(Foto: @PlayersTribune/ Twitter) |
Quando
Takuma Sato venceu a edição de 2017 batendo um dos mestres do Brickyard – Hélio
Castroneves – dificilmente alguém imaginaria que ele pudesse repetir a dose em
alguma oportunidade. É bem verdade que a fama de Takuma Sato, onde coragem e atrapalhadas
andam lado a lado, tenham contribuído bastante para que chegassem a essa conclusão
de que ele não tivesse mais nenhuma oportunidade de conquistar algo naquele
solo sagrado.
O estilo “win
or wall” de Sato pode acompanhá-lo, de fato, em boa parte da temporada, porém,
algo de interessante acontece ao japonês nascido em Tóquio: essa sua fama sai
de cena e entra um piloto mais preciso nas decisões e aliado a sua coragem,
torna-se um competidor quase que completo para o que mais exige a famosa prova
que é fazer uma leitura correta do andamento da corrida para poder dar o bote
no momento certo. E hoje não foi diferente.
É claro que
a sua terceira posição no grid ajudou bastante, mas a corrida parecia se
desenhar inteiramente para o sempre espetacular Scott Dixon que assumiu a
liderança já nas primeiras voltas e continuou ali, entre a primeira e segunda
posições, durante todo o certame. O desafio lançado por Alexander Rossi durou umas boas voltas, mas o enrosco do
americano com Sato dentro dos boxes, acabou rendendo ele uma punição que o
jogou para o fundo do grid e na tentativa de recuperar-se, acabou se
acidentando. Um a menos para tentar beliscar a vitória em Indianápolis.
Takuma partiu
para a batalha contra Dixon, que a principio, parecia intocável na primeira
fila e parecia estar próximo de chegar a sua segunda vitória – repetindo o
feito de 2008 – mas o japonês estava naquela forma impressionante, conseguindo
aliar o veloz carro da Rahal com a sua grande coragem e esperteza: conseguiu
passar por Dixon e liderou com autoridade, mantendo uma boa distância de Scott
após as curvas 1 e 2 e também pela reta oposta. Mesmo quando o neozelandês
conseguia se aproximar na grande reta de chegada, Sato fechava o canto esquerdo
e dava a opção de Scott tentar por fora na primeira curva, onde o japonês
passava a abrir vantagem. O ótimo desempenho do carro da Rahal pode ser visto,
também, pela ótima chegada de Graham Rahal que por um certo momento parecia ter
chances de incomodar Dixon, mas acabou em terceiro.
Como um
filme de suspense, que fez lembrar dos momentos decisivos da Indy 500 de 1989,
quando Al Unser Jr. se enrolou com os retardatários e Emerson Fittipaldi aproveitou
para mergulhar e passar pelo americano e vencer – com direito a batida do “Litle
Al” no muro – Sato encontrou três retardatários na sua frente e isso fez com
que Dixon conseguisse aproximar um pouco, mas quando o Takuma superou o
retardatário Tony Kanaan é bem provável que tenha tido um alivio no pit lane da
Rahal. O forte acidente de Spencer Pigot causou a bandeira amarela nas últimas
cinco voltas, que acabou dando a Sato a oportunidade de passar e vencer com
tranquilidade a Indy 500.
Para Takuma
Sato, foi a sua segunda vitória nas 500 Milhas de Indianápolis, encravando seu
rosto mais uma vez no histórico troféu Borg Warner. E por mais que alguns
torçam o nariz para o piloto japonês, aquele local sagrado fez o favor de escolhê-lo
mais uma vez para vencer a grande prova do automobilismo mundial.
E isso é para poucos.
E isso é para poucos.