Costumo de dizer que sempre que uma pessoa conhecida mundialmente - que faz parte de um núcleo que você goste e acompanhe - morre, uma parte da gente também se vai. Não precisa ser ligado diretamente a pessoa em questão, mas só o fato de ter acompanhado os passos desta já nos dá a impressão de fazermos parte da "família".
O desaparecimento de Niki Lauda nesta noite do dia 20 de maio é um desses casos. Por mais que uma parte das pessoas que tenham seus trinta e poucos anos - o que é o meu caso - não tenham visto ele pilotar, acabaram criando um vínculo com o piloto austríaco por toda a trajetória que teve na vida. Ler e assistir o drama que passou em Nurburgring e mais os dias seguintes ao terrível acidente para depois voltar ainda com ataduras para conseguir um heróico quarto lugar em Monza, certamente criou uma imagem de força e coragem sobre aquele piloto austríaco que ainda guardou mais um pouco dessa coragem para mandar as favas a possibilidade de vencer o mundial daquele ano de 1976, quando entrou naquele aguaceiro que foi o GP do Japão em Fuji para dar algumas voltas e encostar o Ferrari nos boxes e deixar a chance para James Hunt arrebatar o título a seu favor. Niki Lauda conquistava ainda mais o respeito dos demais a sua volta e também de uma torcida que havia acompanhado todo aquele drama que passara desde o pavoroso acidente.
A cada pessoa que via Niki Lauda e reparava em suas cicatrizes e procurava saber o porquê daquilo, sempre fazia a pergunta: "Como ele conseguiu?". Para os mais religiosos, não era o momento dele. Para os poéticos, ele enganara a morte. Para aqueles que tem os pés no chão, foi a sua força de vontade que o fez resistir ao acidente e aos procedimentos cirúrgicos que viriam em seguida.
A verdade é que Lauda ganhou uma segunda chance para poder viver a sua vida com total plenitude. Largou a Ferrari após seu terceiro mundial; saiu da Brabham para abrir a sua empresa de aviação; voltar a Fórmula-1 em 1982 em grande forma, ao vencer em Long Beach e Brands Hatch para em 1984 vencer o seu terceiro mundial na categoria, travando um grande duelo contra Alain Prost. Veio encerrar sua grande história como piloto em 1985.
Mas a figura de Lauda ainda ficou na categoria, sendo consultor da Ferrari por vários anos; chefe de equipe da Jaguar e desde o início desta década como um dos principais nomes da Mercedes que ajudou a montar essa esquadra poderosa que temos visto de 2014 até os dias atuais. E certamente, também, foi importante para a revitalização de Lewis Hamilton na categoria.
A passagem de Niki Lauda por este plano terrestre é das mais ricas e válidas. Para aqueles que viram Niki pilotar, foi uma dádiva ter acompanhado por inteiro ou parte da carreira de um dos melhores do esporte. Para os demais que não tiveram essa oportunidade, a imagem daquele senhor sempre com boné vermelho virou sinônimo de respeito e reverência a cada momento que descobriam a sua história de vida. Hoje ele se foi após viver a sua vida plenamente.
E como o velho Niki Lauda falou certa vez, "a maior homenagem que você pode fazer a um ser humano, mesmo quando ele já morreu, é continuar lembrando dele!".
E estaremos aqui para isso, Niki.
#DankeNiki
O desaparecimento de Niki Lauda nesta noite do dia 20 de maio é um desses casos. Por mais que uma parte das pessoas que tenham seus trinta e poucos anos - o que é o meu caso - não tenham visto ele pilotar, acabaram criando um vínculo com o piloto austríaco por toda a trajetória que teve na vida. Ler e assistir o drama que passou em Nurburgring e mais os dias seguintes ao terrível acidente para depois voltar ainda com ataduras para conseguir um heróico quarto lugar em Monza, certamente criou uma imagem de força e coragem sobre aquele piloto austríaco que ainda guardou mais um pouco dessa coragem para mandar as favas a possibilidade de vencer o mundial daquele ano de 1976, quando entrou naquele aguaceiro que foi o GP do Japão em Fuji para dar algumas voltas e encostar o Ferrari nos boxes e deixar a chance para James Hunt arrebatar o título a seu favor. Niki Lauda conquistava ainda mais o respeito dos demais a sua volta e também de uma torcida que havia acompanhado todo aquele drama que passara desde o pavoroso acidente.
A cada pessoa que via Niki Lauda e reparava em suas cicatrizes e procurava saber o porquê daquilo, sempre fazia a pergunta: "Como ele conseguiu?". Para os mais religiosos, não era o momento dele. Para os poéticos, ele enganara a morte. Para aqueles que tem os pés no chão, foi a sua força de vontade que o fez resistir ao acidente e aos procedimentos cirúrgicos que viriam em seguida.
A verdade é que Lauda ganhou uma segunda chance para poder viver a sua vida com total plenitude. Largou a Ferrari após seu terceiro mundial; saiu da Brabham para abrir a sua empresa de aviação; voltar a Fórmula-1 em 1982 em grande forma, ao vencer em Long Beach e Brands Hatch para em 1984 vencer o seu terceiro mundial na categoria, travando um grande duelo contra Alain Prost. Veio encerrar sua grande história como piloto em 1985.
Mas a figura de Lauda ainda ficou na categoria, sendo consultor da Ferrari por vários anos; chefe de equipe da Jaguar e desde o início desta década como um dos principais nomes da Mercedes que ajudou a montar essa esquadra poderosa que temos visto de 2014 até os dias atuais. E certamente, também, foi importante para a revitalização de Lewis Hamilton na categoria.
A passagem de Niki Lauda por este plano terrestre é das mais ricas e válidas. Para aqueles que viram Niki pilotar, foi uma dádiva ter acompanhado por inteiro ou parte da carreira de um dos melhores do esporte. Para os demais que não tiveram essa oportunidade, a imagem daquele senhor sempre com boné vermelho virou sinônimo de respeito e reverência a cada momento que descobriam a sua história de vida. Hoje ele se foi após viver a sua vida plenamente.
E como o velho Niki Lauda falou certa vez, "a maior homenagem que você pode fazer a um ser humano, mesmo quando ele já morreu, é continuar lembrando dele!".
E estaremos aqui para isso, Niki.
#DankeNiki
Nenhum comentário:
Postar um comentário