segunda-feira, 27 de maio de 2019

103a Indy 500 - O dono do IMS

Não deve ser nada agradável pilotar na melhor equipe da categoria e assistir seus companheiros de equipe brilharem, enquanto que você vai ficando para trás com atuações bem apagadas e pior: com muito disse que me disse sobre seu futuro. Em 2017 Simon Pagenaud esteve na luta pelo título contra o seu companheiro de Penske Josef Newgarden, onde o estadunidense acabou por conquistar seu primeiro campeonato e Simon fechando em segundo. Para o francês, campeão de 2016, aquele vice campeonato foi um breve suspiro perto do que seria a sua temporada de 2018 onde suas atuações não foram das melhores e acabou tendo que ver Will Power e Newgarden continuarem brilhando na categoria. E para piorar, uma temporada sem vitórias que só ajudou alimentar ainda mais os rumores de uma possível saída da Penske.
Apesar de não ter iniciado este campeonato tão bem - conseguindo o sexto lugar como melhor posição em Long Beach, 4a etapa -, o mês de maio acabou por lhe reservar o - talvez - seu melhor momento na carreira. No GP de Indianápolis, Simon já havia brilhado de forma consistente principalmente nas suas últimas voltas onde arrancou para uma vitória sensacional no traçado misto ao escalar posições numa pista molhada,  para conquistar a corrida nas últimas voltas após superar Scott Dixon. Sem dúvida o francês estava de volta ao jogo após mais de um ano sem vencer na categoria. Foi o tirar de um peso, assim como um artilheiro que volta a fazer seus gols após um período de seca. Mas Simon queria mais...
Seus treinos para a Indy 500 tinham sido bons, sempre com boa velocidade e a sua pole só mostrou o quanto que estava numa espiral positiva.
A corrida de Simon Pagenaud nas 500 Milhas foi consistente: as raras vezes que saiu da linha de frente foi exatamente quando ia aos boxes para as suas paradas, mas sempre bem colocado variando entre a quinta e sétima colocação quando voltava de seu Pit Stop. O bom carro com pista limpa e também no tráfego, mostrava que as chances de levar esta edição era uma questão de tempo e sorte. Mas como bem sabemos, as últimas voltas é que passam contar a história de todo um período de preparação para esta clássica prova.
O acidente entre Graham Rahal e Sébastien Bourdais, que acabou desenrolando o caos com mais outros pilotos que se assustaram com o que viram a frente e também bateram, deu uma faceta ainda mais dramática quando a bandeira vermelha foi agitada para que a pista fosse limpa de forma tranquila sem que forçassem um término em bandeira amarela. Isso quando faltavam vinte voltas para o fim...
Com a prova retomada sob a vigência do Pace Car, era só tentar acalmar os nervos e partir para uma corrida de sprint alucinante. A relargada acabou senda dada quando a prova faltava em torno de 13 para o final. Foi neste momento que Alexander Rossi passou a pressionar Simon pela liderança e o francês tratou de mudar a trajetória para tirar qualquer chance de Rossi. Mesmo assim, o piloto estadunidense conseguiu liderança quando a corrida encaminhava-se para as três voltas finais. Pagenaud não baixou os braços e reconquistou antes que fosse mostrada a bandeira branca. A sua volta final, tentando tirar o benefício do vácuo, que daria a Alexander Rossi a possibilidade de tentar o último bote, foi espetacular e isso acabou por garantir a sua vitória nas 500 Milhas tornando-se o quarto francês a vencer a prova e o primeiro desde Gastón Chevrolet que vencera em 1920.
Não dá para saber como Pagenaud terminará o campeonato deste ano, mas este maio fabuloso que teve certamente ajudará bastante como um novo impulso para um dos melhores pilotos da categoria e podendo tirar uma onda por ter vencido na mão e contramão do complexo IMS.
Simon Pagenaud pode pedir as chaves do Indianápolis Motor Speedway, afinal de contas é "dono" do circuito até a Edição 104 da grande prova. E com total merecimento!

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