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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Foto 881: Fritz




Não devia ser comum um piloto novato chamar atenção de um campeão do mundo de Fórmula-1. Este campeão, sendo naquele momento, o detentor de cinco títulos mundiais, tornava qualquer descoberta valiosa e seja quem fosse o escolhido, certamente as pessoas olhariam com mais atenção. Quando o jovem Fritz D’Orey chamou atenção de Juan Manuel Fangio no I Triangular Sulamericano, realizado em Interlagos no ano de 1958, abriu-se uma importante porta para que o paulistano pudesse mostrar o seu talento que já era bem conhecido pelos entusiastas do automobilismo nacional.

Apesar de meteórica, fazendo sua estréia – com vitória numa prova de 15 voltas em Interlagos destinado a pilotos iniciantes – em 1955 após comprar um Porsche Spyder das mãos de Chico Landi e que pertenceu a Hans Von Stuck, Frederico José Carlos Themudo D’Orey começou a se firmar como um dos grandes nomes do automobilismo nacional. Mas foi em 1958 que o paulistano passou a domar as competições ao derrotar grandes nomes do automobilismo nacional como Celso Lara Barberis, Camilo Christófaro, Cyro Caires em categorias como o Campeonato Paulista de Automobilismo e também o Campeonato Brasileiro de Automobilismo. Foi neste mesmo ano que aconteceu o I Triangular Sulamericano em Interlagos onde ele desafiou Jose Froilan Gonzalez e por muito pouco não venceu, mesmo tendo dominado amplamente a competição com direito a quebra de recorde por parte do brasileiro, ao desbancar a melhor marca de Gonzalez  (3’47’’4) com uma volta em 3’42’’5 pilotando uma Siderato Ferrari. Infelizmente problemas mecânicos o tiraram da luta pela vitória, mas fez uma grande recuperação para terminar em quarto. Foi a deixa que Juan Manuel Fangio precisou para recrutar o jovem brasileiro para a sua equipe Centro-Sud que contava com pilotos argentinos e uruguaios – e agora com o brasileiro Fritz.

Voltou a impressionar no GP de Buenos Aires de 1959 quando estava liderando, mas a quebra de um dos eixos o deixou a pé quando faltava seis voltas para o fim. Sob a batuta de Fangio, foi para a Europa onde testou a Maserati 250F em Modena e em 5 de julho fez a sua estréia na Fórmula-1 ao comando da 250F da Centro-Sud. Largou em 18º e terminou em 10º, com dez voltas de desvantagem para o vencedor Tony Brooks da Ferrari. Para Fritz, essa corrida ficou marcada por um entrevero com Stirling Moss: em um dos estágios, quando estava para tomar uma volta de Moss, ele fez sinal para que o inglês o ultrapassasse e numa das fortes freadas após uma das longas retas do circuito de Reims, Moss acabou escapando e rodando – Stirling ainda retornou para a corrida e foi desclassificado mais tarde por ter recebido ajuda externa para retornar. Fritz ainda participou de outros dois GPs naquele ano, mas sem completar os GPs da Grã-Bretanha e dos EUA, quando pilotou um TEC-MEC F415 de motor Maserati inscrito pela equipe Camoradi. Um dia antes, na mesma Sebring, mas pela Fórmula Júnior, ele foi segundo na corrida com um Stanguelini. Ele ainda teve outras vitórias importantes naquele ano de 1959 quando venceu o GP de Messina pilotando uma Ferrari (com Christian Heins em segundo); ganhou o GP de Cadur na Fórmula Júnior.

As boas prestações de Fritz D’Orey lhe renderam a oportunidade de correr pela equipe oficial da Ferrari no Mundial de Carros Sport em 1960. Fez as 12 Horas de Sebring daquele ano com uma Ferrari 250GT SWB inscrito William Sturgis. Dividindo essa Ferrari com Bill Sturgis, eles terminaram na sexta colocação na geral e ficaram em quarto na classe para carros de 3.000cc. Infelizmente a sua carreira foi interrompida nos treinos para as 24 Horas de Le Mans, quando a sua Ferrari 250GT SWB da Scuderia Serenissima – que ele compartilhava com os italianos Carlo Maria Abate e Gianni Balzarini – foi fechada em plena Maison Blanche pelo Jaguar E-Type 2A Prototype do americano Walt Hansgen – com o qual, segundo o próprio Fritz, teve um desentendimento na corrida de 1959 de Fórmula Junior em Sebring – e com isso o Ferrari de D’Orey acabou escapando para fora da pista e batendo contra uma árvore, que dividiu o carro ao meio e deixando o piloto brasileiro gravemente ferido – e com grave traumatismo craniano. Ficou vários dias em coma e oito meses internado e logo após, acabou encerrando a sua carreira de piloto e passou a se dedicar ao ramo da construção civil.

A carreira de Fritz D’Orey podia ter sido a que alavancaria o sucesso de pilotos brasileiros no exterior. Sua pilotagem agressiva e espetacular chamava bastante atenção e impressionava os melhores ases de seu tempo, como Fangio e Gonzalez e certamente ele seria um dos grandes do automobilismo internacional naqueles anos 60. Mas infelizmente isso não foi possível e o que ficou foi apenas essa forte impressão.

Fritz D’Orey morreu hoje em Cascais, Portugal, aos 82 anos após lutar contra um câncer.

domingo, 22 de março de 2015

Foto 494: Agora só falta mais uma

Interessante observar a carreira de Christian Fittipaldi fora dos monopostos. Os números são ótimos, se compararmos com pilotos de sua geração que optaram por outros caminhos – que foi o seu caso – principalmente no endurance.
Christian venceu em 1993 às 24 Horas de Spa-Francorchamps a bordo de Porsche 911 RSR, carro que dividiu com o alemão Uwe Alzen e com o velho de guerra Jean Pierre Jarier. Em 1994, nas Mil Milhas, conquistou uma vitória pra lá de especial ao dividir o volante de um Porsche 911 NSR com seu pai Wilson.
Após um período onde concentrou forças na F1 e Indycar, aventurou-se na NASCAR e Stock Car para depois seguir caminho no endurance, onde passou a obter resultados que o revelaram como um dos melhores pilotos de longa duração do mundo. A dupla conquista em Daytona (2004-2014), é um exemplo claro da sua habilidade neste tipo de competição onde, ao lado do português João Barbosa, tem formado uma dupla fortíssima no certame do TUSC (Tudor SportsCar). No ano passado veio o título nesta categoria, a serviço da Action Express, onde conquistou, também, uma vitória inédita nas 6 Horas de Watkins Glen.
A vitória de Christian Fittipaldi nas 12 Horas de Sebring, junto de João Barbosa e Sébastian Boudais, é mais um triunfo para a história do automobilismo brasileiro e também para o clã Fittipaldi, tão conhecido de todos pelas conquistas pioneiras de Emerson na Europa e EUA. E para seu sobrinho Christian, é mais um para o seu cartel de grandes conquistas no endurance.
Após essa grande marca alcançada, falta apenas as 24 Horas de Le Mans, que é um nível acima, para fechar a marcas de grandes conquistas em provas de longa duração. Afinal de contas, para você vencê-la, terá que estar a serviço de uma das grandes equipes de fábricas. Neste caso abrem-se, mais uma vez, as chances de Lucas Di Grassi tentar alcançar este feito histórico em junho com a Audi.
E ele está num lugar onde as pessoas entendem muito - e mais um pouco - sobre a arte de vencer em Sarthe.

sábado, 15 de março de 2014

Crash: 12 Horas de Sebring

Forte acidente entre dois protótipos da classe PC paralisou a corrida por alguns minutos, quando o carro de David Ostella entrou forte demais na última curva  do circuito chocando-se contra a barreira de pneus e indo o meio da pista. Frankie Montecalvo não conseguiu desviar e acabou acertando Ostella. Apesar da imagem, os pilotos saíram bem.
E logo no início da prova um incêndio no Viper de Bean Keating, da categoria GTD, pegou fogo e a ineficiência do resgate acabou deixando com que o carro fosse envolvido pelas chamas. Keating já estava fora do carro no momento.


terça-feira, 30 de julho de 2013

Foto 229: Caminho Alternativo

(Foto: Sebring International Raceway/ Facebook)
Talvez a dupla da Ferrari 250 Testa Rossa #16, Olivier Gendebien/ William Greenspun, estivesse com um pouco de pressa quando um dos dois tentou ultrapassar por um local não recomendável o Jaguar D-Type #10 da dupla Pierce Woods/ Bobby Unser durante as 12 Horas de Sebring de 1957.
A dupla do Jaguar acabou por abandonar a prova na volta 33 com problemas no eixo traseiro, talvez por causa do acidente. Já a dupla da Ferrari, encerrou a sua participação na volta 111 por problemas de motor.
A vitória ficou com a Maserati 450S #19 de Jean Behra e Juan Manuel Fangio.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Foto 118: A quase vitória de Mcqueen/ Revson em Sebring, 1970

Andretti ultrapassando o Porsche de Mcqueen/ Revson em um momento das 12 Horas de Sebring.
(Foto: Louis Galanos)


A maioria que entende um pouco sobre corridas e conhece, também, a carreira de Steve Mcqueen, sabe o quanto que o falecido ator/diretor de filmes era apaixonado por corridas de carros. Tanto que ele produziu a obra prima "Le Mans" em 1971 e esteve no comando de uma produção que não vingou de um filme sobre corridas na metade dos anos sessenta, que retratei aqui.

E a sua paixão não era limitada apenas em ter belos e poderosos carros de corrida, mas sim em competir também. Em 1970, nas 12 Horas de Sebring, ele esteve bem perto de uma vitória.

Ele havia comprado uma Porsche 908 e dicidiu competir na famosa prova do estado da Flórida. Naquela ocasião ele dividiu o volante do carro com seu conterrâneo Peter Revson, mas, naturalmente por ser uma equipe particular, eles sabiam que não tinham chance alguma de vencer a corrida pelo fato de enfrentarem equipes de fábrica como a Ferrari, Ford e Porsche, com seus míticos 917K.

O grid de largada mostrava o Porsche 908 #48 numa boa 15ª colocação. A pole tinha ficado com a dupla Arturo Merzario/ Mario Andretti na bela Ferrari 512S Spyder #19, seguido pelas Porsches 917K da J.W. Engineering (Jo Siffert/ Brian Redman/ Leo Kinnunen) e Porsche Audi (Vic Elford/ Kurt Ahrens Jr.).

Enquanto a prova foi se desenrolando, os carros foram quebrando ou tendo problemas e com isso, Mcqueen/ Revson foram subindo de posições até se encontrarem numa bela segunda posição. Isso já era um lucro por tratar-se de uma equipe privada. Mas faltando 21 voltas para o fim, a Ferrari #19 de Merzario/ Andretti, com Mario no volante, apresentou problemas de câmbio e foi forçada a abandonar. Desse modo, o Porsche branco de Mcqueen/ Revson assumiu a liderança.

A Porsche triunfaria a corrida de Sebring, mas Ferrari virou o jogo. Minutos depois de Andretti encostar seu carro nos boxes, eles ordenaram para que o ítalo-americano voltasse para pista. O Ferrari #21, conduzido por Ignazio Giunti/ Ninno Vaccarella estava em segundo, não tão longe da Porsche, e vendo que eles tinham muito mais potência que o carro de Stuttgart ( a Ferrari tinha um V12 de 4.998cc contra o V8 de 2.997cc) entregaram o carro para Mario e ordenaram para que pilotasse tudo que podia. E assim foi feito, com Andretti a fazer uma corrida brilhante e ultrapassando uma indefesa Porsche faltando duas voltas para o fim. A diferença no final foi de mais de 22 segundos da Ferrari para o Porsche.

Algum tempo depois, Andretti explicou de onde tirou fôlego para aquela perseguição: "Eu me lembro que estavam anunciando' Steven McQueen! Steve McQueen! Steve McQueen! ". " Eles nunca mencionaram Revson, Revson. E foi ele quem fez a maior parte da corrida, porque Steve tinha um pé quebrado. Revson estava fazendo um trabalho fenomenal, obviamente, mas ele nunca foi mencionado. Então, aquilo me motivou um pouco."

Como bem disse Mario Andretti, Mcqueen não pôde fazer a corrida em grande parte por ter um pé quebrado devido um acidente de moto. E o Porsche 908 que quase venceu as 12 Horas de Sebring, foi usado como camera-car nas 24 Horas de Le Mans daquele ano.

terça-feira, 20 de março de 2012

Vídeo: A epopéia da Triumph nas 24 Horas de Le Mans de 1961

A fábrica britânica levou três de seus novos Standard Triumph TR4 para competir nas 24 Horas de Le Mans de 1961. Marcel Becquart (Fra)/ Michael Rotschild (EUA) no carro #25; Les Leston (GB)/ Rob Stolemaker (Hol) no #26 e Peter Bolton (GB)/ Keith Ballisat (GB) no #27 representaram o time britânico nesta prova.
Apesar de não ter vencido a prova (esta honra ficou com a dupla da Ferrari Olivier Gendenbien/ Phil Hill), os três Triumph chegaram ao final: Bolton/ Ballisat terminaram em nono; Leston/ Stolemaker em 11º e Becquart/ Rotschild na 15º posição no geral. Na categoria em que competiam, a S 2.0, foram 4º, 5º e 6º. A vitória nessa classe foi da Porsche com a dupla americana Masten Gregory/ Bob Holbert com um modelo 718 RS61/4 Spyder.
Os Triumph brilharam mais tarde nos EUA, onde conquistaram vitórias na classe GT das 12 Horas de Sebring e 24 Horas de Daytona.

sexta-feira, 16 de março de 2012

12 Horas de Sebring: Audi de Lotterer na pole

Com o tempo de 1'45''820 Andre Lotterer cravou a pole para 60ª edição das 12 Horas de Sebring, na Flórida, que marca também a abretura do Mundial de Endurance. Na segunda e terceira posições, aparecem os outros Audis #2 e #3 que foram conduzidos, respectivamente, por Tom Kristensen e Romain Dumas durante o classificatório. Talvez Dumas pudesse ter roubado a segunda posiçõe de Kristensen, caso não tivesse danificado um dos pneus após uma rodada. Na quarta posição aparece o HPD ARX-03a da Muscle Milk Racing, que foi pilotado por Klaus Graff, neste que foi o melhor LMP1 a gasolina na classificação.
Na LMP2 Olivier Pla colocou o Morgan 2012 LMP2 da OAK Racing na frente, seguido por Stéphane Sarrazin (HPD ARX/ Starworks Motorsports). Cristophe Bouchut (HPD ARX/ Level 5 Motorsports)bateu forte durante a sessão classificatória e a preocupação do Team, para agora, são as peças de reposição do carro.
Na LMPC, Bruno Junqueira (RSR) fez o melhor tempo deste grupo ao superar EJ Viso (CORE Autosport); na LMGT/GTE-PRO Gian Maria Bruni (Ferrari F458/ AF Corse) tirou o melhor tempo de Jaime Mello (Ferrari F458/ Luxury Racing) nos minutos finais do treino, e sai na frente desta classe que deveremos ter uma bela batalha, já que os Corvetes de fábrica saem na segunda fila; na LMGTE-Am Dominik Farnbacher colocou a Ferrari da Luxury Racing na frente, seguido pela outra Ferrari 458 de Nic Jöhnson (Krhon Racing); e por último, na LMGTC, a categoria das Porsches, Henrique Cisneros marcou o melhor tempo para a NGT.
Sem a presença de carros mais fortes (Peugeot desistiu de competir este ano e a Toyota só estréia em Spa), a Audi não terá grandes problemas para conseguir mais uma vitória. Apenas um azar, e dos grandes, para tirar essa conquista da fábrica de Ingostadt.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...