quarta-feira, 31 de agosto de 2011

F1 Battles- Niki Lauda vs Alain Prost- GP da Holanda, 1985

Foi a última vitória de Lauda na F1, numa temporada sofrível para ele que parecia estar acomodado (ou desanimado?). Prost tentou de todas as formas ultrapassá-lo, mas o velho Niki estava em grande forma. Foi a última visita da F1 à Zandvoort.

Sobre a corrida de Bruno Senna em Spa

Confesso que quando soube da efetivação de Bruno Senna para o lugar de Heidfeld à partir da corrida da Bélgica, fiquei receoso quanto à sua performance. É sabido que qualquer piloto que entre no meio de uma temporada encontre qualquer tipo de dificuldade, e isso é totalmente natural visto que ele encontrará um companheiro de equipe que já esteja num ritmo de corrida altíssimo e conhece à fundo todas as manhas do carro. Um exemplo a ser tomado é o de Fisichella que substituiu Massa nas últimas corridas de 2009. Ok, ele estava disputando a temporada normalmente pela Force Índia naquele momento e tinha um ritmo de provas aceitável, mas foi o tempo de assumir o carro da Ferrari para sentir todas as dificuldades naturais. Enquanto que Raikkonen colocava seu carro entre os 6 primeiros, Fisichella sofria para tentar passar à Q2! E isso também é válido para Luca Badoer, que correu em dois GPs naquele ano e ficou entre os últimos com o mesmo carro com que Massa estava tirando leite de pedra. Os tempos de hoje são cruéis com os pilotos de testes. Sem ter muito que fazer durante a temporada, eles precisam aproveitar as migalhas que lhe são dadas durante a sexta feira de cada corrida, para testar, testar e testar, procurando armazenar o máximo de informações sobre o carro e quilometragem para não perder o tempo de volta. Mas o grande problema está aí: ele apenas treina e quando é jogado no meio de uma fogueira, tem que se virar como pode.
Bruno Senna foi alçado à piloto de titular uma semana antes do GP belga e quando apareceu na sexta para treinar comportou-se bem numa pista que é uma tanto cruel com os pilotos. Spa Francorchamps é um circuito que separa os homens dos garotos e reza a lenda que se você consegue ir bem lá, é um sinal positivo. Tenho dois exemplos claros no grid: Schumi em 91, exatamente 20 anos atrás, quando sem conhecer um centímetro sequer desta pista, conseguiu colocar uma Jordan na sétima colocação do grid e outro foi nove anos depois, com Button que conseguira classificar-se em quarto com uma Williams que estava a freqüentar meio do pelotão durante a temporada de 2000. Michael transformou-se no melhor piloto dos últimos 16 anos da F1 e Jenson é um dos melhores na arte de conservar melhor o seu equipamento. Bruno até que fez um treino decente na sexta, apesar de ter terminado apenas em 17º (chegou a liderar por um breve momento), mas a sua classificação no sábado foi o que mais chamou a atenção. Passou da Q1 e Q2 com belas voltas debaixo de chuva e no pega pra capar da Q3 foi mais de 1 segundo veloz que Petrov. O resultado foi a sétima posição para ele com o russo ficando em décimo. Foi um bom trabalho, visto que ano passado comeu o pão que o diabo amassou e cuspiu na Hispania e neste ano havia pilotado este carro, se não estiver enganado, apenas 3 vezes (duas nos teste de início de ano e na sexta do GP húngaro) o que serve pouco para avaliá-lo.
O principal teste é o do domingo, na corrida. É onde você tira as suas conclusões. Senna estragou tudo na largada quando acertou Alguersuari, tirando o espanhol da prova e complicando a sua mais adiante quando parou para consertar a asa dianteira e mais tarde quando recebeu uma punição por ter disso considerado culpado no incidente. Com uma corrida detonada, o que restou para avaliar é o seu desempenho de voltas com Petrov, que lutava por melhores colocações naquele momento. Em certas voltas e/ou trechos, Senna chegou a ser até 4 décimos mais veloz que Vitaly, mas em seguida perdia seis. Outra coisa normal para quem estava sem pilotar um carro durante uma corrida. O bom é que estes lampejos, com o passar das provas, pode vir a melhorar consideravelmente. Monza será um teste legal. É um circuito rápido e Bruno mostrou boa velocidade em Spa, mas o que precisa agora, para já, é pensar um pouco no pedal da esquerda também. O saldo final foi uma 13ª posição na corrida que poderia ter sido até melhor caso não tivesse se enroscado na largada e sofrido a punição, podendo ter conquistado pontos na sua primeira corrida a serviço da Renault Lotus. Ao menos reconheceram o seu bom trabalho de sábado, que rendeu elogios e colocaram esperanças que em breve poderá vir a marcar pontos.
Bruno parece estar blindado contra o oba-oba que costumam fazer por aqui, dando declarações seguras e conscientes sem querer inflar a torcida de esperanças. E isso o acompanha desde que voltou a correr em 2004. Caso fique até o final deste ano, ele precisará muito de paciência para lidar com isso.
Ele deixou uma boa impressão em Spa, mas o momento é ir com calma e esperar para ver o que o futuro lhe reserva.

Comparações em voltas velozes:

Treino Livre 1:
22º - Vitaly Petrov (Renault) - 2min13s601
23º - Bruno Senna (Renault) - 2min14s340

TL2:
17º - Bruno Senna (BRA) Renault - 1m53s835
24º - Vitaly Petrov (RUS) Renault - 2m02s234

TL3:
9º Bruno Senna (BRA/Lotus Renault) - 2m11s664
15º Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault) - 2m13s290

Classificação:
7º Bruno Senna (BRA/Renault) - 1min51s121
10º Vitaly Petrov (RUS/Renault) - 1min52s303

Melhor volta na corrida:
9º Vitaly Petrov (RUS/Renault) – 1min52s432
13º Bruno Senna (BRA/Renault) – 1min53s585


FOTO: GETTY IMAGES

terça-feira, 30 de agosto de 2011

GP da Bélgica- Corrida- 12ª Etapa

Meu palpite inicial era que a Mclaren dominaria as ações em Spa neste último final de semana. A meu ver, o time de Woking era p que reunia as melhores condições para a prova: um motor potente, que ajudaria muito na subida da Eau Rouge, e nas partes velozes como a reta Kemmel e Blanchimont e sem contar, claro, com seus valores humanos. Hamilton sempre esteve em boas situações lá, enquanto que Button também sempre se mostrou veloz. Com a possibilidade de chuva as chances da Mclaren aumentariam ainda mais. Com o tempo seco, as coisas se igualariam com Red Bull e Ferrari e foi o que acabou acontecendo e Vettel, mesmo com problemas de bolhas que lhe obrigou parar uma vez mais que seus contendores, pode voltar ao lugar mais alto do pódio que lhe fugia desde a corrida de Nurburgring.
Essa prova acabou sendo mais de decepções: a Mclaren esteve um tanto abaixo do que eu esperava. Hamilton não foi tão combativo como de costume e quando estava disputando posição com Kobayashi, acertou o piloto japonês no final da reta Kemmel indo parar no guard rail. Button fez mais uma de suas corridas de recuperação ao sair de 13º e terminar em terceiro. Sim, foi mais uma demonstração de como fazer uma corrida rápida e ao mesmo tempo economizar pneus. Caso tivesse largado mais à frente, poderia ter discutido a vitória com Vettel. Por falar em pneus, a Pirelli levou para lá dois compostos: os macios e médios. Os primeiros causaram bolhas nos Red Bulls e na Mclaren de Hamilton, forçando-lhes uma parada prematura antes de completassem 10 voltas. Isso perdurou até a metade da corrida, quando os dois carros rubro taurinos trocaram para os médios e os problemas foram, digamos, levemente sanados de modo que pudessem completar a corrida com total segurança. Outra que sofreu com pneus foi a Ferrari. Até aí tudo bem, afinal todos sabem que seus problemas aparecem quando estão usando os duros, mas em Spa a coisa mudou de figura quando Alonso, que era um dos favoritos a vencer, começou a perder rendimento após a sua última parada de box para colocar pneus médios. Ele se encontrava em segundo e rapidamente foi alcançado e ultrapassado por Webber e Button, fechando a corrida em quarto. Massa até que fez um bom início de corrida, mas, como sempre perdeu o ritmo com o decorrer da prova. Ficou um bom período atrás de Rosberg e isso o atrasou bastante e na segunda parte da prova, após ter feito a sua terceira parada, voltou ao box para trocar um pneu furado que o jogou para o meio do pelotão. Recuperou-se, mas só chegou em oitavo. Bruno Senna, que havia conseguido um belo sétimo lugar na classificação, jogou tudo ralo abaixo na largada quando acertou Alguersuari, forçando o abandono do espanhol. Tomou uma punição por isso e chegou em 13º. Barrichello tomou uma sova de Maldonado. Enquanto que o venezuelano marcava seu primeiro ponto na F1, Rubens chegava em 16º.
Outras duas coisas que tenho que destacar nessa prova, foram os duelos: Massa vs Alonso vs Hamilton nas primeiras voltas foram sensacionais, mas o que dizer de Webber dividindo a entrada da Eau Rouge lado a lado com Alonso no melhor estilo Bellof vs Ickx em 1985? A diferença é que Alonso teve juízo e tirou o pé, mas que foi de gelar e espinha, foi. Vettel também foi formidável ao ultrapassar Rosberg por fora na... Blanchimont! Foram belos momentos de total coragem.
A corrida de Spa serviu para reabilitar a Red Bull, que voltou a vencer com Vettel e viu suas rivais ficarem pelo caminho. Dependendo de qual for o resultado em Monza, Sebastian já pode colocar a champanhe para gelar e espoucá-la ao final do GP de Cingapura, para comemorar seu segundo título mundial.
 Massa, Hamilton e Alonso protagonizaram um ótimo duelo no início da corrida. Melhor para os dois de trás...
 Hamilton teve mais um final de semana desastroso: um ritmo de prova abaixo do esperado e um toque com Kobayashi que acabou resultado no forte acidente no final da reta Kemmel
 Quem tira vai tirar o pé primeira???? Alonso e Webber se preparam para dividir a entrada da Eau Rouge

Button fez mais uma de suas provas de recuperação neste ano: saiu de 13° para 3°. Caso tivesse largado mais à frente, poderia ter discutido a vitória com Vettel
Alguersuari fez um bom trabalho na classificação ao colocar sua Toro Rosso em 6° no grid, mas o acidente na largada causado por Bruno Senna pôs tudo a perder

Resultado Final
Grande Prêmio da Bélgica- 12ª Etapa
Circuito de Spa-Francorchamps- 44 voltas
28/8/2011

1. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) - 1h26min44s893
2. Mark Webber (AUS/Red Bull) - a 3s741
3. Jenson Button (ING/McLaren) - a 9s669
4. Fernando Alonso (ESP/Ferrari) - a 13s022
5. Michael Schumacher (ALE/Mercedes) - a 47s464
6. Nico Rosberg (ALE/Mercedes) - a 48s674
7. Adrian Sutil (ALE/Force India) - a 59s713
8. Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a 1m06s076
9. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault) - a 1m11s917
10. Pastor Maldonado (VEN/Williams) - a 1m17s615
11. Paul di Resta (ESC/Force India) - a 1m23s994
12. Kamui Kobayashi (JPN/Sauber) - a 1m31s976
13. Bruno Senna (BRA/Lotus Renault) - a 1m32s985
14. Jarno Trulli (ITA/Team Lotus) - a 1 volta
15. Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus) - a 1 volta
16. Rubens Barrichello (BRA/Williams) - a 1 volta
17. Jerome d'Ambrosio (BEL/Virgin Racing) - a 1 volta
18. Timo Glock (ALE/Virgin Racing) - a 1 volta
19. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania) - a 1 volta

Não completaram a prova:
Sergio Perez (MEX/Sauber): na 27ª volta
Daniel Ricciardo (AUT/Hispania): na 13ª volta
Lewis Hamilton (ING/McLaren): na 12ª volta
Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso): na 6ª volta
Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso): na 1ª volta

FOTOS: AP; EFE; AFP; ITV.COM

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

BPR GT Endurance Series- 4 Horas de Anderstorp, 1996- Resumo

Prova disputada em 14 de julho de 1996 no circuito de Anderstorp, na Suécia. Foram 31 carros participantes, dividos em duas classes a GTE (que contava com as mitícas Ferrari F40  e Mclaren GTR) e a GT2 ( com Ferraris 355 e Porsches 911). Após 4 horas de corrida, apenas 17 carros sobreviveram e a vitória na geral foi da dupla Olofsson / Della Noce (Ferrari F40 GTE/ Team Igol). Na classe GT2, vitória para o trio Neugarten / Eichmann / Ruch (Porsche 911 GT2/ Roock Racing). Abaixo fica o resumo dessa prova, a sexta daquele campeonato:





quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A melhor de Nelson Piquet

Nelson Piquet sempre se destacou, além do seu talento indiscutível para pilotagem e regulagem dos carros, pelas suas declarações afiadas e típicamentes divertidas. Uma delas eu li no livro escrito pelo Lemy Martins- Os Arquivos da F1- onde ele declara sua aversão em falar sobre a sua vida pessoal à jornais por entender que ele sempre distorcem tudo (o que concordo plenamente). E nessa ele comparou o comportamento dos jornais franceses para com Alain Prost, numa declaração que, no meu ver, é uma das melhores dele: "Veja a diferença dos jornais franceses para os nossos. Como eles preservavam, por exemplo, o Alain Prost. Ele é um  cara café com leite, superepolítico, que jamais guiou um carro ruim.Mas sempre teve o suporte da sua imprensa, coisa que nós nunca tivemos no Brasil. Pois esse Prost não foi nada ético na vida particular. Acabou com o casamento do Didier Pironi, com o casamento do Gerard Larousse e do Jacques Laffite, e os jornais franceses não deram uma linha sobre isso. Um cara de pau, que começava a frequentar a casa do amigo, não saía de lá, e depois comia a mulher. Foi isso que ele fez com o Pironi, o Larousse e Laffite. Mas até acho que ele tinha que agir assim para conseguir alguma coisa, porque é muito feio. Eu sacaneei muito o Prost no dia que ele trocou os cacos de dentes que tinha por uma dentadura e saiu rindo para o mundo. Ele dava volta no circuito para não me encontrar. Passou meia temporada fugindo para não sorrir para mim"  
Confesso que quando li a primeira vez e em outra oportunidades, dei muita risada. Piquet é assim: simples e direto. Sem papas na língua. E nada melhor que comemorar os seus 59 anos bem vividos com uma declaração como esta: sarcástica e cheia de verdades. Parabéns ao Tri-campeão!

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

F1 Battles- Gerhard Berger vs Mark Blundell, GP da Alemanha 1993

Outra amostra de como usar bem o vácuo em circuitos velozes davam ótimos espetáculos. Aí fica o vídeo para vocês comprovarem que não era preciso o uso de asa móvel ou KERS para que tivesse-mos bons duelos. Berger e Blundell duelaram por duas voltas pelas longas retas do velho Hockenheim disputando a quarta posição naquela corrida. O inglês da Ligier levou a melhor chegando em terceiro e Berger fechou em sexto.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Foto 32: Prost antes, Jacques Villeneuve depois

Ontem dando um lida no blog do Fábio Seixas, me deparei com a foto de Jacques Villeneuve urinando na entrada de box de Interlagos antes da corrida do Milhão da Stock Car disputada no último domingo. Mais uma vez, assim como foi no post Iguais, onde retratei Ayrton Senna e Nick Heidfeld em situações parecidas, lembrei na hora de um foto de Alain Prost urinando... na entrada dos boxes de Interlagos antes do GP do Brasil. E aí fica o registro dessas duas imagens hilárias, separadas por 20 anos.

OBS: A foto de Jacques Villeneuve é de Humberto Pereira. A do Alain Prost é desconhecido o autor

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...