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terça-feira, 18 de outubro de 2016

Os 25 anos do Tri – A consagração de Ayrton Senna - 1ª Parte





Após duas temporadas tempestivas, onde os desejos dos dois melhores pilotos do grid extrapolaram a barreira da esportividade, a Fórmula-1 parecia que poderia ter um ano mais calmo. Ayrton Senna, o campeão vigente, continuaria a sua estadia na McLaren enquanto que Alain Prost estava prestes a mergulhar numa crise técnica que assolou a Ferrari a partir daquele ano de 1991 – mais uma, para falar a verdade, em meio de tantas que a equipe italiana teve em sua história até aquele momento. Essa crise técnica foi agravada no decorrer da temporada, onde Alain não teve muitas aspirações concretas de vitória – apenas uma, que foi no GP da França, quando lutou até onde pôde contra a Williams de Nigel Mansell. Mas a verdade é que tudo isso serviu de desmotivação para o tri-campeão: enquanto que seu maior rival ainda estava na luta por vitórias e títulos naquela temporada, ainda viu a Ferrari ser ultrapassada e deixada bem para trás pela Williams, que estava num nível muito altíssimo naquele ano. A gota d’água foi quando referiu a digiribilidade do carro daquele ano – o 642 e a segunda variação, o 643 – a um “caminhão”. Claramente foi tomada como uma ofensa pela apaixonada e crítica imprensa italiana e pelos tiffosi. Outros problemas de relacionamento ainda continuariam a estremecer, até que um ponto final foi dado pela Ferrari antes do GP da Austrália ao quebrar o contrato com Prost. O francês foi pego de surpresa, já que acreditava numa melhora nas condições de ambos os lados. O desfecho foi o mais melancólico possível, numa altura em que a maioria pensava que era apenas uma “briga de casal”. Prost teria seu ano sabático em 1992 para retornar em 1993.

A McLaren gozava de sua grande vantagem construída durante os últimos três anos, mas sabia que não poderia baixar os braços. A temporada de 1990 já havia sido difícil, uma vez que o chassi MP4/5B era ligeiramente pior que o da Ferrari e o motor V10 da Honda e o virtuosismo de Senna ao volante, foi a grande marca para que a equipe de Ron Dennis conseguisse superar a rival italiana. O ano de 1991 foi quase que idêntico ao de 90: um começo dos sonhos; a queda de rendimento a meio da temporada, permitindo a aproximação dos rivais e depois um renascimento na hora certa para garantir a taça. Desta vez não era a Ferrari a ameaça, mas sim a Williams. Era sabido que a equipe de Frank Williams, desde a adoção dos motores aspirados, tinha conseguido um crescimento a olhos vistos por todos na F1. As boas apresentações de Thierry Boutsen no ano anterior – inclusive uma vitória maiúscula em Hungaroring – mostravam o quanto à equipe estava em melhora. A ida de Adrian Newey no fim de 1990 para a equipe deu um salto de qualidade impressionante: conseguindo aproveitar-se bem da potência do motor Renault e do trabalho ultra desenvolvido da suspensão ativa, o novo FW14 estava em pé de igualdade com a MP4/6 da McLaren, mas o seu calcanhar de Aquiles era o câmbio semi-automático que ainda era frágil naquela parte inicial do campeonato, que ficou muito bem visto nos problemas enfrentados especialmente por Nigel Mansell em três de seus quatro abandonos das cinco primeiras corridas. Por falar no inglês, Mansell acabou seduzido pela oferta de Frank em 1990: Nigel já havia anunciado a aposentadoria durante a temporada, mas acabou voltando atrás quando viu os planejamentos da equipe inglesa para os próximos anos. A sua decisão tornaria-se a mais acertada ao ver o resultado que teria no fim de 1992.

O ano de 1991 também marcou algumas despedidas e chegadas. Nelson Piquet pendurou o capacete para a F1 ano final daquele ano, após treze temporadas e meia na categoria. O tri-campeão já não estava tão motivado naquela época, mesmo que ao final de 1990 as duas vitórias que conquistara – Japão e Austrália – mostrara que a Benetton não era um mau carro. Porém, sabia-se que lutar contra o poderio de McLaren e Williams naquela temporada teria que ter um esforço sobre-humano para superá-las. Piquet ainda teve um presente, que foi a conquista do GP canadense numa altura que nem ele esperava herdar uma vitória que parecia ser muito mais de Mansell do que qualquer outro. Apesar das sondagens de outras equipes, Nelson preferiu sair de cena e deixar sua espetacular marca de três títulos mundiais e outras histórias encravadas na sua fabulosa passagem pela categoria. Jean Marie Balestre era outro que ao final do ano, daria adeus a F1. Desde 1979 no comando da FISA, o francês foi um dos pilares para a famosa guerra FISA vs FOCA que começou a deflagrar exatamente naquele ano. Foi o homem forte que a FIA encontrou para barrar o crescente Bernie Ecclestone, já que outros foram aniquilados pelo pequeno inglês. Apesar desta guerra e de
outras batalhas deflagradas durante a sua estadia, Balestre foi importante para o desenvolvimento da categoria em termos de segurança: tanto os carros, quantos os circuitos, passaram a ter uma inspeção mais rigorosa naquele período dos anos 80 conseguindo em seu mandato, um baixo número de acidentes mortais – apenas três (Gilles Villeneuve e Ricardo Paletti em 1982 e Elio De Angelis 1986). Balestre acabaria perdendo no fim do ano, as eleições para presidente da FISA. O seu concorrente – um velho conhecido seu e braço direito de Bernie – Max Mosley, conseguira a vitória com 43 votos contra 29 de Jean Marie.

Entre os novatos, as estréias de três nomes que seriam bem comentados em pouco tempo na categoria: a Jordan Grand Prix, de propriedade de Eddie Jordan e com inúmeros sucessos em categorias menores, iniciava a sua caminhada na F1 e sua primeira grande conquista foi de ter se livrado das pré-qualificações nas manhãs de sexta-feira. Além dos bons desempenhos que a equipe teria durante o ano – inclusive com chances de vencer, como aconteceu no GP da Bélgica com De Cesaris – o desenho do chassi 191 e o layout da 7-Up acabaram tornando-se icônicos para os fãs da F1. A beleza das linhas do 191 contribuíram muito para isso também. Ainda na esteira da Jordan, a estréia que viria mudar a história da categoria aconteceu na Bélgica: a chegada de Michael Schumacher foi sem grandes badalações, mas o seu talento nato visto nos treinos do GP belga chamou atenção das principais equipes da categoria, inclusive de Flavio Briatore – da Benetton – o fez correr imediatamente para quebrar o contrato de Roberto Pupo Moreno e encaixar o jovem alemão na equipe a partir do GP da Itália. Apesar do rolo que se deu entre Moreno e a Benetton, a estréia de Schumacher aconteceu e logo o piloto germânico encaixou-se rapidamente entre os melhores da F1. Antigo rival de Schumacher na prova de Macau da F3, Mika Hakkinen também marcou a sua estréia já no primeiro GP do ano em Phoenix. Apesar de não ter conquistado um sucesso imediato como o seu antigo rival, os especialistas sabiam que o jovem finlandês também tinha suas qualidades. E tudo isso seria visto no final daquela década, quando os dois pilotos se confrontariam por três temporadas.


Os rapazes que dominariam a F1 no final dos anos 90

As equipes

McLaren MP4/6 Honda – Continuando com os serviços de Ayrton Senna e Gerhard Berger, a grande equipe dos últimos anos contou com o novo chassi MP4/6, totalmente diferente do seu antecessor MP4/5B, e com a nova versão do motor Honda que agora utilizaria um 12 cilindros. Foi uma temporada de altos e baixos para team, uma vez que tiveram um queda de performance no meio da temporada – após um início avassalador – e que depois retomariam as rédeas do mundial perto do fim.


Tyrrell 020 Honda – Esperava-se mais da equipe de Ken Tyrrell, principalmente após a bela forma que apresentaram em 90. Mas as perdas de peças principais para tal sucesso, como Jean Alesi (que foi para a Ferrari) e Harvey Postlethwaite (que partiu para Mercedes), acabou sendo um duro golpe para pretensões do tio Ken. Talvez, o único trunfo que ainda teriam, era a adoção dos V10 da Honda. Satoru Nakajima e Stefano Modena eram os pilotos.


Williams FW14 Renault – A grande ameaça ao poderia da McLaren vinha de Grove. Com uma suspensão ativa bem testada e com uma dupla de pilotos de bastante experiência, a Williams tinha uma boa chance de tentar conquistar o título de 1991. Não fosse os inúmeros problemas de câmbio, as coisas poderiam ter saído da melhor forma para eles naquele ano.


Brabham BT60Y Yamaha – Não podia esperar muito da Brabham para aquela temporada, uma vez que a equipe nem era sombra da que foi fundada por Jack Brabham nos anos 60 e muito menos daquela, onde Piquet venceu seus dois primeiros mundiais. Mark Blundell e Martin Brundle eram os pilotos para aquela temporada.


Footwork Arrows FA 12C – O fracasso do motor Porsche V12 nas primeiras etapas, ainda no antigo chassi A11C  e depois na primeira versão do FA12, talvez tenha atrasado um pouco as coisas para a equipe anglo nipônica, tanto que eles voltaram as forças para o Cosworth V8 . Porém, as quebras acabaram minando qualquer chance da equipe. Michele Alboreto, Stefan Johansson e Alex Caffi estiveram no comando.


Lotus 102B Judd – A certa aparência do 102B com o seu antecessor 102, era enorme, mas a Lotus retrabalhou todo esse carro, tornando-o em torno de 90% novo. Foram revisadas parte traseira, suspensão e aerodinâmica. Mika Hakkinen, Julian Bailey, Michael Bartels e Johnny Herbert foram os pilotos.


Fondmetal Cosworth – A única grande performance desta equipe que absorveu a antiga Osella, foi conseguir passar para algumas pré-qualificações com Olivier Grouillard. O piloto francês acabou por ser substituído por Gabrielle Tarquini no fim da temporada.


Leyton House CG991 Ilmor – Longe dos seus dias de surpresa nas corridas, a Leyton House March foi bem abaixo. O motor Ilmor V10 demorou um bocado para conseguir certa confiabilidade, enquanto que o chassi não estava a altura do que foi usado em 1990 – principalmente em termos de performance, como foi visto na segunda metade do campeonato. A equipe ainda teve a prisão de seu dono, o japonês Akira Akagi, por causa de fraudes. Mauricio Gugelmin esteve presente em todas as etapas, enquanto que Ivan Capelli foi até a 14ª etapa e foi substituído por Karl Wendlinger nas duas corridas finais.

Benetton B191 Ford – As duas vitórias no final da temporada de 1990, trouxeram algumas aspirações para a equipe multicolorida. Porém, eles perceberam que para bater o poderio mecânico de Mclaren e Williams, precisariam de alguma sorte que acabou por acontecer no GP do Canadá quando Mansell teve problemas no câmbio de sua Williams, dando a Nelson Piquet a chance de vencer. Em contrapartida, foi uma equipe que apenas continuou a sua evolução natural que já era notada desde meados dos anos 80. Piquet esteve em todas corridas, com Roberto Pupo Moreno ficando até a 11ª etapa e  sendo substituído por Michael Schumacher a partir da 12ª corrida.

Scuderia Italia Dallara F191 – Judd – Conseguiu com certa facilidade sair das pré-qualificações, por conta dos pneus da Pirelli e da boa potência do motor Judd. Além disso, conseguiram um belo terceiro lugar com Lehto na prova de San Marino. Lehto e Emanuelle Pirro fizeram todas as provas do ano pela equipe.

Minardi M191 Ferrari – Não fosse os problemas de câmbio e embreagem, a equipe de Giancarlo Minardi podia ter sonhado com algumas boas provas. E ainda teve um orçamento bem pequeno, que dificultou ainda mais o ano deles. Pierluigi Martini fez todas as provas pelo team; Gianni Morbidelli foi até a 15ª etapa, para depois ser suplantado por Roberto Pupo Moreno.


Ligier JS35B Lamborghini – A equipe francesa continuava a sua decadência técnica, tanto que o JS35, que havia iniciado o mundial, foi totalmente revisado para a corrida da França mudando, assim, a nomenclatura para JS35B. Thierry Boutsen e Érik Comas foram os pilotos.

Ferrari 642/2 e 643 – O ano da Ferrari foi o início da derrocada técnica do time, que perduraria até metade da década. Por mais que tivessem um piloto do nível de Prost em suas fileiras, o 642/2 não era dos melhores. A criação do 643 para o GP da França,foi uma breve ilusão para os italianos, já que Alain esteve com hipóteses de vitória. Jean Alesi fez todas as provas; Prost foi até a 15ª, sendo substituído por Gianni Morbidelli na última corrida.

Larousse Lola LC91 Ford Cosworth – Os problemas de confiabilidade acabaram prejudicando bastante o time, uma vez que até conseguiram alguns pontos na temporada. Aguri Suzuki fez todas as provas pela equipe; Éric Bernard foi até a 15ª etapa, para ser substituído por Bertrand Gachot na etapa final.



Coloni C4 Ford Cosworth – Sem dinheiro para desenvolver o projeto, limitou ao máximo a equipe italiana que nem conseguiu passar das pré-qualificações.

AGS JH25/ JH25B e JH27 Ford Cosworth – Não tinham grandes chances na temporada, uma vez que seus chassi – todos eles – tinham problemas de velocidade de ponta.

Jordan 191 Ford Cosworth – Foi a grata surpresa do ano. Além de um belo carro, que logo ganhou a lembrança dos fãs como um dos mais belos da história, era também muito bom a ponto de superar rapidamente as pré-qualificações e depois ainda ter chances de vencer o GP da Bélgica com De Cesaris. O vetereno italiano fez todas as provas; Gachot foi até a 10ª prova; Michael Schumacher fez a 11ª corrida; Moreno fez a 12ª e 13ª; Alessandro Zanardi fez da 14ª até a 16ª corrida.

Modena Team Lambo 291 Lamborghini – Não foi uma equipe que trouxesse grandes aspirações para o mundial, tanto que conseguiu escapar das pré-qualificações em algumas provas por ineficiência técnica de outras equipes do que por méritos próprios. Nicola Larini e Eric van de Poele eram os pilotos.

O calendário

Composto por 16 provas, a grande novidade no calendário era a ausência de Paul Ricard como sede do GP francês. Nisso, pista de Magny-Cours passava a sediar o GP que ficou no calendário até o ano de 2008. Nesse ano também tivemos a última prova nos EUA. A corrida voltaria a ser realizada em 2000, no traçado misto de Indianápolis.       

domingo, 18 de outubro de 2015

Os 25 anos do Bi: O troco - Parte 2



Alesi brilha na abertura, o erro de Senna em Interlagos e o equilíbrio no primeiro quarto do mundial

Senna e Alesi brindaram a abertura do mundial com um duelo limpo e espetacular nas ruas de Phoenix
A abertura do mundial deu-se nas ruas de Phoenix, no Arizona, para a disputa do GP dos EUA. Apesar de todo o entusiasmo em ver o desempenho de Ayrton Senna, sob os olhares rigorosos da FISA, e da estréia de Alain Prost pela Ferrari, o que se viu na tomada de tempos para a corrida foi a formação de um grid totalmente inesperado: devido a chuva e a boa performance dos pneus de qualificação da Pirelli, Pierluigi Martini, Andrea De Cesaris e Jean Alesi, conseguiram ocupar a segunda, terceira e quarta colocações no grid. Para completar o pacote de surpresas, Gerhard Berger cravou a pole na sua estréia pela McLaren, enquanto Ayrton aparecia num tímido quinto lugar ao lado de Nelson Piquet, que saía em sexto. Roberto Pupo Moreno conseguiu não apenas passar nas pré-qualificações, como também conseguir uma ótima 16ª colocação para a EuroBrun, enquanto que seu companheiro Claudio Langes, ficou nas pré. Mauricio Gugelmin não teve uma boa jornada com a sua Leyton House, da mesma forma que Capelli: os dois pilotos ficaram na última fila.
A prova tornou-se um grande clássico dos anos 90 e da Fórmula-1 pelo fato exclusivo do grande desempenho de Jean Alesi, que assumira a liderança já na largada e começava a impor um grande ritmo sobre Gerhard Berger, que aparecia em segundo. Senna, que optara por uma largada mais conservadora, conseguia chegar ao terceiro posto após superar De Cesaris nas primeiras voltas. O erro de Berger ao bater sozinho na barreira de pneus na nona volta, deixou caminho aberto para que Ayrton conseguisse chegar em Alesi de forma pautada, sem afobação, esperando para que o ritmo alucinante do jovem francês destruísse os Pirelli. Quando estava na 30ª volta é que começou o grande duelo da prova, e porque não dizer, do ano: Alesi já conseguia ver o McLaren de Senna encher o seu retrovisor, mas apenas na 34ª volta é que Ayrton foi ao ataque e o Jean conseguiu rechaçar a tentativa do brasileiro de forma arrojada e limpa. Talvez Ayrton tenha estudado bem a manobra do francês e agora ele faria o mesmo ataque, no mesmo local, mas de uma forma que não deixasse espaço para que Jean não tivesse tração suficiente e voltasse à ponta da corrida. Enfim, Ayrton era líder e agora bastava apenas encaminhar-se para uma vitória que havia sido muito bem valorizada por aquela batalha com Alesi. O jovem francês, o grande nome do dia, chegava em segundo, com Thierry Boutsen em terceiro, Piquet em quarto, Stefano Modena num heróico quinto lugar para a Brabham e Satoru Nakajima, fechando o ótimo fim de semana para a Tyrrell, em sexto. Alain Prost teve problemas de câmbio na 21ª volta, enquanto que Nigel Mansell abandonou na volta 49 por estouro no motor. Moreno, que enfrentou problemas no seu EuroBrun, fechou em 13º, cinco voltas atrás do vencedor e Gugelmin também sofreu com a estabilidade no seu March, tanto que as dores nas costas ao final da corrida (ele terminou em 14º) eram terríveis.
Com um circuito totalmente remodelado, tendo saído dos seus originais 7.960 metros para 4.325 metros, a Fórmula-1 voltava a Interlagos após um intervalo de dez anos. Ayrton Senna, para delírio da torcida, marcou a pole e Berger fechou a primeira fila para a McLaren. As outras duas filas seriam de “gêmeos”: Thierry Boutsen e Ricardo Patrese conquistaram a segunda fila para a Williams, enquanto que Mansell e Prost fecharam a terceira para a Ferrari. Nelson Piquet, já sentindo o carro antigo da Benetton não dava combate aos mais evoluídos, marcou o 13º tempo – Nannini também não passou da 15ª posição, confirmando a baixa performance do antigo B189. Os outros brasileiros não tiveram grande sorte: enquanto que Moreno ficou nas pré-qualificações, Gugelmin – e igualmente Capelli – fez o que pôde, mas acabou ficando de fora da corrida ao marcar o 30º tempo.
Prost vencia pela sexta vez o GP do Brasil
Com uma largada segura e precisa, Ayrton parecia estar rumo a sua primeira vitória em solo brasileiro, mas um erro de tempo entre ele e Nakajima pôs tudo a perder quando o brasileiro tentou pôr uma volta no piloto da Tyrrell no Bico de Pato. O toque entre eles acabou quebrando o bico do McLaren, forçando uma ida de Senna aos boxes e automaticamente abrir mão da vitória. Melhor para Prost, que até então não tinha mais hipóteses de vitória e com um presente deste caindo em seu colo – vindo de seu maior rival e dentro da casa deste – era apenas levar o carro tranquilamente até a bandeira – se bem que dores em um dos pés e um barulho estranho o fez abrandar o ritmo, mas não o suficiente para Berger alcançá-lo. O austríaco ficou em segundo, com Senna – que marcou a melhor volta após a sua parada forçada – em terceiro, Mansell em quarto, Boutsen – que teve até chances de vencer, se não fosse problema de freios que ocasionaram um incidente nos boxes forçando uma troca do bico do Williams que o jogaram de segundo para 11º - em quinto e Piquet – que também fizera ótima prova de recuperação – em sexto.
O GP de San Marino se deu exatamente na data que a Fórmula-1 completava seus 40 anos de existência. Na classificação as seis primeiras posições tinham sido quase idênticas ao do GP do Brasil, mas a única diferença era em relação à Patrese que saía à frente de Boutsen. Nelson Piquet, já estreando o novo Benetton B190, conseguiu um bom oitavo lugar. Outra boa jornada ficou por conta de Gugelmin que conseguiria um ótimo 12º lugar após a desilusão em Interlagos. Moreno também passou das prés e alinhava em 24º.
Ayrton teve uma roda quebrada na terceira passagem e abandonou, deixando caminho aberto para que Boutsen, que fizera uma bela largada ao pular de quarto para segundo, assumisse a ponta. Thierry, a exemplo que acontecera em Interlagos, conseguia um bom ritmo e se mantinha à frente de Berger com tranquilidade, mas o azar lhe tirou a chance de algo melhor: o motor Renault estourou na 18ª volta e Berger
Berger jogou duro com Mansell, mas o "Il Leone" foi sensacional para segurar o
Ferrari
subiu para o primeiro lugar, sempre escoltado por Patrese, que mostrara o bom passo da Williams naquele GP. O austríaco ainda teria uma breve batalha com Mansell, que vinha ferozmente no seu rastro. O “Il Leone” tentou uma ultrapassagem na reta que antecedia a Villeneuve, mas uma fechada de Berger o fez passar com duas rodas na grama e protagonizar uma rodada espetacular em plena reta. Mostrando todo seu controle num carro de corrida, Nigel conseguiu segurar-se em pista e continuar sua caça a Gerhard. Mas o motor do Ferrari não agüentou o tranco e o inglês teve que abandonar algumas voltas depois. Patrese começou a ganhar terreno sobre Berger e ultrapassaria o McLaren faltando dez voltas para chegar a uma vitória que não conquistava desde o GP da África do Sul de 1983, quando ainda era piloto da Brabham. Melhor ainda: redimiu-se do erro que lhe tirou a conquista lá mesmo em San Marino, sete anos antes. A segunda colocação foi de Berger, seguido por Nannini, Prost – que errara na escolha de pneus mais duros – Piquet - que se recuperara bem após um toque com Alesi que o jogara para 11º - e Jean Alesi fechando em sexto, garantindo um ponto na estréia do novo Tyrrell 019. Além de Senna, os outros brasileiros também não completaram: Moreno nem completou voltas por conta de problemas no acelerador e Gugelmin encerrou a sua participação na 24ª voltas com problemas elétricos.  

Três corridas, três vencedores diferentes e com três equipes diferentes! Era um mundial muito interessante e de certa forma imprevisível até aquele momento, já que a maioria das apostas era para um domínio revezado entre McLaren e Ferrari, mas poucos apostavam numa (rápida) intromissão da Williams naquele momento e ainda salvo alguns malabarismos de Alesi no meio dos favoritos. E Mônaco, com seu traçado histórico, difícil e cheios de armadilhas, dava vida ao quarto GP daquele ano. Jean Alesi confirmava a sua grande fase ao batalhar contra Senna e Prost a pole-position nos dois treinos, mas esta ficaria para o piloto brasileiro que teve ao seu lado na primeira fila Alain. Alesi partiu de um ótimo terceiro lugar, com Patrese em quarto, Berger em quinto e Boutsen em sexto e Piquet marcou o décimo tempo. Gugelmin não conseguiu qualificar-se para a prova, em contraste ao seu companheiro Capelli, que conseguiu o 23º tempo. Moreno não conseguiu passar da pré-qualificação.
A corrida acabou por ter duas largadas após o enrosco entre Prost e Alesi, onde o tri-campeão levou a pior ao rodar na Mirabeau e ser acertado pela McLaren de Berger. Com o local totalmente bloqueado, a direção de prova teve que dar bandeira vermelha e reiniciar todo o procedimento de largada. Dessa forma, Prost e Berger puderam pegar seus carros reservas e irem para a segunda largada.
Ayrton conseguiu mais manter a liderança, como fizera na primeira partida e abriu grande vantagem. O único contratempo que teve neste GP foi por conta do motor, que apresentou problemas no fim da corrida. Alain
Prost apresentou problemas elétricos em seu Ferrari na 32ª volta e deixou a segunda colocação para que Alesi repetisse a sua melhor posição de chegada na F1 e no ano. Por muito pouco o pequeno francês não conseguiria sua primeira vitória na categoria, ao chegar com um segundo atrás de um problemático Ayrton Senna. Caso tivesse mais uma volta, a vitória poderia ter sido sua...
Berger fechou em terceiro, enquanto que Boutsen, que chegou a tocar-se com Mansell e Piquet, terminou em quarto. A quinta e sexta colocações ficaram para os “sobreviventes” de um GP que teve apenas seis carros chegando ao final: Alex Caffi garantiu dois pontos da Arrows (que seriam os dois únicos da equipe no ano todo) e Eric Bernard garantiu o primeiro ponto para a Larousse após travar um duelo com Gregor Foitek pelo sexto lugar. Um toque entre eles na chicane, na 73ª volta, selava disputa a favor de Bernard e Foitek abandonara em seguida. Nelson Piquet acabou sendo desclassificado quando teve seu carro empurrado pelos comissários na Lowes, após o toque com Boutsen. Menção honrosa a Mansell que, após o entrevero com Boutsen, caiu para 16º e recuperou-se de forma espetacular até chegar ao quinto lugar, mas problemas elétricos o limariam da disputa na 63ª volta.
O primeiro quarto do mundial chegava ao fim e Ayrton liderava o mundial de pilotos com 22 pontos; Berger o segundo com 16; Alesi o terceiro com 13; Prost em quarto com 12; Patrese e Bousten empatados em quinto com 9. A Fórmula-1 seguiria mais uma vez para a América do Norte para os GPs do Canadá e México, para depois retornar à Europa para as clássicas corridas na França e Grã-Bretanha onde a McLaren começaria a ter suas dores de cabeça e Alain Prost, com sua Ferrari, enfim, chegariam ao topo naquela temporada de 1990.   


A reação de Prost e os problemas de Senna

A quinta etapa, o GP do Canadá, viu mais uma vez, a exemplo que acontecera em 1989, a chuva dar as cartas numa pista conhecida por ter corridas caóticas, não importando que esteja sendo disputado no seco ou no molhado.
Ayrton Senna, mais uma vez, marcou a pole seguido de bem perto por Berger – cerca de 0’’066 centésimos – na segunda colocação. Alain Prost aparecia em terceiro, com Nannini em quarto e Piquet em quinto – mostrando bem o passo que novo Benetton B190 apresentava – e Boutsen ocupava o sexto posto. Apesar de ter conseguido passar da pré-qualificação, Moreno esteve perto de conseguir uma colocação no grid ao ficar 59 centésimos de Alex Caffi, que fez a última marca. Gugelmin também esteve próximo disso, ficando logo atrás de Moreno.
A corrida foi uma sucessão de erros por parte dos pilotos, exatamente por conta da mudança nas condições do asfalto que passava de molhado para seco no transcorrer do GP. Pilotos como Boutsen, Nannini, Alesi – este último a protagonizar o grande susto da corrida, ao escapar e bater no Benetton de Nannini que estava a ser recolhido pelos fiscais – acabaram abandonando devido a erros de cálculos em tentativas de ultrapassagens sobre retardatários.
Ayrton acabou por vencer a prova que talvez não fosse para ele: primeiramente pelo problema no câmbio que o fez andar toda corrida sem a primeira marcha; Berger, que poderia ter lhe dado combate, acabou queimando a largada e foi punido. Mesmo caindo para o fundo do pelotão, recuperou-se formidavelmente
(Foto: World Where You Live/ Flickr)
até a quarta colocação mostrando que se não errasse na largada poderia ter discutido a vitória com o seu companheiro de McLaren; Alain Prost era outro que poderia ter incomodado Senna, pois os problemas nos freios foram se agravando até que ele caísse de segundo para quinto nas voltas finais; Nelson Piquet era outro que teria tido sérias hipóteses de sair de Montreal com uma vitória, caso não tivesse perdido tempo atrás de Alain por 29 voltas ao esperar um melhor momento para tentar a ultrapassagem, que aconteceu na 49ª passagem. Todos esses fatores juntos ajudaram bastante Senna, que teve problemas com a estabilidade de seu McLaren e juntando isso ao fato de ter feito quase todo certame sem a primeira marcha, foi de grande sorte ter terminado o GP. Os dois pilotos brasileiros foram ao pódio, formando a penúltima dobradinha brasileira na categoria. Mansell terminou em terceiro, Berger o quarto, Prost o quinto e Warwick, garantindo os primeiros pontos da Lotus no campeonato, em sexto.
O belo circuito dos Hermanos Rodriguez viu o inicio da reação de Prost e Ferrari no campeonato, que estava fadado a ser um passeio de Senna e McLaren. A equipe de Ron Dennis teve mais uma pole para a sua galeria, mas desta vez não era de Senna, mas sim de Berger que cravava a sua segunda na temporada. Patrese fez o segundo tempo, Senna – que optara, segundo ele, em regulagens para a prova, aparecia em terceiro, com Mansell em quarto, Boutsen em quinto e Alesi em sexto. Uma má jornada de Prost com os pneus macios o jogara para 13º colocação. Piquet marcou o oitavo tempo, enquanto que Gugelmin e Roberto Moreno ficaram de fora. No caso do piloto da EuroBrun até que ele conseguiu uma marca que o
deixaria entre os classificados, mas ao ter o seu carro empurrado durante a classificação ele foi desclassificado pelos comissários – a regra de que nenhum carro poderia ser empurrado de voltas à pista caso tivesse problemas, também valia para os treinos. Moreno havia feito o tempo de 1’21’’142, o que lhe daria a 25ª posição.
Apesar de uma boa largada que lhe deu a liderança desde a primeira volta, Senna não chegou ao fim da corrida após liderá-la por quase toda totalidade: um erro de cálculos e, porque não dizer, de toda a equipe McLaren, incluindo o próprio Ayrton – deixou que ele ficasse na pista arriscando terminar a prova sem ter que parar nos boxes. O piloto brasileiro avisou algumas vezes os problemas de instabilidade que começaram aparecer na volta 25, e a insistência da equipe em dizer que estava tudo sob controle acabou custando a vitória. Berger, que recebera ordens de Ron Dennis para que andasse com a pressão dos pneus alta, teve sérios desgastes e já na 13ª volta teve que ir aos boxes. Acabaria em terceiro.
Alain Prost, sem dúvida alguma, foi o nome da prova ao ter largado em 13º - e ainda perdeu duas posições na largada – e subir na classificação a ponto de estar em sexto já na 15ª passagem. A escolha por menos asa, para aproveitar bem a longa reta do circuito mexicano, deu a Prost a essa chance de recuperar-se rapidamente tanto que ele estava em terceiro – logo atrás de Nigel – quando Senna teve que abrandar o ritmo por conta dos pneus. Com as duas Ferraris passando pelo piloto brasileiro, Prost apenas esperou o momento certo para passar Mansell e assumir a ponta. Senna abandonaria na 64ª volta.
As voltas finais foram brindadas com a disputa entre Mansell – que rodara e caíra para terceiro – e Berger
Mais um encontro de Berger e Mansell na pista... e outro show de Nigel, agora
na Peraltada
pela segunda colocação. Nigel atacou Gerhard na entrada da Peraltada e essa manobra foi rechaçada pelo austríaco, mas na volta seguinte, no mesmo ponto, Mansell pareceu tirar Berger para bailar ao ziguezaguear atrás do McLaren e fazer uma arriscada – e espetacular – ultrapassagem por fora na curva mais veloz e temida do circuito. Uma manobra que automaticamente entrou para a galeria das melhores da história da F1.
Prost chegava a sua segunda vitória no mundial, seguido por Mansell, Berger, Nannini, Boutsen e Piquet.
O cenário visto em Paul Ricard, para a disputa do GP da França, acabou por ser inesperado assim como foi visto em Phoenix, na abertura do campeonato. A participação ativa das Leyton House,especialmente de Ivan Capelli, que deu um resultado além do surpreendente vistoque os carros azuis – até o GP do México – penavam para tentar um mísero lugar no grid.
Mansell conseguiu quebrar a sequencia de poles consecutivas dos pilotos da McLaren, mas mesmo assim ainda teve Berger ao seu lado na primeira fila. Senna e Prost estavam na segunda fila, enquanto que Nannini e Patrese compunham a terceira fila. Nelson Piquet e Mauricio Gugelmin estavam na quinta fila – além do bom trabalho de Gugelmin com o décimo tempo, Capelli conseguia o oitavo tempo para a Leyton House. Moreno não passou da pré-qualificação.
As mudanças feitas por Adrian Newey no March antes de sua saída para a Williams, deu uma sobrevida e salto de qualidade ao chassi CG-901 que foi muito bem visto em Paul Ricard. Apesar de não ter mostrado grande velocidade até a metade da prova, os dois carros foram subindo na classificação conforme os líderes
Apesar da vitória de Prost, o nome do dia em Paul Ricard  foi de Ivan Capelli
iam para suas paradas de box e mostrando que aquelas modificações também cuidavam bem do desgaste dos pneus. Foram catorze voltas (40-54) onde os Leyton House marcavam uma inesperada dobradinha, até que o sonho começou a desfazer a partir de Gugelmin na 54ª passagem quando este teve problemas de motor e caiu de rendimento até abandonar de vez na volta 58. Capelli ainda estava na liderança quando a pressão da bomba de gasolina começou a afetar o seu rendimento. Prost aproximou-se e conseguiu a ultrapassagem a três voltas do fim. Ivan ainda conseguiu salvar a segunda colocação, com três segundos de avanço sobre Senna.
Prost chegava a sua terceira vitória, a segunda consecutiva e a centésima para a Ferrari na F1. Capelli terminou em segundo, seguido por Senna, Piquet, Berger e Patrese.
Chegando ao meio do campeonato, com a realização do GP da Grã-Bretanha, a F1 viu uma Ferrari muito mais bem equilibrada que a McLaren e aliando isso ao novo motor que tinha sido utilizado em Paul Ricard, a Rossa já era um carro a temer naquela altura do campeonato.        
Mansell levou a segunda pole consecutiva, para delírio dos torcedores locais. Senna aparecia em segundo, mais de seis décimos e desvantagem mostrando o tamanho da força que a equipe italiana tinha naquele momento. Berger era o terceiro, Boutsen o quarto, Prost o quinto e Alesi o sexto. Piquet era o 11º e Gugelmin o 13º. Com problemas de embreagem e elétrico, Moreno ficou na pré.
Nigel estava numa tarde inspirada e por mais que não tenha conseguido fazer uma boa largada, ele ficou atrás do McLaren de Senna esperando a melhor oportunidade para passar o brasileiro e assumir a liderança. Quando a conseguiu na 12ª volta, aproveitando-se bem dos problemas de Senna, comandou a prova com a bravura de sempre até que os problemas de câmbio – que começaram na 22ª volta, quando Berger o ultrapassou, mas que retomaria cinco voltas depois – que foram aumentando com o passar da corrida, tiraram dele a possibilidade de vencer faltando onze voltas para o fim. Ao final daquele GP, Mansell aproveitou para anunciar a sua aposentadoria ao final daquele ano, mas no decorrer do restante da temporada acabou cedendo as investidas de Frank Williams que o levaria para seu team a partir de 1991.
De mencionar a grande prova de Capelli e Piquet: enquanto que o italiano fizera uma prova irretocável, até mesmo com chances de vencer quando tinha 15 segundos de desvantagem para a dupla ferrarista faltando 20 voltas para o término, num momento em que era o carro mais veloz da pista – para se ter uma idéia do desempenho de Ivan, ele fez por sete vezes a melhor volta do GP sendo seis consecutivas – quanto teve problemas mecânicos que forçaram o seu abandono. Piquete teve o motor apagado na volta de aquecimento, fazendo-o largar em último e protagonizar uma corrida de recuperação espetacular que o deixou até com chances de conseguir um pódio. A rodada na Bridges fez com que perdesse a quarta colocação para Eric Bernard, mas mesmo assim, conquistando o quinto lugar, Nelson havia sido o grande nome do GP ao lado de Capelli e Mansell.
Prost herdou uma vitória que não parecia ser sua, a quarta no campeonato e a terceira seguida. Boutsen ficou em segundo, Senna – com um carro quase inguiável – em terceiro. Eric Bernard conseguiu um ótimo quarto lugar para a Larrousse, Piquet foi o quinto e Suzuki em sexto, garantindo mais um ponto para a Larrousse. Foi a última vez que Silverstone recebia a F1 com seu layout quase original.
O mundial terminava a sua segunda parte e a ascensão da Ferrari, convertida em três vitórias de Alain Prost, dava a certeza que a segunda parte do campeonato seria ainda melhor. A McLaren teria que trabalhar duro para reverter àquela situação que parecia pender para Ayrton até a o GP do Canadá.
Prost terminou aquela primeira parte na liderança com 41 pontos; Senna era o segundo com 39; Berger o terceiro com 25; Piquet o quarto com 18 e Boutsen o quinto com 17.  
Apesar da grande corrida que fizera Nigel Mansell, a conquista caiu no colo de Alain Prost que assumia a liderança daquele mundial
 

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...