domingo, 10 de janeiro de 2021

Foto 903: Ignazio Giunti, 1000km de Nurburgring 1970

 


A estrela italiana em ascensão, Ignazio Giunti, ao volante do Ferrari 512 S Spyder - que dividiu com Arturo Merzario - durante os 1000km de Nurburgring de 1970. A corrida foi curta para o duo, já que problemas na injeção de combustível forçou o abandono na segunda volta.

Giunti era uma das esperanças italianas no automobilismo naquele início de década, tendo conquistado sucessos desde 1968 quando terminou em segundo na Targa Florio e ficou em quarto nas 24 Horas de Le Mans, nestas duas pilotando pela Alfa Romeo em dupla com Nanni Galli. De imediato foi recrutado pela Ferrari, onde revezou com Clay Regazzoni na Fórmula 1 e ainda continuou a pilotar nas provas de Endurance pela equipe italiana que lhe deu a oportunidade de vencer as 12 Horas de Sebring de 1970 em trio com Nino Vacarella e Mario Andretti.

Hoje completa exatos 50 anos da sua terrível morte, após bater seu Ferrari 312PB na traseira do Matra de Jean Pierre Beltoise em plena reta dos boxes do circuito durante a realização dos 1000km de Buenos Aires de 1971, num momento em que o francês tentava empurrar o carro para os boxes. 

Giunti tinha 29 anos. 

Foto 902: 6 Horas de Daytona 1972

 


Belíssima foto do pelotão para as 6 Horas de Daytona de 1972, então segunda etapa do Mundial de Marcas. Na foto: #2: Ferrari 312 PB - Andretti/Ickx, #4: Ferrari 312PB - Regazzoni/Redman, #6: Ferrari 312 PB - Schenken/Peterson, #12: Lola T 280 - Wisell/Bonnier e o #32: Abarth 2000 SP - Arturio Merzario/Alex Soler-Roig.
A prova foi reduzida das tradicionais 24 Horas para apenas 6 por precaução da FIA em questão da durabilidade dos carros - alguns apontam, também, o fator da crise do petróleo que viria agravar a partir de 1973 - e isso foi estendido para algumas provas do calendário do Mundial, exceto as 24 Horas de Le Mans e também as 12 Horas de Sebring - os promotores desta prova se opuseram a sugestão da FIA e mantiveram a durabilidade da prova. Outras informações também levam que a Ferrari teria opinado sobre a duração das provas ao colocar em questão o seu motor, que talvez não aguentasse todo o percurso de uma corrida de 24 Horas.
A corrida foi vencida por Mario Andretti/ Jacky Ickx - que enfrentaram problemas num dos cilindros, tanto que fecharam a prova com apenas 11 -, a segunda posição ficou para Ronnie Peterson/ Tim Schenken - que também enfrentaram problemas com a embreagem - e a terceira posição para o Alfa Romeo T33/3 de Vic Elford/ Helmuth Marko.

sábado, 9 de janeiro de 2021

Foto 901: James Hunt, GP da Holanda 1975

 


James Hunt comemorando a sua primeira vitória na Fórmula 1, assim como a da Hesketh, no GP da Holanda de 1975. Além da grande exibição de Hunt num período de tempo variável, onde conseguiram fazer uma leitura perfeita das condições da pista ao colocar pneus slicks quando o circuito estava começando a secar e depois aguentando a pressão de Niki Lauda por vinte voltas, a conquista daquele resultado teve uma pitada de sorte ainda no sábado quando uma quebra no carro aconteceu durante o classificatório, que foi realizado sob chuva. Como não teve warm-up na manhã de domingo, é bem provável que o problema acontecesse durante a prova.
Uma dose de sorte - mais competência - que selou o destino para que acontecesse a grande vitória de Hunt e Hesketh naquele GP holandês. 

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Sobre o GP do Sakhir


Hoje a conversa é lá no YouTube onde o cabal do Volta Rápida funciona desde o mês de agosto. 

Falo sobre o ótimo GP do Sakhir, realizado no traçado externo da pista barenita, e que foi vencido por Sérgio Perez. 


domingo, 29 de novembro de 2020

GP do Bahrein - Risco e Segurança


O que restou do carro da Haas pilotado por Romain Grosjean neste GP do Bahrein, numa das maiores apreensões que a categoria passou desde o acidente de Jules Bianchi no GP do Japão de 2014
 


A Fórmula 1 flertou com a morte hoje em Sakhir e as piores lembranças de um tempo onde a categoria era mais conhecida pelo perigo do que pela competitividade, voltaram com força. Uma nova geração que ainda não tinha presenciado algo de tamanha magnitude e até mesmo para os mais veteranos, que assistiram finais de semanas bem mais pesados, tiveram que lidar com esta situação. O corte de câmera para não mostrar o que havia acontecido aumentou ainda mais o desespero em saber quem era - ou eram - o envolvido naquele brutal acidente que aconteceu logo após a largada, onde deu para ver dois carros indo para o lado interno do circuito barenita e um deles explodir de imediato. Foram breves minutos que trouxeram um ar pesado, onde podia sentir até mesmo a possibilidade de que algo pior pudesse acontecer. Mas o surgimento de Romain Grosjean das chamas, pulando o guard rail e indo em direção ao carro médico, fez as coisas acalmarem quase que instantaneamente. Logo após as chamas serem apagadas, pudemos ver o tamanho do estrago onde o Haas dividiu ao meio e o cockpit, que rasgou as lâminas metálicas, pregado na proteção metálica e totalmente carbonizado. Um cenário de guerra num curto espaço.
Sabemos bem que este acidente, até por volta de 2017, poderia ter sido catastrófico, mas também sabemos que as melhorias no campo da segurança melhorou de forma considerável, atingindo um nível onde os riscos serem quase eliminados. Porém, é impossível eliminar os riscos do motorsport e são eles que aparecem de vez em quando para nos alertar que ainda existe uma pequena chance de algo dar errado. Hoje foi um destes casos, onde o mínimo risco acabou dando o ar da graça e mostrando a todos que não se deve acomodar. A adoção do HALO, tão criticado para o ano de 2018, onde as reclamações giravam em torno da estética dos carros, hoje teve a sua grande prova: o brutal impacto que fez o carro de Grosjean varar o guard rail, mostrou a peça intacta e cumprindo o seu objetivo que era de proteger a cabeça do piloto. As lembranças de François Cevert em Watkins Glen 1973 ou de Helmut Koinnig no mesmo circuito um ano depois, podiam ter sido reavivadas hoje, mas a peça protegeu bem Romain e não teve nenhum dano nesta - até onde podemos ver. Fazendo uma conjunção do HALO com a tripla proteção de Nomex do macacão, também foi vital para que Grosjean saísse com apenas queimaduras nas mãos e nos pés, principalmente num deles que ficou sem a sapatilha que pode ter ficado grudado nos pedais.
A fato de Romain não desmaiar também contribuiu bastante para que ele mesmo pudesse sair logo daquele inferno que se transformou o resto de seu carro, mas ainda temos que destacar - de forma negativa - a demora e falta de preparo dos bombeiros presentes naquele momento. Apesar de saber que os treinamentos das equipes que trabalham no GPs serem rigorosas, é bem provável que escape alguém ou alguns que não estejam em perfeitas condições de assumir a responsabilidade em uma corrida - e nisso englobo o motorsport num todo. A demora em retirada, aparentemente, da trava de segurança do extintor, também ajudou no atraso para que as chamas fossem contidas e isso teria ajudado Romain a sair com mínimas ou nenhuma queimadura deste acidente. Outro ponto que deverá ser revisto até mesmo na próxima semana, quando será realizado o GP de Sakhir, mas utilizando o traçado externo do circuito, é o uso de barreiras de pneus ou até mesmo do softwall no local onde bateu Grosjean e em outros pontos do circuito, já que as médias serão bem maiores.
O que aconteceu hoje em Sakhir foi colocar em prova tudo que foi gasto e estudado para melhorar a segurança do carros e dos circuitos. O pavoroso acidente de Robert Kubica em Montreal 2007 já havia sido a grande prova de que a segurança dos carros da Fórmula 1 era altíssima, mas o descuido em deixar um trator trabalhando enquanto os carros estavam a toda velocidade, abrandando brevemente a velocidade no trecho de bandeira amarela, acabou custando a vida do promissor Jules Bianchi em Suzuka 2014 o que fez colocar em check novamente as questões de segurança. Foram lições que serviram para melhorar ainda mais e corrigir pequenas falhas até que acontecesse este de Romain Grosjean, onde expôs outras falhas e também a eficácia de todo melhoramento que foi implantado nos últimos tempos.
Parafraseando um trecho de uma matéria da revista Veja de 1989, que abordava o acidente de Maurício Gugelmin no GP da França, onde escreveram que "aumentava a segurança, mas não eliminava os riscos", hoje foi o dia vermos a segurança cumprir seu papel, mas sempre com o risco a espreita.

domingo, 15 de novembro de 2020

Foto 900: Helinho

 



Confesso ter ficado bastante feliz com o título de Hélio Castroneves na IMSA, dividindo a conquista com Ricky Taylor no comando do Acura DPi do Team Penske. E tudo se deu num momento em que o piloto brasileiro encerra a sua estadia numa das melhores equipes do motorsport mundial.

Durante estes vinte anos defendendo a equipe de Roger Penske, Helinho bateu na trave várias vezes quando estava pronto para conquistar o título na Indycar. Mas como um roteiro clássico, onde uma porta é fechada e outra se abre de imediato, Hélio venceu três Indy 500 com louvor e imediatamente conquistou a admiração do público - que também foi inflado pela suas grandes comemorações que lhe rendeu o apelido de "Spider Man".

No apagar das luzes de sua participação na Penske, equipe qual ele ingressou no distante ano de 2000 em substituição ao falecido Greg Moore, que já estava contratado para aquele ano, Helinho conquistou um título que tanto escapou de suas mãos e o destino fez o favor de recompensar o piloto brasileiro. Este título na IMSA entra como a quarta jóia de sua grande carreira, juntando -se as três (respeitáveis) conquistas na Indy 500. Foi um encerramento brilhante de sua carreira na equipe de Roger Penske.

Hélio Castroneves continuará na ativa, claro, quando retornará a Indycar em 2021 pela Meyer Shank para a disputa de seis provas, incluindo a Indy 500 prova qual ele busca sua quarta conquista para igualar os lendários A.J.Foyt, Al Unser Snr. e Rick Mears.

GP da Turquia: Reconhecimento

 


Quando Sebastian Vettel foi cumprimentar um emocionado Lewis Hamilton ainda no cockpit do Mercedes, essa imagem tornou-se emblemática. Tivemos outras, claro, como os dois se cumprimentando e abraçando em algumas das conquistas anteriores de Lewis, mas esta teve uma sentimento diferente.
São dois pilotos que se criaram juntos nas categorias de base e bateram rodas constantemente nas mesmas; chegaram praticamente juntos à Fórmula-1 e brilharam quase que ao mesmo tempo, mas por conta dos momentos que se encontravam não puderam duelar pelos campeonatos que foram conquistados brilhantemente por Vettel naquele quadriênio 2010/13; a mudança de Hamilton deu a ele a oportunidade de passar a ampliar seus números do mesmo modo que Sebastian fizera nos seus tempos de Red Bull e, enfim, tiveram a oportunidade de disputarem por duas vezes o título mundial no biênio 2017/18 quando os dois foram colocados a prova e o britânico venceu em ambas situações; infelizmente, assim como acontecera com Lewis no período de domínio de Vettel, o piloto alemão entrou numa descendente que foi agravada após a Ferrari se encontrar sem um comandante e criar um ambiente extremamente desorganizado.
A imagem que encabeça este post é nada mais que o reconhecimento mútuo de dois caras que se conhecem bem e sabem o quanto suaram para conquistar o sucesso. Sabem, também, como é pesado o fardo de ter o melhor carro e melhor equipe ao seu lado e de serem os pilotos a conduzirem todo um projeto ao topo e ter que ver o julgamento de quem apenas assiste de tudo aquilo é apenas sorte, desconsiderando todo um trabalho que é feito até mesmo 24 Horas por dia nos sete dias da semana. Vettel foi assim na Red Bull e Hamilton tem sido assim desde 2014 com a Mercedes - com uma breve intromissão de Nico Rosberg em 2016.
Talentosos ao extremo, são os dois grandes expoentes de uma era de domínio absurdo que foi inaugurado por Sebastian em 2010 e que tem sido continuado por Lewis desde então e por mais que seja chato em boa parte do tempo, acaba sendo um privilégio e tanto ver tudo isso acontecer.
Por isso que essa imagem vai muito além de um simples parabéns por um brilhante sétimo titulo: tem muita história, suor, lágrimas e respeito naquele cumprimento.
E o pódio foi apenas a cereja do bolo, onde os dois melhores pilotos dos últimos dez anos - e um peso de onze títulos mundiais - puderam dividir este grande momento.

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...