segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A grande 312T

Na temporada de 1974 a Ferrari voltava a conquistar vitórias saindo de um sombrio jejum de 22 corridas sem vencer (a última tinha sido com Jack Ickx na Alemanha 1972) quando Niki Lauda conquistou o GP da Espanha, disputado em Jarama, a equipe parecia ter encontrado o rumo das vitórias novamente, porém o carro não era confiável e a Ferrari voltou a vencer apenas 2 GPs mais, com Lauda na Holanda e Regazzoni na Alemanha. Ainda marcariam 10 poles (9 com Lauda e uma com Rega) e outras 5 voltas rápidas (3 com Regazzoni e 2 com Lauda). Com estes resultados, perceberam que a 312B3 tinha sido rápida, mas alguma coisa ainda tinha que melhorar: a confiabilidade!
Visando retornar a linha de frente e sair de uma fila de 11 anos sem títulos, a equipe de Maranello encarregou Mauro Forghieri, o pai das Ferraris 312B, a fazer um novo bólido para o tal desafio.


Construindo um carro com entre-eixos mais longo, motor Boxer Flat 12 debitando 500 HP, caixa de câmbio transversal montado ao mesmo nível da suspensão traseira com engrenagens á 90° graus transmitindo toda pontência, Forghieri construía assim um dos carros mais comentados e confiáveis da década de 70 e da da história da F1: o Ferrari 312T.

Este carro viria estrear somente no GP da África do Sul (Lauda e Regazzoni utilizaram a 312B3 de 74 nos GPs do Brasil e Argentina). A primeira vitória da 312T viria no GP de Mônaco pelas mãos de Niki Lauda. Outras 5 vitórias seguiram-se, sendo 4 com Lauda e 1 com Regazzoni; 9 poles (todas com Lauda); 6 voltas rápidas (4 com Regazzoni e 2 com Lauda). Lauda conquistou o título de campeão mundial com 64.5 pontos contra 45 de Emerson Fittipaldi, que corria de Mclaren e era o atual campeão. A Ferrari também venceu o mundial de construtores com 72.5 contra 54 da Brabham.

Outras 312T viriam a seguir: em 1976 a 312T1 que ficou marcada pelo pavoroso acidente de Lauda na Alemanha; a 312T2 de 77 com a qual Lauda calou os críticos e venceu o campeonato pela segunda vez; em 78 a 312T3 foi conduzida por Carlos Reutemann e o novato Gilles Villeneuve; em 79 a Ferrari voltou ao topo com Jody Scheckter conquistando o título com Villeneuve ficando em segundo e em 1980, a última 312T4, que conquistou apenas 6 pontos graças ao virtuosismo de Villeneuve, pois este carro já havia chegado ao seu limite e também tinha sido superado pela força dos carros com motores turbo.




Niki Lauda foi o piloto que melhor soube extrair dos carros dessa série 312T: conquistou 2 títulos mundiais(75-77); 13 vitórias; 13 poles e 10 voltas rápidas tudo entre os anos de 1975 e 1977.
Mecanicamente estes carros estiveram inalterados e foram os únicos que quebraram a hegemonia dos motores Ford Cosworth, que tinham 90% do grid usando seus motores.
A Ferrari só voltaria a ter um sucesso tão avassalador 21 anos depois pelas mãos de Michael Schumacher, mas a história dos 312T já havia sido cravada nos livros de história da F1.








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