Na décima segunda posição do grid para a Corrida dos Campeões de 1983 em Brands Hatch, a Spirit Racing, equipe oriunda da F2, alinhou um carro para Stefan Johansson. Até então algo corriqueiro, já que era uma prova que não valia nada para o campeonato mundial daquele ano, mas isso servia, e muito, para que a Honda colocasse em prática seu retorno ao mundial de F1 após 15 anos. Agora, como fornecedora, os japoneses haviam produzido uma unidade V6 1.5 Turbo e colocado no chassi 201 da equipe Spirit (projetados por Gordon Coppuck e Tim Whrigth) para aquela prova, mas como todo motor em sua juventude, os problemas foram inúmeros e só nos treinos foram dois propulsores estourados. E na corrida não foi diferente, sendo que o problema da vez era um furo no radiador que tirara Johansson após 4 voltas.
As movimentações da Honda começaram ainda em Jacarepaguá na semana seguinte a prova de abertura do mundial de 83, a fim de testar os motores em temperaturas altas. O verão estava forte naquela ocasião, com temperaturas de quase 42°C à sombra e isso era um baita teste para o motor novo. Mas todos foram pegos de surpresa com uma queda de temperatura que acabou por anular todo seu programa. Após a sua rápida participação no ROC (Race of Champions) de 10 de abril em Brands Hatch, a Honda ainda testou em Silverstone, Willow Springs e Riverside com Thierry Boutsen e Johansson.
A estréia oficial na F1 se deu no GP da Inglaterra com Johansson abandonando na 5ª volta por problemas no pescador de combustível. Em outras cinco provas a Spirit Racing se fez presente, sempre com Johansson ao volante: no GP da Alemanha, abandono na 11ª volta por problemas de motor; GP da Áustria a primeira corrida completa, chegando na 12ª posição com cinco voltas de atraso para o vencedor Alain Prost; no GP da Holanda o melhor resultado com sétima posição, duas voltas atrás de René Arnoux; na Itália novo abandono na 4ª volta por avaria no distribuidor; no GP da Europa, disputado em Brands Hatch, completaram a prova na 14ª posição com duas voltas de atraso para Nelson Piquet.
A Spirit não foi à Kyalami para a disputa do derradeiro GP daquele ano na África do Sul, encerrando assim sua parceria com a Honda. Os japoneses se associaram a Williams de tio Frank e em dois anos, já estava colhendo os resultados com vitórias e mais tarde títulos. A Spirit ficou na F1 até 85, encerrando suas atividades após 25 GPs disputados.
Thierry Boutsen em testes com o Spirit Honda em Willow Springs, na Califórnia em 1983
A Honda, me parece, só se deu bem mesmo na F1 quando forneceu apenas os motores. Ótimo texto, nem dá pra acrescentar nada.
ResponderExcluirLindo carro...
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