sexta-feira, 22 de setembro de 2023

3 Horas de Goiânia – Novamente, Ligier

 

O Ligier #9 liderando o pelotão na saída do único SC desta prova: foi a primeira conquista da dupla Xandinho Negrão/ Marcos Gomes com o novo protótipo
(Foto: Bruno Terena)

“O Velopark é totalmente atípico, sobretudo se você comparar os autódromos brasileiros com os europeus. Goiânia se aproxima muito mais do padrão europeu do que o Velopark e o carro foi desenvolvido pensando nessas pistas maiores, com retas maiores, curvas com velocidades um pouco mais altas. Então esperamos que a performance e a acomodação do carro aqui sejam melhores do que no Velopark”. Essa é a declaração do engenheiro Guilherme Gonçalves, que trabalha diretamente no Ligier JS P320 #9 da equipe Mattheis que é conduzido por Xandinho Negrão e Marcos Gomes no certame do Império Endurance Brasil, destacando que esta pista de Goiânia se torna perfeita para extrair todo potencial do LMP3 francês. Todas as provas realizadas no Autodromo Internacional Ayrton Senna desde maio de 2022, quando o primeiro modelo da marca fundada por Guy Ligier chegou por aqui pelas mãos da equipe BTZ, foram vencidas pela própria equipe com este carro. E hoje, num final de semana onde a categoria realizará a sua rodada dupla – para compensar a etapa cancelada em Interlagos no mês de julho – a BTZ não fugiu da regra e cravou mais uma conquista.

Essa 4ª etapa viu a estreia de mais um modelo do Sigma P1 G5 através da Motorcar, que já estava trabalhando com este modelo desde o inicio desta temporada com o trio formado por Vitor Genz/ Vicente Orige/ Luiz Henrique Bonatti no número #444: Emilio Padron/ Fernando Ohasi/ Arthur Gama pilotaram o multicolorido Sigma #11 e logo de imediato cravaram a pole aproveitando-se muito bem da já experiência do time com o protótipo gaúcho – aliás, foi um ótima qualificação para os Sigmas, já que o #444 fez o terceiro tempo e o #2 da Tech Force conseguiu o quarto tempo. A sequência foi quebrada pela segunda posição conquistada pelo AJR #28 da JLM Racing  pilotado por Gustavo Martins/ Sarin Carlesso.

O inicio avassalador dos dois Sigmas da equipe Motorcar foi logo visto com uma largada segura de Emilio Padron no #11 e uma saída agressiva do #444 com Vicente Orige no comando. Na primeira meia hora de corrida, os dois pareciam intocáveis, mas problemas na bomba de combustivel do #444 logo o alijou da briga pela vitória após ficar duas voltas para os reparos. Eles chegaram retornar, mas o contratempo acabou intensificando e eles abandonaram. O #11 ainda ficou na pista, mas a queda de rendimento frente os Ligier acabou relegando-os ao terceiro lugar – uma ótima posição para eles nessa estreia com o novo Sigma.

A Ligier ascendeu ao protagonismo no exato momento em que os Sigmas começaram a cair - #2 da Tech Force também apresentou problemas e abandonou na volta 48. O #9 pilotado por Negrão/ Gomes assumiu a liderança ao ultrapassar o Sigma #11 e estava muito bem na liderança quando o terceiro Ligier, o de #18 da FTR Motorsport pilotado por Claudio Ricci/ Fernando Poeta/ Andersom Toso, rodou na parte mista e o carro apagou. Isso forçou na única entrada do Safety Car da prova, que acabou sendo decisiva: com o reagrupamento do pelotão, Gaetano Di Mauro, no comando do Ligier #117 da BTZ Motorsport, partiu para o ataque sobre o Ligier #9 que estava sob os cuidados de Marcos Gomes. O piloto da equipe AMattheis segurou como pôde os ataques, até seria ultrapassado na reta dos boxes após um pequeno erro na entrada – e que no decorrer da prova descobriria que ele estava com problemas na direção. Com este cenário, ficou cômodo para que Di Mauro chegasse a mais uma vitória da BTZ e da Ligier em Goiânia, seguidos pelo Ligier #9 de Negrão/ Gomes e a terceira posição ficando para o Sigma #11 de Padron/ Ohashi/ Gama, nesta que foi uma ótima estreia do novo carro.

Os AJR tiveram no #28 da JLM o seu melhor representante por largar em segundo e ter conseguido um bom ritmo no decorrer da prova, mas um vazamento do lado esquerdo do protótipo fez com que tivessem uma queda de performance e forçasse o abandono na volta 85. O melhor dos AJR foi o #35 da própria JLM com Pedro Queirolo/ David Muffato que ficaram em quarto após uma prova bem discreta da dupla – que provavelmente cuidaram bastante do equipamento visando a 5ª etapa deste sábado que terá, também, três horas de duração.

Adendo: Horas após o término da prova, como resultado da vistoria técnica realizada, o Ligier #117 da BTZ Motorsport acabou sendo desclassificado por estar baixo do peso total do carro sem o piloto que é de 963kg – o Ligier se encontrava com 960Kg. Dessa forma, a vitória passou para o outro Ligier #9 de Negrão/ Gomes, com o Sigam #11 subindo para segundo e o AJR #35 de Queirolo/ Muffato para terceiro.

Mesmo assim, a invencibilidade do Ligier em Goiânia continua intacta até amanhã.

Nos GTs, Porsche e Mercedes saem vencedoras

 

Mais uma para a conta da Stuttgart Motorsport
(Foto: Bruno Terena)

Na classe GT3 a disputa foi acirradíssima, mas o inicio apontava para uma tarde promissora ao BMW M4 GT3 #15 de Átila Abreu/ Leo Sanchez com Abreu fazendo um começo fortíssimo. Mas o jogo viraria nas horas seguintes quando os pilotos profissionais de cada equipe começaram a assumir o comando de seus respectivos carros. Dessa forma, o Porsche #55 da Stuttgart Motorsport de Ricardo Mauricio/ Marcel Visconde/ Marçal Muller tratou de aumentar o ritmo e assumir a liderança quando faltava menos de uma hora para o fim ao ultrapassar no BMW #15 e partir para uma vitória importantíssima. A segunda posição ficou para o Mercedes #27 do Team RC pilotado por Cacá Bueno/ Ricardo Baptista que herdou a segunda posição assim que o BMW perdeu o primeiro posto. A terceira posição foi do outro Mercedes AMG GT3 #3 da equipe BOAT M3/ KTF pilotado por Alexandre Auler/ Guilherme Salas que estiveram muito bem, inclusive chegando a liderar algumas partes desta etapa. Foi uma tremenda pena o Mclaren 720S GT3 #16 da equipe Blau Motorsports – pilotado por Marcelo Hahn/ Allan Khodair que teve um pneu furado bem na hora da largada, forçando a ida aos boxes quando o pelotão já estava partindo. A recuperação foi muito boa, sugerindo que poderiam ter lutado pela vitória nessa classe.

O BMW #15 acabaria por ser penalizado algumas horas depois quando foi foi verificado que o tempo guiado por Leo Sanchez foi inferior a 72 minutos – ele pilotou um total de 61 minutos (1 hora 1 minuto 2 segundos e 653 milésimos, precisamente) – e com isso a dupla foi penalizada em 21 minutos em sua totalidade (21 minutos, 14 segundos e 694 milésimos). Com isso, caíram de quinto para sexto na classificação da GT3.

O Mercedes da Autlog venceu a batalha contra os Porsches na GT4
(Foto: Bruno Terena)

Na GT4 o cenário era bem promissor para os dois Porsche 718 Cayman de números #21 e #718, mas o melhor ritmo do trio do Mercedes #31 da Autolog formado por Renan Guerra/ André Moraes Jr/ Marco Pisani surpreendeu os Porsche e levou a prova desta classe que foi bastante esvaziada – o outro GT4 presente, o BMW GT4 #64 da MC Tubarão com Victor Foresti/ Lucas Foresti/ Marco Tulio/ Henry Visconde, abandonou com apenas 14 voltas de prova. Eles ainda lutavam com a falta de ritmo de um carro que ficou um bom tempo parado por conta da falta de peças, ainda recorrente do acidente no Velopark. As segundas e terceiras posições nesta classe ficaram para os Porsche #21 e #718.

Amanhã acontecerá a 5ª etapa do Império Endurance Brasil, com mais uma prova de 3 Horas no forte calor de Goiânia.

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Grandes Atuações - Stirling Moss, Boavista 1958

 

Stirling Moss a caminho da vitória em Boavista 1958 
(Foto: Motorsport Magazine)

Conforme a década de 1950 chegava ao final, a expectativa para que Stirling Moss chegasse ao título mundial aumentava. Ao lado de seu conterrâneo Mike Hawthorn, Moss era a feição da renovação da Fórmula 1 quando estes estrearam no início da década e em pouco tempo estavam desafiando os primeiros campeões mundiais. O talento natural de Stirling se sobressaiu, mas acabaria esbarrando na genialidade de Juan Manuel Fangio que conquistaria três de seus cinco títulos sobre o jovem inglês que ainda teria uma oportunidade naquele ano de 1958: mesmo com a aposentadoria de Fangio no GP da França daquele ano, ele teria em Hawthorn o seu mais perigoso oponente. A disputa do cetro na Fórmula 1 estava em jogo.

A temporada de 1958 teve uma faceta quase que totalmente britânica, excetuando o fato de Maurice Trintignant ter quebrado essa sequência com a sua vitória no GP de Mônaco, garantindo a conquista para equipe de Rob Walker com o seu Cooper Climax T45 - a segunda do carro inglês naquela temporada. Stirling Moss (Vanwall), Mike Hawthorn (Ferrari), Peter Collins (Ferrai) e Tony Brooks (Vanwall) garantiram o restante das provas daquele ano, mas a disputa do mundial ficou restrita a dois: Moss e Hawthorn estavam a caminho para ver quem seria o primeiro campeão britânico na Fórmula 1, mas cada um com seu estilo naquele ano. Até o GP da Alemanha, no colossal Nurburgring, Moss havia ganhado duas corridas (Argentina e Holanda) enquanto que Hawthorn venceu apenas na França (Reims), mas a maior regularidade do piloto da Ferrari dava a ele uma vantagem na tabela até ali: Mike havia chegado cinco vezes nos pontos (quatro entre os três primeiros) e Moss apenas três (todas nos pódios) - na pontuação, Hawthorn tinha seis pontos de vantagem sobre Moss (30 x 24). Em Nurburgring nenhum dos dois chegou ao final, sendo que Moss abandonou na volta três com problemas elétricos e Hawthorn foi até a volta onze, abandonando com problemas de câmbio. Essa corrida ficou marcado pela morte de Peter Collins, que se acidentou na volta dez. Foi a segunda morte no ano, já que Luigi Musso faleceu durante o GP da França - curiosamente, ambos eram pilotos da Ferrari.

O GP de Portugal foi o nono daquela temporada e foi a primeira vez que fazia parte do calendário da Fórmula-1, porém era uma corrida que datava de 1951 quando teve a sua primeira edição destinada à carros sport e foi vencida por Casimiro de Oliveira com uma Ferrari. Daquele ano em diante, alternando entre os traçados citadinos de Boavista (Porto) e Monsanto Parque (Lisboa), a prova só não teve a sua realização em 1956. O circuito da Boavista acabou sendo o palco para aquele GP de Portugal com os seus 7,4 km de extensão, num misto de paralelepípedos e trilhas de bonde que aumentavam a dificuldade num circuito estreito e desafiador.

Mesmo que os pilotos tivessem uma dificuldade inicial com a natureza peculiar deste traçado de Boavista, não demoraram muito a acharem o ritmo e isso foi visto na qualificação: Stirling Moss e Mike Hawthorn estiveram na batalha pela pole e o piloto da Vanwall garantiu com a marca de  2’34’’21, sendo cinco centésimos melhor que Mike. Com três décimos de desvantagem aparecia Stuart Lewis Evans com o outro Vanwall, seguido por Jean Behra (BRM), Tony Brooks, Wolfgang Von Trips (Ferrari), Harry Schell (BRM), Jack Brabham (Cooper), Maurice Trintignant (Cooper) e Carrol Shelby com um  Maserati da equipe de Temple Buell fechando os dez primeiros. No final, um total de 15 carros largaram para aquele primeiro GP português.

Os dias de treinos e qualificação foram feitos com tempo seco, mas o dia da corrida revelou um clima nublado e com a pista bem escorregadia proveniente da chuva que havia caído desde a noite de sábado até parte do domingo. Além das dificuldades de uma pista recortada pelos trilhos do bonde e com partes de paralelepípedo, a chuva deixaria essa parte das pedras ainda mais escorregadias. Apesar de tudo apresentar um cenário bem complexo, a largada acabou sendo sem maiores problemas quando Moss conseguiu sustentar a liderança e Hawthorn continuou em segundo para na abertura da volta dois assumisse a liderança. O piloto da Ferrari aproveitou bem a oportunidade ainda com uma pista úmida, mas isso duraria até a volta oito quando Stirling Moss avançou para primeiro numa altura em que a pista já estava bem seca, e isso tornaria-se vital para seu desempenho naquela tarde em Boavista.

A corrida teve outras batalhas interessantes pelas posições abaixo da segunda posição: Jean Behra vinha em grande forma com seu BRM lutando pela terceira posição contra seu companheiro de equipe Harry Schell e Von Trips, conseguindo batê-los na corrida. Behra ainda assumiria a segunda posição quando Hawthorn precisou ir aos boxes para fazer reparos nos freios de seu Ferrari que já o atormentavam desde o início da corrida. O inglês recuperaria a segunda posição na volta 42, jogando Behra para terceiro. O valente francês já estava a ter problemas no motor – perdera um dos cilindros - e não resistiria as investidas de Stuart Lewis-Evans e perderia a última posição do pódio para o piloto da Vanwall, encerrando em quarto. Carrol Schelby também teve uma boa jornada naquela tarde em Boavista e por muito pouco não avançou para a casa dos pontos, terminando em sexto – lembrando que apenas os cinco primeiros marcavam pontos e a melhor volta valia um ponto.

A corrida de Moss tornou-se um grande passeio, visto que os problemas de freios no Ferrari de Mike Hawthorn dificultavam bastante o trabalho do inglês. Mike, como dito anteriormente, vinha sofrendo com isso desde o início da prova e até mesmo uma visita aos boxes para tentar solucionar isso foi feita e apesar de, momentaneamente, ter surtido algum efeito, este problema retornaria mais adiante. Estes problemas gerariam certo temor sobre Mike perder a segunda posição para Evans, que estava se aproximando rapidamente e até com ajuda de Moss, que acabara de colocar uma volta nele – e que em seguida faria o mesmo com Hawthorn. Curiosamente, quando a última volta foi aberta, Stirling deixou Mike passar para descontar a volta.

Aquela derradeira passagem gerou um dos casos mais interessantes da temporada e da Fórmula-1: com os problemas de freios já agravados e com alguns trechos úmidos, já que uma leve chuva se fez presente numa parte da prova, Hawthorn acabou rodando e deixando seu Ferrari morrer. No mesmo instante, logo após ter levado a quadriculada, Moss estava em sua volta de desaceleração quando viu o amigo em dificuldades para voltar à pista e completar o restante da corrida – lembre-se que ele estava descontando a volta para Moss – e parou para ajudá-lo. Mike conseguiu retornar e completar o GP em segundo completando as mesmas 50 voltas de Stirling, sendo o único a não ter tomado volta.

A ocorrência de Mike Hawthorn chegara aos comissários que de imediato o desqualificaram da prova, sendo que foi relatado que ele havia voltado na contramão do tráfego – o que é proibido, claro. Isso chegou aos ouvidos de Stirling Moss que prontamente foi aos comissários e explicou o ocorrido, dizendo que Mike Hawthorn havia feito o retorno pela calçada e não colocava ninguém em risco – já naquele momento o ritmo dos que vinham em seguida era baixo, pois haviam tomado a bandeirada. Com isso, Hawthorn manteve seus seis pontos da segunda posição e o ponto da melhor volta, feita na passagem 36. Os resultados após essa manutenção dos pontos, indicavam 37 para Hawthorn e 32 para Moss e caso o piloto da Ferrari tivesse sido desqualificado, Stirling poderia ter saído daquele GP com até três pontos de vantagem.

Os reflexos deste final em Portugal seriam vitais para o desfecho da temporada em Casablanca, no Marrocos.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Foto 1035 - Tazio Nuvolari, GP da Hungria 1936

 

(Foto: Az Autotó)

O sempre astuto Tazio Nuvolari durante o Grande Prêmio da Hungria de 1936, naquele que foi o primeiro GP, realizado nas ruas do Parque Nepligét em 21 de Junho.

Antes que a Fórmula-1 colocasse seus carros para competir no novo - e sinuoso - circuito de Hungaroring, cinquenta anos antes os pilotos da Era de Ouro dos Grandes Prêmios tiveram a primazia de estarem presentes no primeiro GP húngaro da história, ainda que este não fizesse parte do Campeonato Europeu de Pilotos do ano de 1936. O Királyi Magyar Automobil Club (KMAC) organizou aquele GP após receber o sinal verde do AIACR (Association Internationale des Automobile Club Reconnus), realizando a corrida em 21 de junho - inicialmente a data seria em maio, mas acabou sendo transferida para junho a pedido dos organizadores. 

O circuito estava localizado no Parque Nepligét e tinha uma extensão de 5km e a prova teria uma distância de 250km, o que daria um total de 50 voltas. Essa prova foi bem recebida pelo público e isso deu a impressão que poderia ser um sucesso lucrativo para os organizadores, porém acabaria por ser um tremendo prejuízo para eles. Suspeitas de que teriam tido fraudes com relação ao ingressos foi levantada, já que o número de parte destes bilhetes não batiam com os do registro ou até mesmo eram iguais a outros. Depois de uma severa investigação, ficou claro que os bilhetes suspeitos eram originais, porém o papel usado neles diferiam dos outros e até mesmo a parte do corte - onde se destacava o canhoto - não era precisa. No entanto, apesar do prejuízo financeiro que a prova proporcionou, a parte de divulgação foi ampla e satisfatória, com grande repercussão da mídia local e estrangeira. 

Um total de 11 pilotos foram inscritos para este GP húngaro: a Mercedes levou três W25K para Rudolf Caracciola, Manfred Von Brauchitsch e Louis Chiron; Auto Union também inscreveu três Type C para Bernd Rosemeyer, Achille Varzi e Hans Stuck; a Scuderia Ferrari levaria três Alfa Romeo 8C-35 para Tazio Nuvolari, Antonio Brivio e Mario Tadini, mas Brivio acabaria por não ir; outros três Alfa Romeo, todos P3, seriam inscritos, mas apenas os de Austin Dobson e Charles Martin - inscritos individulmente - é que alinhariam para a prova. A Maserti também teria três carros nessa prova, mas apenas o piloto local, László Hartmann, com um 6CM da equipe oficial, é que conseguiu competir. 

O forte calor trouxe alguns problemas relacionados ao asfalto que começou a desintegrar durante os treinos livres e que duraria até a qualificação, que viu Rosemeyer cravar a pole com o tempo de 2'38''15. Stuck aparecia em segundo com 1''7 de desvantagem para Bernd e em terceiro Nuvolari, que se intrometeu entre os seis carros alemães, alimentando a esperança de que, numa pista sinuosa como aquela de Nepligét, o seu Alfa Romeo poderia fazer frente a Mercedes e Auto Union. 

O cenário da corrida apresentava uma batalha particular entre Rudolf Caracciola e Bernd Rosemeyer, com ambos se marcando de muito perto. Mas isso duraria apenas por 28 voltas, já que Caracciola perderia terreno e abandonaria com problemas no motor de seu Mercedes, do mesmo modo que acontecera na prova de Eifelrennen da semana anterior.

Após o abandono de Caracciola é que a maestria de Tazio Nuvolari entrou em cena. Com um ritmo mais cadenciado para conservar os pneus de seu Alfa Romeo, o mantuano conseguiu, ainda assim, manter os carros alemães em sua alça de mira e quando viu que estes enfrentavam problemas, partiu para o ataque: Brauchitsch foi o primeiro ser ultrapassado por Tazio, quando o italiano aproveitou-se de um erro de Manfred - ou, talvez, levado um toque de Nuvolari - para assumir a segunda posição quando o piloto da Mercedes escapou.

Nuvolari continuava com a sua impressionante forma quando descontou oito segundos em três voltas para então líder Bernd Rosemeyer, que enfrentava problemas com a direção do Auto Union. Na volta 35 Tazio assumiu a liderança e partiu para aumentar a diferença até chegar aos 16 segundos sobre Bernd que, segundo relatos, estava com sérias dificuldades com direção que estava vibrando fortemente a ponto de chegar rasgar as suas luvas e causar ferimentos em suas mãos - a situação foi tão critica que, ao final da prova, ele foi retirado do carro e atendido de imediato por Dr. Gläser - então médico que acompanhava a equipe da Auto Union - e mais tarde seria levado ao hospital. 

Nuvolari passou para completar as 50 voltas deste GP húngaro em primeiro após 2 horas e 14 minutos de duração, mostrando mais uma vez a sua genialidade num carro de corrida. Essa corrida acabou por ser bem desastrosa para a Mercedes que não teve nenhum carro completando a prova - Chiron abandonou na volta 19 por problemas no compressor e Caracciola, como dito mais acima, com problemas de motor. Brauchitsch abandonou quando faltando duas voltas para o fim com um braço de suspensão torto, resultado da sua escapada, mas acabou sendo classificado em quarto. A Auto Union teve seus três carros classificados, com Rosemeyer em segundo e Varzi em terceiro. Stuck passou mal e deixou o comando de seu Type C para Ernst Von Delius a partir da volta 22, que levou o carro até a quinta posição. 

 Apesar de ter sido uma brilhante vitória - mais uma - da enorme carreira de Nuvolari, o piloto italiano quase não competiu nesse primeiro GP da Hungria já que seu filho Giorgio estava muito doente - infelizmente ele morreria um ano depois por conta de uma miocardite, quando tinha 19 anos.

Apesar das tentativas frustradas de realizar as edições dos anos seguintes, que foram impossibilitadas por problemas financeiros, a Hungria só voltaria a receber um GP cinquenta anos depois quando passaram a fazer parte do calendário da Fórmula-1 em 1986.

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Foto 1034 - Ferrari 312PB, 1000km de Monza 1973

 

Jacky Ickx liderando Jean Pierre Beltoise em Monza 1973
(Foto: Autosprint)

O termo mais adequado para aquela situação do Mundial de Marcas de 1973, antes que os 1000km de Monza fossem realizados, era de uma verdadeira lavada da Matra sobre a Ferrari. Antes que partissem para aquela etapa, a Matra havia vencido - e muito bem - os 1000km de Vallelunga (2ª etapa) e os 1000km de Dijon (3ª etapa) - a etapa de abertura, as 24 Horas de Daytona - foram para carros GT naquela ocasião. 

Era uma condição bem diferente da qual a Ferrari havia provado na campanha de 1972: excetuando as 24 Horas de Le Mans, onde eles não estiveram presentes e também por não contar pontos para o campeonato, a equipe italiana venceu todas as 10 provas que contavam pontos. Foi um verdadeiro passeio que fez até a Ferrari baixar a guarda para 1973, a ponto de considerar inscrever apenas uma 312PB para Jacky Ickx que teria a companhia de alguns pilotos durante o certame. Isso acabaria ficando por terra e os italianos levaram três 312PB em algumas ocasiões, como esta em Monza.

Para os 1000km de Monza, 4ª etapa, a Ferrari inscreveu três 312PB: #1 para Brian Redman/ Jacky Ickx; #2 para Arturo Merzario/ José Carlos Pace; e o #3 para Carlos Reutemann/ Tim Schenken. Na Matra, dois MS70B ficaram a cargo de Jean Pierre Beltoise/ François Cevert  (#7) e Henri Pescarolo/ Gérard Larousse (#6). 

A batalha entre as duas equipes teve seu inicio nas qualificações onde o equilíbrio foi o ponto alto, com as duas dividindo bem a primeiras filas: Beltoise/ Cevert fizeram a pole com a marca de 1'21''130 contra 1'21''800 de Redman/ Ickx. Pescarolo/ Larousse, Merzario/ Pace e Reutemann/ Schenken fecharam o domínio franco-italiano, mas podíamos incluir nessa disputa uma intromissão dos dois Mirage M6 Ford de Derek Bell/ Howden Ganley (#4) e Mike Hailwood/ Vern Schupan/ Derek Bell (#5) que vinham em seguida no grid, porém a corrida mostraria que o duelo não sairia do previsto. 

A corrida foi uma bela luta entre Matra e Ferrari, confirmando toda a expectativa que permeava essa etapa. Beltoise/ Cevert conseguiram mostrar o quanto que o MS70B #7 era mais  veloz que o Ferrari, mas isso lhes custava um consumo maior de combustivel. Para a Ferrari, especialmente o #1 de Redman/ Ickx, que mostrava velocidade, mas não o suficiente para manter-se à frente do carro francês, o consumo de combustivel era bem menor e isso foi um trunfo importante para eles - quando o Matra #7 foi para a sua primeira parada de box na volta 33, o Ferrari #1, com Ickx ao volante naquele momento, conseguiu fazer mais sete voltas. O Matra #7 retornaria à ponta na volta 40, agora com Cevert no comando. 

Mesmo com um com problema num dos pneus, que o fez entrar nos boxes na volta 68 e quase custou uma volta de desvantagem, François Cevert partiu para uma grande recuperação para conseguir voltar à liderança na volta 122 ao passar pela Ferrari de Ickx/ Redman. A demonstração de força da Matra naquela tarde, especialmente com o carro #7, estava em outro nível e isso foi confirmado através da melhor volta que foi alcançada justamente nessa caça: Cevert chegou ao tempo de 1'21''900 numa incrível média de 252,747 km/h, desbancando o recorde que pertencia à Pedro Rodriguez que estabeleceu 1'24''000 numa média de 246,428 km/h. 

Mas este esforço custaria ao Matra #7 a embreagem, que apresentou problemas uma parada nos boxes na volta 133. O problema não foi resolvido e eles foram forçados a abandonar na volta 136, quando Cevert estava no comando. Para a torcida que estava presente naquele dia, a desistência do carro francês foi amplamente festejada, indicando que o caminho para uma vitória ferrarista era certeira. 

Jacky Ickx e Brian Redman tiveram apenas o trabalho de manter o 312PB #1 em perfeitas condições para cruzarem a linha de chegada lado a lado com o outro 312PB pilotado por Reutemann/ Schenken que fechou em segundo - três voltas atrás - para garantir uma bela dobradinha da Rossa em Monza. Em terceiro, com dez voltas de atraso, aparecia o Matra de Pescarolo/ Larousse, que teve alguns problemas durante a prova e isso impossibilitou-os de tentar buscar a vitória com a desistência do Matra de Beltoise/ Cevert. 

A Ferrari ainda venceria os 1000km de Nurburgring com Jacky Ickx/ Brian Redman, mas seria derrotada no Mundial de Marcas pela Matra por 124 x 115. 

Passados 50 anos a Ferrari reencontrará a sua torcida para as 6 Horas de Monza, próxima etapa do Mundial de Endurance, que será realizado no próximo dia 9 de julho. Será uma nobre oportunidade para saborearem a conquista das 24 Horas de Le Mans e, quem sabe, repetir o feito de 1973. 

sábado, 24 de junho de 2023

3 Horas do Velopark - Vitória da Motorcar com o Sigma

 

(Foto: Motorcar/ Instagram)


Esta etapa, a 3ª do Império Endurance Brasil, trouxe um ótimo cenário para um campeonato que tem sido bem equilibrado. A presença de três diferentes protótipos tendo dado as etapas uma certa imprevisibilidade e isso tira um pouco do centro o histórico favoritismo do protótipo AJR, que tem dominado o campeonato de forma ampla desde 2019. A presença dos Sigma e dos Ligier elevou a disputa a um bom patamar e isso foi bem visto nesta corrida.

O início desta indicava que o domínio poderia ter sido do Sigma #444 de Vitor Genz/ Vicente Orige/ Luiz Bonatti, que fez a pole e quebrou o recorde do curto autódromo do Velopark, quando conseguiu manter a ponta (numa largada feita em linha indiana, por questões de segurança que foi pedido pelos pilotos) e fez um bom início, mas cairia estranhamente para quarto após algumas voltas, possibilitando que o AJR #35 de Pedro Queirolo/ David Muffato assumissem a liderança - infelizmente, para eles, este seria o único momento de brilhantismo, já que sofreram com problemas no motor e sairiam da briga após a primeira janela de pit-stops.

Essa saída do AJR #35 deu ao novo Ligier JSP320 #9 da equipe Mattheis, conduzido por Xandinho Negrão/ Marcos Gomes, a oportunidade de brilhar logo na estréia deles no protótipo. Foi uma liderança sólida até que encontrassem no Sigma #444 um oponente a altura, travando um duelo espetacular quando Gomes defendeu como pôde a liderança o Sigma pilotado por Vicente Orige. Uma punição por atrapalhar um dos GT3 na sua primeira parada de box e mais tarde um disco de freio rachado, tirou o Ligier da disputa pela vitória. Foi uma estreia interessante para Xandinho e Gomes e assim que possível, com o Ligier bem ajeitado, certamente estarão na disputa. E o cartão de visitas foi bem dado.

Após assumir a liderança, o Sigma #444 conseguiu abrir uma grande vantagem e apenas administrou a diferença para o segundo colocado, especialmente para o Ligier #117 (Gaetano Di Mauro/ Guilherme Bottura) quando Di Mauro conseguiu subir para segundo e tentou alcançar o Sigma. O tráfego intenso, que torna-se natural por conta do traçado curto do Velopark, possibilitou que houvesse poucas oscilações entre os dois primeiros colocados, culminando numa importante vitória do Sigma da equipe Motorcar - para a fabricante foi um ótimo dia no Velopark, já que o Sigma #2 (Aldo Piedade/ Jindra Kraucher/ Sérgio Jimenez/ Marcelo Vianna) conseguiu subir para terceiro nos minutos finais após superar o AJR #35. Essa foi a segunda vitória do Sigma no Endurance Brasil e a terceira da história da marca.

Foi também uma das raras vezes onde não teve um AJR entre os três primeiros, já que o Ligier #117 terminou em segundo, mostrando uma nova - e competitiva - fase da Classe P1 que teve a sua terceira marca diferente a vencer nesta classe.


GT3 e GT4

(Foto: Império Endurance Brasil/ Instagram)


Foi aqui onde a disputa esteve extremamente acirrada. Houve uma situação onde o Mclaren #16 ( Marcelo Hahn/ Allan Khodair) apareceram bem, conseguindo liderar a prova por algum tempo. Porém, um problema em uma das portas os tiraram da briga da vitória.

Automaticamente essa disputa passou a ser entre os Mercedes #8 (Guilherme Figueroa _ Júlio Campos) e #27 (Ricardo Baptista/ Cacá Bueno) e o Porsche #55 (Ricardo Maurício/ Marçal Müller/ Marcel Visconde) - neste momento, a disputa estava acirrada a ponto de acontecer um toque entre o #55 e o #8, dando a chance ao #27 assumir a liderança. Mais tarde o Porsche #55 da Stuttgart Motorsport se saiu melhor depois que Ricardo Maurício assumiu a ponta sobre o Mercedes #27 no trecho final da prova, seguindo assim até a bandeirada.

Guilherme Figueroa e Júlio Campos terminaram em segundo, mas após a prova acabaram desclassificados por conta do acidente do BMW M2 #64 (Victor Foresti/ Lucas Foresti) quando houve um toque entre os dois carros em plena reta oposta. O BMW escapou forte, indo para a barreira de pneus e capotando, o que gerou a interrupção da prova com uma bandeira vermelha. Victor Foresti, que estava ao volante, saiu bem.

A desclassificação do Mercedes #8 fez o Mercedes #27 subir para segundo e o Mclaren #16 para terceiro.

O BMW #15 de Léo Sanchez/ Átila Abreu teve o radiador furado logo no início da corrida, forçando o abandono após 22 voltas.

Na GT4 a vitória também ficou para a Porsche com Tom Filho/ Marçal Müller vencendo com o #718 e na segunda posição o outro Porsche de #21 de Jacques Quartiero e Danilo Dirani - que estiveram na liderança da classe por um bom tempo.

Homenagem a Xandy Negrão

(Foto: Império Endurance Brasil/ Instagram)


Antes que prova tivesse seu início, teve uma bela homenagem à memória de Xandy Negrão que faleceu recentemente. O Mercedes que ele utilizou na campanha de 2019, onde foi campeão junto de seu filho, foi pintado com as cores de seu capacete e puxou o grid dessas 3 Horas do Velopark por duas voltas.

A corrida também foi batizada de GP Xandy Negrão.

Uma bela homenagem a um dos grandes nomes do nosso automobilismo.

A quarta e quinta etapa do Império Endurance Brasil voltará em setembro, com a rodada dupla em Goiânia com provas de 3 Horas e 4 Horas.

quinta-feira, 15 de junho de 2023

Foto 1033 - Christian Heins, 24 Horas de Le Mans 1963

 



Esta é uma das últimas imagens do #48 Alpine M63 Renault R8 Gordini pilotado por Jose Rosinski e Christian Heins durante as 24 Horas de Le Mans de 1963. 

Era uma ocasião especial para um dos maiores nomes do automobilismo brasileiro daquele momento, quando ele foi convidado para integrar a equipe oficial da Alpine na clássica francesa. Por mais que houvessem rumores de uma possível aposentadoria, Heins aceitou o desafio. "Fui convidado pela fábrica do Alpine na França para pilotar o carro de sua fabricação na corrida de Le Mans, na França. O Alpine é um automóvel idêntico ao que aqui na Willys fabricamos com a denominação de Interlagos. O que irei pilotar desta vez, por convite da fábrica, é um modelo novo que concorrerá na classificação como protótipo."

A Alpine inscreveu três M63, todos na classe P1000 (destinado à carros de até 700 à 1000cc): #48 para Jose Rosinski e Christian Heins; #49 para  René Richard e Piero Frescobaldi; #50 para Bernard Boyer e Guy Verrier.

A corrida em si estava indo para o duo formado entre o famoso jornalista francês Jose Rosinski e Christian Heins, com o piloto brasileiro conseguindo um andamento muito melhor que seu parceiro do Alpine #48, com eles chegando a liderar a classe P1000 por algumas horas.

Já era noite em Le Mans quando o Aston Martin de Bruce Mclaren/ Innes Ireland teve um vazamento de óleo na freada do final da então enorme reta Mulsanne. Por mais que Bruce Mclaren tenha tirado o carro do trecho, o óleo havia ficado no traçado e para os que vieram em seguida foi um enorme caos: Jean Kerguen, com um Aston Martin DB4, rodou e caiu na vala; Sanderson conseguiu melhor sorte ao apenas rodar e continuar com seu Cobra; Roy Salvadori foi arremessado de seu Jaguar - o que foi tremenda sorte, pois o carro explodiu em seguida; Jean Pierre Manzon - filho de Robert Manzon - bateu seu Bonnet no que restava do Jaguar e com isso ele e o carro ficaram no meio da pista, com Manzon fora do carro com graves ferimentos. 

Foi neste momento que apareceu Bino Heins com seu Alpine. Ele liderava a classe P1000 e na tentativa de desviar do carro de Manzon, acabou capotando várias vezes e teve seu carro explodindo em seguida após bater em um poste. Ao contrário da "sorte" de Salvadori e Manzon, Heins ficou preso em seu Alpine que era consumido pelas chamas. 

Os bombeiros e demais socorristas batalharam para conter as chamas, até que ela foi apagada e  o piloto brasileiro foi tirado já inconsciente do Alpine. Foi levado para o hospital, mas infelizmente não tinha mais nada o que pudesse ser feito: com um traumatismo craniano e boa parte do corpo carbonizado, Christian "Bino" Heins foi declarado morto.

Os demais Alpine continuaram na prova, mas não terminaram: o #49 abandonou na hora 8 com problemas de embreagem e o #50 com motor quebrado na 16ª hora.

Hoje completa exatos 60 anos da morte do grande piloto brasileiro

Foto 1032 - James Hunt, GP da Holanda 1973

 



James Hunt durante os treinos livres para o GP da Holanda de 1973, então 10ª etapa. A parte interessante nesta foto é o piloto britânico fazendo uso de um capacete de face aberta, algo que já era totalmente raro naquele estágio da década de 1970.

James teve um final de semana positivo, tendo largado em sétimo e ficado por toda a prova entre os cinco primeiros. Subiu na classificação com as desistências de José Carlos Pace - que saiu de oitavo e já estava em terceiro na primeira volta, mas o desgaste dos pneus de seu Surtees é intenso a troca é inevitável, fazendo com que caia para 17° na classificação após a parada. Pace acabou por fazer uma bela prova de recuperação, terminando em sétimo - e de Ronnie Peterson, que parecia estar intocável na liderança até a quebra do câmbio.

Infelizmente essa prova é a que marcou a morte de Roger Williamson com o acidente na oitava volta.

Para James Hunt essa foi o seu primeiro pódio e da equipe Hesketh, exatamente onde dois anos depois eles venceriam o seu primeiro GP.

Hoje completa exatos 30 anos da morte de James Hunt após um infarto. 

Foto 1042 - Uma imagem simbólica

Naquela época, para aqueles que vivenciaram as entranhas da Fórmula-1, o final daquele GP da Austrália de 1994, na sempre festiva e acolhedo...