Felipe Massa no pódio, após o GP da Itália de 2015 quando terminou em terceiro |
De certa forma, era algo esperado desde que
os rumores sobre a sua continuação na Williams, para 2017, começaram a ficar em
xeque. Mas num todo, a sua decisão foi a mais correta. Talvez tenha reconhecido
que a sua velocidade não é mais mesma de outros tempos e continuar remando
contra a maré, numa equipe que apareceu no cenário de 2014 como a segunda ou
terceira força e está em queda livre desde então, não está dando a ele o mesmo
prazer que teria se estivesse num carro bem melhor. Por outro lado, as opções
que tenham aparecido para ele não eram das melhores. Portanto, para quê
continuar correndo para lugar algum, sendo que já esteve em alto nível algumas
vezes em sua carreira? Foi uma sábia decisão e terá, ao contrário de outros
conterrâneos, tempo para fazer uma despedida digna.
Felipe teve um momento brilhante na sua
passagem pela F1, mas sabemos bem que nos últimos anos as suas performances nos
GPs tem sido bem abaixo. Salvo algumas segundas metades de campeonatos, onde ele
conseguiu reagir bem, até, o resto foi mais de dores de cabeça e algumas
marteladas para conseguir entender, especialmente, a funcionalidade dos pneus
da Pirelli nesta era onde é preciso saber economizar tudo para conseguir ir o
mais rápido possível. Massa foi formado numa época onde não era necessário
isso: tinha a sua disposição – nos tempos da Ferrari – uma gama de informações
sobre os pneus da Bridgestone, onde horas e horas de testes em Fiorano, Mugello
e Monza, dava à ele a possibilidade de extrair o máximo daqueles compostos
japoneses e aliado a era do abastecimento foi um trunfo também: podia fazer
stints curtos, de velocidade pura e crua, sem se preocupar com o consumo da
gasolina e o desgaste da borracha. Por isso era possível ver um Felipe Massa
mais vigoroso, numa pilotagem mais bruta, sempre atingindo o máximo do carro.
Não era um piloto espetacular naqueles tempos, mas a sua velocidade e
agressividade casaram bem naquele tempo onde a economia de pneus e combustível
era a única coisa que devia se preocupar. Sem dúvida aprendeu bem com o seu
professor Michael Schumacher.
A mudança nos regulamentos, tirando o
reabastecimento afetou um pouco a sua pilotagem, mas ainda era possível vê-lo
em bons momentos, principalmente na segunda parte dos campeonatos. A
necessidade em economizar combustível e pneus nesta era de motores híbridos,
complicou ainda mais sua condução. Se Felipe começasse a prova com ritmo
alucinante, a queda na performance era certa durante o restante da corrida, uma
vez que teria de passar a preocupar-se com a economia do carro. A queda da
Williams, flagrada já em 2015, só contribuiu para que a sua pilotagem passasse
a ficar ainda mais sofrível. Por isso é que não me apego muito a questão de seu
acidente em 2009, quando toda vez que é dito a sua má jornada é atribuído a
aquela batida em Hungaroring. Acho que Massa, na verdade, não se encontrou
nestes tempos de uma F1 mais “econômica”.
Ele terá ainda mais algumas corridas para
curtir a sua estadia na categoria. Talvez, sem grandes pressões, poderá se dar
ao luxo de realizar corridas mais tranqüilas.
Para onde ele vai? Nem ele mesmo sabe, mas
uma olhadinha para o WEC seria uma boa para ele. Quem sabe o trabalho de Mark
Webber no Mundial de Endurance inspire em sua decisão para o futuro.
Enfim, vai lá curtir o restante da
temporada, Felipe. Ainda tem algumas corridas para você se divertir.
Até mais!
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