Um sentimento que era aguardado para este GP australiano repousava sobre o possível - e esperado - confronto entre Mercedes e Ferrari (com a "escolta de luxo" da Red Bull) para termos um real parâmetro das forças que ambas haviam mostrado nos testes. Porém, os treinos livres - excetuando o primeiro - e mais a classificação acabaram criando uma vantagem impressionante para a Mercedes que deixou boa parte de seus rivais mais próximos com a pulga atrás da orelha. Mas como sabemos bem, é na corrida que as coisas se revelam.
A má largada de Hamilton possibilitou o avanço de Valtteri Bottas que esteve, talvez, no seu melhor final de semana desde que ingressou na equipe alemã. Um ritmo impressionante que intensificou ainda mais após a parada de box de Lewis Hamilton, que precisou ser sacado da segunda posição para evitar um possível undercut de Vettel. Antes que isso acontecesse, a diferença de Bottas para Hamilton estava em torno de quatro segundos e de Lewis para Vettel oscilando de três a quatro segundos. É tanto que a estratégia da Mercedes em levar o inglês vão box para mudar dos macios para o médio, acabou sendo acertada: Lewis voltou com vantagem de um segundo e meio sobre Sebastian. Talvez algumas voltas depois isso poderia se tornar uma dor de cabeça maior para o inglês.
Com caminho aberto, Valtteri esteve mais a vontade e aumentou o ritmo a ponto de conseguir uma ótima vantagem de 30 segundos e pouco para fazer sua parada e voltar com folga à frente de Lewis, que já iniciava um distanciamento de Vettel.
Enquanto que Bottas dava continuidade a sua fabulosa pilotagem, foi Verstappen quem apareceu para incomodar os dois grandes pilotos: após chegar e atacar inapelavelmente Sebastian, com uma uma bela ultrapassagem, era questão de tempo para alcançar Lewis e fazer o mesmo para chegar ao segundo lugar. Mas o seu erro na primeira curva, mais as respostas de Hamilton para se manter na tal posição, dissiparam uma possível chance de duelo que animaria bem o final da prova.
A verdade é que o GP da Austrália não mostrou a totalidade das impressões que tivemos desde a pré-temporada e as dúvidas que deveriam ser sanadas, aumentaram na verdade. Uma Ferrari que se apresentou tão forte na pré-temporada, não mostrou nem ao menos uma performance parecida com que teve em Melbourne doze meses antes. Apesar das coisas sugerirem desgaste de pneus e mais problemas na unidade de potência no carro de Vettel, que o levou a perguntar o porquê de estar tão lento, o seu início de prova não foi dos melhores também por conta dos erros de acerto.
Apesar de Gasly não ter tido a melhor das estréias, a Red Bull teve em Max Verstappen a sua melhor representação com a sempre ótima combatividade do piloto holandês. E o início desta parceria com a Honda foi dos melhores ao conseguirem, até, desafiar a Ferrari e Mercedes. A terceira colocação de Max resultou no primeiro pódio da Honda nesta era híbrida e também no primeiro deste a terceira colocação de Rubens Barrichello no GP da Grã Bretanha de 2008.
De quem a maioria tinha a maior dúvida, acabou mostrando a velha forma de sempre mesmo que não tenha vindo do piloto esperado: a Mercedes dominou amplamente o final de semana australiano como se nenhuma outra equipe existisse por perto, andar numa classe própria com Lewis nos treinos e depois com Bottas na corrida. Ritmos satisfatórios que impressionou a todos e também a equipe, mesmo que eles digam que não levaram nada de novo para a pista australiana. Mas aqueles testes onde revelaram dois carros diferentes nas duas partes dos testes, podem ter contribuído para uma rápida melhora.
A verdade é que o GP do Bahrein passa a ser o local onde as grandes perguntas da pré-temporada podem ser respondidas.
Grande Prêmio da Austrália – Circuito de Melbourne – 1ª
Etapa – Resultado Final
Tempo: 23.6°C Seco & Ensolarado
Asfalto: 43.4-37.1°C Seco
Umidade: 70.3%
Vento: 1.0 m//s
Pressão do ar: 1015.3 bar
Asfalto: 43.4-37.1°C Seco
Umidade: 70.3%
Vento: 1.0 m//s
Pressão do ar: 1015.3 bar
Melhor Volta: 1.25.580 lap 58 - Valtteri Bottas - Mercedes W10 - Média
223.075 km/h
Top speed: 321.9 km/h - Pierre Gasly - Red Bull RB15 Honda
Top speed: 321.9 km/h - Pierre Gasly - Red Bull RB15 Honda