quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O meu Grande Prêmio do Brasil, Por Hiram Guidorizzi

Hoje é a vez de Hiram Rondello Guidorizzi, que trabalha comigo na Speed Fever e que trabalhou do GP de 1991 até o de 2008, a escrever suas lembranças do Grande Prêmio de 1991 vencido por Ayrton Senna.

Com a palavra, Hiram:

Grande Prêmio do Brasil, 1991


"Assistindo a vários GPs pela arquibancada, sempre tive vontade de estar participando do lado de dentro da pista, até que me tornei um membro da equipe Speed Feever e com o retorno da F1 para Interlagos, finalmente tive a oportunidade de participar de um GP.

Fui escalado para trabalhar no Resgate à Pé, com o grupo posicionado entre a curva depois do Lago e o Laranjinha  e fomos os primeiros a trabalhar naquele GP, pois logo que iniciou o pré qualifying uma Fondmetal saiu de box e ao fazer a curva do lago escapou e foi para na grama. Como havia chovido e haviam feito uma obra de recuo do muro do lago, com a compactação recente, ao fazer o resgate do carro, atolamos na lama até o joelho. Quando o carro foi removido para o asfalto,  verificamos que todos os parafusos de fixação da suspensão traseira do lado direito tinham caído e o assoalho ficou encostando no chão. Mesmo assim o piloto (Olivier Grouillard,que seria substituido por Gabrielle Tarquini no decorrer da temporada), muito nervoso,  pedia para empurrar o carro para que retornasse ao treino que teve que ser interrompido para resgate do carro aos boxes.

O primeiro treino livre daquela sexta-feira  foi com chuva e lá pela metade o Mansell perdeu o controle de sua Williams ao fazer a curva após a descida do lago e foi “roçar” a grama, danificando o carro e ficando em local perigoso. Tivemos que remover o carro para o outro lado da pista, na agulha junto ao muro. Pudemos perceber a disciplina e consciência do perigo que tem um piloto de ponta, no caso o Mansell, que aceitou as orientações nossas para posicionar o carro em local seguro, ao contrario do piloto da Fondmetal que não aceitou nossas orientações querendo continuar no treino.

Nosso trabalho terminou aí, pois não fomos mais acionados em todo o restante do final de semana.

Pudemos então assistir a prova e acompanhar a dificuldade do Senna com a perda de marchas nas últimas voltas da corrida na liderança e a ameaça de Patrese que se aproximava perigosamente, mas finalmente pude assistir a primeira vitória de Senna em Interlagos e o tumulto que se formou quando o carro parou no final da reta oposta após a bandeirada.

O primeiro GP, por si só é inesquecível, mas o GP de 1991 foi muito marcante pelos acontecimentos, culminando com uma vitória épica de um brasileiro no GP Brasil."

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O meu Grande Prêmio do Brasil, Por Rubem Ferresi Jr.

De hoje até o sábado do GP do Brasil estarei postando alguns textos sobre o evento, que acontece desde 1972 - com a prova extra-oficial - até os dias de hoje de forma ininterrupta, fazendo com que a prova daqui seja uma das mais tradicionais da Fórmula-1 perdendo apenas para Itália, Grã-Bretanha, Alemanha, Espanha, Mônaco e Bélgica. Pedi para alguns camaradas escreverem suas impressões dos GPs do Brasil que mais marcaram em suas vidas, independente se estivessem na sala de casa, na arquibancada ou até mesmo trabalhando no evento.

E o primeiro a escrever por aqui é o meu amigo Rubem Ferresi, com quem trabalhei na equipe de sinalização Speed Fever de 2002 até 2009. Rubem trabalha no GP desde 1998 e este ano estará na sua 15ª participação.

Portanto, com a palavra, Rubem Ferresi:


GP do Brasil, 2007

Kimi Raikkonen durante o fim de semana do GP do Brasil, onde veio a coroar-se campeão do mundo
(Foto: Rubem Ferresi)

"A pedido do meu grande amigo Paulo Abreu, a Barsa do automobilismo mundial, pediu para que eu descrevesse sobre o meu GP Brasil preferido. Difícil falar depois de tantos GP’s na pista... desde 1998. E cada um com uma história mais interessante que a outra. GPs com chuva, como em 2003 e 2012, acidentados como 2006, tranquilos demais como 2011, os zerinhos no final de 2013, etc. Mas um que sempre vem a mente foi o GP de 2007, onde as atenções estavam para a disputa do título entre Fernando Alonso, o novato Lewis Hamilton, e o ferrarista Kimi Raikkonen. Uma disputa tripla, ao vivo! 

Na sexta-feira, dia dos primeiros treinos livres, foram com chuva. Apesar disso, os treinos foram tranquilos, sem maiores incidentes. No sábado, com muito calor, Felipe Massa voou com sua Ferrari e conquistou a pole position. As McLaren’s pareciam que estavam “escondendo” o jogo para o domingo. 
E o publico vibrou com a pole do brasileiro ferrarista. Mas no domingo... que calor! Jamais ví Interlagos daquela forma! Na hora da largada, temperatura ambiente beirando os 40º, e a pista quase nos 60º! Na largada o estreante Lewis Hamilton mostra o peso de ser novato, e com um erro logo na primeira volta, e voltas depois com seu carro lento passeando pela pista (lembro quando ele passou pelo meu posto balançando a cabeça) logo foi alijado da disputa. E quando todos achavam que o título seria do Fernando Alonso, a Ferrari fez mais um dos seus famosos “jogo de equipe”, e deu ao finlandês o seu primeiro (e até agora único) título da F1. 

E foi um momento raro vermos Kimi Raikkonen sorrindo no podium, e após andando pelo paddock. Este foi o ultimo GP com a galera “das antigas” na Sinalização, onde só voltamos a nos encontrar em 2011."

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Vídeo: A minha entrevista para o Boteco F1

Não que eu tenha esquecido, mas faltou um tempo para fazer isso. Pois bem, aí está as duas partes da entrevista concedida ao pessoal do Boteco F1.
E agradecer ao Sergio Siverly e equipe pela oportunidade.

domingo, 1 de novembro de 2015

GP do México: Nada demais no retorno ao México

Aquelas altas probabilidades de chuva para o horário da corrida, não aconteceu. Aliás, estava um sol forte por lá. Aquela pista de patinação que os pilotos encontraram na sexta, estava mais emborrachado graças as categorias suporte do fim de semana. Aquele temor que fez Hamilton acreditar que Vettel poderia fazer uma largada muito melhor que os dois Mercedes por conta da longa reta, também não se confirmou. O que poderia ser ao menos algo próximo do que foi em Austin semana passada, passou bem longe.
As Mercedes dominaram como era de se esperar, com Rosberg liderando desde o início e Hamilton seguindo-o de longe, apenas esperando por um erro que o piloto alemão não cometeu em momento algum. No entanto o dia não foi dos melhores para Vettel, que largou mal, reclamou por várias voltas devido um toque com Ricciardo na largada, despencou na classificação, esta recuperando-se quando rodou e ainda travou uma disputa com Maldonado, onde tomou um "Xis" do venezuelano. Para completar a péssima jornada dele no México, bateu quando estava alcançando... Maldonado. Um fim de semana para ele esquecer...
Kimi também esteve num dia não muito dos melhores: além de sair do fundão devido uma troca de motor, acabou encontrando Bottas pelo caminho, onde eles reeditaram o duelo na Rússia... bem fielmente, mas desta vez com Valtteri batendo nele. Raikkonen abandonou e apesar das investigações, Bottas não recebeu nenhuma reprimenda. Melhor para ele: conseguiu um belo terceiro lugar. E para a Ferrari foi uma corrida pra lá de frustrante...
O mesmo não podemos dizer da Red Bull que por mais que o motor Renault não seja páreo para a Mercedes e Ferrari, o carro tem melhorado consideravelmente nestas útimas corridas, dando aos seus dois pilotos a oportunidade de brigar até pelo pódio. Se tivessem um bom motor, a história poderia ser diferente.
Sem dúvida Sergio Pérez foi o herói local. A qualquer passagem que ele fizesse - tanto nos treinos, quanto na prova - a torcida vibrava como se fosse um gol. Quando Sainz teve que devolver a posição devido um ganho de vantagem, ele devolveu o lugar para Pérez na parte do estádio e isso inflou a torcida ali presente. Sergio chegou em oitavo e pensando bem, aquele pódio da Rússia poderia ter sido hoje. A torcida viria abaixo em festa...
O retorno da F1 ao México foi positivo. Se a corrida não foi grande coisa, ao menos a presença da categoria num palco tão tradicional foi importante para mostrar o quanto que o público mexicano estava ansioso - se eles gostaram da prova, é uma outra história - ao esgotar os ingressos em uma semana e lotar as arquibancadas. Fazia um bom tempo que não viámos arquibancadas lotadas assim.
É um marco importante para mostrar que a categoria precisa resgatar lugares tradicionais e deixar de lado praças insossas que tem invadido a categoria da década passada pra cá.

GP do México: O que esperar?

Pista lisa e possibilidade de chuva. São os dois fatores que mais chamam atenção para a prova de logo mais no revitalizado Hermanos Rodriguez. Se os pilotos reclamaram - e apanharam - para achar a aderência num asfalto escorregadio, as coisas tendem a ficar bem piores se a chuva der as caras no circuito mexicano: a possibilidade de cair uma chuva na hora da largada (13 horas local) é de 50%, e a possibilidade aumenta para 80% quando a corrida estiver pra lá de sua metade, caindo para 30% quando estiver no/ após o final da prova. Apesar de nem sempre as previsões se confirmarem, parece que podemos ter uma corrida com muitas alternativas, à exemplo de Austin semana passada.
Em relação a prova, Hamilton destacou a reta dos boxes com seus 900 metros desde a posição do pole até a primeira curva e que isso pode beneficiar Vettel que sai em terceiro. E ele tem razões para temer isso, pois Sebastian já conseguiu uma largada assim em Hungaroring onde conquistou a vitória das três que conseguiu esta temporada. É bom observar, também, o passo da duas Red Bull que até aqui fizeram um bom trabalho.
No entanto a corrida pode ser muito boa: primeiro por conta do asfalto; segundo por causa da possível chuva; terceiro a largada e depois todas as ações na grande e por último os pilotos, que agora estão mais "relaxados" após a definição dos dois campeonatos que os deixarão mais livres para arriscar mais nas disputas.

Foto 545: Marcas, para a Porsche

E no seu segundo ano de WEC a Porsche chega ao seu primeiro título na categoria, conquistado nessa madrugada com a dobradinha dos carros #17 e #18 nas 6 Horas de Xangai, penúltima etapa do mundial. Foi a reconquista de um título que a marca não alcançava desde 1985, quando o campeonato ainda chamava-se World Sportscar Championship.
Ainda está em jogo a luta pelo campeonato de pilotos, onde Mark Webber/ Timo Benhard/ Brendon Hartley lideram com 12 pontos de vantagem sobre André Lotterer/ Benoit Tréluyer/ Marcel Fässler.
A decisão acontecerá em 21 de novembro com a etapa final no Bharein.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Foto 544: Dennis



Enquanto que a Cooper alinhava um quarto carro para o mexicano Moises Solana disputar o GP do México - última etapa do mundial de 1966 -, outra personagem fazia sua estréia na F1, mas metendo a mão na graxa: Ron Dennis, então com 19 anos, começava a trabalhar pela Cooper naquela etapa final cuidando do carro de Jochen Rindt.
Ele acompanharia o piloto austríaco quando este rumou para a Brabham em 1968.
Curiosamente foi o ano da estréia da Mclaren na categoria, cuja equipe Dennis compraria no início dos anos 80.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...