo com Nicky Tandy ao volante, alcançando 3'52''307. A Porsche, com o #91 pilotado por Ricahrd Lietz, ficou com a segunda posição a cerca de quatro décimos  e em terceiro apareceu o outro Corvette #63. 

Os Ferrari receberam ajustes nas duas classes com mudanças na pressão do turbo, capacidade máxima de combustível e asa. Nos PRO a pressão do turbo teve uma redução de 0,07 bar; capacidade de combustível reduziu em 3 litros (87 para 84) e ajuste da asa abaixo dos 5,3 graus. Para os Ferrari da AM a redução da pressão do turbo sofreu redução de 0,06; capacidade de combustível de 87 para 84 litros e a redução do ângulo da asa é idêntica aos da PRO.

Na LMGTE AM o Porsche #46 da Project 1 voltou a marcar o primeiro tempo, chegando aos 3'54''386.

A Hiperpole começará às 15:00 e com duração de trinta minutos. 


Resultado - 3º Treino Livre 

quarta-feira, 8 de junho de 2022

90ª 24 Horas de Le Mans - Glickenhaus lidera o segundo treino livre

 

(Foto: 24 Hours of Le Mans/ Twitter)

Os treinos até aqui foram bem apertados, diga-se, e era apenas uma questão de tempo para que algum dos carros da Scuderia Glickenhaus assumisse o posto de mais rápida e isso aconteceu nesta segunda prática que privilegiou a parte noturna, que é tão importante e que costuma abrir o caminho para a definição da clássica francesa. O #708 da Glickenhaus, conduzido pelo veterano Romain Dumas, fez o melhor tempo com 3'20''900 e foi três décimos mais veloz qe o Toyota #8 de Sebastien Buemi. A terceira posição, com três décimos de atraso, ficou para o Toyota #7 de Kamui Kobayashi. O Glickenhaus #709 e o Alpine #36 não forçaram tanto o ritmo nessa prática noturna, ficando em quarto e quinto respectivamente - #709 cerca de dois segundos e o #36 com três segundos. 

Na LMP2 nada mais que nove carros se encontraram no mesmo segundo nesta prática. Destaque, mais uma vez, para o Team WRT que teve Rene Rast no comando do #31 ao fazer 3'31''149 . A segunda posição ficou para o #22 da United Autosports - com Filipe Albuquerque no comando - e a terceira para o #37 da Cool Racing que foi conduzido por Ricky Taylor. 

Na LMGTE-PRO a Corvette voltou a se destacar com #63 fazendo o tempo de 3'53''492 pilotado por Nicky Catsburg, mas a Porsche, através do #91 conduzido por Fred Mackowiecki, esteve por perto ao ficar apenas 1 décimo de desvantagem. Em terceiro apareceu o Corvette #64 pilotado por Alexander Sims. Os Ferrari, especialmente os da AF Corse, estão fora do ritmo o que sugere um mega trabalho para eles até amanhã para encontrar o ritmo adequado. O #74 da Riley Motorsport ficou com o quarto melhor tempo com Felipe Fraga ao volante. 

Na LMGTE-AM a Porsche deu as cartas nessa sessão tendo o #46 do Team Project 1 na frente com a marca de 3'55''629 feita por Mikkel Pedersen e a segunda posição com o Porsche #88 da Dempsey-Proton Racing pilotado Jan Heylen. A terceira posição ficou para o Aston Martin #98 da Northwest AMR que foi pilotada por Nicki Thiim. Destaque para a quarta posição do Ferrari #85 da Iron Dames que teve a melhor volta feita por Rahel Frey. 

Doze carros estiveram no mesmo segundo nessa classe. 

As atividade continuam amanhã, com o terceiro treino livre às 10:00; Hiperpole às 15:00; e o quarto treino livre às 17:00.

Resultado - 2º Treino Livre

90ª 24 Horas de Le Mans - Chuva e Toyota na dianteira

 


Foi uma qualificação bem atribulada em Sarthe, que definiu os seis melhores de cada classe para a Hiperpole que será realizada amanhã. A Toyota continuou com seu passo ao anotar o primeiro tempo com o #7 pilotado por Kamui Kobayashi que fez o tempo de 3'27''247, mas isso não significou que as coisas tenham sido fáceis já que os Glickenhaus #708, que teve Romain Dumas no comando, ficando a um décimo da melhor marca. O gêmeo do carro americano ficou com o terceiro posto, cerca de sete décimos. Para a Alpine as coisas continuam bem dificeis, com a Nicolas Lapierre anotando um volta dois segundos pior que a do Toyota #7. Ainda falando sobre a Toyota, o seu carro #8 escapou na Mulsanne quando estava para abrir a volta e assim não teve tempo de abrir outra, já que teve a bandeira vermelha por conta de um acidente com o Porsche da categoria AM. Foi um tremendo azar, já que quando voltaram, a pista estava úmida e os tempos de volta tinham subido e o trio acabou ficando na 29ª posição na geral.

Na LMP2  a batalha pela pole amanhã tende a ser bem interessante, já que a WRT entrou na briga ao anotar a melhor marca em 3'29''898 com o seu #31 pilotado nessa sessão por Robin Frijns e outro carro da equipe, o #41 pilotado por Norman Nato, ficou com o terceiro posto. A segunda posição ficou para o #38 da JOTA que mais uma vez foi conduzido por Antonio Felix Da Costa.

Na LMGTE-PRO a Porsche ficou com o melhor tempo vindo pelo #92 que foi pilotado por Laurens Vanthoor que alcançou 3'50''999. A segunda posição ficou para o Corvette #63 - com Antonio Garcia ao volante - e a terceira posição com o Porsche #91 conduzido por Fred Mackowiecki. A Ferrari #74 da Riley Motorsport chegou a beliscar a chance de ir à Hiperpole quando Felipe Fraga anotava a quinta posição, mas acabou ficando de fora ao ser superado pelas duas Ferrari da AF Corse. 

Na LMGT-AM a primeira posição ficou para o Asaton Martin #98 da Northwest AMR que teve em Nick Thiim o responsável pela melhor volta, ao fazer 3'52''559. Em seguida aparece a Ferrari #57 da Kessel Racing, que foi pilotada por Mikel Jensen, e pela outra Ferrari #54 da AF Corse, conduzida nessa qualificação por Nick Cassidy. A bandeira vermelha que foi acionada ao meio da qualificação ficou por conta da escapada e batida do Porsche #93 da Proton Competition que estava a ser conduzida por Michael Fassbender, que se acidentou na freada para primeira chicane após a Hunaudières. Piloto está ok. 

Ás 17 horas se inicia o segundo treino livre e a Hiperpole será amanhã, às 15:00.

Resultado Qualificação







93ª 24 Horas de Le Mans - Horas 23 e 24