Enquanto que a Fórmula-1 visitava pela primeira vez o
circuito de Aida, localizado em Okayama, para a disputa do primeiro GP do
Pacifico (segunda etapa do mundial), Ayrton Senna tratava de iniciar a sua
recuperação ao marcar a pole para o Grande Prêmio com a marca de 1’10’’218
sendo dois décimos mais veloz que Michael Schumacher que mais uma vez largava
ao seu lado.
A tentativa de marcar seus primeiros pontos no mundial, após
o desaire no GP do Brasil, acabou logo na primeira curva: ao largar mal e
perder a liderança para Schumacher, Senna acabou sendo abalroado por Mika
Hakkinen (Mclaren) e quando estava na brita foi acertado na lateral pelo
Ferrari de Nicola Larini. Fim de prova para os dois e Ayrton zerava o seu
segundo GP consecutivo.
Para Michael Schumacher, sem ter quem o desafiasse, a prova
foi um verdadeiro passeio ao vencer tranquilamente. Damon Hill poderia ser um
rival a considerar, mas não foi nem sombra e veio abandonar na volta 49 com
problemas de câmbio. A segunda posição ficou para Gerhard Berger (Ferrari) e
Rubens Barrichello (Jordan) chegou ao terceiro lugar, conquistando o seu
primeiro pódio. Christian Fittipaldi (Footwork) também fez grande prova e
fechou em quarto.
Essa prova marcou o inicio das desconfianças da FIA em torno
de possíveis trapaças de algumas equipes, que estariam usando dispositivos
eletrônicos. Nicola Larini vacilou ao falar para a imprensa que estava fazendo
uso de controle de tração em sua Ferrari, o que causou enorme rebuliço. E
Ayrton Senna, quando estava voltando para o box, percebeu que a Benetton também
poderia estar fazendo uso do controle de tração.
Foi apenas o start de uma das temporadas mais controversas e
traumáticas da Fórmula-1.
Fotos: Motorsport Images